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Generalidades

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10
Mar23

Ambiente


Vagueando

Cada vez mais se discute as questões ambientais e o custos que elas acarretarão para o planeta. Sobre o ambiente, não sou técnico nem estudioso da matéria, só sei o que me chega pelos jornais e aos jornais chegam os preciosos estudos científicos. 

Os rigorosos estudos, cujas "evidências científicas" demonstram a gravidade da situação e o seu contrário, são usados pelos jornais  para difundir as notícias e às vezes fico com a sensação de que as notícias ou o estudos, se parecem com aquela rábula do Ricardo Araújo Pereira, que chega lá acima dizem-lhe que sim e chega cá abaixo dizem-lhe que não.

Uma coisa é certa, os estudos que defendem que a situação é grave, apontam-nos o dedo a nós, humanos, como sendo não só os culpados do aquecimento global e por via disso da subida do nível da água do mar, como também de nada fazermos ( e poderíamos fazer,  faltará vontade política) para salvar o planeta, deixando de fora a possibilidade de o que está a acontecer não se dever à acção humana.

Sabendo o que sei, estou consciente do problema, para cumprir com o que posso para reduzir a minha pegada, até comprei uns sapatos um número abaixo. 

Contudo, ainda não consegui estar seguro de que tudo o que se propagandeia é verídico, está devidamente comprovado e  mesmo que façamos tudo o que a ciência nos pede, se seremos capazes de inverter a situação.

Mas há uma coisa que me preocupa muito mais ao nível do ambiente, o ambiente social. E o ambiente social, no meu entender está muito mais degradado e será muito mais difícil melhorá-lo. Hoje de manhã ao ler um artigo aqui na Sapo, de  Arménio Rego, sobre a Incivilidade no Trabalho - Perigo na Estrada, fiquei convencido que o ambiente social anda pelas ruas da amargura.

Antes de salvarmos o planeta, o qual, com ou sem alterações climáticas, vai ficar por cá, parece mais importante melhorarmos o ambiente social, porque o planeta pode mesmo ficar sem nenhum de nós.

Cheira-me que é mais fácil desaparecermos por falta de bom ambiente social do que por falta de bom ambiente climático.

 

Adenda: Já depois de escrever este post eis que me deparo com este artigo aqui na Sapo Geração "delivery", inteligência sacrificial e corrupção, que exemplifica de forma espetacular e, obviamente, muitissimo melhor do que eu alguma vez consiga imaginar, o que escrevi.

03
Out22

Ranholas


Vagueando

Ranholas é a principal porta rodoviária de entrada em Sintra. Chega-se apressado, do IC19, com três faixas de rodagem, para desembocar mesmo no limite nascente desta localidade. E chega-se apressado porque o limite de velocidade, antes de chegar ao local da foto abaixo é de 100 km/h.

Este risco indesculpável foi reportado à Infraestruturas de Portugal em Março de 2021, Processo 2021REC01422. Em 01/04/2021, recebi a seguite resposta deste organismo; "Esclarecemos que sendo uma zona de transição de gestão da via entre a IP e o município de Sintra, vamos proceder à alteração da sinalização vertical de forma a resolver a situação o mais rapidamente possível."

Talvez porque a resposta da Infraestruturas de Portugal foi transmitida no dia das mentiras, explique o facto de, até agora, nada ter sido corrigido.

Ranholoas.jpg

É aqui que as três faixas de rodagem do IC 19  se transformam apenas numa, as outras duas, uma segue para Cascais (via A16), a outra segue em direção às praias de Sintra . É por dentro desta localidade que se acede ao centro de Sintra. (Atente-se no limite de velocidade, já lá irei).

A toponímia  Ranholas, ao contrário do que se pensa, nada tem a ver com ranho ou ranhoso, mas sim com o diminutivo de "ranha" termo que é usado em Portugal e na Galiza para designar declive no leito de um rio - "José Pedro Machado Dicionário Onomástico Etimológico da Língua Portuguesa." 

E por se tratar de uma pequena localidade, não se pense que não tem a sua importância na historia de Sintra, porque tem e muita. Foi em Ranholas que nasceram as queijadas mais antigas de Sintra, as queijadas da Sapa, pela mão de Maria Sapa. 

"As Queijadas da Sapa tiveram a sua origem em Ranholas em 1756, momento que terá marcado o início da produção industrial de queijadas, com uma produção diária de vinte dúzias, vendidas aos fidalgos que se dirigiam a Sintra.

Em 1887 o comboio a vapor chegou à Estefânia e Ranholas deixou de ser a porta privilegiada de entrada em Sintra, devido à chegada do comboio. Desta forma as queijadas de Maria Sapa, mudam-se então para a Volta do Duche, onde desde então e, passando de geração em geração se mantém até hoje, a produção diária das tradicionais queijadas de Sintra." Ler em comércio com história Queijadas da Sapa.

