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Generalidades

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02
Jan24

A propósito de árvores


Vagueando

Há poucos dias publiquei aqui Fui Abraçar Árvores sendo que estas árvores se encontravam em ambiente rústico ou rural se preferirem, pelo que para além de acrescentarem muita beleza à paisagem, contribuírem para tornar o ar mais respirável e para a economia local, servirem de local de abrigo para aves e ainda, no Verão projetarem uma sombra generosa, a probabilidade de atingiram alguém se caírem ou se partir uma pernada é mínima.

A coisa pia mais fino em ambiente citadino, de tempos a tempos lá se parte uma pernada ou cai uma árvore grande porte e, para além dos prejuízos materiais, matam e ferem pessoas com gravidade.

Gosto de ver árvores dentro das cidades, deve ser promovida a sua plantação, ainda que me cause algum arrepio o tamanho de algumas, em especial em dias de vento, nomeadamente quando estão implantadas em zonas muito frequentadas, como é o caso de Sintra.

É que estes acidentes, quando acontecem, a primeira coisa que oiço é que estavam de boa saúde e nada fazia prever a sua queda. Não percebo nada de árvores, muito menos de podas ou desramagens, mas parece-me que quanto maior é a árvore maior o risco de queda ou quebra dos seus ramos.

Vem isto a propósito de uma notícia de 27 de Fevereiro de 1955, publicada no Jornal de Sintra nº 1098, com o título "Árvores Perniciosas" e que reproduzo abaixo, onde era solicitada à JAE - Junta Autónoma das Estradas (aquilo que é agora as Infraestruturas de Portugal) o corte de plátanos, justificando-se com vários constrangimentos que o seu porte provocava.

Ora hoje ninguém pensa em cortar árvores e talvez até de forma um pouco fundamentalista, parece que não se pode também podar árvoes. Assim os plátanos em Sintra atingem hoje nalgumas zonas, altura superior a 20 metros e continuam a crescer. Onde há cabos eléctricos alguns estão sob uma pressão enorme e não parece existir nenhuma preocupação com tal situação, nem da parte da Câmara nem da ERedes.

Ora se não existe vigilância sobre o cabos eléctricos que estão em risco de se partir, deduzo que também não exista vigilância sobre o estado de saúde das árvores.

Pela parte que me toca, o ano passado sofri vários cortes de energia por via do encontro destas ramagens com as linhas eléctricas e até se registou um princípio de incêndio em cabos que estavam a roçar num plátano que foi desramado posteriomente.  A menos de 100 metros do local onde ocorreu este incidente, outros cabos estão na mesma situação, mas parece que ainda não é altura de fazer alguma coisa, espera-se - eventualmente - pelo próximo incêndio.

A outra parte que me toca é que o tal pó referido na notícia de 1955, é um regalo para a minha asma a para os meus olhos que ficam vermelhos como deve estar o peixe fresco e nem o uso da máscara e de óculos me salvam dos transtornos causados.

Nem quero imaginar se um dia, por via de Sintra ser considerado Património Mundial da Humanidade se decidir enterrar os cabos de energia e telecomunicações, retirando os inestéticos postes, até onde podem crescer as árvores em ambiente urbano.

O que vale é que já passaram 28 anos desde que lhe foi atribuída essa classificação e não me parece que tão cedo se proceda ao enterramento dos cabos, na minha rua estava previsto ser em 2023, o que será sempre uma boa desculpa ou, quem sabe, uma boa prática para desramar ou podar alguns dos plátanos existentes.

Não haverá por aí um meio termo entre o fundamentalismo atual e a exigência feita em 1955?

Plátanos.jpg

26
Ago23

Modernices

Os passeios ainda são dos peões?


Vagueando

 

20230822_132756 (4).jpg

No meu tempo de juventude, quando algo de esquisito acontecia dizíamos que eram modernices.

