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Generalidades

Generalidades

23
Fev24

Tremoços


Vagueando

O desafio de hoje, 1foto1 texto a foto é esta.

Sabem o que é?

Tremoços.jpeg

- Tremoços.

Não sou apreciador de cerveja, nem tão pouco a bebo com regularidade mas quando a bebo é sempre em formato de imperial.

Contudo, sou esquisito, para beber uma imperial, dentro da meia dúzia que bebo por ano, só o faço numa cervejaria, porque este tipo de estabelecimento quando a servia, acompanhava-a com um pires de tremoços.

Cervejarias existem por todo o lado, imperiais saem todos dias às paletes, então no Verão, ui, ui. Mas os tremoços desapareceram.

E o que é uma cervejaria?

Desafio a indicarem-me na Baixa Lisboeta, quando digo Baixa falo do percurso entre o Rossio e a Praça do Comércio, um estabelecimento que sirva uma imperial e que coloque ao lado um pires de tremoços.

Dito de outra forma, faço mesmo desafio, no mesmo local, afinal é a zona nobre da capital portuguesa,  mas ao pedir a imperial diga que só a quer se vier acompanhada de um pires de tremoços.

Se nessa “cervejaria” não souberem o que são tremoços é normal, fomos nós portugueses que deixámos de querer tremoços e deixamos de ser exigentes com o conceito de cervejaria.

Afinal não estamos aqui para manter as tradições mas para satisfazer os turistas. 

No meio disto tudo, não é que o tremoço até faz bem à saúde.

Se calhar foi por isso que o deixámos de consumir e agora quem sofre é o SNS. 

03
Out23

Sintra tem mais encanto com silêncio


Vagueando

Troco com a maior das facilidades e prazer a manhã na cama por um passeio a pé pelas ruas de Sintra.

Se nos tempos da pandemia a sensação era estranha e até medonha, agora é um prazer imenso.

Vagueio por Sintra, os turistas ainda não chegaram, os habitantes deslocam-se para os seus empregos, seguem noutras direções de carro pelo IC 19 e de comboio através da Linha de Sintra.

Os comerciantes ainda não abriram as lojas, os cafés e esplanadas das zonas turísticas ainda repousam, os carros, tuk tuks, trotinetas, autocarros e outras gerigonças motorizadas, ainda aguardam condutores para os movimentar, apenas algum movimento de entrega de mercadorias circula pelo centro histórico.

E eu vou passeando pelo silêncio e pela nudez das ruas e passeios, ainda sem carros mal estacionados, desfrutando desta paisagem, assim sozinho, mas muito bem acompanhado por este magnífico património cultural na capital do Romantismo

Tudo só para mim, incluindo o silêncio, tudo meu, sem nada me pertencer, por breves instantes vou carregando imagens na minha memória e enviando outras, para a memória do meu computador.

Seria muito egoísta se não partilhasse aqui algumas destas imagens.

Nota Final: A primeira foto, talvez a mais surpreendente porque foi captada às12h59m, hora de almoço, no local mais caótico do centro de Sintra. Em condições normais, quer a passadeira de peões, quer a paragem de autocarros bem visíveis na foto, estariam tão atulhadas de gente e veículos de toda a espécie, mesmo os que não são autocarros, que não seria possível ver nenhuma delas na foto. Esta é a única foto que foi tirada durante a pandemia, 03/06/2020 e foi dos primeiros almoços que fiz num restaurante nesta altura.

08
Nov22

Gare do Oriente


Vagueando

Os pilares escorrem água em quantidades inimagináveis, os bancos estão todos encharcados

Sou passageiro regular nos comboios, gosto deste meio de transporte por várias razões. É nostálgico, é seguro, podemos movimentar-nos dentro das carruagens, consegue-se ler tranquilamente (ainda que agora, sem perceber porquê, as pessoas atendem os telemóveis em alta voz e isso irrita-me, perturba-me o sossego e a leitura).

Já tinha usado a Gare do Oriente algumas vezes mas sempre com bom tempo. Contudo, hoje estava um dia chuvoso, percebi como uma estação moderna, de grande importância na linha mais movimentada do país e na ligação entre Lisboa e Porto pode ser tão desconfortável, mal concebida e péssimamente mantida.

Está em causa uma das estações ferroviárias mais importante do país, usada por passageiros tão diferentes, desde o profissional que se desloca em trabalho, ao turista nacional e estrangeiro e ainda por famílias.

Pois esta estação, deixa entrar o vento e chuva, tornando impossível aguardar na gare pelo comboio num dia como hoje. Pode ser bonita (já nem é muito pela falta de conservação a que tem sido votada), mas caramba quem concebeu e aprovou a construção desta estação de comboios alguma vez pensou no conforto dos passageiros e na funcionalidade da mesma?

