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Generalidades

Generalidades

28
Set24

CAM - Centro de Arte Moderna na Gulbenkian


Vagueando

Participação VIII, Ano II no Desafio 1 foto 1 texto de IMSilva

Passei por ali esta semana, sem muito tempo mas a arquitectura impressionou-me. Fez-me lembrar um pouco a Pala do pavilhão de Portugal, da autoria de Siza Vieira, mas com outro enquadramente e outras cores. Gostei do facto de ser baixa, quase se pode tocar e, se calhar é isso que impressiona quem se dirige ao CAM e se depara com aquela pala branca por cima a madeira castanha por baixo.

Gostos não se discutem mas gostei bastante do exterior deste Centro, pelo que a minha foto de hoje é um panorâmica desta pala branca.

20240924_095524.jpg

 

Contudo, não poderia deixar de juntar mais algumas - podem vê-las aqui - deste Centro tão bem enquadrado no jardim da Fundação Gulbenkian.

30
Ago24

Um volta por Lisboa com o passado no Bolso

Lisboa de Roteiro da PSP na mão ou um Roteiro de Lisboa à mão de semear


Vagueando

Participação V, Ano II do desafio de 1 foto 1 texto de IMsilva.

20240830_100431.jpg

De tempos a tempos consulto o meu arquivo histórico de coisas e desta vez, deparo-me com um Roteiro de Lisboa.

Como tinha que ir a Lisboa, decidi levar este livro de bolso no bolso. O Roteiro da PSP de Lisboa – Algés Dafundo e Moscavide, de 1961, usado pelo segundo subchefe desta Polícia, J Matias, a avaliar pelo que está manuscrito na sua primeira folha.

Estes roteiros, elaborados com o patrocínio do Comando da PSP de Lisboa, eram usados pelos agentes da polícia que se encontravam na rua que, segundo a nota introdutória do Comissário Milheiros plasmada nesta edição, continham informações uteis para os agentes policiais no desempenho da sua missão para elucidação do público.

Gostei da palavra elucidação.

Senti-me a viajar com o passado bolso, bem como transportar para as ruas de Lisboa a memória do segundo subchefe JMatias ao mesmo tempo que vou observando o presente mas com acesso ao passado bastando, para o efeito, consultar o roteiro.

Procuro a primeira rua que sei de antemão que não existia em 1961, a Rua da Mesquita, passei por ali em trânsito a pé para a Rua Fialho de Almeida. Obviamente, não encontro no roteiro a rua da Mesquita, mas encontro duas referências a Mesquita; O Pátio do Mesquita que ficava na Rua Damasceno Monteiro e Vivenda Mesquita que existiria na Travessa das Àguas Livres nº13. Pergunto-me a razão de se referir uma vivenda no roteiro, pesquiso mas não encontro nada. Será que existiam poucas e eram referidas por isso?

A Rua Fialho de Almeida justamente porque a Rua da Mesquita ainda não existia, figura no roteiro como terminando nuns terrenos junto à Escola Marquesa de Alorna, justamente onde hoje está a Sede do Banco Santander, nesta rua.

Sigo pela Avenida Duque de Ávila que, segundo o roteiro começa na rua General Sinel de Cordes, hoje Rua Alves Redol e finda na Rua Marquês de Fronteira. Continuo a vaguear por Lisboa, sinto-me em 1961 com aquele manancial de informação no bolso.

Sento-me num café e vou folheando o Roteiro e chego à parte das informações úteis, onde encontro de tudo um pouco, os distintivos internacionais que o carros usavam para identificar a que país pertenciam e deparo-me com alguns países e/ou territórios na lista alguns dos quais, não acredito que Portugal e a sua Capital alguma vez tenham visto passar. Por exemplo Basutolândia, Bechuanalândia, Kelantan ,Tanganhica, usavam respetivamente o distintivo BL, BP, KL, EAT.

Sigo na pesquisa e encontro as letras que eram usadas na matrículas dos carros e motos que permitiam identificar se eram de Lisboa, do Porto, de Coimbra, dos Açores, de Moçambique, de Angola e deTimor. O Roteiro contem uma tabela com as distâncias percorridas a diversas velocidades, num minuto e num segundo, sendo que a 50km/h (limite máximo dentro das localidades), num segundo, um veículo percorre 13,88 metros o que é muito se for necessário parar perante a presença de um peão que apareça de forma repentina.

