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Generalidades

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12
Ago25

Com porta


Vagueando

Já lá vai o tempo em que a Comporta comportava muita gente que, teimosamente, vá lá saber-se porquê, não ligava aquela paisagem, aquelas praias.

Quanto muito o pessoal metia-se com o boguinhas no ferry para Tróia e daí seguiam até Grândola a caminho do Algarve e nem deixavam vestígios da sua passagem na localidade de Deixa o Resto.

O objectivo era seguir rapidamente até Grândola, a tal vila morena e chegar ao Algarve, que ainda não era Allgarve, evitando as bichas, versão popular da expressão gourmet para designar filas de trânsito ou engarrafamentos, provocadas pela estreiteza da antiga ponte sobre o Rio Sado, onde os dois sentidos de trânsito não faziam qualquer sentido.

A Comporta desta época não tinha porta nem muros, ainda não tínhamos aprendido com Donald Trump, nessa altura um jovem, a quem os muros não lhe diziam nada, ele era mais gajas.

Daí que não entenda como na altura do PREC, tal com se fez com a Ponte Salazar, rebatizada de 25 de Abril, não se rebatizou a Comporta para Semporta, era mais democrático. Perdeu-se uma oportunidade de ouro ou, como se diz agora uma janela de oportunidade. Percebo a falha, se a ideia era não ter portas, porque raio se perdeu a janela, ainda por cima de oportunidade. Faz sentido existirem janelas onde não há portas?

Como diz o povo (que é /era ou nunca foi, quem mais ordena) mudam-se os tempos mudam-se as vontades. Assim com a bênção, cruzes canhoto, de uma autarquia de esquerda, liderada pela CDU, a Comporta de hoje é, nem mais nem menos, um upgrade de luxo da pobreza passada. Aí está uma inovação que nem precisou de um Unicórnio.

Não foi só a pobreza anterior que foi alvo de upgrade, também a pobreza mais recente, a tal que brincava aos pobrezinhos, com o dinheiro destes, que confiaram as suas parcas poupanças a estes brincalhões.

Na Comporta de hoje, não se brinca aos pobres, brinca-se ao exibicionismo privado dos ricos, onde as comportas se fecharam para a privacidade total. Falta o toque final, privar, não os pobres mas os remediados de usar a estrada que liga Troia a Grandola, não a fechando porque isso seria ilegal e os ricos fazem tudo de acordo com a lei, mas cobrando uma portagem bem alta, em nome do ambiente claro, para não poluir os pinhais, os lençóis de água, etc.

Esta medida, sensata, permitira que os residentes ocasionais, pudessem usar aquelas retas fantásticas para testar os seus bólides (ambientalmente sustentáveis) mas com muitos cavalos.

A CDU dá aqui um bom exemplo de como se rendeu, não só ao mercado, mas também ao mercado de luxo, o tal do Grande Capital.

Creio que Paulo Raimundo vai ser o primeiro líder partidário que nunca teve funções governativas, a superar os cachets de políticos executivos, como Barak Obama, Bill  Clinton, Tony Blair etc para explicar em palestras, como se deu esta reviravolta política, revirando no túmulo a Camarada Odete Santos que estava constantemente a apregoar que o Alentejo ainda seria comunista outra vez.

Até aposto que na sua primeira palestra, com o alto patrocínio da CDU, agora CDU - Coligação Democrática Urbanizadora, terá com participantes na primeira fila, Donald Trump e Benjamin Netanyahu, na expectativa de aprenderem como transformar, democraticamente, a Faixa de Gaza numa Riviera francesa.

25
Jul25

A História (infelizmente) repete-se como tragédia de dimensões dantescas


Vagueando

Participação no Desafio 1 foto 1 texto de IMSilva

Vai fazer amanhã dois anos que este desafio foi lançado. Creio que não falhei nenhum, ainda que tenha falhado claramente a numeração que lhes fui atribuindo no segundo ano, daí que abandonei essa prática.

Não sei se poderei continuar a ser assíduo nas publicações semanais e considero que o tema que me traz aqui hoje, não é certamente a melhor forma de celebrar um aniversário.

Daí que a(s) foto(s) de hoje não seja(m) publicada(s) em imagem; primeiro porque não são da minha autoria, segundo porque são chocantes.

Deixo-as em link, aqui.

Não esperava voltar a ver imagens semelhantes às que ao longo do tempo nos foram mostradas sobre o Holocausto, muito menos quando elas se relacionam com crianças que, obviamente não são terroristas e muito menos quando elas ocorrem num mundo supostamente mais justo, supostamente mais regrado, supostamente com leis que refletem a aprendizagem do passado, para proteger o futuro e supostamente quando a riqueza atingiu (para alguns poucos, bem certo) níveis estratosféricos. 

E muito menos esperava que as estas imagens, em Gaza,  fossem o resultado de aplicação de uma estratégia militar, com origem num povo que foi ele próprio uma vítima do Holocausto.

Enquanto há vida à esperança, talvez isto já não seja verdade. 

Estamos em guerra e ainda não percebemos, embora ela nos entre todos os dias no conforto das nossas casas, tendo sempre a hipótese de mudar de canal ou desligar a televisão.

A realidade não desparece nesse clique.

 

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