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Generalidades

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11
Fev24

Lisboa regista aumento de denúncias de uso de animais para mendicidade em especial na Baixa


Vagueando

No passado dia 9 deparei-me com esta noticia no portal Sapo - Lisboa regista aumento de denúncias de uso de animais para mendicidade em especial na Baixa.

A dado passo lê-se que “As denúncias chegadas à Provedoria têm vindo a aumentar significativamente, resultado da indignação de transeuntes que assistem à presença de animais junto a pedintes, utilizados com o intuito de estimular a esmola” e também me indignei, porque a dado passo da notícia também se lê que a realização de ações inspetivas aos pedintes, tiveram como objetivo “assegurar que os tutores cumprem com todas as suas obrigatoriedades legais e deveres gerais para com os animais”.

Parece obvio que um pedinte não terá condições para ter o seu animal tratado de acordo com as melhores práticas de saúde e conforto animal, pela mesma razão que não tem capacidade para assegurar as mínimas para si.

A  minha indignação (já explico o porquê da mesma) abrandou um pouco com a declaração, na mesma notícia em que Provedor do Animal referiu estar a “trabalhar na melhor forma de contribuir para a implementação de medidas que possam mitigar a prática do uso de animais para a mendicidade, sempre salvaguardando as soluções necessárias para assegurar o bem-estar dos mesmos, bem como o canalizar os seus tutores para as respostas de apoio e ação social existentes”.

Tabém me parece evidente que as respostas de acção social existentes não conseguem assegurar o bem estar destas pessoas.

A minha indignação tem a ver com a suspeição (posso estar errado) de que as denúncias se preocuparem mais com o facto de o animal estar a ser “explorado” pelo tutor para tirar proveito de uma melhor esmola, do que efetivamente com o pedinte - a pessoa.

Ou seja, pedintes sim, mas nada de “engrinaldarem” com os animais as suas misérias, nem os usem para obter esmolas.

Fui buscar o engrinaldar a uma notícia publicada no Jornal de Sintra em 15 de Julho de 1951, ou seja há 73 anos, em que se pedem providências, a quem de direito, para retirar os pobres e os aleijados das ruas de Sintra para não incomodar o turismo.

É que segundo o Jornal de Sintra e passo a citar – Ninguém tem mais dó dos pobres do que nós. Todavia, não estamos de acordo com a sua teimosia em voltarem a “engrinaldar” com as suas misérias, os seus andrajos, as suas feridas, os seus defeitos, as ruas que vão dar à feira quinzenal de S.Pedro. Estarão de acordo connosco as autoridades de Sintra? Assim o cremos.

E eu que julgava que após 73 anos tínhamos evoluído como seres humanos.

Deixo abaixo a foto da notícia com o título - Mendicidade pedem-se providências.

Mendicidade.jpg

 

27
Jan23

O oito e o oitenta


Vagueando

Trata-se de uma expressão muito popular que representa dois extremos o mínimo e o máximo.

Mas também existe outra expressão muito conhecida que refere que os extremos tocam-se, pelo que, à partida, sem sabermos do que se fala ou se discute, somos tentados a optar pelo meio-termo.

Bom vem isto a propósito de duas notícias muito recentes que me deixaram um pouco perplexo. Estas notícias permitiram-me concluir que o luxo está a ficar muito barato e que os que estão habituados ao luxo, querem começar a brincar aos pobrezinhos, mas não sabem como o fazer e, por isso, pedem ajuda aos governos. Como todos sabemos só com a ajuda dos governos se consegue empobrecer e, já agora, só com a ajuda dos governos se consegue mais igualdade na pobreza.

Hesitei por onde começar, se pelo oitenta, se pelo oito, decida o leitor.

A primeira notícia fala de Roberta Metsola, Metsola declara viagem de luzo oferecida por empresa de vinhos Presidente (se calhar deveria escrever Presidenta) do Parlamento Europeu, foi ao confessionário (parece o Big Brother) e declarou, embora fora de prazo, que uma empresa vinícola francesa, lhe tinha pago uma viagem de luxo, que incluiu um jantar de cinco pratos e um quarto num hotel de cinco estrelas, Le Cep, em Beaunede, nem mais nem menos que um castelo medieval, para ela e para o marido, no valor de 350 euros.

Ora eu, que nunca fui dado a luxos, já tive que pagar este valor por um quarto, sem ser num hotel de cinco estrelas, sem pequeno almoço e sem jantar de cinco pratos, fiquei estupefacto com esta exploração a um probetanas.

Já estou a pesquisar hotéis de cinco estrelas, com jantares de cinco pratos incluídos, porque o luxo está a ficar mesmo barato, mas infelizmente não encontrei nada por aquele preço. Cheira-me a que este preço é só para ricos especiais.

 A segunda notícia Milionário britânico pede em Davos para pagar mais imposotos,fala de ricos ou melhor, de ricos com sentido patriótico.

Estão indignados por os governos ignorarem, em matéria de impostos. Não pensem que estão a protestar por pagarem muito. Estão a implorar para pagarem mais impostos. À boa maneira proletária, começaram a manifestar-se em Davos, porque querem ser mais taxados, por acharem que é de uma injustiça atroz, pagarem tão poucos impostos, face ao que ganham.

Já estou a imaginar uma manifestação de foragidos à justiça, começarem a manifestar-se para obrigar os governos a colocarem mais polícias a persegui-los, já que consideram ser uma injustiça tanta gente a ser presa menos eles.

Para estes ricos patrióticos qua andam por aí a incomodar os governos a pedir nova leis para serem mais taxados, sugiro que de uma forma simples, sem alaridos nem complicações ou manifestações, pura e simplesmente retirem o seu dinheiro de off-shores e sujeitarem aos impostos como os pobrezinhos. 

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