Detalha-se também as carreiras de autocarros por exemplo, o 10 ia da Praça do Chile a Moscavide e ao Matadouro, também me lembro da existência de um Matadouro em Sintra e das carreiras dos carros eléctricos, por exemplo um percurso que já não existe, feito pelo eléctrico 3 B, ia do Martim Moniz à Gomes Freire, antiga sede da PJ, passava pelo Campo Pequeno e terminava no Lumiar.

Continuando a folhear encontramos uma referência à Central Leiteira que ficava na Rua da Cruz Vermelha, também me lembro de uma Central Leitra em Sintra, uma série de páginas dedicadas às Embaixadas, Legações e Consulados, as respectivas moradas e contactos telefónicos, Casas de Saúde e Maternidades, os Feriados Oficias, onde não constava o 25 de Abril e o dia 1 de Maio, as Escolas Comerciais, Industriais e Superiores, as Esquadras de Polícia as Faculdades que eram quatro, Ciências, Direito, Letras e Medicina.

Para completar o folhear do Roteiro existe informação sobre os Bairros Fiscais, o Governo Civil e Militar de Lisboa, Hospitais, Institutos, Liceus , Mercados, Ministérios, Museus, Estações de Radiodifusão - Emissora Nacional, a Rádio Graça, Peninsular, Renascença, S. Mamede e Voz de Lisboa, para além da RTP, Teatros e Cinemas - O Monumental que foi demolido nos anos 80, à qual assisti porque trabalhava mesmo ao lado, no Banco Espirito Santo e Comercial de Lisboa que já nem com o BES aparece no local, o Chiado Terrace, o Rex, Royal, S.Jorge e Tivoli.

Obviamente hoje ninguém usa roteiros de bolso porque no bolso levam o telemóvel, mais pequeno e como muito mais informação disponível.

19
Ago24

Dia Mundial da Fotografia


Vagueando

Hoje não é um dia qualquer é o Dia Mundial da Fotografia. Não tinha pensado em nada para postar hoje, o que seria um sacrilégio, porque a fotografia faz parte da minha vida.

Contudo, como fui obrigado a ir a Lisboa onde por norma ando a pé, tinha que deixar o carro perto do Campo Grande para uma pequena reparação, fui a pé até à Baixa Pombalina e regressei ao ponto de partida, ou seja cerca de 12km.

Do Campo Grande ao Campo Pequeno foi um pulinho e deparei-me com um fita vermelha, abanada pelo vento, que estava ali a marcar uma obra.

Estava dado o mote fotográfico do dia.

20240819_100725.jpg

O contraste entre o vermelho artificial e o verde natural.

Esta foi apenas a primeira de uma série de fotos em que o verde natural predomina e algures, em primeiro plano ou mais escondido lá aparece um vermelho a fazer o contraste.

Gostei da primeira foto e depois andei o dia todo em busca de vermelhos a contrastar com o verde.

Coisas do dia a dia, à vista de todos mas que não vemos, não ligamos, não atribuímos importância.

O poder ou não da visão do fotógrafo está muito na perspectiva com que tira a foto e é o que faz a fotografia.

A minha visão expressa nestas fotos foi a  forma que encontrei para celebrar este dia.

Espero que gostem das fotos que podem ver no link abaixo.

https://photos.app.goo.gl/rYD5HBj4RiyDDr1S7

 

02
Abr24

MAAT

Uma visita, umas imagens


Vagueando

20240401_151949.jpg

Confesso que não percebo nada de arte, mas alguma arte mexe comigo transmitindo-me sensações que não sou capaz de descrever. Não obstante, a arte que mexe comigo, gosto de a fotografar e de a voltar a ver em casa, sob a perspetiva do meu olho fotográfico e no silêncio da minha sala.

Ao visitar MAAT e rever as fotos, deixei-me levar pela exuberância das experiências artísticas de Joana Vasconcelos. Ao olhar para algumas das suas obras, a única sensação que consigo descrever é que me senti esmagado, sem dor e sem qualquer opressão, pela imponência, diria mastodôntica das peças sem que o significado literal de mastodôntico se aplique. Só uso o termo, porque as dimensões das peças extravasam a nossa imaginação sem lhe retirar beleza  e acrescentando-lhe admiração.

