Onde está a notícia?
Vagueando
Numa altura que pandemia ainda não foi vencida mas, aparentemente, a população já não lhe dá grande importância e a comunicação social também perdeu o interesse, eis senão quando Patricia Akester e Filipe Froes lançam um livro sob o Título “ A Pandemia que revelou outras pandemias” e, em simultâneo, lançam outro alerta, afirmando que vamos ter este Inverno uma tripla pandemia, em que se juntam, gripe, covid e vírus sincicial.
Quem sou eu, para por em causa as ideias vertidas em livro de uma cientista na área do direito e um médico especialista em doenças respiratórias. Contudo, não posso deixar de achar estranho que, antes da pandemia, quando era notícia diária o entupimento das urgências dos hospitais devido à afluência de pessoas com gripe, nunca vi nenhum médico especialista ou não, vir à praça pública aconselhar o uso da máscara, por exemplo nos transportes públicos.
O meu médico que era velho e já morreu, aconselhou-me há muitos anos a vacinar-me contra a gripe, porque segundo ele, antigamente as gripes curavam-se na cama com chá mel e umas aspirinas. Agora propagam-se nos empregos e nos transportes porque era mariquice e ronha, não ir trabalhar por causa de uma gripe.
O lançamento deste livro e deste alerta foram profusamente difundidos nos meios de comunicação social, porque afinal se trata de especialistas a falar de saúde pública.
Nos dias 28, 29 e 30 de Outubro deste ano, decorreu em Fátima um Congresso Internacional sobre a Gestão da Pandemia de Covid 19, que juntou a comunidade médico/científica, nomeadamente Michael Levitt, bioquímico, laureado com o Prémio Nobel da Química em 2013 e nem uma noticiazinha apareceu nos meios de comunicação social de referência, nem nenhum destaque foi dado a este Congresso, nem o Presidente Marcelo, que saltita de evento em evento, foi até lá tirar uma selfie.
Entres os diversos temas abordados, destaco os seguintes - “Confinamentos e Medidas Draconianas de Saúde Pública: o outro lado” ou o “Estado do Serviço Nacional de Saúde”.
Volto a afirmar, quem sou eu para duvidar do conhecimento de Filipe Frois e Patricia Akester, por isso mesmo, também não tenho razões para duvidar da comunidade médica/científica que se juntou em Fátima.
Tenho sim, como cidadão, razões para duvidar dos meios de comunicação social, da sua isenção e da sua idoneidade porque nem sequer noticiaram o congresso, não lhes despertou a curiosidade jornalística que se impunha para o esclarecimento da população, divulgando as suas conclusões. Nem sequer o tema do Estado do Serviço Nacional de Saúde, tão repisado nas notícias e em vários debates, aguçou o interesse dos jornais e televisões.
Não obstante, achei muito interessante a entrevista recente, feita pelo Página Um (projeto jornalístico que desconhecia) ao cientista britânico Michael Levitt e que aqui vos deixo, por me parecer muito interessante.Entrevista