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Generalidades

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31
Dez24

A Dúvida


Vagueando

 

20241208_150530.jpg

 

Vagueio por aqui há quase seis anos.

Nem sei porque comecei, nem tão pouco estabeleci um objetivo quando criei o blog, apenas fui dando a conhecer algumas tretas que ia apontando em cadernos e comecei com uma questão que tem feito correr alguma tinta nos meios de comunicação, a fórmula usada para calcular o pagamento das auto estradas pelas diversas classes de veículos.

Também, tenho interesse em seguir as questões relacionadas com a segurança rodoviária, abordei aqui esta temática por diversas vezes.

Usei também esta forma de comunicar para falar sobre Sintra, que não sendo a minha terra porque nasci em Lisboa, como a grande maioria das pessoas dos anos cinquenta mas, logo após o primeiro ano de vida, por força da crise de habitação e da incapacidade dos meus pais em suportarem uma renda na Penha de França, já lá vão 66 anos, fomos, em boa hora, corridos para Sintra, o fim da linha.

O meu pai foi mas não podia, as suas funções obrigavam-no a morar mais próximo do seu trabalho, mas como também não podia, como a maioria dos seus colegas, pagar a renda com os seus rendimentos, a coisa sabia-se mas ignorava-se.

Pois é a especulação, o turismo, o AL, os jovens não têm casa, nem capacidade financeira para suportar uma renda, não é de agora, é a vida. Vim para o fim da linha porque, na altura até Algueirão – Mem Martins era caro para o nível de vida dos meus pais.

Digamos que Sintra é a minha terra adotiva, adotei-a e fui adotado por ela, pelo seu encanto e beleza. Nos tempos de liceu os meus amigos diziam que eu vivia no mato porque estava longe (1km) do centro, das lojas, dos cafés, do centro histórico ou seja, dos locais de convívio. Hoje, ainda que existam mais casas em Sintra, o facto da minha ainda estar no “mato”, contribuiu para que continue, felizmente, a viver no mato. Se na altura já gostava de estar longe do reboliço e da confusão, fui apurando a boa sensação de tal forma que hoje nem consigo imaginar-me a viver numa grande cidade.

O silêncio de que gozo é algo que me faz muito bem.

Alguns dos meus posts mereceram, não sei se bem se mal, honra de destaque na Sapo e esses destaques foram sempre brindados por comentários anónimos que, independentemente do assunto versado, iam sempre no mesmo sentido, desdenhar, ora porque que eram escritos por quem não tinha nada que fazer, ora porque não tinham nenhum interesse para a sociedade, ora porque era uma forma de exibicionismo. Ainda assim foi interessante perceber que por trás desses comentários estavam pessoas, que os liam ou talvez não, mas perdiam o seu tempo -tendo que fazer - a classifica-los como maus e a comentar o que não tinha interesse nenhum, apenas e só para se pendurar no blog do A ou do B, para dar nas vistas.

Neste sentido, passei a bloquear este tipo de comentários e não foi por censura, mas porque não porque quero alimentar, com falta de bom senso, a informação que hoje serve de aprendizagem à Inteligência Artificial.

Como gosto de fotografia, muitos dos meus posts usaram  a fotografia e este não é exceção, como fonte de inspiração e de comunicação. Enquanto vagueei por aqui, conheci pessoalmente alguns bloggers que também escrevem na Sapo, o que constituiu uma boa experiência.

Alguns deles lançaram livros que li, eu próprio participei em dois livros que reuniram Contos de Natal, numa iniciativa da IMSilva e José da Xã.

A experiência foi interessante, mas está na hora de fazer um balanço. Ora o balanço é se devo continuar por aqui ou fazer um voto de silêncio.

Não vou dizer que nunca mais volto aqui, porque a frase - nunca digas nunca – é uma das expressões que mais bom senso carregam. Na vida, por mais invenções e redes de segurança que se criem, o dia de amanhã continua a ser uma incógnita.

