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Generalidades

Generalidades

12
Jan25

Silêncio que se vai cantar o silêncio


Vagueando

Hoje saí para a minha caminhada matinal, Sintra estava naqueles dias difíceis em que o seu incómodo, carradas de nevoeiro, não me incomoda por aí além.

Sózinho, no meio das nuvens e com o pensamento nas nuvens, rodeado de silêncio, lembrei-me de um blog que acompanho a algum tempo e que dá pelo nome Na Pegada do Silêncio.

O Blogue é inspirador, tem qualidade literária e melhores referências literárias, dispara bons pensamentos, ligando-nos a histórias reais ou fictícias, óptimas para serem lidas em silêncio. Aconselho vivamente uma passagem por este blog.

Ao ver uma folhinha amarela, tombada no chão pelo peso do Outono, mas ainda resistente às agruras de Inverno, lembrei-me de fazer uma foto que servisse de ilustração a este blogue.

Pois aqui está ela.

20250112_093240.jpg

Bem sei que o silêncio é de Sintra, a ligação do texto ao público é da Sapo, o blogue é de Sónia Quental mas, a pegada é minha e gostei desta ideia.

A partir deste ponto, fui tirando mais umas fotos, das muitas que tenho sobre o mesmo percurso, com o objectivo de as ligar a este post.

No meio desta paisagem fantástica, quicá fantasmagórica e com o encerramento, felizmente, de muitas passagens de nível em Portugal, infelizmente perdeu-se aquele sinal – Pare, Escute e Olhe.

comboios_em_portugal_pare_escute_olhe_2.jpg

Bem que poderia ser transposto para aqui e para outros locais semelhantes, por razões que nada têm a ver com o perigo de ser trucidado por um comboio, nem para proibir o trânsito (pedestre bem entendido). Mas  porque é necessário nestes locais, Parar, Escutar e Olhar, para que o silêncio nos embrulhe juntamente com o nevoeiro e com a paisagem e nos deixe gravadas na memória as muitas imagens que a beleza e o silêncio nos oferecem.

20250112_102115.jpg

Também em silêncio podem ficar a conhecer um pouco da história deste Castelo, conhecido como Castelo S. Gregório, que escrevi num outro post.

E em silêncio me despeço e em silêncio deixo AQUI o LINK para o resto das fotos.

 

09
Nov23

Esqueço-me das horas transviadas


Vagueando

Dia há em que os deafios não trazem inspiração, nem vontade, nem ânimo. Mas, pelo menos, decidi que iria participar, inspirado nas inspiração de outros e não podia ter escolhido melhor do que Fernando Pessoa.

Assim para o desafio 1 foto 1 texto, de hoje, resolvi recorrer a um poema de Fernando Pessoa para ilustrar a minha foto montada (são duas), tiradas ontem durante um passeio pedestre em Sintra. 

Blank Collage Template.png

 

Esqueço-me das horas transviadas

o Outono mora mágoas nos outeiros

E põe um roxo vago nos ribeiros…

Hóstia de assombro a alma, e toda estradas…

 

Aconteceu-me esta paisagem, fadas

De sepulcros a orgíaco… Trigueiros

Os céus da tua face, e os derradeiros

Tons do poente segredam nas arcadas…

 

No claustro seqüestrando a lucidez

Um espasmo apagado em ódio à ânsia

Põe dias de ilhas vistas do convés

 

No meu cansaço perdido entre os gelos

E a cor do outono é um funeral de apelos

Pela estrada da minha dissonância…

 

Fernando Pessoa, in “Cancioneiro”

10
Out21

Ai,ai, o Outono ainda agora chegou


Vagueando

 

20210923_091159.jpg

A natureza é perfeita, segundo dizem, embora eu discorde.

Talvez o problema seja meu, humano, sensível a estados de alma e a minha alma não gosta nada do Outono.

Aliás se a natureza fosse perfeita, não existiram terramotos, dilúvios e vulcões que destroem um pouco de tudo por onde passam, incluindo vidas humanas e vida selvagem. Dizem que a culpa é nossa que contribuímos e muito para que a natureza seja agressiva. Pois que seja agressiva connosco, se nos julgar culpados. Contudo, se fosse perfeita não seria agressiva com a vida selvagem a qual, supostamente, vive em perfeita harmonia com a natureza.

