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Generalidades

Generalidades

29
Abr25

Apagão e o renascimento dos anos 70


Vagueando

Ontem dia 28/04/2025, coloquei a bateria do meu velho UMM à carga, logo de manhã. Fi-lo, por hábito porque se trata de uma carro velho, quero dizer, antigo e que prezo (muito) por ser meu, por ter sido o carro onde o meu filho aprendeu a conduzir, por ser um carro português e porque, sendo velhinho, não anda todos os dias, pelo que a bateria não gosta de estar sem uso e por isso necessita de ser carregada de tempos a tempos.

É um processo ecológico, na medida em que, evita que a bateria vá para o lixo prematuramente.

Entretanto, pelas 11h e 30m sensívelmente, dá-se o apagão.

Não estranhei, a minha rua tem problemas crónicos de abastecimento de energia eléctrica, aos quais a ERedes, tem vindo a não resolver. Isto não é uma crítica, é um facto e como resido numa zona sensível de Sintra, devido à sua classificação como Património Mundial, as soluções para a resolução do problema não são fáceis de encontrar e por isso, são lentas.

Mas, pouco tempo depois do apagão, começou a instalar-se um silêncio estranho, parecia que estávamos de novo em pandemia. Poucos carros, poucas pessoas, silêncio.

Estranho!

Ligo o rádio do meu velho UMM e eis que o país estava sem energia, mas começava a estar em pânico.

Sai à rua, a pé, sinto o silêncio e constato a ausência de carros e de pessoas na rua.

Recordo a pandemia. No entanto na rua Dr Higino de Sousa, com cerca de 300m de comprimento e com menos trânsito do que é habitual encontrar em Sintra, algumas crianças jogam à bola e brincam em plena rua.

A falta de computadores, de redes sociais, de video jogos, de televisões, de telemóveis, de internet, fizeram renascer, aquela alegria dos anos 70 em que os "putos", brincavam na rua, no jardim, ao ar livre.

Só por esse fugaz momento, agradeço ao apagão e aos seus responsáveis.

25
Abr25

Peste Grisalha


Vagueando

Participação XXV, Ano II, no Desafio 1 foto 1 texto de IMSilva

 

“A nossa pátria foi contaminada com a já conhecida peste grisalha.”

Não me interessa quem disse, quando disse, em que contexto, nem com que intenção. Já o que se passa no dia a dia, interessa-me e muito, face à hipocrisia que grassa na sociedade e quando falo da sociedade, refiro-me a todos, políticos e cidadãos.

Aos primeiros porque cabe-lhe dar o exemplo no cumprimento das regras e leis que aprovam. Aos segundos, porque lhes compete dar o exemplo aos outros, não usando os maus exemplos como desculpa para os praticar.

Cada vez que me dirijo a um espaço público, onde existem lugares reservado às pessoas indicadas na foto abaixo, vejo, recorrentemente, infelizmente, maus exemplos no utilização dada a estes lugares.

20250425_090443.jpg

Estes lugares, como facilmente se depreende pelas imagens, estão reservados a:

  • Pessoas com deficiência ou incapacidade;
  • Pessoas idosas;
  • Grávidas; e
  • Pessoas acompanhadas de crianças de colo.

Por tal facto, como é lógico, estes lugares estão mais perto das portas de acesso a estes espaços públicos.

Por comodismo, por falta de respeito, por hipocrisia ou por outra razão qualquer, estão frequentemente ocupados por pessoas que não se enquadram nas categorias acima e, muitas vezes, por jovens.

Jovens que se queixam de tudo e de todos, que defendem causas diversas, jovens que querem colocar a sua formação ao serviço do desenvolvimento do futuro deste ou de outro Pais, não terão falhado a formação cívica quando ocupam estes lugares?

27
Mar25

Um almoço em imagens


Vagueando

Participação XXII, Ano II, no Desafio 1 foto 1 texto de IMSilva

 

Esta semana estava a almoçar sozinho num restaurante no centro de Sintra onde costumo ir. Sentei-me num conjunto de duas mesas que totalizavam 4 lugares. Estamos uma zona turística ainda que nesta época não se assista a grandes enchentes, a metereologia também não tem ajudado, mas eis que entra um jovem casal asiático, com 4 crianças de idades muito próximas, quase diria que tinham nascido, tipo ninhada, todos no mesmo dia.

