Mobilidade suave
Vagueando
Não é o número de acidentes envolvendo utilizadores de bicicletas e trotinetas que me impressiona.
O que me impressiona são os utilizadores da mobilidade (alegadamente) suave ignorarem as mais básicas regras de segurança e quem a promove, estar mais interessado em colocar a culpa nos restantes utilizadores das vias públicas do que nos utilizadores dos transportes suaves.
O princípio básico é este, a proteção começa em mim e só depois nos outros.
Obviamente que estou contra ao estacionamento abusivo em cima dos passeios e não é por causa dos utilizadores de bicicletas e trotinetas. É sim por causa dos peões, em especial os mais vulneráveis, idosos e crianças e obviamente que estou contra ao excesso de velocidade, nomeadamente dentro das cidades e em especial nas zonas de coexistência.
Obviamente que também estou contra que estas associações defensoras da mobilidade suave, venham pedir à PSP que fiscalize com "bondade" os utilizadores destes meios de transporte. Ignoram estas associações que muitos destes utilizadores não param na presença de um sinal de STOP ou de um sinal vermelho, circulam nos passeios e circulam com duas pessoas nas trotinetas e bicicletas, mesmo à vista da Polícia, que já muito "bondosamente" não os incomoda e muito menos multa.
Se os defensores de utilizadores deste meio de transporte se derem ao trabalho de se posicionarem à porta das escolas na hora de entrada e saída das crianças, aposto que vão assistir a pais que transportam os seus filhos em trotinetas, circulando em cima dos passeios, para os levar à escola, justamente porque sabem que ninguém os vai incomodar, muito menos multar.
Excelente educação que estão a passar aos seus filhos?
Não deveriam os defensores deste meio de transporte, antes de solicitar à PSP que fiscalize com "bondade", apurar junto desta as causas destes acidentes, ou seja, de que forma ocorreram e quem contribuiu em primeira instância para o seu desfecho?
Não nego, que as consequências poderão, nalguns casos, ser agravadas pelas causas que apontam, nomeadamente o excesso de velocidade, o desrespeito pelos atravessamentos pedonais e pela obrigação de ocupar a via adjacente na ultrapassagem de velocípedes.
Se as conclusões sobre a ocorrência destes acidentes, apontarem para negligência e incumprimento das regras por parte dos seus utilizadores, deixar-se-á de pedir “bondade” na fiscalização?
Em conclusão, o espírito do condutor do automóvel, não muda quando este, estaciona o seu carro, eventualmente até em cima do passeio e passa a conduzir uma bicicleta ou uma trotineta.
Por outro lado, promovem-se passeios turísticos por Lisboa, recorrendo a veículos motorizados, que usam os passeios nos Tours organizados pelas empresas, com todos os riscos que os mesmos acarretam para os peões. Já falei disso aqui.