Nas gares centrais, supostamente protegidas da chuva, porque as coberturas abragem uma área maior, estas são tão altas que deixam que o vento transporte a chuva  para o seu interior. Pior são as coberturas terem aberturas, buracos, falta de isolamento, seja lá o que for, deixarem entrar a chuva por todo o lado, pingando em cima dos poucos bancos existentes, porquê tão poucos bancos para as pessoas se sentarem?

Numa altura em que se pede às pessoas para usar o comboio, quer por questões ambientais, quer por razões económicas ditadas pelo preço dos combustíveis, esta estação tem todos os ingredientes para fazer fugir qualquer passageiro. Pela minha parte fiquei avisado e só se for de todo impossível evitá-la não me apanham lá mais em dias de chuva. As coberturas dos acessos ao Centro Vasco da Gama e os que seguem até às paragens de autocarros deixam a chuva entrar, mais uma vez não se vê manutenção, as escadas tornam-se um perigo porque estão molhadas.

Não sei se foi por ter ficado tão defraudado, que até reparei que as plataformas de acesso ao comboio são demasiadamente baixas (relativamamente a outras estações que conheço na Grande Lisboa) face aos estribos dos comboios, dificultando a entrada e saída de pessoas mais idosas.

Sinceramente num país onde a poucos metros de distância se realiza uma Web Summit, onde circulam milhões para projectos que a maioria das pessoas não entende para que servem (se é que servem para alguma coisa para além de dar dinheiro a ganhar a poucos e acabar com mais uns empregos), se fala à boca cheia de Unicórnios (que a maioria das pessoas também não sabe o que é) não consigo conceber que aquela estação tenha sido concebida na era moderna, na modernidade que foi a Expo 98.

Simplesmente deplorável.

 

13
Jun21

Sintra, Sol e nevoeiro


Vagueando

O Sol, a que chamam astro-rei, tem o poder de nos aquecer e iluminar. Contudo, não tem a capacidade de escolher o que aquecer e iluminar.

Cabe à Terra, com o seu movimento de rotação e trasladação, decidir onde e quando o Sol ilumina e aquece. Para além disso, o Sol ainda está limitado na sua acção, pelas nuvens, pelas montanhas, pelo nevoeiro, pelas florestas.

Mas o Sol, não fosse ele o Astro Rei, tem gostos e simpatias e, notícia em primeira mão, confirmada pelo fact-check, o Sol gosta muito de Sintra.

Sintra não é fácil de se deixar ver, quer a turistas, quer ao próprio Sol, gosta de se esconder por baixo do nevoeiro. Até para mim, que aqui resido há 63 anos, quando está nevoeiro, tenho muita dificuldade em ver o portão da minha casa, quanto mais ver a Serra, os monumentos e os jardins.

Se o astro rei fosse dotado de movimento próprio, estacionava em Sintra. E quando resolvesse dar uma volta, passava rapidamente pelo país do sol nascente, apenas para cumprir o protocolo e vinha deitar-se junto ao mar, logo após se despedir do fim geográfico da Europa (convém referir para não se confundir com o fim político e social da mesma) e ficaria ali, eternamente, a contemplar Sintra, a sua serra, os seus palácios e o castelo.

O Sol deitado no mar, sem nevoeiro, deslumbra-se com tanta beleza e cor. A sua luz entra pelas janelas dos palácios criando sombras fantasmagóricas que não vê mas imagina.

Ao fim de tantos séculos a passar por aqui, ainda não conseguiu perceber se a beleza, a cor, a nitidez, deriva da sua própria luz ou se da reflexão da mesma na serra e nos seus monumentos.

A Terra não lhe concede tempo extra, continua no seu movimento imperturbável. O Sol, por vezes, em jeito de agradecimento, pela ausência de nevoeiro, deixa ver, por breves instantes o raio verde, mesmo onde o mar e o céu se juntam mas não se confundem.

Gostaria de dizer ao Sol que, mesmo com a sua luz filtrada pelo nevoeiro ou mesmo de noite, Sintra continua bela e tenho pena que o Sol nunca consiga ver a sua beleza nestas alturas.

Quem sabe, um dia, o Sol, possa reinventar-se e passar por cá uma noite destas, sem dar nas vistas - afinal há países onde o Sol passa por lá à meia-noite - para ver que mesmo sem a sua luz e o seu calor, Sintra continua bela e propícia ao amor.

Para que não me acusem de mentir, coisa que já fiz aqui https://classeaparte.blogs.sapo.pt/mentira-16889 deixo, no link abaixo, algumas imagens de Sintra, da sua serra e dos seus palácios onde fica evidente que o Sol e o nevoeiro têm um especial apego a esta maravilhosa e misteriosa vila.

https://photos.app.goo.gl/gmEXqwchQejoWoEy5

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