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Generalidades

Generalidades

19
Jan24

Relembrar as portas durante a pandemia


Vagueando

No auge da pandemia de Covid19, perturbou-me o facto de ver muitas portas fechadas.

Foi mesmo doloroso, ainda que tivesse a felicidade de sair todos os dias à rua, fazer as compras, ver os estabelecimentos fechados mexeu comigo.

Houve mesmo alturas em que dava a minha volta a pé por Sintra, umas vezes só, outras vezes acompanhado e regressava a casa com a sensação de que estava sozinho no Mundo.

Não via carros, não via pessoas e via as portas todas fechadas.

Nestas voltas fui colecionando palavras que me surgiam para descrever o que sentia e fui colecionando fotografias de portas. Em Setembro de 2020, avancei para um post – As Portas – para descrever o que via e juntei, no final,  um link para um álbum com as fotos de várias de portas.

Posteriormente, as fotos de portas tornaram-se um vício e nestes três últimos anos fui fotografando portas por tudo quanto é sítio, em Portugal e fora dele, nas cidades e nas aldeias e fui gravando-as no àlbum.

E assim cheguei ao dia de hoje que assinala um marco importante, porque ultrapassei a barreira de mil portas gravadas no tal álbum.

Fica o convite para passarem pelas portas agora que já voltaram a ter gente, mesmo sem bater à porta podem passear por elas e se tiverem curiosidade de saber onde as encontram, basta ler o comentário que associei a todas elas.

Não se assustem, algumas podem ranger.

13
Set21

Competência vacinal


Vagueando

Não existem dúvidas que o processo de vacinação contra a Covid 19 em Portugal foi um êxito estrondoso e até um exemplo para o Mundo. E parece ser unânime que o sucesso desse processo tem um nome, Almirante Gouveia e Melo.

Contudo, não posso deixar de relevar o papel da EU, nomeadamente da Presidente da Comissão Europeia, Ursula Gertrud von der Leyen, na aquisição das vacinas, sem o qual este processo, por mais competente que fosse a sua gestão, nunca seria tão eficaz e rápido.

Reconheço ao Almirante Gouveia e Melo a grande capacidade de prever, gerir, adaptar e implementar os procedimentos necessários para maximizar a capacidade instalada. Desde a segmentação por idades à modalidade casa aberta e à possibilidade de se tomar a segunda dose em qualquer posto do país, até às suas deslocações imediatas aos locais onde estavam a ocorrer anomalias, demonstraram competência, honestidade e muito profissionalismo.

Importa referir, sobre as suas deslocações aos locais de vacinação, dois sinais claros que deixava a todos os intervenientes no processo;

Um - De que havia empenho de quem estava a gerir, que se estava em cima do acontecimento, que não seriam toleradas as habituais quintinhas e compadrios, dado que tudo estava a ser acompanhado e controlado.

Dois – De que havia apoio de cima e que esse apoio se materializava em correções imediatas e que depois delas, ficava demonstrado, rapidamente, que o processo melhorava.

Outro dado importante, utilizou-se no processo a prata da casa. A prata da casa, foram funcionários públicos, técnicos de saúde pública que a maioria das vezes são acusados de não trabalharem ou de não quererem trabalhar.

Muitos gestores públicos e privados, devem sentir-se envergonhados. Quando existe competência, quando a motivação é verdadeira, quando a missão é credível, quando se acompanha os intervenientes, quando os objectivos são atingíveis e perceptíveis ao longo do tempo, as equipas funcionam e orgulham-se do seu trabalho.

O Almirante, demonstrou que a gestão, para ser boa, não necessita de ser paga e ainda premiada a peso de ouro para funcionar.

De aplaudir também, o papel das autoridades, dos voluntários e também do povo português, cuja mobilização foi extraordinária.

Para aqueles que afirmam frequentemente, não servir os militares para nada, ficou provado que não só fazem falta, como são competentes.

Com orgulho, concordo em absoluto que o processo de vacinação foi um tremendo êxito e agradeço a todos a lição que deram ao país, oxalá o país tenha aprendido alguma coisa com ela.

30
Mar20

De Cintra a Sintra


Vagueando

Da grafia Cintra à designação Sintra atravessaram-se 4 séculos. No princípio do Século XVII usava-se Cintra. 109 anos depois, com a Revisão ortográfica de 1911, passou a usar-se o S em vez do C.

Sintra do Monte da Lua, vê hoje o seu centro despido de gente, de som, de alegria, de animação, de vida. A vida que existe não se manifesta, não se vê, está escondida, confinada em casa. São poucos os habitantes que sobraram nas casas existentes, dado que muitas já estavam abandonadas antes do crescimento brutal do turismo, foram recuperadas para alojamento local.

Do apinhado de gente que diariamente enchia, melhor que apinhava ruas, ruelas, becos, passagens, trilhos, palácios, castelo, restaurantes e cafés, que esgotavam queijadas e travesseiros, tudo desapareceu, incluindo as queijadas e os travesseiros. Foi uma aterragem de emergência em que os passageiros se salvaram mas desapareceram misteriosamente, não sei se a coberto do nevoeiro tão habitual em Sintra.

