O elevador
Vagueando
O elevador desapareceu e sem ele, o elevador social também não ronda por aqui.
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Vagueando
O elevador desapareceu e sem ele, o elevador social também não ronda por aqui.
Vagueando
Cada vez mais se discute as questões ambientais e o custos que elas acarretarão para o planeta. Sobre o ambiente, não sou técnico nem estudioso da matéria, só sei o que me chega pelos jornais e aos jornais chegam os preciosos estudos científicos.
Os rigorosos estudos, cujas "evidências científicas" demonstram a gravidade da situação e o seu contrário, são usados pelos jornais para difundir as notícias e às vezes fico com a sensação de que as notícias ou o estudos, se parecem com aquela rábula do Ricardo Araújo Pereira, que chega lá acima dizem-lhe que sim e chega cá abaixo dizem-lhe que não.
Uma coisa é certa, os estudos que defendem que a situação é grave, apontam-nos o dedo a nós, humanos, como sendo não só os culpados do aquecimento global e por via disso da subida do nível da água do mar, como também de nada fazermos ( e poderíamos fazer, faltará vontade política) para salvar o planeta, deixando de fora a possibilidade de o que está a acontecer não se dever à acção humana.
Sabendo o que sei, estou consciente do problema, para cumprir com o que posso para reduzir a minha pegada, até comprei uns sapatos um número abaixo.
Contudo, ainda não consegui estar seguro de que tudo o que se propagandeia é verídico, está devidamente comprovado e mesmo que façamos tudo o que a ciência nos pede, se seremos capazes de inverter a situação.
Mas há uma coisa que me preocupa muito mais ao nível do ambiente, o ambiente social. E o ambiente social, no meu entender está muito mais degradado e será muito mais difícil melhorá-lo. Hoje de manhã ao ler um artigo aqui na Sapo, de Arménio Rego, sobre a Incivilidade no Trabalho - Perigo na Estrada, fiquei convencido que o ambiente social anda pelas ruas da amargura.
Antes de salvarmos o planeta, o qual, com ou sem alterações climáticas, vai ficar por cá, parece mais importante melhorarmos o ambiente social, porque o planeta pode mesmo ficar sem nenhum de nós.
Cheira-me que é mais fácil desaparecermos por falta de bom ambiente social do que por falta de bom ambiente climático.
Adenda: Já depois de escrever este post eis que me deparo com este artigo aqui na Sapo Geração "delivery", inteligência sacrificial e corrupção, que exemplifica de forma espetacular e, obviamente, muitissimo melhor do que eu alguma vez consiga imaginar, o que escrevi.
Vagueando
O confinamento tem destas coisas.
Incomoda-me o silêncio que me chega das ruas, incomoda-me a distância social, incomoda-me ver o tempo com outro ritmo, demasiado lento, tristonho, insosso, incomoda-me não ouvir os risos e os gritos de alegria das crianças, incomoda-me ver portas fechadas, trancadas, a sete chaves como diz o povo, incomoda-me ver as calçadas descalças de gente, incomoda-me saber que há gente a sofrer por ter que tomar decisões dramáticas sobre gente que também sofre, incomoda-me estarmos todos tão perto, cada um dentro do seu andar e ao mesmo tempo tão longe, incomoda-me ver gente a trabalhar duramente para que possamos estar em casa, incomoda-me não saber nada sobre o vírus, incomoda-me saber que tanta gente saiba tudo sobre o vírus e não saiba como impedir que nos contagie, incomoda-me ter que ter tantos cuidados e, mesmo assim, saber que podem ser tão poucos.
Tudo me incomoda.
No meio de tanto incómodo, necessitei deslocar-me a uma clínica veterinária para comprar um medicamento para o meu cão, dei de caras com o anúncio acima e fiquei incomodado.
Afinal com tanta inovação, tanta ciência, tanta inteligência artificial, tanto conhecimento cientifico, tanta certeza, tanta vida, tanto bem estar que já se falava que a imortalidade estava aí, eis senão quando, descobrimos que andávamos entretidos com bolos de aniversário para cães.
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