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Generalidades

Generalidades

20
Ago23

Nove Centímetros


Vagueando

Não assisto a jogos de futebol, só gosto de ver os resumos que se resumem aos golos, não os resumos alargados, não assisto a debates sobre futebol, não leio jornais que se dedicam ao futebol, mas tenho simpatia por um clube, ainda que não fique triste, muito menos com vontade de bater em alguém quando ele perde ou quando não é campeão.

Contudo, é impossível fugir do futebol, ele entra nas nossas casas, à bruta pela televisão, é impossível não esbarrar num canal que, em qualquer dia da semana, não esteja a falar de futebol, em especial sobre polémicas.

Vai daí hoje, ao navegar na Sapo atravessou-se-me à frente 9cm que, à primeira vista, me escapou. A insistência foi tanta que acabei por ver várias vezes extratos de 9 cm a atravessar fora da passadeira, fui obrigado a uma travagem brusca e pimba acabei por ler este O VAR enganou-se. Mais do que a leitura sobre o sucedido, foram os comentários que me impressionaram, o detalhe do conhecimento, sobre a coisa.

Desde a necessidade de ver frame a frame, ao milionésimo de segundo, à colocação das linhas de análise nunca poderá ser totalmente rigorosa ou até é muito falível e, se não me escapou nada, falta ainda conhecer o diálogo entre o árbitro e o VAR, para se poder emitir uma opinião abalizada, melhor dizendo, como agora está em voga, falar com uma evidência científica, na mão, neste caso no pé para não ser falta.

E isto leva-me ao passado, em que os árbitros falhavam nas suas análises, segundo as más linguas ou os mais fanáticos, porque eram corruptos ou porque tinham mais simpatia pelo clube A ou B.

Se há coisas que o VAR veio provar é que analisar, dentro de campo um lance, como é o fora de jogo, era mesmo muito difícil e falível. E agora com o VAR continua a ser.

9 cm num campo com 100 m de comprimento, ou 10.000 centímetros, são peanuts como diria o Jorge Jesus ou andamos para aqui a discutir pintelhos como dizia Eduardo Catroga.

Bem, resta-nos criar o VAR do VAR e, se possível com recurso à IA.

Teríamos então o VARIA que é como quem diz, varia dia sim dia não, pelo que os calendários dos jogos teriam que ser escolhidos apenas para os dias Sim.

Seria Sim(pático).

21
Abr23

Novamente o VAR


Vagueando

A minha relação com o futebol, tirando os jogos da seleção é muito distante. Ao longo da minha vida entrei uma vez no antigo Estádio da Luz para ver um jogo da seleção nacional, ainda jogava o Chalana, uma vez no antigo Estádio de Alvalade para ver um concerto, acho que da Tina Turner e uma vez no Estádio do Braga, num dia em que não havia jogo, para visitar o recinto.

Contudo, é impossível, quando vagueio pelos canais de televisão, não esbarrar num ou vários programas sobre futebol ou melhor sobre “casos” nos jogos de futebol, que são analisados, melhor escalpelizados, os erros dos árbitros. Daí que em 2019, entusiasmado com a nova tecnologia VAR, que iria acabar com os “casos” do jogo,  escrevi um post sobre o tema Vamos Ali Rever o Vídeo Árbitro

Agora com a coisa já bem afinada, parece que apenas os intervenientes nesta tecnologia ainda não se entendam bem quando devem ou não devem recorrer a ela e/ou se ela deve chamar à atenção quando não é usada.

Eis que surpreendentemente esta nova tecnologia e quiçá outras, continuam dependentes do fator humano e, como sabemos há muito “errare humanum est”.

Tanta tecnologia para se continuar dependente, do mesmo erro, justamente aquele que se queria eliminar.

Para eliminar as polémicas, venha propor que o VAR seja alvo de escrutínio apertado ou melhor o árbitro que está de serviço ao VAR seja avaliado pelo VARA, Vídeo de Análise Rigorosa ao Árbitro, a ser criado e controlado por uma Comissão Independente.

E para que a coisa não falhe, proponho ainda a criação do VACA, Vídeo de Análise dos Comentadores Anónimos, que se organizariam, sob égide da Associação Nacional de Tascas, para nomear a comissão encarregada de montar e controlar esta tecnologia de análise.

