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Generalidades

Generalidades

05
Mai25

Modas sem bom senso nem respeito


Vagueando

Há uns tempos a esta parte tenho reparado que cada vez mais  condutores estacionam os seus veículos do lado esquerdo. Tenho alguma dificuldade em aceitar isso, nomedamente porque;

20250504_133447.jpg

  1. Quando exsite um muro do lado esquerdo o condutor tem muita dificuldade em sair e, para compensar essa falta de espaço, tem que o deixar a ocupar ainda mais a via que se desinta à circulação.
  2. Os carros possuem refletores à frente a atrás, respectivamente brancos e vermelhos. Durante a noite este estacionamento pode confundir outros condutores.
  3. Diz o número 4 do Artº 48º do Código da Estrada que "Dentro das localidades, a paragem e o estacionamento devem fazer -se nos locais especialmente destinados a esse efeito e pela forma indicada ou na faixa de rodagem, o mais próximo possível do respetivo limite direito, paralelamente a este e no sentido da marcha".
  4. Diz ainda a alínea b) do número 1 do Artº 49º do Código da Estrada que é proibido para ou estacionar "A menos de 5 m para um e outro lado dos cruzamentos, entroncamentos ou rotundas, sem prejuízo do disposto na alínea e) do presente número e na alínea a) do n.º 2"
  5.  E diz ainda a alínea a) do número 1 do Artº 50º do Código da estrada que é proibido o estacionamento " Impedindo o trânsito de veículos ou obrigando à utilização da parte da faixa de rodagem destinada ao sentido contrário, conforme o trânsito se faça num ou em dois sentidos."

Caramba, estacionar desta forma, quando à volta existiam dezenas de lugares vagos, consegue cometer três infrações de um só vez.  É obra, estaciona do lado esquerdo, a menos de 5 metros do cruzamento e ainda obriga os veículos que circulam em sentido contrário a ocupar a faixa de rodagem de quem quer entrar na rua onde estacionou. 

25
Abr25

Peste Grisalha


Vagueando

Participação XXV, Ano II, no Desafio 1 foto 1 texto de IMSilva

 

“A nossa pátria foi contaminada com a já conhecida peste grisalha.”

Não me interessa quem disse, quando disse, em que contexto, nem com que intenção. Já o que se passa no dia a dia, interessa-me e muito, face à hipocrisia que grassa na sociedade e quando falo da sociedade, refiro-me a todos, políticos e cidadãos.

Aos primeiros porque cabe-lhe dar o exemplo no cumprimento das regras e leis que aprovam. Aos segundos, porque lhes compete dar o exemplo aos outros, não usando os maus exemplos como desculpa para os praticar.

Cada vez que me dirijo a um espaço público, onde existem lugares reservado às pessoas indicadas na foto abaixo, vejo, recorrentemente, infelizmente, maus exemplos no utilização dada a estes lugares.

20250425_090443.jpg

Estes lugares, como facilmente se depreende pelas imagens, estão reservados a:

  • Pessoas com deficiência ou incapacidade;
  • Pessoas idosas;
  • Grávidas; e
  • Pessoas acompanhadas de crianças de colo.

Por tal facto, como é lógico, estes lugares estão mais perto das portas de acesso a estes espaços públicos.

Por comodismo, por falta de respeito, por hipocrisia ou por outra razão qualquer, estão frequentemente ocupados por pessoas que não se enquadram nas categorias acima e, muitas vezes, por jovens.

Jovens que se queixam de tudo e de todos, que defendem causas diversas, jovens que querem colocar a sua formação ao serviço do desenvolvimento do futuro deste ou de outro Pais, não terão falhado a formação cívica quando ocupam estes lugares?

28
Mar24

Imagia

A magias das imagens


Vagueando

Há locais mágicos, tão mágicos que quando os descobrimos ficamos tão surpreendidos que nem acreditamos que sejam obra paciente da trova do vento que passa.

Estamos num tempo sem tempo, para fruir o tempo, queremos tudo a que temos direito, já - ontem!

A pressa, a pressão fazem de nós humanos, idiotas úteis, tão úteis que achamos que todos os outros que recusam a pressão, são idiotas inúteis, incapazes de apreciar a (boa) vida (em especial online) e o tempo.

E no crescendo da idiotice útil e na falta de disponibilidade dos alegados idiotas inúteis, para exigir tudo e rápido, deixamo-nos enredar pelos “benefícios” da Inovação, da Inteligência Artificial, onde só vemos vantagens e proveitos.

