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Generalidades

Generalidades

25
Ago23

Bilioteca Municipal de Sintra

1 foto 1 texto


Vagueando

 

Biblioteca (2).jpg

Fonte de inspiração, fotogénica, guardiã de textos, promotora de encontros, ideias e partilhas, arquivo de conhecimento, de sabedoria e história, armazém de letras ordenadas e catalogadas em livros, conservadora de datas, efemérides, acontecimentos, porta de entrada e de saída de ideais de vária índole, políticos, religiosos, ambientais só para nomear alguns, templo de muitas realidades passadas, casa de liberdade, em que se entra porque quer e se sai melhor do que se lá chegou e a querer voltar de livre espontânea vontade.

E, no meio de tanta coisa boa, conseguem descobrir na foto um sinaleiro azul sob fundo branco, que vos faz sinal de paragem?

Se a resposta for sim, mas também se for não ou quiçá nim, é mesmo necessário parar à entrada, à saída ou se achar melhor numa pausa qualquer, para provar uma bela queijada de Sintra no café de apoio a este edifício o qual, por sinal, tem uma bela esplanada, com melhor vista e ainda, totalmente grátis um excelente jardim para passear.

Como a ideia do desafio 1foto 1 texto de IMSilva é publicar apenas uma foto e um texto, deixo, para aqueles mais curiosos e pacientes um link para  mais fotos  desta bela biblioteca.

https://photos.app.goo.gl/regtoemr1TUX5YQq9

 

07
Mai23

Trazer o Passado de volta ao Presente


Vagueando

 

 

Se existem lugares onde gosto de vaguear é por feiras de antiguidades.

Não posso comprar tudo para trazer o passado para perto de mim, infelizmente. Na verdade nunca me zanguei com o presente, muito menos com o passado recente, nem encaro o futuro com pessimismo.

Não sou de saudosismos, acho que vamos avançando e melhorando, às vezes nem tanto quanto gostaríamos ou pelo menos à velocidade que gostaríamos, mas avançamos e melhoramos.

E quanto ao nosso país, mal ou bem, desde que me conheço, melhorámos e muito, ainda que se diga muitas vezes o contrário. Como sou do tempo em que muitas casas em vilas e aldeias não tinham saneamento básico, água canalizada ou eletricidade, só por isso e já não e assim tão pouco, demos um grande salto qualitativo.

Não vou aqui elogiar ninguém por este salto, nem tão pouco depreciar quem quer que seja, por não ter sido maior, para que este post não se transforme em tensões políticas que já temos que cheguem.

Regressando às feiras de antiguidades.

Pois gosto de vaguear por elas, muitas vezes encontro por ali, documentos, papéis que pertenceram a alguém, que são provas de vidas que já desapareceram. São documentos com história e com histórias de vidas.

Fascina-me tocar num documento de alguém que já cá não está ou, nalguns casos até ainda pode estar e, ao mesmo tempo, fico um pouco perplexo como aparecem estes documentos à venda nestas feiras, de onde vieram, porque ali estão?

Um vendedor referiu-me que compram recheios de casas e que nestes recheios aparecem por vezes documentos das pessoas que viveram nessas casas.

Tenho dificuldade em desfazer-me de “papelada” que contam histórias dos meus familiares e tenho também dificuldade em deixar “fugir” alguns que me aparecem assim, nas feiras, sobre gente que não conheço de lado nenhum.

A minha última aquisição, numa feira de antiguidades em Alcochete, foi uma Carteira Profissional, com fotografia, de um empregado Bancário, emitida pelo Sindicato Nacional dos Empregados Bancários da Província de Moçambique,  nascido em 1928, em Esgueira – Aveiro e que entrou ao serviço do Banco Nacional Ultramarino na Beira, em 9 de Janeiro de 1951.

Passaram-se 72 anos, que voltas deu esta carteira até chegar à minha mão?

22
Fev23

Salpicos de Sintra


Vagueando

Se conhece Sintra, se não conhece Sintra ou se pensa que conhece Sintra, observe a ponte abaixo.

Esta foto não é em Sintra é o engodo para vir até Sintra.

Atravesse-a e vem na boa direção a Sintra.