Ao olhar para o que nos rodeia, vejo que já não se fala, discute-se, já não nos relacionamos, trocamos likes, já não digerimos a informação, empanturramo-nos com ela, já não nos interessa a razão, desde que não seja a que queremos, perdemos toda a razoabilidade, estamos de pé mas já perdemos o equilíbrio.

Há razões que a razão efetivamente desconhece, mas a estupidez humana, essa conhece-se e impõe-se, aqui, ali, por todo o lado.

A minha consciência de vez enquanto alerta-me e diz-me, não estarei eu, ao vaguear por aqui a contribuir para alimentar tudo isto?

Toda a nossa vida é controlada por sistemas que não controlamos, não compreendemos, não dominamos e, no caso de esses sistemas falharem, por acidente, incidente ou porque a escassa minoria que (ainda) os controla, o nosso futuro coletivo pode ser irremediavelmente comprometido.

Há uma minoria que entende os sistemas informáticos que gerem, hospitais, transportes, a nossa própria saúde, a alimentação, a energia etc, muito poder sobre sistemas vitais para a sociedade, na mão de muito pouca gente que não vai a votos e muitas vezes nem se conhece.

Sem querer e até mesmo sem querer saber, somos cobaias dos sistemas algorítmicos que, sem qualquer alternativa, contribuímos para os alimentar.

Nascem grandes estrelas, que acumulam riqueza e poder, interferem negativamente com a nossa vida, mentem-nos vendendo-nos mentiras, mascaradas de verdade.

Falamos muito de aquecimento global, de alterações climáticas, temos uns “piquenos” que vão dando o ar da sua graça a pintalgar paredes mas, olhando para as guerras que assolam o mundo só falta virem venderem-me a ideia genial que os tanques, os aviões, as bombas e as granadas são – agora, em nome do ambiente - sustentáveis.

Bom é que parece que para a competição automóvel já existe combustível sustentável, assim sendo não percebo a aposta em automóveis eléctricos, sempre com muita potência o que aumenta seguramente o consumo, obviamente sustentável.

Votos de um Bom Ano

 

Actualização em 03/01/2025

No Publico de dia 02 de Janeiro de 2025, a crónica de Nuno Pacheco, com o título 1925-2025, do século do povo ao século do polvo digital, para melhor complementar o que escrevi, nada melhor do que recorrer ao artigo deste profissional e a um escritor.

A dado passo deste excelente artigo, citando Saramago, pode ler-se;

...."em 1994, no 1.º volume dos seus Cadernos de Lanzarote, escrevera: “Vista à distância, a humanidade é uma coisa muito bonita, com uma larga e suculenta história, muita literatura, muita arte, filosofias e religiões em barda, para todos os apetites, ciência que é um regalo, desenvolvimento que não se sabe aonde vai parar, enfim, o Criador tem todas as razões para estar satisfeito e orgulhoso da imaginação de que a si mesmo se dotou. Qualquer observador imparcial reconheceria que nenhum deus de outra galáxia teria feito melhor. Porém, se a olharmos de perto, a humanidade (tu, ele, nós, vós, eles, eu) é, com perdão da grosseira palavra, uma merda. Sim, estou a pensar nos mortos do Ruanda, de Angola, da Bósnia, do Curdistão, do Sudão, do Brasil, de toda a parte, montanhas de mortos, mortos de fome, mortos de miséria, mortos fuzilados, degolados, queimados, estraçalhados, mortos, mortos, mortos."

02
Jul19

Estrada Nacional 2, Reviver o passado, viver o presente ou visualizar o futuro?


Vagueando

 

Preservatrice.jpg

Quem nunca sonhou visitar o passado ou o futuro, ainda que esteja ciente que, nem a realidade virtual nos pode transportar, fisicamente, até lá?