Não há residentes no centro de Sintra que justifiquem um take away aberto, não há nada. Não há sintrenses, não há o travesseiro ou a queijada. Não é Sintra, é não sinta, nada.

Das estradas e ruas apinhadas onde não se respirava nem andava por falta de espaço hoje não se anda nem se respira (a ansiedade também cria falta de ar) por falta de gente e porque os residentes, quando saem para passear o seu animal de estimação, fazer um pouco de exercício ou ir às compras, são tão poucos para o espaço existente.

As estradas outrora perigosamente congestionadas por excesso de carros, autocarros e veículos de animação turística, deram lugar a espaços enormes por onde nada circula a não ser o ar que ninguém quer respirar, até porque nesta época, para além do vírus, junta-se o malfadado pólen dos plátanos.

Ontem ao dar uma volta, à volta de casa, em estrito cumprimento do estado de emergência, vi menos de meia dúzia de pessoas, ainda bem, está em causa o bem de todos. Pela primeira vez desde que me encontro em casa, pensei que estava a sonhar, com a cabeça na Lua ou no Monte da Lua sem cabeça para pensar, que apesar de morto a minha alma pensava que estava vivo ou, apesar de estar vivo, pensava que estava morto e que me tinha calhado em sorte tão imenso paraíso.

Ao encontrar um velhinho painel de azulejos com a designação de S. Pedro de Cintra, fiquei mais confuso ainda, tinha viajado no tempo, até ao Século XVII.

Espantado olhei para os trajes e constatei que, de acordo com o que aprendi na História, estava mesmo em Cintra.

Recomposto da agradável surpresa e livre do virus, lembrei-me logo; Se em 1985 Michael J. Fox consegui ir ao passado e regressar ao futuro, também eu conseguirei regressar a Sintra após Covid 19 se ir embora. Mesmo em Cintra a esperança é a última coisa a morrer, para o bem de todos.

No link abaixo encontrão as fotos.

https://photos.app.goo.gl/dtermW1SeuXLvULW6

 

 

08
Mar20

Covid 19


Vagueando

Como nunca tive um post destacado e como a SAPO diz que são muito sensíveis à tag chocolate, hoje vou apostar, no Covid 19.

Para não enganar ninguém, excepto a equipa da Sapo responsável pelos destaques, começo por dizer que, não sou médico, não sou especialista em nenhuma área da saúde, nem sou delegado de propaganda médica.

Como tal estou à vontade para falar do Covid 19, sem tabus, apenas e só ao abrigo da liberdade de expressão, que é uma coisa muito bonita.

Mas no início deste post disse que ia apostar no Covid 19, não necessariamente falar do dito vírus. Vamos então descomplicar.

Vou falar no impacto do vírus, curiosamente, não na saúde pública mas apenas e só no comportamento das pessoas. Não sei se a comunicação social está a dramatizar em demasia ou se autoridades sanitárias estão a facilitar demais. O que sei é que perante uma aparente ameaça colectiva, a que se pode chamar epidemia, os mercados, que estão sempre ávidos da desregulamentação e da mínima intervenção do Estado nos seus negócios, nestes casos, dão logo sinal de que é preciso o Estado intervir.

E esta intervenção passa, obviamente, por uma injeção, não para vacinar o sector privado contra este tipo de peditório, mas sim para uma injeção de capital, ou seja, quando se trata de uma injeção da capital do Estado, ninguém foge com o rabinho à seringa.

Depois vem o comportamento do povo, civilizado bem certo. Por exemplo os australianos, apenas e só porque registaram cerca de 40 casos numa população de 24 milhões de habitantes, açambarcaram todo o papel higiénico que estava á venda.

Neste caso, a questão não foi fugir com o rabinho à seringa mas sim o medo de não ter com que limpar o rabinho. Também nas discussões sobre o Brexit dizia-se que o Reino Unido não tinha reservas de papel higiénico e que depois de mandar a economia pela sanita, não havia papel para limpar.

Do rabinho à face, foi um pulinho, afinal o que pode vir a faltar são máscaras.

O povo parece que também começou a açambarcar máscaras, gel de limpeza de mãos, frascos de álcool tudo em nome da higiene das mãos, sem qualquer sinal de pânico, mas com grande sentido de oportunidade empresarial e de inovação e colocou à venda no OLX a preços estratosféricos.

Isto tudo para concluir que, quando uma sociedade moderna, evoluída, composta por pessoas com os maiores níveis de educação (académica para que não haja confusões) de sempre, com o apoio dos melhores algoritmos e prestes a alcançar a inteligência artificial total, perante um mísero vírus, comporta-se de forma absolutamente selvagem.

Outra coisa não era de esperar, uma vez que em tempos de normalidade, paz e segurança, há por aí umas almas que adoptam as melhores práticas para assegurar o seu conforto, que consiste em estacionar num lugar reservado a pessoas portadoras de deficiência física.

A deficiência mental intencional está, afinal e infelizmente, sempre presente, quer quando há crise, quer quando não há.

Não há nada a fazer.

Apenas para voltar ao chocolate, falei com o meu médico e ele disse-me que se tiver gripe, variante Covid 19 ou não, posso beber uma chávena de chocolate quente com a medicação.

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