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Generalidades

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30
Mar24

As Causas do Atraso Português

Um livro do Economista Nuno Palma para repensar o passado para reinventar o presente


Vagueando

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Há muito que buscava por uma obra que explicasse as razões da falta de crescimento do nosso País e por isso tinha uma ideia distorcida das causas,

O livro “As Causas do Atraso Português” do economista Nuno Palma, explica as razões através de uma descrição histórica do país, da Monarquia à Primeira República e do Estado Novo até à actualidade.

Este livro contesta os mitos que se têm criado à volta das razões do atraso português que, no entender do autor servem (convenientemente) de desculpa aos governos para esconder a sua incompetência e más escolhas no rumo que traçaram, nestes último anos, para o país

Goste-se ou não das razões expostas, concorde-se ou não com as mesmas, creio que este é um livro importante e até deveria merecer maior atenção e divulgação dos meios de comunicação social e dos comentadores de serviço, um debate mais profundo sobre o seu conteúdo.

Para aguçar o apetite de quem não leu ou não está a pensar em ler o livro, deixo duas notas que considero curiosas, duas questões e uma opinião final.

Nota 1 – O Período em que o nosso crescimento acelerou de forma significativa e em que esse crescimento se traduziu numa melhoria significativa dos rendimentos dos portugueses (sim porque como o autor refere, nem sempre o crescimento se refletiu no bolso dos portugueses) foi entre 1950 e 1980, ou seja abrangendo o Estado Novo e a Democracia. O autor refere até que entre 1926 e 1974, o rendimento médio por pessoa multiplicou-se por cinco.

Nota 2 – Estamos a ser ultrapassados pelos Países de Leste que aderiram à Comunidade Europeia e receberam menos fundos do que Portugal (o autor até defende que nos deveriam cortar os fundos para que ocorresse um choque frontal com a realidade). O crescimento mais rápido e com menos fundos destes Países, deve-se ao facto de terem experimentado o atraso provocado pelo excesso de intervenção do poder político centralizado no Estado e daí que aderiram mais facilmente à economia de mercado, que nós portugueses, habituados às benesses estatais e à crença de que o Estado Novo fascista e de tendência direitista nos conduziu à miséria, recusamos.

Face a este panorama, que o livro aprofunda com mais detalhe, deixo as seguintes questões.

Questão 1 – Imaginemos que o destino de Portugal, nos últimos 50 anos, com o mesmo povo e o mesmo nível demográfico, tinha sido conduzido pelos governos alemães. Teria tido resultados positivos, tinha crescido e convergido com a União Europeia? Estaria no pelotão da frente dos países mais ricos?

Questão 2 – Imaginemos que o destino de Portugal, nos últimos 50 anos, com os mesmos habitantes e distribuídos igualmente pelas regiões do país, mas de nacionalidade alemã, tinha sido conduzido pelos governos que existiram em Portugal. Como seriam os resultados, iguais aos que temos na atualidade? Seriam melhores e estaríamos a crescer em vez de divergir?

Opinião Final – O livro traça um panorama desastroso sobre a nossa identidade colectiva, mitos sobre o Estado Novo que se confundem com a direita portuguesa, apresentando-a como negativa que tem servido de desculpabilização dos governos para o nosso fraco crescimento devido aos erros do passado.

Daí as minhas duas questões, para perceber se o problema é mesmo dos governos ou de um povo que “não se governa nem se deixa governar” ou se o problema é efetivamente de maus governos (os nossos emigrantes até são tidos como competentes, disciplinados e competentes nos países onde se encontram radicados) que têm sido incompetentes, não fazendo nem reformando por laxismo ou interesses escondidos, tais como o beneficio da clientela partidária, dos monopólios ou oligopólios privados, exercendo controlo sobre as entidades reguladoras, deixando a Justiça com graves problemas de funcionamento.

14
Nov21

Pandemia, ambiente e a liberdade que vamos perder


Vagueando

(Uma receita, elaborada por um chef sem tachos, onde se recorre a uma batedeira manual que ajuda a misturar, conceitos e ideias (se calhar pré-concebidas), para fazer sair uma sopa (talvez uma mixórdia) a consumir fria em nome do ambiente ou, se preferirem, em nome do custo do gás ou da eletricidade.

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A crise económica de 2008 serviu para por na linha quem foi “empurrado” para contrair crédito a rodos e assim, alegadamente, passar a viver acima das possibilidades e mostrar aos que acreditavam no mundo livre e nas teorias de mercado e da globalização que, afinal, a riqueza deve ser distribuída com parcimónia para alguns e à bruta para muito poucos.

Pagar impostos era (se calhar ainda é) para tansos, porque quem não era  podia (se calhar ainda pode) sempre recorrer a uns planeamentozinhos fiscais.