O desafio de fazer a N2 consistiu, nem mais, nem menos, em viajar no passado, com os pés, neste caso também com os pneus, assentes no presente. Antes de levar a cabo a preparação da viagem, peguei em dois mapas antigos, um do ACP de 1949 e outro da Preservatrice, cujo ano não consegui ainda verificar. No entanto, creio ser anterior a 1949 por causa de uma ponte, a de Totenique, sobre a ribeira com o mesmo nome, construída em 1949, que permitiu a ligação entre a povoação e estação de caminho de ferro de Luzianes a Monchique e a Portimão, através da N266, ainda não estava referenciada no mesmo. Só de olhar para os mapas, tendo nascido em 1957, conduzindo desde 1975, tenho bem a noção do que era circular por aquelas estradas.

Voltar a fazer um percurso tão longo por estrada, neste caso a N2, parecia-me um desafio, porque já não me lembro há quantos anos, não percorria uma distância tão grande apenas em estrada.

Quem já não é jovem lembra-se que em Portugal, antes da Revolução de Abril, existiam apenas dois pequenos troços de Auto Estrada; Um entre Lisboa e Vila Franca de Xira e outro entre Lisboa e Coina, aberto já mais tarde com a inauguração da Ponte de 25 de Abril em 6 de Agosto de 1966. O resto eram estradas nacionais, muitas delas de má qualidade.

As Estradas Nacionais eram a forma mais rápida, de se circular entre cidades. A maioria dos carros à época eram muito mais lentos, não tinham cintos de segurança, o habitáculo era invadido por cheiro a óleo ou a gasolina e os travões eram de tambor às 4 rodas, sem servo freio. Com esta panóplia de extras e gadgets, fazer uma ultrapassagem ou contornar uma serra, eram um teste à paciência e ao sangue frio de cada condutor, ou porque o motor fingia que acelerava, mas apenas deitava mais fumo ou porque os travões fingiam que travavam, mas apenas abrandavam.

A N2, outrora sob a jurisdição da antiga Junta Autónoma das Estradas e dos seus abnegados cantoneiros, depende agora das Infraestruturas de Portugal e/ou das autarquias, que menosprezam mais estas vias do que as rotundas dentro das suas localidades. Por outro lado atravessar 11 distritos, 35 concelhos, 11 cidades e muitas mais localidades e pequenas aldeias, bem como atravessar serras como a Lousã, Melriça, Monfurado, Montemuro (onde a N2 atinge a sua altura máxima 980 m na povoação de Bigorne) e Caldeirão , bem como cruzar rios, o Douro, o Varosa, o Balsemão o Paiva o Vouga, o Dão, o Mondego, o Alva o Ceira, o Zézere e o Tejo, para além de várias ribeiras, riachos e curso de água, passar ainda por desníveis acentuados e tornear milhares de curvas, parecia uma tarefa surrealista.

Temos uma certa tendência revivalista e talvez até ser do contra a modernidade nalgumas situações. Um bom exemplo é o da comida. Depois de anos a desdenhar da comida caseira, quer por falta de sabor, quer por ser lenta e trabalhosa, virámo-nos para a fast food. Contudo, começou agora o movimento contrário, o gourmet, que, por exemplo, no caso dos enchidos, dos queijos, do pão e até de alguns pratos, é, nem mais nem menos, a comida que eu tinha à disposição na casa dos meus avós, a preço muito mais contidos, sem publicidade ou tiques de novo riquismo.

Este desafio de regresso ao passado só era diferente apenas porque o carro era mais moderno, seguro e confortável, mas o condutor muito mais velho. Será que uma coisa compensava a outra ou a idade descompensava a segurança oferecida pelo carro? A N2 criou-me expectativas enormes e receios ainda maiores.

Os preparativos para a viagem foram feitos tendo por base a Edição 100 (2019) do mapa do ACP e do livro “ A Mítica Estrada Nacional 2” edição de 2016 da Motorpress. Olhando para o mapa actual é difícil não vislumbrar pelo menos uma autoestrada ou uma via rápida, que não siga na direção dos principais pontos cardeais da rosa dos ventos.

Com tantas e tão boas vias rápidas até parecia um absurdo fazer um percurso tão longo, exclusivamente por estrada. É que num mundo cada vez mais acelerado a escolha vai sempre para a via rápida mais perto de si, que ligue com a via via rápida mais perto do seu destino.