Ainda que árvore da vida seja uma minorca quando comparada com espécies bem maiores, as cores, o brilho e forma curiosa das raízes à superfície, assim como a iluminação, fazem desta árvore um objeto de culto, uma natural imitação da natureza com cores que a podiam inspirar a fazer igual. Creio até que se a natureza falasse, pediria conselhos à artista sobre como é possível compor uma árvore artificial tão bela como uma natural.

Acho que não exagerei, mas faço pundonor em deixar o link para darem um pescanço às fotos, se vos apetecer.

https://photos.app.goo.gl/euWapAfL9Q1SSLur7

 

 

15
Mar24

Perderam as asas


Vagueando

Hoje levantamos voo no desafio 1foto1texto de IM Silva.

 

Pan Am.png

 

Sou um nostálgico, não resisto a documentos antigos que vou guardando e catalogando. A aviação, nomeadamente a comercial evoluiu nos últimos 100 anos de forma fascinante tornando-se no meio de transporte mais seguro que existe, razão pela qual costumo dizer que o maior risco de voar é ir de carro até ao aeroporto.

A par desta evolução gigantesca, companhias gigantes como a Pan Am e a TWA, desapareceram dos céus e dos aeroportos. Há poucos dias, ofereceram-me esta bolsa de bilhetes, com a anotação, presumo feita pelo passageiro, de Junho de 1970, de um voo com destino a Lisboa realizado na Pan Am.

Uma relíquia com 54 anos que reproduzo na foto acima e que guardei.

Nunca voei na Pan Am, mas recordo-me de ter visto estes aviões no aeroporto de Lisboa. Gosto muito de voar, porque voar  é andar de cabeça no ar.

Deixo abaixo um resumo da história da Pan Am, retirada da Wikipédia, com o link de um notícia falsa que envolveu um avião da Pan Am

Fundada em 1927 por dois ex-majores do Corpo Aéreo do Exército dos EUA, a Pan Am começou como um serviço regular de correio aéreo e passageiros voando entre Key West, Flórida, e Havana, Cuba. Na década de 1930, sob a liderança do empresário americano Juan Trippe, a companhia aérea comprou uma frota de barcos voadores e concentrou sua rede de rotas na América Central e do Sul, adicionando gradualmente destinos transatlânticos e transpacíficos. Em meados do século 20, a Pan Am desfrutava de um quase monopólio nas rotas internacionais. Liderou a indústria aeronáutica na Era do Jato, adquirindo novos jatos como o Boeing 707 e o Boeing 747. A frota moderna da Pan Am permitiu-lhe voar um maior número de passageiros, a uma distância mais longa e com menos paragens do que os rivais. Seu principal hub e terminal principal foi o Worldport no Aeroporto Internacional John F. Kennedy em Nova York.

Durante seu auge, entre o final da década de 1950 e o início da década de 1970, a Pan Am era conhecida por sua frota avançada, pessoal altamente treinado e comodidades. Em 1970, voou 11 milhões de passageiros para 86 países, com destinos em todos os continentes, exceto na Antártida. Em uma era dominada por companhias de bandeira que eram totais ou majoritariamente detidas por governos, a Pan Am tornou-se a transportadora nacional não oficial dos Estados Unidos. Foi membro fundador da Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA), a associação global do setor aéreo.

A partir de meados da década de 1970, a Pan Am começou a enfrentar uma série de desafios internos e externos, juntamente com a crescente concorrência da desregulamentação do setor aéreo em 1978. Depois de várias tentativas de reestruturação financeira e rebranding ao longo da década de 1980, a Pan Am gradualmente vendeu seus ativos antes de declarar falência em 1991. Quando cessou suas operações, a marca registrada da companhia aérea era a segunda mais reconhecida mundialmente, e sua perda foi sentida entre os viajantes e muitos americanos como significando o fim da era de ouro das viagens aéreas. Sua marca, iconografia e contribuições para a indústria permanecem bem conhecidas no século 21. O nome e as imagens da companhia aérea foram comprados em 1998 pela holding ferroviária Guilford Transportation Industries, que mudou seu nome para Pan Am Systems e adotou o logotipo da Pan Am

 

31
Out23

Percurso Ribeirinho de Loures


Vagueando

No passado dia 21 de Outubro decidi percorrer pela primeira vez, o novo passadiço que começa na nova ponte (sem nome) sobre o Rio Trancão e termina 6 km depois em Santa Iria. Foi com emoção que fiz este percurso de bicicleta porque foi a minha última volta neste meio de transporte.

