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Generalidades

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10
Dez23

Isto não é um desafio


Vagueando

A Primavera já vem a caminho e nada melhor do que nos fazermos ao caminho para a apanhar e, de caminho, celebrar não só a sua chegada, mas a passagem de um conto de Natal, algures por Sintra.

Se o Natal é para estarmos com a família, a Primavera também pode ser para estar com a família e em família (blogs Sapo), mas na rua, ao Sol.

Daí que me lembrei, não de lançar um desafio, mas de fazer uma proposta que consiste em fazer parte do percurso do  meu conto de Natal deste ano.

Acredito que fazer todo o percurso descrito no conto seria desonesto da minha parte e até uma via-sacra mas não tenho nenhuma vontade de vos “obrigar”a fazer uma penitência.

Assim faríamos uma pequena parte do percurso pedestre (pequeno) que vos prometo com poucos carros a rondar as pernas mas com muita paisagem e ar puro.

20231210_104259.jpg

A ideia seria partirmos, junto à placa da Rua das Terras do Burro, não é que tenha alguma coisa de interessante para ver, apenas porque num presépio existe um burro e seguirmos o percurso descrito no conto até à antiga Igreja de S.Pedro de Canaferrim.

Fica a proposta, vão pensando nisso que eu vou dando mais pormenores até à Primavera, se houver interessados, claro.

Nota de 12/12/2023

Parece que há mais propostas e já para este ano.

https://www.nit.pt/fit/ginasios-e-outdoor/vem-ai-uma-caminhada-natalicia-por-sintra-com-direito-a-sonhos-para-todos

 

21
Jul22

Um conto ou um Desconto


Vagueando

Aquele Conto era filho de mãe escritora e de pai matemático. Podia ter herdado o gosto da mãe pela cultura e/ou o rigor científico do pai. Mas não, a anarquia foi sempre a sua filosofia de vida, com laivos de debochado.

Talvez devido ao seu espírito anárquico e acima de tudo por ser um debochado, era alvo do interesse público, melhor da coscuvilhice pública. É que isto do interesse público tem o seu interesse, porque perante um mesmo copo de água há sempre quem o veja meio, meio cheio ou meio vazio. Ou seja servia para todos os gostos e embirrações e gostos (quiçá as embirrações também) não se discutem, exceto quando se lava roupa suja nas redes sociais.

Daí que um escritor, manhoso mas minimamente honesto, ao contrário dos jornalistas de tabloides que seguiam e engendravam casos à volta do Conto, interessou-se por escrever um conto sobre o Conto, pelo que lançou mãos à obra.

Como um conto já o é, teve que fazer de conta que o conto sobre o Conto era isso mesmo, um conto. Contudo, o dito conto sobre o Conto, mais não era que um biografia.

A infância, as diabruras constantes demonstravam que o Conto era, autenticamente, um estarrabazido (palavra que a minha avó usava para designar este tipo de sujeitos), um sem eira nem beira.

A adolescência não modificou o Conto, para melhor entenda-se. Sem rumo, sem norte, ao sabor do vento, mesmo quando este não soprava, as suas atitudes e posturas, andavam no limbo entre o mau comportamento e os pequenos delitos.

Já na idade adulta, esmerou a sua faceta criminosa, começou a partir corações, quer por via dos muitos amores desfeitos por traições, que as mulheres perdoavam, quer por via das burlas (amorosas – amor para que te quero) com que as brindava, em suma, um charlatão/engatatão.

O Conto vivia à conta dos contos que escramalhava (termo algarvio que designa espalhar/desarrumar) às muitas mulheres que caiam na esparrela de se deixar enrolar, entregando-lhe as suas poupanças, contra a promessa de que o Conto faria bons negócios com o mesmo, enfim o típico conto do vigário.

Quando o Conto viu, em grande destaque no escaparate de uma livraria um livro sobre a sua malfadada vida, resolveu descontar tudo e, vai daí, sob pseudónimo, lançou um desconto, ou seja a sua versão, aldrabada mas cor-de-rosa da sua vida, incluindo a amorosa, mais a versão aldrabada, do sucesso da suposta vida de empresário.

O curioso nestes dois contos é que se provou que após a morte do Conto, a versão biográfica e honesta do conto, morreu também, enquanto a versão aldrabada continua a fazer sucesso, indo já 25ª Edição.

A mentira faz parte daquilo a que outrora chamávamos a voz da razão.

Existe mesmo uma FdAdCA – Fundação de Admiradores do Conto Aldrabado, criada por si com os fundos obtidos via trafulhice e que conta com uma legião de seguidores, ainda mais pantomineiros do que o Conto.

Esta legião, assegura a continuidade da sua obra, usando as velhas técnicas, não deixa de ser curioso como a inovação não faz falta nenhuma para este fim, ainda que se possa recorrer a outras ferramentas mais modernas, mas agora para poderem beneficiar financeiramente das suas práticas, usam apenas moeda virtual.

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