A morte de alguém
Vagueando
A morte de alguém, de forma violenta, impressiona sempre o público, causa alarme social e deixa nas famílias enlutadas feridas muito difíceis de sarar. São feridas que não se curam com tratamentos médicos, com palavras, nem com abraços e não se remedeiam com a aplicação da Justiça.
Ainda assim, não posso deixar de apresentar à família do jovem morto, no Norte Shopping, os meus sentidos pêsames.
A razão pela qual escrevo este post é porque esta morte me fez recordar um livro - Mulheres de Cinza de Mia Couto - que já li há uns tempos e que me deixou marcas que não esqueci e, uma delas, que reproduzo abaixo, infelizmente aplica-se a este trágico caso.
"Sorte a dos que, deixando de ser humanos se tornam feras. Infelizes os que matam a mando de outros e mais infelizes ainda os que matam sem ser a mando de ninguém. Desgraçados, enfim, os que, depois de matar, se olham ao espelho e ainda acreditam serem pessoas"
A minha esperança é que os espelhos continuem a dar a ver ao mundo e aos próprios, pessoas e não desgraçados.