Ontem dia 30 voltei a fazer o mesmo percurso mas agora a pé, com mais duas pessoas e fi-lo porque achei que vale a pena desfrutar de tanta beleza. O passadiço atrai pessoas ao rio, só é pena o barulho causado pelo trânsito na via rápida que circula ao lado, mas quanto a isso nada a fazer, a mobilidade não pode cingir-se apenas e só à mobilidade suave, (pelo menos no curto prazo) ao contrário do fundamentalismo climático nos querer convencer do contrário.

O passadiço merece ser visitado, percorrido, admirado e, acima de tudo, estimado e preservado.

Ora entre estes 11 dias, alguém se lembrou de lembrar a todos, como mostra a foto, da forma mais estúpida possível, que também já andou por lá.

Custa-me ver isto, porque afinal andamos sempre tão indignados com os gastos dos políticos e com todas as despesas públicas e depois há gente que destrói assim, sem qualquer justificação património pago por todos nós (bem, melhor dizendo, pago por todos aqueles que pagam impostos), demonstrando uma falta de respeito indescritível pelo que é público.

20231030_161127.jpg

 

Mais valia que não tivesse lá estado.

Se da primeira vez postei umas fotos, desta vez também não posso deixar de o fazer.

https://photos.app.goo.gl/f61eUynRjDLKLx4NA

 

26
Out23

A Última Volta


Vagueando

 

A saúde impede-me de andar de bicicleta. O desgosto é enorme, porque desde criança que a bicicleta me acompanhou ou eu a acompanhei melhor dizendo.

Se por um lado, tenho muita pena de não poder pedalar, por outro lado, estou aliviado por já não poder ser confundido com alguns dos ciclistas atuais (eventualmente uma minoria) que, depois de exigirem alterações ao CEstrada para se os protegerem, porque efetivamente são utilizadores mais vulneráveis, o seu comportamento é o oposto ao criarem mais risco para si a para terceiros e a exigirem que sejam os outros responsáveis pela sua própria proteção. E sendo uma minoria (acredito que sim) acabam por gerar na opinião pública um sentimento negativo sobre todos os ciclistas.

Já abordei aqui esses comportamentos em um ou dois posts mais deixo apenas este que me parece elucidativo. Uma Questão de Respeito

As minhas voltas de bicicleta eram maioritariamente fora de estrada em locais remotos ou pouco habitados e a circulação nas estradas resumia-se a atravessá-las ou na pior das hipóteses fazer pequenos troços para chegar a um trilho ou caminho de terra.

Ainda assim usei sempre roupa refletora e luz à frente atrás para minha proteção. Pelo menos uma vez estas luzes fizeram-me escapar a uma colisão, porque um automobilista encandeado pelo Sol nascente numa estrada estreita,  me confessou não ter visto uma série de ciclistas que circulavam perto de mim mas viu a minha luz a brilhar e desviou-se, evitando o acidente.

Fiz várias ciclovias, umas longas outras mais pequenas, umas construídas de raiz para o tráfego de bicicletas, construídas sobre linhas férreas abandonadas e muitos trilhos onde coabitavam pedestres e ciclistas. Felizmente nunca embati em ninguém nem fui abalroado por ninguém.

Ainda assim, não usando a minha bicicleta em estrada, tinha um seguro contra terceiros, custa atualmente 35 euros ano na Federação Portuguesa de Ciclismo (quanto a mim devia ser obrigatório) não é nenhuma fortuna, em especial para tem bicicletas e equipamento cujo preço total facilmente ultrapassa os 5 mil euros, mas que é muito útil porque ninguém estar livre de se ver envolvido num acidente.

Com receio mas com muita vontade, no fim de semana passado fui dar a última volta de bike para atravessar a ponte sobre o Rio Trancão, percurso vital, que foi inaugurado oficialmente em 06/07/2023, mas cuja ponte, lamentavelmente, ainda não tem nome. Acredito que o nome a dar a esta ponte seja como o novo aeroporto de Lisboa, “vão vir chaters” de propostas que vão esbarrar em todos os contras e mais alguns e assim se prolongará no tempo a falta de nome para a ponte.

