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Generalidades

Generalidades

15
Mar24

Perderam as asas


Vagueando

Hoje levantamos voo no desafio 1foto1texto de IM Silva.

 

Pan Am.png

 

Sou um nostálgico, não resisto a documentos antigos que vou guardando e catalogando. A aviação, nomeadamente a comercial evoluiu nos últimos 100 anos de forma fascinante tornando-se no meio de transporte mais seguro que existe, razão pela qual costumo dizer que o maior risco de voar é ir de carro até ao aeroporto.

A par desta evolução gigantesca, companhias gigantes como a Pan Am e a TWA, desapareceram dos céus e dos aeroportos. Há poucos dias, ofereceram-me esta bolsa de bilhetes, com a anotação, presumo feita pelo passageiro, de Junho de 1970, de um voo com destino a Lisboa realizado na Pan Am.

Uma relíquia com 54 anos que reproduzo na foto acima e que guardei.

Nunca voei na Pan Am, mas recordo-me de ter visto estes aviões no aeroporto de Lisboa. Gosto muito de voar, porque voar  é andar de cabeça no ar.

Deixo abaixo um resumo da história da Pan Am, retirada da Wikipédia, com o link de um notícia falsa que envolveu um avião da Pan Am

Fundada em 1927 por dois ex-majores do Corpo Aéreo do Exército dos EUA, a Pan Am começou como um serviço regular de correio aéreo e passageiros voando entre Key West, Flórida, e Havana, Cuba. Na década de 1930, sob a liderança do empresário americano Juan Trippe, a companhia aérea comprou uma frota de barcos voadores e concentrou sua rede de rotas na América Central e do Sul, adicionando gradualmente destinos transatlânticos e transpacíficos. Em meados do século 20, a Pan Am desfrutava de um quase monopólio nas rotas internacionais. Liderou a indústria aeronáutica na Era do Jato, adquirindo novos jatos como o Boeing 707 e o Boeing 747. A frota moderna da Pan Am permitiu-lhe voar um maior número de passageiros, a uma distância mais longa e com menos paragens do que os rivais. Seu principal hub e terminal principal foi o Worldport no Aeroporto Internacional John F. Kennedy em Nova York.

Durante seu auge, entre o final da década de 1950 e o início da década de 1970, a Pan Am era conhecida por sua frota avançada, pessoal altamente treinado e comodidades. Em 1970, voou 11 milhões de passageiros para 86 países, com destinos em todos os continentes, exceto na Antártida. Em uma era dominada por companhias de bandeira que eram totais ou majoritariamente detidas por governos, a Pan Am tornou-se a transportadora nacional não oficial dos Estados Unidos. Foi membro fundador da Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA), a associação global do setor aéreo.

A partir de meados da década de 1970, a Pan Am começou a enfrentar uma série de desafios internos e externos, juntamente com a crescente concorrência da desregulamentação do setor aéreo em 1978. Depois de várias tentativas de reestruturação financeira e rebranding ao longo da década de 1980, a Pan Am gradualmente vendeu seus ativos antes de declarar falência em 1991. Quando cessou suas operações, a marca registrada da companhia aérea era a segunda mais reconhecida mundialmente, e sua perda foi sentida entre os viajantes e muitos americanos como significando o fim da era de ouro das viagens aéreas. Sua marca, iconografia e contribuições para a indústria permanecem bem conhecidas no século 21. O nome e as imagens da companhia aérea foram comprados em 1998 pela holding ferroviária Guilford Transportation Industries, que mudou seu nome para Pan Am Systems e adotou o logotipo da Pan Am

 

18
Jan23

Sonhar e voar


Vagueando

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Sonhar é ir para lá da nossa vida quotidiana, da nossa vida física.

Sonhamos em pé, sentados, acordados e a dormir. Contudo, que eu saiba, ainda não conseguimos fotografar os nossos sonhos de modo a os podermos exibir aos nossos amigos ou melhor, mostrar a todos que não estamos a inventar, que não estamos loucos.

Voar faz parte do sonho de qualquer pessoa, mesmo que tenha receio de algum dia o vir a fazer. Voar sempre fez sempre parte do sonho do ser humano, mesmo antes da invenção do avião e de outras máquinas voadoras.