PB161894.jpg

As fotos que junto no link abaixo, essas sim, são todas em Sintra e resultam de uma compilação que fui fazendo ao longo do tempo em que comecei a ter tempo para observar Sintra.

São fotos obtidas durante as minhas caminhadas por esta bela Vila, muitas vezes com a minha "cãopanhia".

Caminhar permite ter tempo para ver e observar, só assim conseguimos captar na nossa mente imagens que de outra forma nos escapariam. Muitas destas fotos só foram possíveis naquele momento, naquele minuto, naquele segundo, naquela exata fração de tempo e essa oportunidade escapa a quem não tem tempo e, sem tempo, não se consegue estar atento.

No auge da pandemia foi possível caminhar nos sítios mais turísticos de Sintra - onde normalmente se aglomeram muito mais pessoas que o espaço disponível – sem ver ninguém, nem sequer um veículo motorizado.

O silêncio, ainda que preenchido por sons que já não estava habituado a ouvir naqueles locais, como o sacudir das folhas impulsionadas pela brisa ou o chilrear dos pássaros e sentir o cheiro da terra e das plantas sem o odor fedorento da queima de combustível, chegou a ser assustador.

A sensação de estar sozinho em Sintra e no Mundo, com muito tempo, foi uma experiência estranha, aterradora até.

Contudo, hoje ao rever estas fotos percebo a felicidade que tive em dispor deste tempo, de tanta beleza, de silêncio, de tranquilidade e de calma só para mim.

A história, certamente melhor do que eu, arranjará uma forma de explicar que no meio da desgraça que foram as muitas mortes causadas pela doença e dos enormes desafios que colocou aos sistemas político e de saúde, a oportunidade que nos foi dada de observar o nosso espaço de outra forma.

Muitas vezes cheguei a duvidar que estivesse vivo e que não estava louco tendo recuado tanto no tempo, até ao tempo de ainda não existirmos.

Boa viagem pelas fotos que já inclui algumas do regresso à normalidade.

https://photos.app.goo.gl/C3PRQ5rWeP4DNJyQA

 

25
Ago22

De Lado Nenhum


Vagueando

1540-1.jpg

 

Confesso que este foi um dos melhores livros que li nos últimos tempos e o título  "De lado nenhum" foi muito bem escolhido.

Sem nunca desculpar o fenómeno do terrorismo, faz uma excelente análise das suas origens e ajuda a perceber o que vai na mente de quem está disposto a morrer para matar.

Com um final verdadeiramente inesperado, segura o leitor desde o início sendo quase impossível parar de ler, levando-nos a manter o contacto com o livro até à exaustão.

 

07
Dez20

30 dias, 30 imagens, um sonho, uma realidade


Vagueando

Imaginemos que todos os dias recordávamos algo que vivenciámos de forma agradável.

Foi o que fiz durante todo o mês de Novembro. Ao longo do mês escolhi, todos os dias uma foto de locais onde estive, com o objectivo de construir uma história à volta delas, que pode ou não, fazer sentido.

No início de Dezembro, comecei a olhar para aquelas fotos e, ao fim de algum tempo, lá nasceu qualquer coisa.

Se quiserem podem abrir todas as fotos no link abaixo e acompanhá-las com a leitura.

https://photos.app.goo.gl/ZY5R3JxC9NqREcqcA

Viajem comigo, se tiverem paciência, pelas imagens, todas recolhidas em Portugal entre 2015 e 2020, algures entre a Serra da Estrela e o Alentejo, bem como Sintra.

Sujeito ao escrutínio do leitor avaliar o quão reconfortante e enérgico é subir ao alto de uma serra para ver nascer o Sol. A espera pode parecer monótona, haver até uma sensação de frustração. Contudo, quando o Sol desponta, apercebemo-nos que nasceu mais cedo para nós só para compensar o nosso esforço.

A brisa fresca começa a ser temperada pelo ténue calor que a gigantesca luz proporciona. A rápida mutação das cores, o movimento da vegetação e das pessoas parece surreal, só comparável a um bailado sem coreografia, em que o movimento sem regras é tudo e só isso, ar puro, luz natural e liberdade total.