A velocidade a que gira o mundo, tirando as discussões científicas, sempre foi a mesma, mas parece que toda a gente, mesmo de férias ou aos fins-de-semana, está sempre com pressa para ir para ….sei lá eu! . A velocidade dos acontecimentos é que deixou de ser medida pelos critérios antigos, baixa, média ou alta, exige-se apenas que seja verdadeiramente estonteante.

Curioso, mas não há multas para o excesso de velocidade dos acontecimentos e das pessoas, exepto quando entram num transporte terreste. Também não deixa de ser absurdo que se fabriquem carros cada vez melhores, mais seguros, quer activa, quer passivamente, com velocidades limitadas pelos próprios fabricantes e que as estradas, também elas cada vez melhores nos imponham limites de velocidade.

Não deixo de reconhecer, às vias rápidas, importância para combater o isolamento, fomentar o crescimento económico e o indispensável turismo, quer o que apela para fazermos férias cá dentro, quer o que apela aos de fora, para as fazerem também dentro do nosso pequeno retângulo à beira mar plantado.

Recapitulando. Para iniciar esta jornada usei as vias rápidas, para chegar ao ponto de partida. Foram 531 km, de Sintra a Chaves em cerca de 5h e 55 m, respeitando as regras de trânsito, mesmo os tais limites de velocidade, mais as que o bom senso e o civismo aconselham, para que a rapidez não se faça com prejuízo da nossa segurança e dos demais utentes da via. Infelizmente apenas o factor humano, com a sua maior ou menor apetência para conduzir e com a sua maior ou menor capacidade para perceber o risco e interpretar as regras do Código da Estrada, impedem que se explore toda a rapidez e segurança que é possível obter num carro actual, numa auto estrada.

Antes de chegar a Chaves, não larguei a A24, saí só em Espanha (coisa que nos anos 60 e 70, não era uma tarefa assim tão fácil e descontraída) para colocar combustível, 20 cêntimos mais barato, na localidade de Feces de Abaixo e, no regresso, já por estrada, ainda antes de entrar em Chaves vejo o primeiro sinal a indicar, Chaves N2.

Não vou destacar nenhum ponto da viagem, porque isso faz parte das memórias e fotos que guardei, mas gostaria de deixar aqui algumas notas do que foi voltar a fazer 738,5Km em estrada, sem recurso a vias rápidas, excepto num pequeno troço do IP3 porque a Barragem da Aguieira afundou a N2, na ligação entre o Distrito de Viseu e o Distrito de Coimbra.

Pois bem, foi uma experiência muito agradável ao constatar que a Estrada Nacional 2, está muito bem conservada (estou a comparar com o que encontrava no anos 70, quer nesta estrada quer noutras) está razoavelmente bem sinalizada e marcada e à parte de ter muitas rotundas (coisa raríssima no passado) ao longo do seu trajecto, não perdeu o seu encanto nem a sua mística.

Ao longo da N2, encontra-se de tudo; cidades, aldeias, vilas, lugares, lugarejos, hóteis, pousadas, pensões, rotundas, cruzamentos, entroncamentos, gentes, restaurantes, cafés, postos de combustíveis, oficinas, paisagens de todo o tipo, pontes gigantescas, agora designadas por obras de arte, uma espécie de deserto, serras, rios, praias fluviais e com mar a sério, floresta, jardins, comboios, mamarrachos, monumentos, igrejas, encanto, desencanto, memórias, histórias, paisagens de toda a espécie, sinais de pobreza, sinais de riqueza e de desenvolvimento, sinais da voragem, dos tempos, frio, calor, sol, chuva, vento, brisa, terrenos cuidados e ao abandono, o malfadado eucalipto, ali mesmo na beira da estrada plantado, à espera que o próximo incêndio deixe tudo arrasado. Ainda assistimos à transformação da N2 em Regional (R2) despromoção que não me pareceu justa e ainda podemos encontrar duas N2, paralelas entre Vila de Rei e Abrantes, a saber; •

 * Uma N2, mais antiga, daí existirem marcos com a designação de Antiga N2 em vez de simplesmente N2, que passa na Praia Fluvial de Penedo Furado, local com a particularidade de ficar na extrema do Distrito de Castelo Branco com o distrito de Santarém. Foi esta a estrada que optámos por fazer •

 *Outra, mais moderna que segue um trajecto mais a nascente e que passa próximo de Sardoal.

