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Hoje é o primeiro dia do ano de 2023.
Mais um ano que será igual a todos os outros, na medida em que continuará a haver mortes e nascimentos, ganância e bondade, guerras e ou conflitos e paz, demissões de ministros e secretários de estado e nomeação de novos, quedas de governos e posse de novos, acidentes rodoviários, mais derivados de irresponsabilidade de quem conduz do que causas fortuitas que só gerarão exigência de responsabilidade, caso envolvam alguma figura pública .
No final do ano as estatísticas, obtidas pela recolha de dados através de métodos cientificos/matemáticos e certas porque estão validades pelas ciências ditas exatas, servirão para demonstrar ao nível político, a incompetência de quem nos governou e evidentemente, a competência de quem, estando na oposição, indicava outro caminho.
Não há volta a dar, é sempre assim, só não percebo é porque quando os governos mudam apenas se aletram os discursos e as culpas.
Bom isto foi só um desabafo, agora vamos ao que interessa e ao que trouxe até aqui.
Hoje repeti o meu ritual, que consistiu em sair de manhã cedo, observar o primeiro dia do ano, sem gente na rua e conclui que estando tudo igual, está tudo tão diferente.
A rua vazia fez-me lembrar os tristes dias dos confinamentos, mas mesmo estando vazia sentia-se vida, a vida que dormia, que descansava depois de uma noite de folia. A humidade assente no chão deixava ver sulcos de automóveis que por ali circularam durante a noite, a infeliz lixeira que muitos foliões largam nos passeios, para depois com o ar mais cândido deste mundo, carregado de direitos cívicos, alegam que têm direito a ruas limpas.
Até as árvores se bamboleavam de forma diferente alegradas pelo vendo moderado que se fazia sentir.
O comércio fechado mas com o letreiro a indicar que “estamos encerrados dia 1 de janeiro", lembram-nos que amanhã lá estarão de novo para nos receber. É como se as portas não estivessem fechadas mas apenas encostadas à espera de serem empurradas e puxadas de novo, pelo vaivém do entra e sai.
Este passeio matinal, sozinho, pelas ruas de Sintra, fez-me sentir vivo e acompanhado mesmo sem ver ninguém porque sabia que ali por trás daquelas portas, daquelas janelas, daquelas paredes há gente que daqui a pouco sai à rua para confirmar se 2023 efetivamente chegou.
Eu fui o primeiro a confirmar, sinto-me assim como aqueles carolas que vão à praia tomar o primeiro banho do ano.
Certamente nos encontraremos por aqui, porque ainda não perdi (vamos ver até quando) a vontade vaguear.
Bom Ano de 2023.