Voar é ir para lá das nuvens e depois de as vencer contemplar o céu que continua lá bem alto, inacessível, ainda que num avião a tentação de lhe tocar seja grande.

Sonhar e voar complementam-se, jogam em equipa não para competir, apenas e só para satisfazer quem gosta de uma coisa e de outra.

Um destes dias, a sonhar ou voar, acordado ou a dormir, dei comigo a voar. O voo subia, subia, subia e de repente eu próprio ao lado do piloto a sonhar ou voar, disse-lhe;
Olhe, ali em frente, as nuvens abriram uma passagem tão bela, tipo chaminé que podemos passar por ali e continuar a subir.

Ele concordou, a voar e a sonhar, entramos naquela passagem que chamava por nós e continuámos a subir onde ainda estamos e de onde envio este post.

Não sei onde estou, só sei que não estou em casa, nem com os pés no chão, nem se estou ainda a voar ou ainda a sonhar-

01
Jan22

Não sei por onde vou mas gostava de ir por aqui......


Vagueando

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Voei como e com os pássaros, só não migrei como eles.

Cruzei-me com aviões cheios de gente com ilusões.

Voamos, voei para longe, porque longe é um bom lugar.

Voamos em busca da liberdade que almejamos e já não temos.

Quantos traços, quantas riscas de rotas em todas as direções

Quanto céu pintado com traços de tantos destinos.

Sentados a grande altitude, atravessamos mares e continentes.

Ficam as marcas da nossa passagem, das nossas viagens, dos nossos sonhos.

Quantos lugares nos mostram estas marcas no céu, quantos sonhos e angústias.

Acordo, tinha sonhado, volto à realidade, fixo-me na beleza das imagens.

E na tristeza da realidade, a pandemia voltou a atacar para nos atormentar.

20211231_075942.jpg

31
Out20

De Cabeça no Ar


Vagueando

Recorro à primeira letra do alfabeto para a colocar no início da palavra aéreo. A primeira letra do alfabeto inicia a palavra que se refere ao último grande meio de transporte a ser inventado.

Os últimos são os primeiros e, neste caso, é bem verdade.

O Comboio, o Barco a Vapor, o Automóvel surgem por volta de 1800, mas o avião só aparece no Século passado, em 1903 pela mão dos irmãos Wright e por Santos Dumont, já em 1906. Em 1926 deu-se início à aviação comercial. Nasci 31 anos depois, cedo fiquei fascinado por voar e tive a oportunidade de desfrutar de forma pessoal e profissional do boom do transporte aéreo.

Voar passou a ser o meio de transporte mais rápido e seguro de nos deslocarmos. Voar passou a ser também a mais bela forma de viajar. Voar, mesmo para quem usa muito o avião, continua a ser, ainda hoje, uma certa forma de aventura. Voar é, em suma, deixar de ter os pés bem assentes na terra e andar de cabeça no ar.

O meu primeiro voo foi entre Lisboa e o Funchal, na TAP, Boeing 727, entrava-se pela traseira, numa altura em que a pista só tinha 1,6 km de comprimento, aquilo parecia mais uma pequena estrada do que uma pista. Lembro-me perfeitamente de ver a pista antes de aterrar, tão pequena que me pareceu a minha régua de liceu, assente ali no morro de Santa Catarina. Esta pista foi o que se atamancou para ligar, por via aérea, o Continente à ilha da Madeira, tendo o aeroporto sido inaugurado em 1964.

Contudo, a primeira aterragem experimental de um avião na Ilha da Madeira, ocorreu em 1957, justamente o ano em que nasci.

A partir daqui, recordo-me sempre que voo, a frase de Leonardo Da Vinci – Uma vez que tenha experimentado voar, passará a andar pela terra com os seus olhos voltados para o céu, pois já lá esteve e desejará voltar.

No que toca a voar, pode até ser daqui para fora, mas sem nunca perder a vontade de voltar, andei a vaguear pela internet e descobri outras frases interessantes, sobre o tema, pelo que farei referência a algumas neste post.