É por isso que existem humanos a defender, com unhas e dentes, a dita, por vezes provocando uma autêntica selvajaria, que a vida selvagem não usa.

Regressando ao Outono essa maldição que, com uma beleza estonteante, se abate sobre mim.

Detesto-o, aliás se a natureza fosse perfeita jamais permitira que uma estação (do ano) passasse pela Terra, quanto mais implantar-se por cá durante 3 meses.

O Outono desencanta-me, deprime-me, tira-me luz ao meu dia, transformando-os em meios-dias de luz, ou menos, quando o nevoeiro estaciona em Sintra, piorando ainda mais a minha angústia.

Porque não um Outono, com frio, com chuva, com vento, com tudo aquilo a que tem direito, mas com dias grandes?

A Ciência a Astronomia explicam-nos a razão pela qual os dias encolhem no Outono mas eu não quero que me expliquem, gostaria que fosse de outra forma e ninguém tem a solução para evitar chegada ou a passagem do Outono, pelo menos em Sintra.

Quando me dizem não há impossíveis, desato-me a rir.

Quem me dera, que me desculpem os ecologistas, poder viajar agora mesmo, de preferência num jacto supersónico, para o hemisfério Sul. Ficar por lá durante a sua Primavera e o seu Verão e regressar de novo a Portugal só no próximo mês de março.

Como infelizmente não posso, vou vendo o Sol cada vez mais deitado a fingir que ilumina as ruas e as árvores com cada vez menos folhas e vou deliciando-me (a única coisa que me anima nesta altura do ano) com as múltiplas cores que as árvores de folha caduca apresentam.

Não há paleta de cores que represente tão bem aquele colorido das folhas caídas. Se calhar, afinal, a natureza é perfeita!

O Sol também merece descanso ou seremos nós que merecemos noites maiores para dormirmos e descansarmos mais?

Não sei se alguém padece deste mal. Se sim poderíamos formar um movimento anti-outono, assim como assim, há por aí muitos movimentos anti-qualquer coisa, seríamos apenas mais uns a fazer figura de urso.

Por acaso não sei se os ursos gostam do Outono, mas acredito que gostem destas fotos, até porque, tanto quanto sei, não há ursos em Sintra e como ainda não pertenço a nenhum movimento anti-outono, julgo eu, não estou a fazer figura do dito.

Tenho dito e mais não digo, porque o silêncio também fala, em especial no Outono.

Com este desânimo quase me esqueci das fotos, que podem ser vistas no link abaixo. As minhas desculpas para a fraca qualidade, mas a minha máquina fotográfica, quem sabe por causa do Outono, tem-se recusado a sair comigo, pelo que tenho recorrido ao telemóvel, esse amigo/inimigo que nos acompanha por toda a parte.

https://photos.app.goo.gl/wuUj4Ei2uGwGpPVv9

 

 

22
Set20

As portas

Incluiu link's para a rubrica Portas de (outros) Autores


Vagueando

Vejo portas por todo o lado. Contudo, atrás delas nada se vê, como se nada houvesse para ver. Vejo e sinto o medo de as abrir, sair ou entrar. As portas já não se mexem, não servem para entrar e sair.

Tornaram-se no símbolo da clausura.

As portas que antes se destinavam a resguardar a nossa intimidade e privacidade tornaram-se, sem novo acordo ortográfico ou alteração do seu significado no dicionário, mesmo sem serem portões de uma qualquer prisão, no símbolo da nossa prisão domiciliária, sem pulseira electrónica mas com a app, de sabor amargo, a Stayaway Covid.

É uma sensação estranha, igual à que sinto perante a luz do mesmo Sol. Na Primavera sinto alegria e no Outono, não me sentindo necessariamente triste, fico mais abatido. Estas portas fechadas na Primavera e Verão, transforam luz do Sol da Primavera, na luz do Sol de Outono.

As únicas portas que parecem ter movimento são as giratórias entre tachos, amigos e compadrios comportamentos, curiosamente, pouco sadios, no tempo em que está em causa a saúde pública.

As portas onde especialistas em saúde, epidemiologistas debatem, à porta fechada o problema para o qual não têm solução, mandam, porta fora, o máximo de coeficiente de cagaço, o qual se resume a feche a porta e não respire.