A evolução tecnológica e digital, a par da inteligência artificial tem vindo a receber largos apoios públicos (ou seja dos impostos pagos pelos tansos) pelo Mundo fora sob a capa dos ernormes benefícios futuros para a sociedade. Ou seja a maioria dos que pagam impostos hoje estão a financiar a sua pobreza de amanhã porque não vão ter trabalho.

O potencial de conhecimento de quem domina e vai dominar estas novas tecnologias, deixarão os Estados sem qualquer tipo de capacidade, pelo que serão meros moços de recados deste novo poder.

A pandemia, com origem, natural, criminosa ou acidental, está a ser um grande teste no até onde se pode ir ou melhor até onde se pode pisar, as pessoas e os seus direitos, depois de na crise anterior se ter testado a teoria do ai aguenta, aguenta, aguenta.

Assim se avançou rapidamente para o teletrabalho o que, por si só, introduz duas novas realidades;

A primeira,  distância física entre pessoas da mesma empresa, aumenta o individualismo, reduz a capacidade organizativa/reivindicativa dos mesmos e segunda,  limitação de circulação das pessoas em geral, não mais é do que colocar pessoas em prisão domiciliaria e matar pequenos negócios nas cidades.

O mais curioso é que isto não é feito contra vontade das pessoas mas sim a pedido destas.

Falta falar do ambiente onde, mais uma vez, somos nós que estamos a exigir mudanças drásticas, algumas impossíveis de levar a cabo a curto prazo.

A grande moda ambiental, para que não percamos nada do que tínhamos antes são os carros elétricos. Tornaram-se uma realidade. Quem os compra tem a perceção de que está a fazer um bom negócio, quer do ponto de vista ambiental quer do ponto de vista financeiro, mas ainda queremos mais, exigimos que muitas empresas deixem de usar combustíveis fósseis, tornando-nos assim dependentes de apenas uma forma de energia a eletricidade.

Não deixa de ser curioso uma notícia que li há poucos dias em que um executivo de uma empresa de voos privados afirmava estar a ter sérias dificuldades em encontrar aviões para expandir a sua frota.

Mesmo depois de ter firmado a compra de 65 novos aviões a empresa tinha sido obrigada a cancelar vendas de blocos de horas de voo por não conseguir acompanhar a procura.

Pode ser lido aqui - https://executivedigest.sapo.pt/fabricantes-com-dificuldades-em-acompanhar-crescimento-do-mercado-de-aviacao-privada/

Referiu ainda este executivo, estar a comprar tudo o que aparece para fazer face ao crescimento anual de 30%. Isto porque os seus clientes, mesmo após um maior controle sobre a pandemia, reconheceram as vantagens da aviação privada. Até eu, que nunca fiz um voo privado na minha vida, reconheço as vantagens, grande novidade.

Portanto o ambiente é isto e mais umas manifes de jovens crentes (e bem na vida), cimeiras para debater a coisa ambiental em que todos os participantes viajam de carro eléctrico ou de bicicleta movida a pernas (também já as há elétricas porque pedalar à moda antiga era muito poluente), de parapente, para os que se deslocaram de mais longe e só se alimentaram com refeições de tofu e água. Nada de sopa da pedra, porque as pedras são para estar onde sempre estiveram. Se estou a mentir, alguém que atire a primeira pedra.

E nestas cimeiras saem soluções muito interessantes, a maioria ninguém as vai cumprir, mesmo os gajos da manifes anti tudo.

Não obstante, aquelas soluções fáceis de implementar, como por exemplo não engomar a roupa que se veste (sempre é mais chique andar de camisa engomada com umas calças rotas que custaram os olhos da cara) ter um dispositivo em casa que aproveite a água de lavar fruta e saladas para um depósito que sirva para regar ou para a máquina de lavar roupa e louça ou até usar uma torneira que, ao ser aberta para a água quente faça retornar a água fria à canalização até que esta lhe chegue quente, não se vê nada disso.

Imaginem que a Madonna, o Cristiano Ronaldo, o Tom Cruise, começavam a sair à rua com roupa não engomada, quantas emissões de CO2 se evitariam e quanta electricidade se pouparia.

Que me perdoem os fabricantes de ferros de engomar!

Quando o dinheiro deixar de circular e/ou as criptomoedas deixarem de ser apenas um instrumento especulativo e passarem a ser moeda oficial, bastará uma crise como a de 2008 para que a maioria das pessoas fique sem nada, porque não tinham umas notas debaixo do colchão. Uma crise não é como o Natal, que é quando um homem quiser, a crise é quando alguns homens decidirem que tem que ser. Que me perdoem as mulheres!

Dizem que o tempo não volta para trás, mas desconfio que desta vez é que vamos viajar para trás no tempo, para a altura em que andávamos descalços, vivíamos em barracas, sem electricidade nem água canalizada, onde uma carroça puxada por um burro já era um sinal exterior de riqueza, cultivava-se umas batatas e umas couves, algumas já eram de bruxelas, e sem o PAN podemos sempre ter uns porquitos e galinhas para matar e comer.

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