No passado dia 29/07/2024, dia em que tirei esta foto, foi inaugurada em pleno Centro Histórico de Sintra, a Casa da Torre.
Encontra aqui a doçaria habitual de Sintra, nomeadamente as famosas queijadas e travesseiros, bem como um serviço tradicional de pastelaria.
Hoje, ao contrário do dia da inauguração, tive a oportunidade de entrar e apreciar a decoração. A casa, para além do balcão virado para a rua, para os mais apressados, dispõe de dois pisos com mesas e lugares sentados e outro balcão/montra no piso um.
Gostei da decoração, sóbria, com cores claras o que acrescenta luz ao interior, uma vez que as janelas são pequenas, típicas da época do edificio.
Os lugares à janela permitem observar todo o movimento habitual de um centro histórico altamente turístico e gozar da tranquilidade que o espaço transmite. No piso um, a janela da mesa 6 tem um vista fabulosa para o Paço, pelo que acredito que esta mesa venha a ser especial.
Outras fotos da Casa da Torre
Vale a pena uma visita a esta casa, implantada num edifício histórico, mesmo ao lado de um lindíssimo posto do CTT (ver abaixo) sendo ela própria uma referência histórica no património da doçaria sintrense, ao ser gerida pela Casa do Preto que já leva 93 anos de história.
Cronologia do edifício onde está implantada a Casa da Torre (também pode ser consultada aqui )
Séc. 16 - a primitiva torre devia datar do reinado de D. Manuel ou início do de D. João III; séc. 18, 2ª metade - a torre actual foi construída por iniciativa do Marquês de Pombal, após o terramoto de 1755, que provocou a derrocada da anterior a partir do piso onde se encontra a maquinaria do relógio;
1773 - data inscrita no sino voltado a E.;
1791 - data inscrita no sino voltado a S.;
1812 - por deliberação camarária são colocadas luminárias na torre por ocasião do nascimento de um Infante;
1815, 11 Fevereiro - uma acta de reunião da Câmara refere a existência de um relógio na torre;
1820, 6 de Maio - são colocadas luminárias na torre para celebrar o aniversário de D. João VI;
1822 - reedificação da antiga cadeia, a cargo do empreiteiro Pedro de Oliveira; A 4 Maio - reparação do mecanismo do relógio;
1823, 26 Outubro - são colocadas luminárias na torre para celebrar o aniversário do infante D. Miguel;
1830 / 1840 - várias gravuras, duas de William Burnett (de 1830 / 1838), uma de George Vivian (de 1839) e outra Célestine Brélaz (de 1840), representam a torre de forma diferente, designadamente no que diz respeito às sineiras;
1836, 13 Abril - uma deliberação camarária estabelece um ordenado de 60.000 reis anuais para o carcereiro, com obrigação de cuidar do relógio;
1837, 28 Janeiro - na acta da reunião camarária refere-se o arrendamento da casa do 1º piso da torre; Em 22 Novembro - a casa é arrendada a António Rodrigues Ferreira;
1839 - Aquisição de nova corda para o relógio;
1849, 29 Outubro - Pagamento pela Câmara de 4.800 reis a João Pereira Pinto, por uma reparação do relógio;
1852 - a maquinaria do relógio ainda não estava ligada aos sinos;
1857, 25 Abril - Pagamento pela Câmara de 2.680 reis a António Maria da Silva, pela reparação do relógio , colocando-lhe roldanas novas, madeira e ferros;
1873, 28 Maio - é nomeado carcereiro João Pereira Pinto, o qual já exercia, interinamente, o cargo de relojoeiro desde o ano anterior;
1882 - Data inscrita no sino voltado a N.; na mesma data parece ter-se procedido à aquisição de novo mecanismo para o relógio;
1899 - limpeza do relógio, que não se efectuava pelo menos há 4 anos, pelo que o mesmo se encontrava parado;
1907 - a pedido da Liga Promotora dos Melhoramentos de Sintra a Câmara Municipal cede ao Estado o edifício da antiga cadeia, com vista à construção de uma estação de correios;
1911 - construção do Edifício dos Correios, segundo projecto do arq. A. Marques da Silva, na qualidade de arq. do Ministério do Fomento, no local da antiga cadeia, permanecendo apenas a torre do relógio.