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Generalidades

Generalidades

01
Mai24

Falta de indignação


Vagueando

Lembram-se do acidente ocorrido na A6 de que resultou a morte de um trabalhador, envolvendo o carro do ex-ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita?

De certeza que toda a gente se lembra, dada a cobertura mediática que o mesmo teve.

Por acaso sabiam que na passada Segunda Feira, na A7, um trabalhador da Ascendi morreu atropelado.

Provavelmente não!

Isto porque o que interessa não é a morte de uma pessoa, muito menos as causas do acidente, mas sim não ter envolvido um político, um membro do governo ou uma figura pública.

O ano passado o fecho da Operação Páscoa saldou-se em 15 mortes o que me levou a publicar um post com o título 15 mortes nenhuma indignação.

Ao ver a imagem do veiculo que na passada Segunda-feira atropelou mortalmente o trabalhador na A7, podem vê-la aqui, as semelhanças dos estragos causados são muito semelhantes aos que ococrreram no carro do ex-ministo, ou seja o embate dá-se também do lado esquerdo. As imagens do carro do ex-ministro pode ser vista aqui.

Porque não se montou um circo mediático igual, nem ninguém foi entrevistar a família do infeliz trabalhador da A7? A ACA-M Associação de Cidadãos Auto Mobilizados, que se manifestou no acidente com Eduardo Cabrita e constitui-se assistente no processo judicial subsquente, não se veio pronunciar sobre este acidente porquê? Não poderia dar explicações ou esta morte não dá visibilidade?

Os meus sentidos pêsames à família do infeliz trabalhador.

13
Abr23

15 mortes nenhuma indignação


Vagueando

Lamentavelmente a operação Páscoa, levada a cabo pela GNR nas estradas portuguesas neste período festivo, registou 15 mortes.

As explicações das causas ficaram-se, como habitualmente, pelo excesso de velocidade e o excesso de álcool no sangue.

Parto do princípio que as autoridades e as entidades ligadas a esta temática, há muito que identificaram estas causas como as principais causadoras dos acidentes.

O risco e os acidentes fazem parte da vida que, neste caso, fazem parte da morte.

Vamos partir da hipótese que alguém não para num sinal de Stop, é abalroado por um camião e morre. O camião circulava a 80 km/h, numa Estrada Nacional, dentro do limite de velocidade e o condutor do mesmo não tinha qualquer vestígio de álcool no sangue ou de outras substâncias proibidas.

A hipótese acima sai fora do padrão referido e acredito que este exemplo entre outros, fora dos mesmos padrões, provocam acidentes graves dos quais resultam feridos e mortes.

Nem todos os acidentes se deverão às causas repisadas nos meios de comunicação social. Contudo,  fica a ideia de que todas as outras infrações, são menores o que transmite uma sensação de impunidade que não é reprimida.

O que me espanta e me deixa mesmo incrédulo, perante este número de mortes, é o grau de indignação social  ser zero. Esperava, no mínimo, que a indignação fosse igual ao espetáculo mediático montado em torno do atropelamento mortal, numa auto estrada, onde é suposto não existirem peões, pelo veículo do ex-ministro da Administração Interna EduardoCabrita.

Não se trata de desculpar o ministro ou o seu motorista, mas a exigência para que tudo se apure, inclusive a ACA-M (Associação de Cidadãos Auto Mobilizados) constituiu-se assistente no processo judicial em curso contra o ministro e não exista nenhum interesse em escalpelizar as causas, com efeitos pedagógicos, destes acidentes, nomeadamente dos mais graves.

Afinal e volto a repetir, em quatro dias morreram 15 pessoas.

Serão estas vítimas menos importantes que o infeliz trabalhador da A6 que faleceu na sequência do atropelamento do carro onde seguia o ministro?

Serão os condutores envolvidos nestes acidentes, menos responsáveis pelos acidentes em que se viram envolvidos, que o motorista o ministro?

Serão estes mortos descartáveis pelos meios de comunicação social, por não estar nenhuma figura pública envolvida?

Será que as televisões, os jornais, as seguradoras, estas últimas chamadas a pagar prejuízos significativos, as entidades como a ANSR, a ACA-M, não deveriam mostrar aos cidadãos o que está em causa?

