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Generalidades

Generalidades

20
Jun24

Sintra vista por um residente


Vagueando

 

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Sintra já foi descrita por poetas e artistas ao longo dos anos, já foi habitada por árabes, reis e rainhas, serviu de lugar de repouso à nobreza espantados pela sua beleza e frescura, que se mantem pese embora o fenómeno do aquecimento global.

Adormecer em Sintra e acordar em Sintra como turista é estimulante, agradável, poético, mágico, único. Adormecer e acordar em Sintra como residente é tão grandioso e majestoso que as palavras, as imagens ou mesmo um filme, não têm o poder explicar.

Os residentes mais antigos, como é o meu caso, guardam muitas imagens desta paisagem, que se perdem para o mundo à medida que estes vão partindo.

Tendo consciência de todas as limitações impostas à conservação de tanto património (fotográfico) que se guarda na memória, e que não é possível mostrar, recorri a algumas imagens que fui registando e guardando em fotografia.

Estas fotos são o resultado do privilégio de viver em Sintra, ser apaixonado pela paisagem e pelo legado que esta vila carrega.

Ser residente em Sintra é ser resiliente, ao frio, à chuva ao nevoeiro, à humidade e, simultâneamente, muito sensível a tudo a que, todos os dias, Sintra nos oferece. As  imagens que podem ver no link abaixo, não se revelam numa única visita ou passagem por Sintra,  por que é necessário estar no local certo e na hora certa e deixar que a metereologia daquele dia nos supreenda.

Link para as fotos

Não me centrei nos monumentos, porque esses são conhecidos e são dados a ver consistentemente e são constantemente idolatrados pela história, pela poesia, pela arte, pela pintura, pelas lendas.

Optei pelas ruas, pelas casas, pela luz, pela tranquilidade das primeiras horas da manhã e espero deixar ao leitor, melhor ao observador, uma vontade de vir até Sintra, em especial aqueles que já visitaram os seus monumentos, possam voltar e deambular por estes locais, de preferência a pé.

Este é o segundo álbum que edito aqui na Sapo, o primeiro foram os Salpicos de Sintra.

Não vou dizer que este é o melhor lugar do mundo para se viver, nem tão pouco que é o mais belo mas, parafraseando uma bloguer da Sapo, "Não me canso disto" porque ainda não conheci outro lugar que me tentasse a mudar de casa.

Ah e já me esquecia esta é a minha participação desta semana para o desafio1foto1texto de IMSilva

21
Fev23

UMM,sabe o que é?


Vagueando

P5255501 (3).jpg

UMM , junto ao Cabo da Roca - Nascido onde a Terra acaba e o mar começa

A maioria dos portugueses não sabe, mas a indústria automóvel nacional já produziu treze marcas de automóveis, algumas delas bastante inovadoras e com qualidade. Contudo, por razões de diversa ordem, não se impuseram no mercado e, pior que isso, facilmente caíram no esquecimento.

Circulam ainda por aí alguns exemplares destas marcas, como é o caso do jipe UMM, resta saber até quando.

Somos muito bons a elogiar o passado, talvez devido à saudade tipicamente portuguesa, mas somos péssimos a preservar o que temos.

Ouvimos falar que a indústria nacional de componentes para automóveis é reconhecida pela sua grande qualidade, que emprega muita gente, que são detidas maioritariamente por portugueses, que exportam que se farta, contribuindo assim muito para o PIB. A perspetiva é puramente económica.

Sado.jpg

Sado 550 (Foto obtida na Internet - Jornal dos Clássicos)

Lembram-se do micro carro Sado 550 que apareceu por volta de 1982, com 28 cv de potência, 480kg de peso e 110 km/h de velocidade máxima, tendo sido produzidos à volta de 300 veículos?

Dezasseis anos mais tarde, o conceito repete-se e aparece o SMART associado à Mercedes. Ao contrário do SMART, o Sado foi subestimado pelos portugueses, tipo coisa foleira, aquilo era para quem não tinha carta.

Como se a pressão ambiental não bastasse, pouca gente se interessa pelo exemplo vivo da nossa indústria automóvel, o UMM, conhecido também por Um Monte de Merda que, por acaso, não é.

Se um UMM restaurado for estacionado ao lado de um Mini ou de um MG antigo, os portugueses vão espreitar os carros ingleses e marimbam-se no UMM. O ACP, o Automóvel Club de Portugal (sim é mesmo de Portugal) até organiza um Raly/Passeio de Clássicos, a que chamam “O Passeio dos Ingleses” no qual só se podem inscrever automóveis produzidos no Reino Unido.

Sem entrar em grandes detalhes, o Reino Unido tem cerca 18 marcas de automóveis, desapareceram a Austin a Morris, a Triumph, mas fizeram renascer o Mini e o Jaguar. Conseguiram catapultar para fora o culto dos seus carros, nomeadamente através do ACP com a organização do Passeio dos Ingleses e nós próprios não somo capazes da fazer cá dentro o que ingleses conseguiram fazer dentro e fora do seu país.

