Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Generalidades

Generalidades

16
Set24

Não se percebe


Vagueando

Em Abril do ano passado abordei aqui a mesma situação na N125 - o cruzamento de acesso à Praia Verde.

EPVerde.jpg

Foto Google Earth do entroncamento da Praia Verde

Volto ao tema, primeiro pelo absurdo da situação uma vez que já dura, segundo a CM Castro Marim há dezasseis anos, segundo porque se anda a investir em radares para aumentar segurança nas estradas e consequentemente, salvar vidas (resolver este problema pelos visto não melhora a segurança), terceiro porque ano após ano, vejo este local ao abandono e quarto porque as entidades envolvidas na resolução deste processo, trocam muitas bolas, culpam-se umas às outras e o público está farto, nomeadamente os algarvios.

Se há coisa que não faltam na N125 são rotundas mas neste cruzamento onde se justifica e há espaço para fazer uma rotunda, não se faz.

Nestes dezasseis anos, a culpa é da Infraestruturas de Portugal porque autorizou a construção da rotunda mas despois disse que não, depois disse que sim (em 2018 ou seja já lá vão seis anos) mas só se fosse uma rotunda definitiva.

Certo, mesmo muito certo e à vista de todos rotunda, nem definitiva, nem provisória.

Contudo, já há alguns anos, presumo que pela sua perigosidade (se calhar foi por birra) o cruzamento foi transformado em entroncamento provisório, balizado por uns plásticos vermelhos e brancos, umas luzes assim mal enjorcadas e um piso de merda, sim de merda. É aquele tipo de piso que, mesmo numa estrada municipal já seria de merda.

Entre 2008 e 2024, passaram pelo governo, como primeiros-ministros, José Sócrates, Pedro Passos Coelho, António Costa e agora Luís Montenegro.

Só faço referência aos nossos primeiros, para se perceber como a democracia muda os seus mais altos representantes, sempre acompanhadas por mudanças, que implicam tirar os boys de uns para colocar os boys de outros, mas este processo manteve-se num impasse inexplicável.

Por outro lado, nas pesquisas que andei a fazer, para além dos protestos da CM de Castro Marim, não encontrei nenhuma notícia onde um primeiro ministro ou um ministro, nomeadamente o do pelouro, viesse explicar-se ao povo algarvio ou à Câmara de Castro Marim, esta anormalidade.

Contudo, curiosamente, encontrei uma notícia de Novembro de 2023, relativa à visita que a ministra Ana Abrunhosa fez às obras da ciclovia que vai ligar Castro Marim à Praia Verde, quando nem metade dos seus cinco quilómetros estava concluída.

Ao ler a notícia, fico com as sensação que a ciclovia avança a todo o gás (atenção que esta expressão, não pode ser vista no seu sentido literal, mas sim na contabilização do tempo em que as obras portuguesas, com ou sem derrapagens financeiras demoram a ser concluídas) porque é preciso gastar rapidamente o dinheiro que nos chega da Europa, independentemente de a obra ser ou não necessária, de ser ou não viável, de ser ou não uma mais-valia para o cidadão comum, em suma não ser um elefante branco que ninguém usa mas que é moda.

Boa sorte aos ciclistas quando a ciclovia chegar à Praia e tiverem que atravessar a N125, o que agora, com o entroncamento provisório, é proibido.

Sobre esta obra de Stª Engrácia, que afeta milhares de pessoas por dia, que oferece riscos rodoviários consideráveis, até a GNR já sofreu um acidente no local, que está com um piso miserável, que obriga a consumo de combustível desnecessário, com todas as implicações que isso tem a nível ambiental, dos governos nem uma palavra.

Regressando à ciclovia, que circula ao lado da N125-6 (ligação de Castro Marim à Praia Verde) , entre Setembro do ano passado e este ano, apenas metade dos 5km foi concluída e de permeio, sem qualquer necessidade o entroncamento da Quinta da Fornalha foi transformado em rotunda. Importa aqui referir que a sinalização e o piso deste antigo entroncamento estava em muito melhores condições do que o atual entroncamento da Praia Verde na N125.

20240904_183817.jpg

Esta é a rotunda construída para dar aceso à Quinta da Fornalha, que não se justifica.

A metade desta ciclovia já está aberta, não dispõe de qualquer sinalização sobre quem pode ou é obrigado a nelas circular, os delimitadores que a acompanham, não são retrorrefletores pelo que de noite não brilham e, junto às propriedades particulares por onde passa, não existe qualquer sinalização para os seus utentes, das saídas e entradas das mesmas, nem espelhos que permitam aos ciclistas e aos automobilistas ver-se uns aos outros, com todos os riscos que isso acarreta.

É que para além dos pedestres e das bicicletas movidas apenas a pedal, hoje existem também as eléctricas, as trotinetas e, curioso, em Castro Marim e Vila Real de Santo António, os condutores de scooters não usam capacete, passam pela autoridade sem problema e usam esta ciclovia.

Só para terem uma ideia dos riscos das entradas e saídas das propriedades particulares a foto abaixo reflete a vista que tinha como automobilista, ao sair do turismo rural onde estive, quando pretendia sair .

20240907_082123.jpg

Não existe qualquer visibilidade para a direita e para a esquerda, a ciclovia não tem sinalização que indique que existe uma saída. Estão a ver uma scooter, uma bicicleta eléctrica ou uma tronieta abrandar quando passa em frente a este portão? Isto é uma verdadeira armadilha para todos.