Fui acompanhado pelo meu amigo de sempre para as voltas de bike, cedo para evitar a grande concentração de pessoas, fizemos todo o percurso, cerca de 12 km e pelas 10h estávamos despachados.

Soube a pouco a muito pouco, mas temos que aceitar as nossas limitações.

Trata-se de um percurso muito belo e tranquilo que gostei muito de fazer e que por ser tão especial para mim, deixo aqui uma série de imagens onde se inclui a minha grande companheira de pedaladas que fez comigo cerca de 15 mil km nos últimos anos. Um dia destes, vou vendê-la, dá-me pena abri r a garagem e vê-la inativa.

Se a virem por aí a ser pedalada por alguém, já não sou eu que vou aos comandos.

Fica abaixo o link para as fotos

A Última Volta

26
Ago23

Modernices

Os passeios ainda são dos peões?


Vagueando

 

20230822_132756 (4).jpg

No meu tempo de juventude, quando algo de esquisito acontecia dizíamos que eram modernices.

Hoje conheço algumas modernices, que para além de esquisitas são perigoas e que tenho dificuldade em entender, nomeadamente aquela em que se permitiu a transformação de triciclos de carga em tuk tuks, ou seja, aparafusaram-se umas cadeiras na caixa de carga e passaram a transportar pessoas, escrevi aqui sobre isso em Abril de 2018.

Há poucos dias andava pela Baixa Lisboeta e deparei-me com um grupo de turistas, acompanhados por um guia, devidamente equipados com capacetes, a fazerem um tour de segway por Lisboa.

Nada de mais, Lisboa está cheia de turistas é normal que se façam tours para lhes mostrar a cidade. O problema é que estes turistas, circulam com estes veículos nos passeios ao lado de peões.

As estradas portuguesas foram invadidas, nestes últimos anos, por novos veículos, trotinetas, skates, segways, monociclos, bicicletas, scooters de mobilidade.

Ora estes veículos, é necessário que se diga, possuem motores elétricos, são por isso silenciosos, não estão identificados com matrícula, podem ser conduzidos por pessoas sem carta ou por pessoas que tiveram carta mas que, eventualmente, não lhes foi renovada (scooters de mobilidade), são um risco potencial para todos os utilizadores da via pública.

E constituem um risco ainda maior, porque muitos deles são conduzidos inconscientemente e conscientemente, sem qualquer respeito pelo Código da Estrada, por exemplo, ignorando a paragem obrigatória perante o sinal vermelho ou circulando em sentido contrário em vias de apenas um sentido.

Como se tudo isto não fosse já bastante mau, muitos destes veículos invadiram literalmente os passeios, potenciando o risco de causar ferimentos graves em peões, nomeadamente os mais vulneráveis (crianças e idosos).

Não entendo, que se promovam tours, guiados ou não, em que se utilizem veículos motorizados, sejam segways, bicicletas ou trotinetas, em que se utilizam os passeios para transitar.

Se as trotinetas e bicicletas estão proibidas de circular nos passeios, proibição que ninguém respeita, nem ninguém pune, será que  tours com estes veículos estão mesmo autorizados?

Ou é mais uma daquelas situações em que depois da desgraça toda a gente vem sacudir a água do capote?

Se aos participantes nestes tours, é dada a informação que viajam em segurança com um capacete incluído, que segurança é oferecida aos peões que circulam pelos passeios?

É feito algum teste de alcoolémia aos participantes?

Que garantia podem os peões ter, que por distração ou falta de perícia de um participante, não são atingidos por um veículo destes que pesa cerca de 50 kg, pelo que com um adulto em cima ultrapassa facilmente os 100 kg?

Se acham que estou a exagerar basta dar uma vista de olhos a este vídeo do You Tube, Acidentes Segways onde algumas destas quedas ocorrem em passeios turísticos, para perceber o perigo que isto constitui para um peão.

É que o peão, sendo o elo mais fraco, mesmo sem culpa, as mazelas, o sofrimento, a hospitalização e eventuais incapacidades são efetivamente dele.

12
Dez22

Radares de Lisboa


Vagueando

Ontem foi parangona na primeira página de um jornal, a notícia de que em apenas seis meses, 230 mil condutores foram apanhados em excesso de velocidade pelos radares instalados na cidade de Lisboa e que as multas renderam mais de 30 milhões de euros.