Em Ranholas, viveu Raul Solnado, até existe uma Avenida com o nome deste artista muito próximo desta localidade e este conhecido artista usou a localidade de Ranholas nas suas paródias, ouvir aqui Raul Solnado Exército de Ranholas

Em Ranholas vive também o conhecido ator Rui Mendes.

O primeiro comboio que chegou a Sintra, em 1873, o Larmanjat, entrava por Ranholas onde tinha uma paragem. Em boa hora, a Pousada da Juventude em Sintra, inaugurada este ano, decidiu atribuir o nome de Larmanjat ao seu café restaurante. Larmanjat.

Estou aqui a vaguear pelo passado para chegar à situação actual da localidade de Ranholas. 

Sendo o IC 19 uma das estradas mais movimentadas do país, o fluxo de trânsito que desemboca em Ranholas é brutal e por isso facilmente se transforma em infernal. O limite de velocidade,  visível na foto acima, nunca é cumprido excepto nos congestionamentos de trânsito, infelizmente  é habitual. Os moradores de Ranholas reclamam e bem, por uma segunda travessia de peões, ainda que de pouco sirva, porque é raro os carros pararem na que existe. Os automobilistas têm medo -fundado, diga-se - de serem abalroados se o fizerem.

Aos Domingos, os motoqueiros passam por Ranholas a velocidades bem superiores ao permitido, ultrapassando ( é proibido ultrapassar dentro desta localiadade) vários carros em simultâneo. Os acidentes são frequentes.

A fiscalização  não existe, quer em termos de controlo de velocidade, quer no toca ao desrespeito diário e frequente do trânsito proveniente de Lisboa,  pela sinalização que proíbe a viragem à esquerda em dois entroncamentos existentes em Ranholas. O piso apresenta-se muitas vezes escorregadio com a humidade que é habitual em Sintra aumento o risco de acidente.

Desconheço se se está a estudar alguma solução para o problema do trânsito desta localidade, mas há uma que, sem necessidade de qualquer obra,  aliviaria bastante o trânsito dentro de Ranholas. 

A solução passaria pela eliminação da portagem entre Sintra e Cascais, uma vez que a maioria do trânsito que provem de Lisboa ,  segue na direção de Cascais. Assim escoaria-se-ia o grosso do fluxo de trânsito pela A16 e não por dentro de Ranholas.

Com esta solução, cada veículo proveniente de Lisboa que segue na direção de Cascais faria  menos dois quilómetros por dia,  um para cada lado, para além de descongestionar o trânsito na localidade e, consequentemente a qualidade do ar, a qualidade de vida das pessoas que ali residem, ainda aumentaria a segurança e fluidez rodoviária.

Segundo um estudo sobre o fluxo de trânsito, levado a cabo pelo IMT, nos primeiros 6 meses de 2021, atravessaram diariamente Ranholas, entre 37 mil a 56 mil veículos. Partindo do pressuposto que metade (é muito mais) se dirige na direção de Cascais, teríamos entre 18 a 28 mil veículos diários fora de Ranholas.

Fazendo uma média, cerca de 12 mil veículos deixariam de atravessar Ranholas todos os dias. Estes 12 mil veículos deixariam de fazer os tais 2km a mais diariamente, ou seja menos 24 mil Km.

Cada carro consome aproximadamente 7 litros aos 100km, diariamente teríamos uma poupança de combustível de 1.680 litros, qualquer coisa como 2.856,00 euros  e ainda uma redução de CO2 na ordem dos 38kg. Anulizando estes valores.

  • Poupança de combustível 613.200 litros
  • Poupança no pagamento do combustível 1.042.440,00 Euros
  • Redução da emissão de gases (CO2) 13.870 kg

Neste caso, a inflação, os custos da guerra, os custos para o ambiente, o custo da importação de combustível, já para não falar da segurança e tranquilidade da população de Ranholas, não serão mais importantes que o custo ambiental que recai sobre todos?

Deixo esta mensagem, porque estou de acordo com o Presidente da República, deve-se explicar aos portugueses, o que aí vem, nomeadamente as consequências da inflação, da guerra e da gula financeira, (ah isto de falar da gula financeira não é politicamente correto)  cujo impacto se refletirá negativamente na vida das pessoas.

Entretanto, como não sou Presidente da República, reconheço que não tenho estaleca sequer para poder candidatar-me, limito-me a alertar para o que já cá está e, como nos podemos enganar uns aos outros com uns galardões.

Se Sintra, mesmo com este problema consegue ser um dos 100 destinos mais sustentáveis Sintra destino sustentável, parece-me que a tarefa de querer salvar o planeta uma utopia. 

Até porque o planeta está-se marimbando para nós, porque ele fica, com bom ou mau ambiente, nós é que podemos desparecer.