Ansiamos pela criação de robots que façam tudo aquilo que não gostamos e mais, que pensem por nós mas, egoisticamente, em nós e para nós os que temos o (melhor) umbigo que tanto apreciamos que não olhamos para mais nada. Já não basta a casa inteligente que programa, as torradas da manhã, o café, o pão, a temperatura do duche.

É necessário também que alguém, que não chateie - um robot - ponha tudo no prato e na mesa ou, melhor, que nos sirva tudo na cama e que depois vá trabalhar por nós.

Com todas estas facilidades é um tédio ficar em casa, falta o transporte, ambientalmente responsável, para espiar a nossa consciência de que existimos, logo somos poluidores, para nos levar onde ninguém sabe, afinal, como cantava António Variações, Só quero ir, onde não vou, porque só estou bem onde não estou.

Depois de termos tudo ou de pensarmos que tínhamos tudo e que ter tudo era o topo da pirâmide que nos colocaria perto do perto do céu, onde nunca ninguém esteve, mesmo depois de morto, acordei.

Extasiado, tinha acabado o sonho ou pesadelo.

Deparei-me com esta paisagem e descobri que tinha ficado aqui sentado por algumas horas a observar as nuances da luz. É uma paisagem moldada antes de toda esta nova moda que dá pelo nome inovação.

20240320_145906.jpg

Foi criada pelos anseios, desejos e sacrifícios de humanos antes desta nova vaga inovadora e perigosa, que nos pode condenar ao extermínio, antes mesmo de o planeta estoirar connosco.

Sim, o planeta pode zangar-se com a espécie humana, revoltado com o nosso mau comportamento e desrespeito pela biodiversidade e tornar a nossa vida insustentável, ou seja, impossível, mas somos nós que desaparecemos o espetáculo natural e fotogénico que o planeta provoca sobrevive, não haverá é quem o registe, nem a inovação.

Não basta ir até este local para observar o mesmo, é preciso ter calma e esperar que a luz e o tempo a componha desta forma, quase fantasmagoricamente bela.

Felizmente ainda não conseguimos intervir na bendita rotação da Terra, ainda que, segundo os cientistas esteja mais lenta, lá está, alterações climáticas!

Ou será inovação?

03
Set22

As veredas


Vagueando

O meu avô, homem de perna alta, de passo vivo e cadenciado era caminheiro profissional, era esse o seu único meio de para se transportar entre lugares.

Quando o acompanhava, ainda jovem, era obrigado a fazer pequenas corridas para o conseguir acompanhar. Sem hesitações nos cruzamentos e entroncamentos de veredas palmilhávamos quilómetros por entre casas isoladas, conhecidas por montes, povoações minúsculas e pequenas aldeias.

Afugentava os cães que se atravessavam no caminho que, ao contrário do ditado, ladravam e mordiam. Os cães não o apoquentavam, tinham-lhe muito respeito, por mais ferozes que parecessem, fazia-os sempre fugir, se fosse necessário à pedrada. Nunca me lembro de ter levado uma dentada, fosse de que cão fosse.

Quando se ia a uma povoação maior o meu avô dizia que se ia ao Povo. Era lugar onde se via muita família (sinónimo de muita gente) e onde existia um mercado e, de tempos a tempos, uma feira, que estava ali, encostada ao Povo onde se vendia gado (porcos, bois, vacas, burros, mulas) e no meio desta, o gado organizado de forma desordenada, circulava gente curiosa como eu e quem queria fazer negócio.

Aprendi com ele o significado das veredas e o prazer de caminhar nelas. Recordo neste texto, que ele reconhecerá, mesmo sem saber ler e sem ter acesso à Internet, nem ao mundo dos vivos, as nossas caminhadas.

Dizia-me que a vereda era um caminho estreito, da largura do espaço que uma pessoa precisa para caminhar e que se aprendia a segui-la, com o tempo e a experiência. Não havia indicações nem tabuletas (também se as houvesse poucos saberiam lê-las) com as direções ou destinos a seguir, não havia GPS, era tudo de memória. Cada pessoa guardava na sua cabeça uma série de veredas que davam a acesso a todos os lugares para onde precisavam de ir.