Hoje conheço algumas modernices, que para além de esquisitas são perigoas e que tenho dificuldade em entender, nomeadamente aquela em que se permitiu a transformação de triciclos de carga em tuk tuks, ou seja, aparafusaram-se umas cadeiras na caixa de carga e passaram a transportar pessoas, escrevi aqui sobre isso em Abril de 2018.

Há poucos dias andava pela Baixa Lisboeta e deparei-me com um grupo de turistas, acompanhados por um guia, devidamente equipados com capacetes, a fazerem um tour de segway por Lisboa.

Nada de mais, Lisboa está cheia de turistas é normal que se façam tours para lhes mostrar a cidade. O problema é que estes turistas, circulam com estes veículos nos passeios ao lado de peões.

As estradas portuguesas foram invadidas, nestes últimos anos, por novos veículos, trotinetas, skates, segways, monociclos, bicicletas, scooters de mobilidade.

Ora estes veículos, é necessário que se diga, possuem motores elétricos, são por isso silenciosos, não estão identificados com matrícula, podem ser conduzidos por pessoas sem carta ou por pessoas que tiveram carta mas que, eventualmente, não lhes foi renovada (scooters de mobilidade), são um risco potencial para todos os utilizadores da via pública.

E constituem um risco ainda maior, porque muitos deles são conduzidos inconscientemente e conscientemente, sem qualquer respeito pelo Código da Estrada, por exemplo, ignorando a paragem obrigatória perante o sinal vermelho ou circulando em sentido contrário em vias de apenas um sentido.

Como se tudo isto não fosse já bastante mau, muitos destes veículos invadiram literalmente os passeios, potenciando o risco de causar ferimentos graves em peões, nomeadamente os mais vulneráveis (crianças e idosos).

Não entendo, que se promovam tours, guiados ou não, em que se utilizem veículos motorizados, sejam segways, bicicletas ou trotinetas, em que se utilizam os passeios para transitar.

Se as trotinetas e bicicletas estão proibidas de circular nos passeios, proibição que ninguém respeita, nem ninguém pune, será que  tours com estes veículos estão mesmo autorizados?

Ou é mais uma daquelas situações em que depois da desgraça toda a gente vem sacudir a água do capote?

Se aos participantes nestes tours, é dada a informação que viajam em segurança com um capacete incluído, que segurança é oferecida aos peões que circulam pelos passeios?

É feito algum teste de alcoolémia aos participantes?

Que garantia podem os peões ter, que por distração ou falta de perícia de um participante, não são atingidos por um veículo destes que pesa cerca de 50 kg, pelo que com um adulto em cima ultrapassa facilmente os 100 kg?

Se acham que estou a exagerar basta dar uma vista de olhos a este vídeo do You Tube, Acidentes Segways onde algumas destas quedas ocorrem em passeios turísticos, para perceber o perigo que isto constitui para um peão.

É que o peão, sendo o elo mais fraco, mesmo sem culpa, as mazelas, o sofrimento, a hospitalização e eventuais incapacidades são efetivamente dele.

25
Mai22

Contemplando


Vagueando

 

CABOROCAPORSOLSET2009.JPG

Onde a terra acaba e o mar começa

Há mar e mar, há ir e voltar

Olhamos o Sol, esperamos que se despeça

O Sol foi-se, deixou de nos acalentar

 

Sol para onde vais, porque nos deixas?

Ficamos sós, apenas com a brisa do mar

Vou iluminar e aquecer outros, não quero queixas

Ficamos aqui sem luz, sem calor, a pensar

 

Ai se pudéssemos ser aquela ave em liberdade

Saborear o vento que lhe dá aquele sustento

Acompanhávamos o Sol até à próxima Cidade

Não ficávamos aqui parados ao relento

 

O céu e as nuvens parecem aqui tão perto

Junto a nós, junto ao mar, junto a ti, Sol

Já não sabemos o que vemos ao certo

Esperamos que a espera se canse da luz do Farol

 

 

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