Imaginem o que seria se um carro concebido em Portugal, por portugueses e até fabricado em Portugal, lhe fosse colocada uma bandeira portuguesa no tablier, lhe fosse pintada a bandeira portuguesa no tejadilho e  fosse equipado com farolins traseiros que representassem a bandeira portuguesa. Seria de mau gosto certamente, mas foi isso que o Reino Unido fez com o seu novo Mini e em Portugal não falta quem o compre.

Homenagear, proteger, divulgar, acarinhar uma marca de automóveis portuguesa é que já é mais complicado. Não entendo se isto se deve a falta de apoio político, falta de interesse dos empresários nacionais, se falta de orgulho nacional ou se é, apenas e só, desprezo por nós próprios. Contudo, tenho a certeza de que não existe falta de capacidade técnica e humana, porque os carros já produzidos provaram o contrário.

Falta olhar para o nosso património automobilístico, para lá do plano meramente económico, olhar com espírito de missão, com empenho e motivação.

Será que não existe em Portugal, para além dos clubes e amigos do UMM, motivação e empenho que permita preservar a marca, não deixar que perca a sua identidade, não deixar que morra, por exemplo, por falta de peças de reposição? Vamos permitir que UMM desapareça, como aconteceu com todos os outros carros fabricados por portugueses em Portugal?

Imaginem por um momento que o Cristiano Ronaldo comprava e restaurava um UMM, isso impulsionaria a preservação da Marca?

Em Inglaterra existem, diversos clubes destinados a preservar os seus automóveis, que fornecem peças e apoio a quem os possui. Não é possível fazer o mesmo em Portugal?

Podem sempre dizer-me que somos poucos, que não temos mercado, que não temos dimensão. Será só isso?

Então não éramos muito menos quando partimos em busca de UMM (Um Mundo Melhor) e nos aventurámos na epopeia dos Descobrimentos?

E éramos assim tantos e tão ricos, quando em 17 de Junho de 1922, já passaram 100 Anos, Gago Coutinho e Sacadura Cabral realizaram a Primeira Travessia Aérea do Atlântico Sul?

Esta pequenez não nos impediu de realizar feitos bem maiores, comparativamente ao esforço para empreendermos uma tarefa menor, tão simples, como não deixar morrer o que foi construído e bem, o UMM.

Faz-nos falta UMM (Unir as Melhores Memórias) e empreender a missão de, desta vez, não deixar morrer, tal como fizemos a todos os anteriores, mais um veículo nacional. Não queremos UMM (Uma Marca Morta) mas sim UMM (Uma Marca Memorável).

18
Out22

Sintra Património Mundial da Humanidade!


Vagueando

Alturas houve em que toda a gente dizia mal dos táxis, melhor dos taxistas.

Contudo, (não estou a fazer a defesa dos taxistas, nem tão pouco a fazer o contrário) os taxistas são sujeitos a uma série de exames prévios para obterem as licenças que lhes permite transportar passageiros. O mesmo se passa com os candidatos a condutores de transportes públicos.

De repente eis que surgem, não sem polémica, a Uber, os tuk tuk, os veículos de animação turística, as trotinetas etc. 

Implantaram por todo o lado de acordo com as regras de mercado, não necessáriamente de acordo com a legislação em vigor nos vários países europeus e a lei foi obrigada a ajustar-se depois de se estar perante um facto consumado, apenas e só para garantir que podem exercer a actividade (à balda).

E se os condutores de trotinetas não fazem serviço de transporte de passageiros, exceto aquelas que levam o condutor e mais um passageiro, o que até é proibido, mas isso nãointeressa nada, lá está a lei a estorvar, os restantes fazem, efetivamente, transporte de passageiros. Não obstante, os condutores de trotinetas são grandes angariadores do serviço para os transportadores de pessoas ao hospital.

Ainda assim, parece-me que o problema maior reside nos condutores destes veículos (os tais que não foram sujeitos às regras dos taxistas) que transportam pessoas, mas não lhes oferecem segurança, antes pelo contrário e a lei mostra-se incapaz de os fazer cumprir as regras mínimas de segurança.

As primeiras sete fotos abaixo, são apenas um exemplo que se repete diariamente em Sintra, onde a linha contínua no pavimento, numa estrada com dois sentidos, não é respeitada por estes condutores, colocando em risco não só os passageiros que transportam mas todos os utentes que por aqui circulam. 

O condutor deste tuk tuk, transportando pessoas/turistas, ultrapassa vários veículos que circulam em fila, acabou de praticar  uma contraordenação muito grave, nos termos do artigoº 146, alínea o) do CE e poderá ser sancionado com uma coima entre os 49,88 euros e os 249,40 euros, nos termos do artigoº 65.º, alínea a) do Decreto-lei 22-A/98, de 1 de outubro. Mas não há quem fiscalize, logo, reina a impunidade.

Mais grave, isto não é o ato isolado, e também ocorrem noutros locais sem qualquer visibilidade mas que a CMSintra insiste em permitir a ultrapassagem através das pinturas no pavimento, como se comprova na última foto. Acresce a tudo isto,  a circulação destes veículos por ruas onde o acesso lhes está vedado.

Quando vier a Sintra, antes de dar uma volta nestes veículos pense nisto, afinal a vida é sua.

Foi para isto que se classificou Sintra como Património Mundial da Humanidade?

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