Se fosse necessário seguir até um local novo, esse mapa mental não tinha gravado o caminho, mas sabia a direção, se para Norte, se para Sul, se para Este ou Oeste e, com base nesses quatro pontos cardeais, se escolhia a vereda certa para onde se queria ir pela primeira vez. Sempre que a vereda se dividia em duas três ou mais direções a escolha era racional, bastava olhar para o Sol que nos dava um dos pontos cardeais e, a partir daí tudo era fácil. As veredas nunca se enganavam, muito menos eram capazes de enganar alguém, até porque, quem as observava também não se deixava enganar.

Grandes duplas formavam as veredas e as pessoas que nelas caminhavam, verdadeiras equipas recheadas de estrelas ou não fosse o Sol uma bela estrela.

Dizia o meu avô que a vereda era o melhor caminho, o mais curto, o mais belo, o mais conversador, sim aparecia sempre alguém em sentido contrário com o mesmo espírito, ir de um lado ao outro, pelo caminho mais curto e mais belo, mas com tempo para dois dedos de conversa. Contudo, estas conversas nunca incluíam qualquer pergunta sobre o caminho a seguir, toda a gente seguia o seu próprio caminho.

A vereda era o caminho de todos, para todas os destinos, que passava por todas as casas, aldeias, serras, rios, fontes e riachos.

As pontes eram raras, as que existiam eram improvisadas e, obviamente, estreitas. Mas quando não estavam lá, a dar a passagem para a outra margem, eram as poldras que nos transformavam em equilibristas e só com muito malabarismo se chegava com os pés secos à outra margem.

Quando, era preciso transportar alguma coisa, por exemplo água, o burro seguia a vereda com o meu avô atrás sem que fosse necessário indicar-lhe o caminho. Quando se lhe montavam as cangalhas em cima da albarda onde se anichavam dois potes de barro, ele sabia que era para ir ao poço. As veredas também nunca enganavam os burros, até porque, tal como os homens, eles também não se deixavam enganar.

As veredas eram caminhos abertos pela passagem de muita gente a pé, não estavam sujeitos a planos das Juntas de Freguesia nem das Câmaras, não exigiam expropriações, nem projetos, nem autorizações dos proprietários dos terrenos onde passavam. Eram pura cooperação entre vizinhos e afastados. Eram tão-somente isso, serventias, o espelho das necessidades das gentes do Algarve para comunicar entre si e identificavam-se por uma ténue linha sem vegetação, composta por pó vermelho, tão característico do Algarve, que parecia fumegar debaixo dos nossos pés, tão fino que espirrava debaixo dos sapato a cada passada.

A vereda era uma linha simples, umas vezes reta, outras vezes curva, outras vezes às curvas e contracurvas para contornar obstáculos como árvores, silvados, desníveis e pedras, trabalho de muitos passos, de muita gente que não passeava por ali, mas passava por ali, muito antes de mim e do meu avô, há vários anos, várias gerações de passos deixando a sua pegada, muito ecológica, em tantos quilómetros de veredas.

As veredas eram a marca, de muita gente, dos seus destinos, das suas histórias e das suas estórias dos seus encontros e, porque não dizê-lo, dos seus medos, frustrações, raivas e alegrias tudo registado naquela fina falta de vegetação e da transformação da terra dura em pó fino de tanta pisadela que levou.

A vereda tinha sempre acompanhamento musical, ora dos grilos e cigarras ora da passarada que saltitava de árvore em árvore, de pedra em pedra, do tilintar dos chocalhos dos rebanhos e ainda tínhamos espetáculos de cor, movimento e luz. Borboletas multicoloridas esvoaçavam à nossa volta, as nuvens que filtravam o sol e nos faziam sombra, alteravam a cor da paisagem, cenas fantasmagóricas provocadas pelas trovoadas ou molhadas, se instalavam ali mesmo por cima de nós e os relâmpagos que nos faziam temer vir a servir de para raios entre a descarga e a (terra da)vereda.

As veredas também tinham cheiro, consoante a época do ano, a esteva, a figos, a amêndoa, a terra molhada, quando chovia no Verão, a trampa de ovelha, mula, de burro e de cão. Não é possível reproduzir estes cheiros num texto, mas estas misturas ao ar livre nem sequer se pode dizer que fossem desagradáveis, faziam parte do caminho e pronto. Se algum algarvio, com mais de 50 anos, ler este post, é bem capaz de imaginar e de sentir os cheiros que aqui descrevo.