Em consequência, as portas para quem tem trabalho, parece que vão começar a abrir e a fechar em horários desfasados para não se juntar tudo, ao mesmo tempo, às portas dos transportes. Curiosamente ou não, as portas para quem não tem trabalho vão manter-se, por muito tempo, infelizmente, fechadas, quiçá a sete chaves. Estão fechadas a todos os que andam de porta em porta à procura de emprego e, se alguma delas se abrir, é engano, serão de imediato fechadas na cara de quem lhe bateu e se se mantiverem abertas, dificilmente serão boas portas.

A minha porta está triste porque não vê os meus amigos, nem os meus vizinhos. Sim, a minha porta é muito sensível ao tacto, gosta de ser puxada e empurrada por estranhos e de ser violentamente atirada contra o batente pelas correntes de ar. Nem pensar, o vírus pode entrar no meio de tanto ar. Não é uma porta falsa, nem que se fecha na cara de alguém, não é porta de armas, é porta que se comporta de acordo com as melhores práticas de serralharia e opera apenas e só dentro do seu limitado raio de acção, suportada pelas suas velhas dobradiças.

Vejo outras portas por aí com algum movimento é certo mas trocam sms com a minha porta e queixam-se da tristeza que sentem de ver tão pouca gente e quase ninguém lhes toca com as mãos, uns empurram com os pés, outros empurram com o corpo em marcha atrás e outros com os cotovelos. E o pior é que não conseguem ver ninguém a sorrir mesmo que essa bela expressão esteja presente no rosto de quem está feliz (o que é difícil) as máscaras tiranas, não deixam as portas espreitar o sorriso de alguém. Assim apenas observam o medo espelhado nos olhos de quem entra e de quem sai.

Nem as portas de cores vivas e modernas ou de vidro transparente, bem polido, deixam transparecer alegria, vivacidade, curiosidade ou afecto, todas as pessoas tem o mesmo aspecto, todas de máscara na cara. Antes era sinal de assalto, agora é sinal de que fomos todos assaltados; Roubaram-nos a liberdade e a das portas também.

Até as portas de um hospital já se fecharam ao público por causa do vírus e também se fecharam em copas nas explicações da razão de tal procedimento, violento, o que lamento.

Custa-me ver portas fechadas por medo, não por respeito ao descanso ou à privacidade, parece que estamos todos às portas da morte.

Nem no Tejo, onde as suas margens estreitam, se fecharam as Portas do Ródão, continuam bem abertas a respirar e a deixar passar o ar e o rio, que não se confinaram.

Vamos fechar as portas ao medo e abrir as portas à esperança, porque não quero que a porta da minha e das vossas casas se transformem nas portas da nossa prisão.

Deixo aqui as fotos de algumas portas fechadas por esse país fora, na esperança de as vejam como eu gostaria de ver, com movimento, com gente, sem ferrugem nas dobradiças.

https://photos.app.goo.gl/zWHRcYiJdKvngWG46

A partir daqui, tenho juntado outras portas, sob o Título de Portas de (outros) Autores

Entretanto descobri uma porta cuja foto não é da minha autoria mas que gostei e partilho aqui convosco A Cidade De Chaves - Pormenores. Os meus agradecimentos ao autor.

Entretanto descobri outra porta, cuja foto não e da minha autoria mas que gostei e partilho também aqui convosco Está aí alguém. Os meus agradecimento à autora.

Entretanto descobri outra porta, cuja foto não é da minha autoria mas que gostei, pelo que a adicionei aqui À volta de uma porta - José da Xã. Os meus agradecimentos ao autor.

Entretanto descobri outra porta, com mensagem e tudo e se uma foto vale por mil palavras uma mensagem vale muito em poucas palavras, decidi, com o consentimento da autora _MJP - , junta-la, em gratidão porque é de Gratidão que se trata, a este albúm . Os meus agradecimento à autora.

Entretanto descobri mais umas portas a vaguear aqui pela Sapo Portas e Chaves que gostei bastante e que junto às minhas portas porque acredito que serão uma boa companhia.

Entretanto descobri mais uma porta Era esta a porta cuja autora autorizou que a ligasse às minhas portas.

 

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