Nota Posterior à data do post (17/10/2022) - Entretanto leio o artigo, A Batalha do Nosso Futuro, de Diogo Queiroz de Andrade, na revista do Expresso, Edição 2607, de 14 de Outubro de 2002 e fiquei totalmente esclarecido sobre a questão ambiental , na versão de uma corrente de gente rica, denominada "longtermism" e fiquei esclarecido sobre todas as questões ambientais. Sugiro a leitura, mais que não seja, para ficarem a saber como o Mundo dos "influencers" ricos funciona.

 

 

 

28
Abr20

E no entanto, as vacas continuam a peidar-se


Vagueando

Vacas 1.JPG

 

Até há pouco menos de 6 meses os debates mais acesos no Mundo e nas redes sociais eram sobre a qualidade do ar que respirávamos. Nessa época (fica bem aqui a palavra época, dá uma sensação de longínquo) não se falava de COVID-19, porque, como não estava na Internet nem nas redes sociais, obviamente, não existia.

Greta Thunberg era a figura de proa deste combate e lembrava-nos a todos, inclusive aos líderes mundiais, como nos atrevíamos a pensar só em dinheiro, quando o importante era mudar de vida, porque a vida só tinha futuro sem poluição.

A sustentabilidade, onde quer que se aplique, por azar, atinge quase sempre os gostos dos portugueses.

Primeiro foram as sardinhas, quando a comissária europeia Emma Bonino proibiu-nos de as pescar: Depois foi o bacalhau. Segundo o Marine Conservatin Society no Reino Unido, parecem existir provas que o bacalhau capturado na costa da Noruega é insustentável, tendo já arrasado a capacidade reprodutiva. Também Isabel Jonet se referiu ao nosso bife como sendo quase um pecado da gula.

Ora, para piorar a coisa, os nutricionistas lembram-nos que o bife também está associado a maus hábitos alimentares, nomeadamente porque são acompanhados por batatas fritas (french fries para quem não sabe o que são batatas fritas).

Entendo os países nórdicos e mais alguns do Norte da Europa na posição de força contra eventuais futuras ajudas financeiras ao nosso país. Desde já porque pensam que a probabilidade de morrermos todos do vírus é elevada e porque, mesmo que tal não aconteça, uma vez que vão ficar sem bacalhau para nos vender, não vale a pena darem-nos dinheiro que depois não vai gerar lucros nos seus países.

Já fomos acusados de gastar tudo em copos e mulheres, mas eu continuo a achar que o bacalhau e o cheiro do dito, na versão Quim Barreiros, ocupa também um lugar de destaque nos nossos gastos.

Voltemos à vaca (fria).

Os ecologistas e demais seguidores de Greta Thunberg asseguram que as vacas são as maiores responsáveis pela emissão de gases poluentes para a atmosfera. No total o sector da criação de gado, será culpado por 18% das emissões, enquanto o sector dos transportes, lançará apenas 13,5% de emissões poluentes.

Acredito piamente que nestes 18% de emissões de gases estejam incluídas as vacas dos Açores, nomeadamente aquelas que em Setembro de 2011, foram alvo da atenção do então Presidente da República, Dr Cavaco Silva, que, de forma perspicaz, viu que o sorriso das vacas espelhavam a sua satisfação ao olhar para o pasto que começava a ficar verdejante.

Ora se o pasto estava a ficar verdejante e se as vacas são o maior foco de poluição, a ecologia não pode ser verde. Atrevo-me a dizer, que o negro das ervas nas bermas do IC 19 é mais verde que o pasto das vacas nos Açores, isto sou eu a falar, mas sou daltónico.

Eis senão quando chega o Covid-19 e o Mundo parou.

Para meu espanto, as vacas continuaram a peidar-se, mesmo onde são sagradas, nos Açores e no Mundo.

Contudo, a poluição, milagrosamente baixou mais de 50% em todo o Mundo.

Acho que está na altura de se voltar ao bitoque e ao prego no prato ou no pão, desde que se ande a pé e deixar de apelidar as vacas de poluidoras.

O ar está agora mais limpo mas, ainda assim conspurcado com um vírus que funciona como o Sheltox, mata que se farta e a culpa não é, seguramente, das vacas.

A dúvida que se impõe é saber se não há vida sem poluição? Ou se, para não haver poluição, temos que acabar com a vida, inclusivé com a das vacas?

Então e os direitos dos animais, já para não falar dos direitos humanos?

 

Nota de 08/07/2020 . Hoje, ao passar por um quiosque, reparei que a capa do Jornal o Sol de 04/07/2020, destacava as palavas da Ministra da Agricultura, numa entrevista que deu ao jornal; "As vacas não deixaram de existir e a poluição não baixou".

Hoje 24/09/2020 li o seguinte;

https://greensavers.sapo.pt/greenpeace-alerta-que-as-emissoes-de-gases-da-criacao-de-gado-sao-maiores-que-as-causadas-pelos-carros-na-ue/

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