Conduzir nesta estrada revelou-se agradável, talvez porque muito do trânsito (se calhar não tanto como seria desejável pelo preço das portagens) foi desviado para as vias rápidas. Voltar à estrada faz-nos reaprender a conduzir, obriga a mais atenção e muito mais acção, não provoca tanta sonolência e a paisagem é muito mais variada. Ao mesmo tempo, porque paramos com mais frequência, tira-se uma foto, relaxa-se e minimizamos o cansaço.

Os automobilistas portugueses sempre se queixaram da má sinalização das estradas nacionais.

Ao longo destes 738 km fui reparando que nos locais onde a estrada estava bem sinalizada, quer do ponto de vista da sinalização vertical, quer das pinturas no pavimento, esta era desrespeitada com muita facilidade. Até dentro de localidades, com limite de velocidade de 50Km/h com traço contínuo bem visível, fui ultrapassado. Por outro lado, em zonas onde a sinalização era mais fraca, o tipo de condução não variava muito, pelo que conclui que a maioria dos condutores, pura e simplesmente, ignora a sinalização e conduz à vista, com base na intuição que julga ser a correcta, a sua, obviamente! Sempre é um bocadinho melhor conduzir à vista do que com a vista no telemóvel ou com ele à vista, o que suponho que acontecia nos casos em que me deparei com veículos fora de mão, aos quais tive que buzinar fortemente e fazer sinais de luzes, para evitar males maiores.

O regresso de Faro a Sintra foi feito por estrada até Beja, apanhando a A2 até casa, no nó de acesso a esta cidade. O objectivo de fazer a N2, como um regresso nostálgico às estradas, foi cumprido. Contudo, há muito mais para ver e explorar em redor da N2, história, cultura, natureza, gastronomia, pelo que fiquei com vontade de repetir o percurso de forma mais demorada. Iniciei a viagem na Primavera, a 16 de Junho e cheguei a Faro no Verão, a 21 de Junho.

Percorri 2.119 km, sendo que 531 Km correspondem à ligação Sintra Chaves e 388 Km à ligação Faro, Alcoutim, Beja, Sintra. Na N2 foram percorridos 1200 km, ou seja 738,5km para percorrer a estrada e o remanescente 461,5km nas voltinhas à sua volta. Parecia que não havia volta a dar, mas tal como no mar, há ir e voltar, aqui também foi ir explorar e voltar à N2.

Posso concluir que as expectativas ficaram muito acima do esperado e os receios eram, felizmente, totalmente infundados.

Fazer a N2 significou reviver o passado, perceber melhor o país, conviver com pessoas sem necessitar de redes sociais, ver o que fomos e o que somos, e entender que somos melhores do que pensamos.

Esta estrada foi instituída em 11 de Maio de 1945, altura em que foi publicado o Decreto Lei 34.593 com o Plano Rodoviário de 1945, com as normas de classificação das Estradas Nacionais, Municipais e Caminhos Públicos. Com este plano criou-se a N2 como a estrada mais longa do País, que pretendia ser a espinha dorsal em termos de vias de comunicação, o que tinha a sua lógica, já que atravessar o país pelo meio, seria uma forma de não privilegiar o litoral em detrimento do interior.

A grande dúvida com que fiquei foi a de que país seríamos hoje em termos demográficos, se tivéssemos apostado nesta estrada central, que até poderia ter sido uma Auto Estrada.

A N2 não era, na época, apenas uma estrada mas sim um sinal de desenvolvimento e de organização. O litoral acabou por se desenvolver à custa do despovoamento do interior e assim chegámos ao tempo actual em que a desertificação do interior é uma realidade.

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