Nas veredas foram ficando histórias de homens e mulheres, crianças e adolescentes, amores e desamores e de tantos pastores que aliviaram as dores e o cansaço, esperando sentados nalgum valado já meio descambado enquanto as suas ovelhas pastavam e saltavam, vezes sem conta aquela valado, escramalhando (sinónimo de espalhar, fazer cair) o alinhamento das pedras que o compunham. Assim tivéssemos aprendido a ler terra pisada e teríamos extraído dali, daquela linha estreita, muito conhecimento.

Aprendi a gostar de caminhar naqueles caminhos de pó vermelho, tão característico do Algarve, chamava-se-lhe “poredo”, adorava bater os pés contra aquele pó fino, espalhando-o pelo ar, sujando os sapatos e as calças, enfim, mostrar aos graúdos que tinha feito uma grande caminhada. As veredas eram caminhos de movimento, ambientalmente sustentáveis, por lá passavam, pessoas e bestas, mulas e burros, que cabiam naquela estreitíssima largura de caminho onde nem as pegadas ficavam visíveis , porque tudo eram só montinhos de pó, completamente desalinhados.

Se encontrar uma vereda (se calhar conhece-a por trilho) palmilhe-a, observe-a, deixe-se encantar, siga-a. No fim não vai encontrar o caldeirão de ouro, mesmo que o arco íris a intersete nalgum ponto, mas vai encontrar histórias e, quem sabe, ainda vai descobrir que alguém da sua família, mais próxima ou mais afasta deixou ali a sua pegada há muito, muito tempo.

As veredas morreram, porque já ninguém anda a pé por necessidade, porque as bestas foram impedidas de trabalhar e os rebanhos também praticamente desapareceram.

As veredas deram lugar às estradas, onde não passeiam pessoas, nem bestas, nem rebanhos e as estradas estão reservadas aos carros que levam as pessoas aos seus destinos, muitas vezes conduzidas por bestas.

01
Jan22

Não sei por onde vou mas gostava de ir por aqui......


Vagueando

20211231_090007.jpg

Voei como e com os pássaros, só não migrei como eles.

Cruzei-me com aviões cheios de gente com ilusões.

Voamos, voei para longe, porque longe é um bom lugar.

Voamos em busca da liberdade que almejamos e já não temos.

Quantos traços, quantas riscas de rotas em todas as direções

Quanto céu pintado com traços de tantos destinos.

Sentados a grande altitude, atravessamos mares e continentes.

Ficam as marcas da nossa passagem, das nossas viagens, dos nossos sonhos.

Quantos lugares nos mostram estas marcas no céu, quantos sonhos e angústias.

Acordo, tinha sonhado, volto à realidade, fixo-me na beleza das imagens.

E na tristeza da realidade, a pandemia voltou a atacar para nos atormentar.

20211231_075942.jpg

03
Jan20

Porquê?


Vagueando

Há locais que nos tocam mesmo antes de lá estarmos. São apelativos, aconchegantes, reconfortantes sem sabermos porquê, têm essa capacidade de nos fazer sentir bem. Será que esses locais, lugares, sítios, são mesmo importantes ou somos nós que nos sentimos verdadeiramente importantes?

Gosto de observar locais, sítios, lugares, percorro-os com vários olhares, tento ver o que está lá e não se vê, sem que ninguém saiba porquê?

Quando os encontro, gosto de refletir sobre eles, saber o que vem de trás, porque o resto está à vista ainda que muitos não vejam, porquê?

Estando lá, vejo ação, animação, emoção, quiçá degustação, mas não vejo interesse na observação, porquê?

Dou nas vistas levanto-me, agacho-me tiro uma foto e depois outra de ângulos estranhos, olham pra mim como se estivessem a observar um malabarista, mas não vão ver o que eu vi, ainda que insista, e tiro outra foto e depois mais outra, e, outra. Porquê?

Fico a olhar para o resultado do meu olhar, gosto do que vejo, porque antevejo que mais alguém pode gostar, decido partilhar, para quê?

Porque acredito que vendo melhor, se pode apreciar com detalhe, ao pormenor, o que está ao nosso redor, sentir-se mais jovem tipo um júnior, em suma, ser um cidadão explorador, produtor e emissor de imagens, com valor. Deixo seis fotos, aceito sugestões, sobre a identificação dos locais.

quhttps://photos.app.goo.gl/BeK3DbFroK9BQja4A

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