Sinceramente não sei qual era o objetivo da notícia, se demonstrar que somos aceleras e desrespeitadores, se demonstrar que o principal papel dos radares, consiste em arrecadar dinheiro.

Quando foi aprovada a sua instalação, presumo que o objetivo era reduzir a velocidade e, consequentemente, a sinistralidade. O processo terá sido alvo de estudos e de inúmeros pareceres e opiniões de pessoas credenciadas sobre a eficácia da sua utilização.

Contudo, as notícias difundidas sobre radares em Lisboa são de dois tipos. Ou como a que deu o mote ao início deste post ou sobre os locais onde estão instalados os radares.

Ora parece-me que o cerne da questão, não será nem uma coisa nem outra.

Devíamos centrar a nossa atenção em explicar a eficácia dos radares no que se refere à suposta diminuição do número de acidentes e sobre a alegada redução da gravidade dos mesmos. Infelizmente, nem os meios de comunicação social, nem as autoridades, nem as entidades que estudam os problemas da sinistralidade, estão interessados fazê-lo, o que, sinceramente, me custa muito a perceber.

Daí que fica a ideia, se calhar com razão, de que os radares, mais do que um instrumento destinado a garantir a segurança rodoviária, são um (bom) investimento para a coleta de multas.

21
Set22

Não sei como isto é (tão descaradamente) tolerado


Vagueando

Notícia CNN Junho 2022

A Polícia de Segurança Pública (PSP) registou 555 acidentes com trotinetes nos últimos cinco anos, que provocaram 13 feridos graves e 441 feridos ligeiros, revelam dados enviados à Lusa por aquela força de segurança.

A PSP destaca que desde 2018 tem verificado “uma subida do número de acidentes, bem como o aumento da gravidade, atendendo à evolução de feridos leves e graves”, registando-se uma exceção em 2020, em que o número de desastres com trotinetes foi inferior devido às restrições de mobilidade e aos confinamentos em consequência da pandemia de covid-19.

Segundo os dados daquela polícia, em 2018 ocorreram 29 acidentes com trotinetes, número que subiu para 169 no ano seguinte, registando uma descida em 2020 (97), voltando a subir para 290 em 2021 e este ano já se verificaram 88.

Quanto aos feridos graves, ocorreram três em 2019, dois em 2020, sete em 2021 e um nos primeiros cinco meses deste ano. Por sua vez, os feridos ligeiros situaram-se nos 21 em 2018, 119 em 2019, 69 em 2020, 245 em 2021 e 71 este ano.

No entanto, estes números não refletem a realidade, uma vez que muitos dos acidentes envolvem apenas as trotinetes, sem colisão com outro veículos, e estes casos não são comunicados à PSP, indicou à Lusa a vice-presidente da Prevenção Rodoviária Portuguesa, Rosa Pita.

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Hoje à hora de almoço tive que circular a pé na Baixa de Lisboa, durante cerca de hora e meia e o que vi deixou-me estupefacto.

Ciclistas a descer em sentido contrário a Calçada do Sacramento, vários ciclistas e trotinetes a descer em sentido contrário a Rua Garret, às vezes em grupo de dois ou mais.

Nos passeios que circundam a Praça D.Pedro IV várias trotinetes circulavam em cima dos passeios, algumas delas transportando dois passageiros.

Na passagem onde mal cabem dois peões entre a estação do Rossio e o Café Gelo, várias trotinetas passaram pelo local obrigando os peões a encolherem-se.

Nesta Praça estavam parados dois carros da PSP sendo que um deles me pareceu tipo uma esquadra móvel, nos passeios estavam 4 polícias consultando os seus telemóveis e nenhum destes condutores sentiu qualquer receio ou demonstrou mais cuidado a circular onde estão proibidos de circular.

Reparo que nas trotinetes está escrito "Não circules no passeio". Mas a geração de jovens que as usa, os tais mais qualificados de sempre, não sabem ler? Ou são qualificados mas não em respeito? E que tal umas aulas de cidadania e desenvolvimento?

A falta de respeito destes cidadãos e cegueira intencional de quem os devia multar é mesmo o novo normal.

Os peões em Lisboa passsaram a ser personae non gratae em Lisboa e noutras cidades

 

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