E por último proponho ainda a criação do VACAC – Vídeo Análise dos Comentadores Avençados pelos Clubes, estes soba égide do Organismo Autónomo (lembram-se deste Organismo) seriam certamente uma opinião importante dos lances capitais de todos os encontros, nomeadamente dos encontros ente os Grandes.

Estou certo que os programas televisivos em especial nas noites de Domingo seriam serões muito animados e, essencialmente, de grande consenso e verdade desportiva.

26
Jan19

VAR - Vamos ali rever o video árbitro


Vagueando

 

O VAR, digo eu, nasceu sob o lema, acabar com a polémica e trazer mais verdade desportiva o futebol.

O mundo está cheio de boas intenções, de boas práticas, mas praticamente, na prática, não se vê nada.

O VAR, não sejamos egoístas, nem bota abaixistas, trouxe sim, mais rigor científico-visual à polémica, quiçá descobriu algumas carecas, grava para memória futura os casos dos jogos, deu emprego a mais árbitros, trouxe negócio às empresas de audiovisual, tornou-se numa óptima ferramenta de arremesso entre os comentadores desportivos avençados dos clubes.

O VAR veio permitir, de forma rigorosa e probatória, a estes comentadores verem o que ninguém vê, verem o que não se mostra e demonstrar que uma imagem, afinal, não vale por mil palavras, mas gera muito mais que mil palavras para justificar o injustificável ou demonstrar que, o que efectivamente se vê naquela imagem, em particular, é particularmente duvidoso porque, sendo a imagem esclarecedora, o esclarecimento da mesma, demonstra justamente o contrário.

 Confuso? Acredito.

Não é por acaso que o provérbio de que uma imagem vale por mil palavras é da autoria do filósofo chinês Confúcio.

Continuando no campo das melhorias trazidas pelo VAR, este instrumento humano-tecnológico, trouxe valor acrescentado aos debates nacionais, que contam com a presença dos melhores especialistas, ainda que, no final, sejam mais as dúvidas que as certezas. Concluo que os melhores especialistas, são bem mais eficazes a demonstrar incertezas do que evidenciar certezas.

Nada escapa ao VAR, embora as pessoas que interpretam o manancial de informação visual gerada, tenham vindo a queixar-se de serem mal interpretadas, o que dificulta bastante o seu trabalho. O Presidente da República já se disponibilizou para passar algum tempo com o VAR, para se inteirar de todas estas dificuldades e daí retirar todas as ilações inerentes à sua Função Presidencial.

Convém não confundir VAR(e) e VAR(a) esposa do VAR - porque essa fica em casa a cozinhar novas técnicas de análise, ainda que a sua opinião não seja tida em conta, por ser demasiadamente evoluída e temperada de bom senso - para que não se levantem outros debates inflamados em torno do acompanhamento que o PR se propôs fazer ao VAR(e).

Gostaria de salientar que o impacto (financeiro, bem entendido) nas Televisões tem sido de tal ordem, que levou já a RTP a afirmar que está em condições de sobreviver sem o recurso à taxa de radio difusão, que a EDP gentilmente cobra aos portugueses, ao jeito de renda, quiçá excessiva.

Não consigo encontrar nada de negativo no VAR. Até os treinadores de bancada, vulgo comentadores das redes sociais, não destoam das interpretações oficiais dos comentadores avençados pelos clubes e estão sempre de acordo com as interpretações a favor dos seus clubes e contra se assim não for. Não é só uma questão de lealdade ao clube é, essencialmente uma questão de (in)coerência.

Parece-me que a única classe que está profundamente desapontada com o VAR, são os oftalmologistas. É que eles não encontram nenhuma razão plausível, do ponto de vista científico, para que os óculos receitados não funcionem quando estão em frente ao VAR.

Em suma o VAR que começou por ser um grito de Ipiranga, do tipo Vamos Alterar as Regras a bem do futebol, cedo passou a ser Vamos Adulterar  Regras a bem (dizer também) do futebol das conversas de cafés e barbeiros. A revolta continua, mas inovação foi um sucesso.

 

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