Um funcionário afastou uma das minhas mesas que se foi juntar a outro grupo de 2 mesas permitindo assim sentar as seis pessoas, dado que já não havia espaço paras os sentar todos juntos.

Não entendi peva do que diziam mas pareceram-me sempre muito divertidos. A partir daqui vou tentar explicar o que se passou, por ter achado curioso e que mostra bem como todos somos tão diferentes uns dos outros. Ainda que tenham feito os pedidos em inglês não me interessei por nada do que encomendaram, mas achei engraçado porque as mesas, postas com tudo alinhadinho, copos, pratos talheres, rapidamente entraram em desordem total e o desalinhamento não foi só "culpa" das crianças.

À medida que os pedidos vinham chegando, pensei que iam tomar tipo, uma bebida e uma sandocha, nada mais errado.

Veio uma sopa, um sumo de laranja, um cappuccino, uma coca cola, um café com leite, um copo de espumante, uma água, dois bolos que não percebi o que eram sendo que um tinha chocolate. A sopa foi divida entre o casal, mas não a comeram toda. As crianças, depenicavam os bolos enquanto bebericavam o sumo, o cappuccino, a coca-cola e o café com leite, mas sobrou um bom bocado do tal bolo com chocolate.

De seguida veio um bacalhau à brás, dois hamburgers com batata frita, um bitoque.

As crianças iam-se deleitando com os hambúrgueres e o bitoque, acompanhando com o cappuccino, o café com leite, o sumo e a coca cola. O Bacalhau à brás foi repartido pelo casal, ele acompanhando-o com o copo de espumante a esposa com a água, com o resto da sopa e espantosamente com o resto do bolo de chocolate.

Moral da história, esta é uma estória de outros hábitos alimentares, de outras pessoas, de outras culturas, mistura que foi genuinamente estranha para mim, em especial quando a senhora acompanhou o bacalhau à brás com o bolo que também tinha chocolate.

Mas havia muita vida, muita partilha, muita alegria naquela mesa e isto sim é o que deve ser a vida.

Sem críticas, sem qualquer tentativa de vir aqui expor de forma negativa esta refeição, até porque o casal e as crianças me pareceram sempre muito divertidos, tudo era estranho. Então quando a senhora começou a misturar o bacalhau à brás (prato que eu também estava comer) com o tal bolo que continha chocolate, até as entranhas se me revoltaram. Contudo, por decoro e respeito, coloquei-as na ordem e não estraguei nem o ambiente, nem o meu almoço, nem o almoço da família feliz.

E fica então a imagem do almoço.

20250327_184727.jpg

Não viram nada, ainda bem.

O objetivo era mesmo relatar o que vi, mas não mostrar nada. A imaginação,  a criação dos cenários, os retratos robots ficam a vosso cargo, mais que não seja para não me dar a conhecer, nem para faltar ao respeito  e à privacidade de cada membro daquela família.

Qualquer semelhança da foto, com o filme Branca de Neve de João César Monteiro é pura coincidência  

03
Jul24

A morte de alguém


Vagueando

A morte de alguém, de forma violenta, impressiona sempre o público, causa alarme social e deixa nas famílias enlutadas feridas muito difíceis de sarar. São feridas que não se curam com tratamentos médicos, com palavras, nem com abraços e não se remedeiam com a aplicação da Justiça.

Ainda assim, não posso deixar de apresentar à família do jovem morto, no Norte Shopping, os meus sentidos pêsames.

A razão pela qual escrevo este post é porque esta morte me fez recordar um livro - Mulheres de Cinza de Mia Couto - que já li há uns tempos e que me deixou marcas que não esqueci e, uma delas, que reproduzo abaixo, infelizmente aplica-se a este trágico caso.

"Sorte a dos que, deixando de ser humanos se tornam feras. Infelizes os que matam a mando de outros e mais infelizes ainda os que matam sem ser a mando de ninguém. Desgraçados, enfim, os que, depois de matar, se olham ao espelho e ainda acreditam serem pessoas"

A minha esperança é que os espelhos continuem a dar a ver ao mundo e aos próprios, pessoas e não desgraçados.

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