Já mais despertos e revigorados, com o Sol já alto, vamos caminhando em direcção a lado nenhum, encontramos uma casa abandonada que nos segreda que precisa calor humano. Não que lhe falte calor, falta-lhe movimento e gente. O Sol quando nasce é para todos, inclusivé para as casas que agradecem o calor e algumas, mais calorentas procuram estar próximo da água e deixaram-se seduzir por um relvado em cima do seu telhado, bem plantado pela engenharia, da natureza.

P5190223.JPGSubimos de novo a outra montanha, está nublada e gélida. Não obstante, uma nuvem cool, deixa passar a réstia de Sol que acerta no único pedaço de neve que ainda resistia, fazendo a sua brancura sobressair no meio do castanho pedregoso.

P8090718.JPGJuntamo-nos de novo, para ir a lado nenhum, mas em contraluz para a fotografia, um a um, todos em pose e em posse das faculdades psico-motoras que nos hão de levar a outros locais onde, eventualmente, não pararemos, contemplaremos em andamento lento, não nos cansemos.

 

Deito-me ao nível do chão para ver fugir os que já lá vão, dou de caras com um cão que não fez ão, ão, apenas me deitou a língua de fora e disse; Afasta-te estou à espera da minha ração. Até eu comia uma ração de combate se a tivesse, mas não disse nada ao cão. Os cães não gostam ser incomodados quando comem.

Viro-me de barriga para cima vejo o céu e uma erva azeda, desoriento-me, viro-me de novo, agora de lado, à procura dos outros que seguiram pela vereda, mas a minha visão esbarra num lago, estou perdido.

Levanto-me, recomponho-me e sigo, pé ante pé, retomo o caminho, qual caminho? Nem eu sei. Só sei que estou ali sozinho, entre o céu e a terra e o bendito caminho. Caminho, caminho, caminho, até o sol fugir.

Acordo, estava a sonhar, na caminha!

Não sei que horas são, nem quero saber, vou correr atrás do sonho, corro o risco de me perder, agora a sério, mas tem que ser.

Levanto-me confuso mas com prazer, saio a correr.

Sintra espera-me.

Gosto de ver gente, mas não gosto de estar com muita gente, nem no meio de muita gente, não há gente na rua, que raio, mas é de dia. Onde é que se enfiou toda a gente.

Estou doente, dormente, demente

A cabeça está oca, o corpo não sente

Tenho medo de deixar de ser gente

E que o corpo já não se aguente

Ainda não sei que horas são, estou perdido entre sonho e a realidade, mas é mesmo de dia, não é verdade?

Tinha-me esquecido, estamos no meio, a menos de meio ou a mais de meio, de uma pandemia. 

Não há gente, não há movimento a não ser o da terra em torno do Sol que no-lo trás todos os dias indiferente ao que gente, crente ou descrente, sente.

 

Vagueio por Sintra, vejo cafés, hotéis, monumentos, escadas e arruamentos sempre sem gente.

Está tudo igual, mas tudo tão diferente, que nem acredito que ali estou, no meio da estrada a olhar para uma paragem de autocarro sem passageiros à espera, quando antes se amontoavam e desesperavam com o muito trânsito que lhes atrasava o transporte. Sintonizo o meu olhar para tentar descobrir algo que nunca vi e vi, uma árvore esburacada que me faz lembrar uma gruta. Pareceu-me ver lá dentro um duende. Olho para as outras estão alinhadas a receber o resto do sol do dia.

Faço mais um esforço e descubro que é Natal, a árvore que o anuncia está ali em frente ao Palácio Nacional, é um dejá vu desta vez estranho porque é mesmo estranho.

20201203_140810.jpg

Procuro outro ângulo de visão e encontro, descubro o Castelo debaixo daquela árvore de Natal, artificial, tempo esquisito este, ouvi dizer que é o novo normal.

PC190496.JPG

Ando por ali perdido no meio de tanta falta de gente, perdi as minhas referências, caminho e esbarro numa corda que parece suspensa no céu. Belisco-me, estou acordado, acho eu.

Fico por ali a pensar se devo subir – será que mereço – ou resistir.

Olho mais uma vez, não há gente, mas vou esperar mais um pouco, talvez ainda não seja ainda a minha vez que, seguramente, há de vir.

Feliz Natal

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