23
Abr21

Espectador de rotundas, cruzamentos e entroncamentos


Vagueando

Não é que tenha que dar satisfações da minha vida a ninguém. Contudo, quando (mal) alimentamos um blog ainda, que sem a responsabilidade de alguém morrer à fome por não ter colocado nada no prato virtual - ainda me lembro da malta que se levantava da mesa para ir apanhar a fruta ao FarmVille para alimentar o Tamagotchi – volto hoje ao contacto.

Resolvi ir abastecer o carro. Esta coisa do cartão fidelidade que dá pontos e descontos, obrigou-me a ir ao posto de combustível habitual. Em boa verdade foi mais uma desculpa para sair de casa, dentro do Concelho. Cumpri com as regras, fui para fora (de casa) cá dentro (do Concelho).

Já tinha tentado dar uma volta com o carro dentro de casa, mas por azar tinha posto o ano passado umas floreiras na escada e, por isso, não conseguia chegar à sala onde tinha espaço para fazer drifting.

Para chegar à bomba (atenção a nossa saúde mental não anda muito bem, não pensem que estou a planear algum ataque bombista) - tive que passar por 6 rotundas, 23 entroncamentos e ainda um cruzamento

Como sabem, pelo menos aqueles que conduzem, quem entra numa rotunda (e bem) tem que esperar que quem está lá dentro se vá embora. Chego à primeira rotunda e espero que todo trânsito passe e também esperava que quem saísse antes de chegar onde estou à espera, fizesse, tal como está obrigado, o pisca a informar que vai sair, onde eu, pacientemente, estou à espera para entrar . Como ninguém faz pisca, fico ali como espectador do trânsito que passava.

Com a falta de espectáculos de âmbito cultural, apercebo-me que é culturalmente aceite o desrespeito pelo Código da Estrada no que respeita a sinalizar as mudanças de direcção. Percebem agora porque há filas de trânsito?

Fui ficando a contar quantos carros passavam por mim e quantos saíam, sem fazer o tal pisca. Até que me buzinaram, perdendo a contagem. Milagrosamente uma brecha e lá fui. Nas outras 5 rotundas as coisas não melhoraram.

Nos entroncamentos também foi engraçado, pelas mesmas razões, quem saía à direita da estrada onde eu, pacientemente, estava à espera para entrar, não fazia o pisca e lá ficava a contar carros enquanto esperava, até que vinha a buzinadela, que coincidia com as brechas e lá ia eu.

Estão a imaginar o que aconteceu nos restantes 22 entroncamentos. Mais do mesmo pois claro, mas com uma novidade. Num deles, uma daquelas carrinhas de caixa alta resolveu parar mesmo na esquina, pelo que não via nada mais do que um caixote branco enorme ao meu lado esquerdo e ali fiquei à espera que o condutor do caixote chegasse para ter a visibilidade necessária para sair dali em segurança.

Falta o único cruzamento. Chego, paro, escuto e olho. Esqueci-me que não era preciso escutar, afinal  era só um cruzamento e não uma passagem de nível. Incrível, não vem ninguém de lado nenhum. Avanço, sem medo, mas eis que um grupo de ciclistas, me aparece de frente, em contramão, saído dum canavial e ainda me insultam porque conduzo um carro de combustão interna, a gasóleo, que é um perigo para o ambiente, e para as pessoas que respiram, agora de máscara, aquela trampa que sai dos gases de escape. Ainda bem que o meu carro só tem um escape, caso contrário, tinha sido linchado ali mesmo.

Estava quase a chegar a casa, reparo que ainda tenho menos combustível do que quando saí. As filas nas rotundas, nos entroncamentos, e no único cruzamento, tinham esgotado o combustível a minha paciência e aliviado a minha carteira.

Aproveito uma rotunda, volto para trás, chego na reserva ao posto de combustível, atesto, pago e sigo para novo calvário.

Repetem-se as peripécias, mas consigo chegar, finalmente a casa hoje, com menos de meio depósito, um pouco mais do que tinha quando saí para abastecer, em 3 de Março.

Está explicada a razão pela qual não tinha escrito mais nada.

Mais sobre mim

foto do autor

Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

Mensagens

Arquivo

  1. 2025
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  14. 2024
  15. J
  16. F
  17. M
  18. A
  19. M
  20. J
  21. J
  22. A
  23. S
  24. O
  25. N
  26. D
  27. 2023
  28. J
  29. F
  30. M
  31. A
  32. M
  33. J
  34. J
  35. A
  36. S
  37. O
  38. N
  39. D
  40. 2022
  41. J
  42. F
  43. M
  44. A
  45. M
  46. J
  47. J
  48. A
  49. S
  50. O
  51. N
  52. D
  53. 2021
  54. J
  55. F
  56. M
  57. A
  58. M
  59. J
  60. J
  61. A
  62. S
  63. O
  64. N
  65. D
  66. 2020
  67. J
  68. F
  69. M
  70. A
  71. M
  72. J
  73. J
  74. A
  75. S
  76. O
  77. N
  78. D
  79. 2019
  80. J
  81. F
  82. M
  83. A
  84. M
  85. J
  86. J
  87. A
  88. S
  89. O
  90. N
  91. D
  92. 2018
  93. J
  94. F
  95. M
  96. A
  97. M
  98. J
  99. J
  100. A
  101. S
  102. O
  103. N
  104. D
Em destaque no SAPO Blogs
pub