Não existe nenhum interesse das televisões, das seguradoras, da ANSR da ACA-M em dedicar um programa exclusivamente dedicado à segurança rodoviária, quando existem programas dedicados aos automóveis?

Será estas mortes não têm um custo superior à indemnização dada à ex gestora da TAP Alexandra Reis, ou sobre estes custos ninguém, quer saber?

Recordo um artigo recente sobre os custos da mobilidade sustentável que também não indignou ninguém.

Para terminar deixo a foto abaixo e pergunto:

20230411_083354.jpg

Quem fez estas pinturas no pavimento, numa curva e contracurva não iria em excesso de velocidade, ou melhor, com tanta pressa nem reparou que o que fez estava errado?

Quem colocou a sinalização vertical a assinalar, em complemento à pintura das linhas no pavimento, não estaria com excesso de álcool no sangue?

20
Nov22

Marcelo defende "absoluta necessidade" de reforçar prevenção rodoviária


Vagueando

Ora aqui está um tema em que concordo em absoluto com o Presidente da República. Marcelo Segurança rodoviária. Concordo, porque a prevenção, seja sobre o tema rodoviário ou sobre outro tema qualquer, a coisa é sempre vista como mariquice.

Já aqui abordei várias vezes os riscos que envolvem o ato de conduzir e como se encaram os acidentes  , Sinistralidade autorizada e Dois dias - 537 acidentes. 

Já tentei junto de diversas entidades, para que de forma individual ou em conjunto (por exemplo, televisão, GNR, PRP com o patrocinio de uma marca de automóveis e também de uma marca de bedidas alcoólicas), abordasse o tema da segurança e prevenção na estrada, mas nada. Em dois anos de tentativas, nem resposta mereço, é como se o problema não exisitisse ou existindo não há o minímo interesse em acabar com ele.

Será que um programa destes não ajudaria a criar, como refere Marcelo Rebelo de Sousa e reforçar a consciência cívica nacional e contribuir para um ambiente rodoviário mais seguro?

A RTP teve até 1965 um programa conduzido por Filipe Nogueira sobre prevenção e segurança na estrada, porque razão não existe nada agora?

Para terminar deixo dois pontos que me parecem muito importantes na sinistralidade;

1 - Em Junho de 2018, na Marateca, ocorreu um acidente gravíssimo onde perderam a vida 6 pessoas Acidente seis mortos na Marateca  e outro no IC8 em 24 de Setembro do mesmo ano, onde perderam a vida mais 6 pessoas Acidente no IC8 faz 6 mortos. 

No IC8 um dos veículos tinha sido parado numa operação Stop da GNR. O que provocou estes acidentes? Porque não se analisam e não se tornam públicas as causas de acidentes gravissímos como estes dois para prevenir ocorrência futuras? Encaixam estes acidentes na teoria repassada do excesso de velocidade ou excesso de velocidade, mesmo que não sendo a causa de alguns acidente, agrava as suas consequências? Alguém agora se interessa pelo acidente que envolveu o ex ministro da Administração Interna? Alguém ainda quer saber de quem foi a culpa de modo a que se possa prevenir situações futuras?

2 - Sendo normal fotografar-se veículos em excesso de velocidade, porque não se fotografa os veículos que não param no sinal vermelho, nomeadamente naqueles semáforos que passam a vermelho porque o veículo segue acima do limite estabelecido? Em 47 anos de condução por este país nunca vi uma operação stop em dias de nevoeiro? Não ocorrem mais acidentes e mais graves em dias de nevoeiro? Não é obrigatório acender os médios nestas circunstâncias? Quantos veículos circulam a praticar esta infração nestes dias?

 

 

18
Out21

Os novos radares


Vagueando

Os novos radares prometem revolucionar o panorama da repressão rodoviária nacional.

Estes novos radares são altamente tecnológicos, dispõem de capacidade para detetar não só o excesso de velocidade, como os condutores que ignoram o sinal vermelho ou não respeitam as marcas rodoviárias, nomeadamente a linha continua M1. Não contesto o controlo exercido sobre excesso de velocidade, é um problema grave, ainda que acredite não ser necessariamente o fator que mais contribui para o acidente, mas, sem dúvida, agrava seriamente as suas consequências.