A romancista brasileira, Tati Bernardi, deixa uma questão muito interessante sobre o medo de voar, perguntando – É mais corajoso quem não tem medo de voar pelo Mundo ou quem aguenta ficar dentro de si? Eu diria que a única coragem de que se precisa para voar é para fazer o percurso de carro até ao aeroporto.

Quando se voa, seja num avião comercial, numa avioneta, num planador ou num helicóptero – falta-me um voo de balão - desfrutamos de imagens irrepetíveis, de vistas deslumbrantes, de sensações únicas e desafiantes, não temos olhos que cheguem para tanta beleza nem cérebro capaz de assimilar tudo o que vê, nem memória que chegue para armazenar tudo o que vimos.

Felizmente, para as questões de memória, há a fotografia.

Caio Fernando Abreu, jornalista e dramaturgo brasileiro referiu – Quando os corpos se tocam as mentes conseguem voar para mais longe que o horizonte.

Quando se voa não estamos para lá do horizonte mas temos muito mais horizonte para desfrutar. Uma pessoa com 1,7 metros de altura conseguirá ter, ao nível do mar, por exemplo na praia, uma visão de quase 5km até à linha do horizonte. Essa mesma pessoa conseguirá, num avião a 33 mil pés, cerca de 10 mil metros de altitude, ter uma visão de cerca de 350 km até ao horizonte. Um pouco acima já consegue vislumbrar, ligeiramente a curvatura da terra. Um boa experiência para os terraplanistas viajarem de avião.

Por outro lado é interessante verificar que a curvatura da terra implica que os aviões não percorram uma linha recta entre o ponto de partida e o ponto de chegada mas sim, a distância ortodrómica. Podem experimentar este site, https://es.distance.to/ usando, por exemplo, a rota entre Lisboa e Tóquio. A distância ortodrómica é de 11.148 km e a rota de avião, como podem comprovar não é a linha recta que une as duas cidades, traçada num simples mapa plano.

Espero que tenham gostado deste voo e que pensem como Clarice Lispector e Filipe Ret que afirmaram, respectivamente; •

  • Você até pode empurrar-me de um penhasco que eu vou dizer; Eu adoro voar. •
  • O medo de cair não pode ser maior que a paixão de voar.

As mihas fotos obtidas a partir de alguns do meus voos e de locais onde cheguei de avião e também de outros voos, no link abaixo;

https://photos.app.goo.gl/32Fo7WnPQUkfsQT69

Lembrem-se de Rita Apoena – A poeira é só a vontade que o chão tem de voar. Sem dúvida que até o chão gosta de voar.

Subscrevo inteiramente o pensamento de Verônica Heiss que não aceita ter nascido num mundo tão grande e conhecer apenas uma pequena parte e termino com Alejandro Jodorowsky – Pássaros criados em gaiola, acreditam que voar é uma doença.

No meio desta doença, uma terrível pandemia que nos atormenta e nos tolhe, estamos cada vez mais na gaiola e cada vez menos a voar, a desfrutar e a observar.

Espero que gostem, das fotos e desejo-vos bons e muitos voos.

01
Dez19

Sensações de Voar


Vagueando

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Não sou pássaro, nem tão pouco tenho penas ou asas

Não sou santo, não rezo novenas, estou tão longe do céu

Não quero os pés assentes na terra, não quero coisas rasas

Quero ar que me sustente a voar, para um deserto ilhéu

 

Quero ver, quero ver o sol nascer e entardecer, até morrer

Quero olhar lá de cima cá para baixo, como se fosse alado

Quem me dera poder estar sempre no ar, sem desfalecer

Quero respirar o ar, no ar, a voar, a observar, deliciado

 

Voar sem motor, usufruir a beleza, o momento, sem poluir

Penso que sou ave de rapina, não, afinal vou é de planador

A beleza do voo, o movimento sobe e desce, tão belo fruir

Olho à volta, através da canopy transparente, sem pavor

 

Sinto-me seguro no ar, porque o ar me segura, com ternura

Dou voltas, sinto os estremeções das correntes ascendentes

Tomo toda a atenção aos detalhes, não aos actos de loucura

Aplico todos os procedimentos e bom senso, não há acidentes

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