Incêndios
Quando o incendiário é um carro.
Vagueando
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• 06/08/2023 - Incêndio em parque do centro comercial UBBO, na Amadora, faz três feridos
• 05/08/2023 - Incêndio em Monsanto já foi extinto e A5 reaberta
Nos últimos 15 dias foram notícia nos meios de comunicação social, ver os links acima, a ocorrência de fogos em veículos automóveis, os quais em dois casos, degeneraram em incêndios florestais, sendo que um deles ocorreu no pulmão de Lisboa (Monsanto), durante as Jornadas Mundiais da Juventude.
As notícias foram superficiais no que toca à origem dos fogos ter sido despoletada pelos veículos incendiados, mas deu-se destaque ao “choque” entre bombeiros sapadores e voluntários, no caso do incêndio de Monsanto.
Parece que carros a arder passou a ser normal, ninguém se interessa porque ardem, qual a marca, modelo, se é eléctrico ou de motor de combustão, estado de conservação, se era novo ou velho, se tinha ou não inspeção, se foi ou não alvo de alterações.
Os problemas que levam cada vez mais veículos a arder não parece preocupar ninguém mas preocupa-me a mim porque já evitei um incêndio num veículo meu, de marca Premium, com 3 anos de idade, com todas as manutenções em dia, feitas no concessionário da marca e cuja utilização esteve sempre dentro dos parâmetros preconizados pelo fabricante.
Não só evitei o incêndio, como evitei que a minha garagem tivesse sido pasto das chamas, caso não tivesse identificado a situação, como localizei o problema e como sabia fazê-lo desliguei a parte eléctrica onde ocorreu o problema e a bateria do carro antes que o fogo começasse. No dia seguinte levei o carro ao concessionário.
O concessionário cobrou-me na altura, já lá vão mais de seis anos, quase 400 euros que recusei pagar, exigindo explicações.
As explicação era que se tratava de material de desgaste (fichas e fios) ao que contrapus, porque não estava assinalado no livro de manutenção a verificação do desgaste deste material nas revisões.
Fui obrigado a pagar mas não me dei por vencido. Poucos dias depois intentei num tribunal arbitral uma acção contra a marca que ganhei facilmente pois tinha encontrado provas de que noutro país, o mesmo problema tinha causado incêndios e até acidentes, o que motivou a intervenção das autoridades desse país, obrigando a marca a fazer um recall a estes veículos (do mesmo modelo e do mesmo ano do meu).
Obviamente recebi o dinheiro de volta, vendi o carro e acabei a relação com marca que, curiosamente, goza de grande prestígio mundial.
Por isso, estou preocupado por ninguém se preocupar com esta situação, porque Monsanto, Almodôvar ou até o Centro Comercial UBBO na Amadora, poderiam ter tido desfechos bem mais graves.
E também estou preocupado com as marcas se fecharem em copas e não divulgarem publicamente o que está a causar incêndios, o que permitira não só os proprietários precaverem-se, como dissipar eventuais suspeitas sobre a qualidade dos seus veículos, até porque admito que as mesmas possam não ter culpas no cartório se os veículos tiverem sido alterados à revelia das especificações da marca.
Neste sentido, convinha que os jornais investigassem estes casos em vez de se limitarem a noticiar o incêndio do veículo sem aprofundar o tema, nomeadamente se os incêndios nestes veículos, ocorrem por erros de conceção, falta de manutenção, manutenções mal feitas, adulterações ilegais, sendo que neste último caso exigiria que se apertasse o crivo das inspeções aos veículos e à fiscalização nas estradas portuguesas.
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