Então porquê recorrer aos radares de controlo do excesso de velocidade;

• Intimida levando a que se circule de forma mais lenta, eventualmente sem diminuir o número de acidentes, mas minimizando o impacto dos ferimentos ou mortes nas estradas.

• Gera receita com poucos custos, não necessita de efetivos humanos na rua. O radar, regista, está certificado, pelo que serve de prova irrefutável, a expedição da multa é automática. Contestar uma multa do radar é tempo perdido, (daí que até o ex-juíz Rangel, tivesse um stock de marroquinos a quem imputava as suas infrações de excesso de velocidade).

• É uma forma rápida e simples de resolver algumas investigações de acidentes, mesmo que não se recorra às centralinas dos veículos envolvidos, para verificar se estavam, na altura do acidente, em excesso de velocidade ou não (não me estou a referir ao acidente que envolveu o carro do ministro Eduardo Cabrita)

• Ajuda a desresponsabilizar o Estado e as entidades que têm a responsabilidade de zelar pelo bom estado e qualidade da sinalização das estradas, bem como pela sua boa conservação.

Estes radares, detetam quem trava antes de o passar, cumprindo assim o limite estabelecido, e acelera de imediato, deitando por terra o objetivo de tornar a estrada mais segura para todos. Contudo, uma das muitas falhas da sinalização em Portugal, é não se assinalar o fim dos limites impostos, pelo que, quem acelera logo a seguir, se tiver possibilidades de contestar uma multa em tribunal, veremos o que prevalece, se a eficácia do radar ou a eficácia da justiça, caso não se vislumbre onde acaba o fim do limite imposto antes do radar.

Estranho que não se utilize a sua capacidade total, para punir quem não respeita o sinal vermelho nem as linhas contínuas M1, situação que provoca bastantes acidentes e alguns com gravidade. Quem anda na estrada assiste diariamente a manobras arrepiantes sem qualquer respeito pelos sinais vermelhos e/ou as linhas contínuas M1.

Parece-me muito mais grave um condutor que circule sempre dentro dos limites de velocidade, não seja apanhado pelo radar quando não respeita a paragem no sinal vermelho, nem a obrigatoriedade de não pisar as linhas contínuas e que por isso, só seja punido se algum agente da autoridade o veja, decida pará-lo e lhe aplique a multa, o que nem sempre acontece.

Não percebo que se invista tanto neste tipo de radares sem aproveitar todas as suas capacidades e que os mesmos não tenham ainda mais valências, como por exemplo a medição da velocidade excessiva, as mudanças de direção não sinalizadas, o desrespeito pela manutenção das distâncias de segurança, nomeadamente na presença de chuva e nevoeiro, sendo que neste último caso deveriam também assinalar os condutores que, ao arrepio do preconizado no Código da Estrada, circulam de luzes apagadas.

Em Portugal morre-se demais nas estradas e creio que não é o excesso de velocidade que provoca a maioria dos acidentes.

Lamento que nenhuma das televisões a operar em Portugal dedique um programa semanal sobre segurança na condução, embora existam vários sobre automóveis, as suas características e equipamento opcional.

Não percebo a falta de interesse, das autoridades, das seguradoras, das marcas automóveis a operar em Portugal, das Escolas de Condução, das televisões em montar um programa destes. Seria interessante que as Televisões divulgassem os erros mais crassos (sejam negligentes ou conscientes) dos condutores, que se entrevistasse pessoas que estiveram envolvidas em acidentes e se fizesse a reconstituição de acidentes mais graves para que se percebesse as suas causas, demonstrando que com outra postura, nomeadamente condução defensiva, com o cumprimento das regras, os mesmos não ocorriam.

Existiu na RTP, entre 1965 e 1974, um programa que abordava esta temática, chamava-se Sangue na Estrada e era apresentado por Filipe Nogueira.

Mantendo Portugal uma estatística dramática de sinistralidade nas estradas, não se percebe que durante quase 50 anos ninguém se interesse por este assunto nas televisões.

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