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Generalidades

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20
Dez24

Redundâncias precisam-se para umas Festas Felizes


Vagueando

Quantos de nós ao longo da nossa vida não cometemos redundâncias, por exemplo gramaticais, o que é um erro ou profissionais, que podem ou não ser um erro, mas que gosto de chamar de "Coeficiente de cagaço”.

Há duas expressões redundantes, que não nos levam a lado nenhum, de que gosto bastante, são elas o “subir para cima” e “descer para baixo”.

Mas o tema de hoje, vai no sentido de mostrar as virtudes da redundância, nomeadamente no que toca à segurança da nossa pele e não vou falar de dermatologia. A questão tem a ver com o salvar a nossa pele, não no sentido de fugirmos às nossas responsabilidades, mas sim assumindo-as, para não arriscarmos a pele.

Afinal a cada três dias “Em Portugal, alguém morre atropelado a cada três dias e a probabilidade de isso acontecer numa passadeira é enorme”.

Os atropelamentos ocorrem nas passadeiras ou fora delas, são assim um pouco como os divórcios litigiosos em que a culpa acaba por ser do casal e não apenas de um dos membros do dito.

Daí que - isto é a minha opinião - o peão pode ficar com a taça por não ter sido culpado de ter sido atropelado, porque estava na passadeira, mas os ferimentos não se curam com este tipo de vitória e as mazelas, que muitas vezes ficam para a vida, também não. Por outro lado um peão, na maioria das vezes também é condutor, pelo que sabe muito bem das dificuldades que cada um deles tem perante a abordagem de uma passadeira.

O que me parece é que o condutor, enquanto tal (isto se calhar é redundante), delega no peão a responsabilidade de cumprir as regras e este último (enquanto tal, isto se calhar também é redundante), delega no condutor a responsabilidade de cumprir as mesmas regras, mais que não sejam as do bom senso, para não ser atropelado.

Como sabem, está provado, a aviação é o meio de transporte mais seguro que existe, ao ponto do maior risco de viajar de avião é ir de carro até ao aeroporto. Contudo, não deixa de ser curioso que sendo o meio de transporte mais seguro é o que a grande maioria das pessoas tem mais receio de usar.

A aviação tornou-se o meio de transporte mais seguro porque recorre à redundância dos seus sistemas de voo, de modo a que quando um deles falha os pilotos podem recorrer a um segundo sistema, que permite manter o controlo do avião e fazê-lo regressar a terra em segurança.

O conceito da redundância, neste caso boa, pode assim ajudar e muito a reduzir o risco de atropelamentos, aplicando-a ao condutor e ao peão, se um deles falhar e é fácil falhar, o outro colmata a falha e evita o atropelamento.

Esta tarefa não deve ser da responsabilidade exclusiva do peão ou do condutor mas sim de uma cooperação mútua em que ambos saem a ganhar.

A responsabilidade de acabar com os atropelamentos é de ambos os dois, (estão a ver a redundância) do peão e do automobilista ou do automobilista e do peão, para não pensarem que a responsabilidade é primeiro de um antes da do outro.

Ficam aqui alguns conselhos para por em prática e vão ver que a dado passo encontrará uma mensagem sobre a importância de se estabelecer um contacto visual entre peão e automobilista de modo a perceber se é ou não seguro atravessar a estrada, com ou sem passadeira.

Boas Festas em segurança.

28
Nov22

A Obrigação é mesmo obrigatória?


Vagueando

Se existe um tema que gera conflitos entre os diversos utilizadores do espaço público, são as ciclovias. Cada um de nós quer ver os seus direitos (não necessariamente a segurança) garantidos.

Nada mais natural e justo.

O problema surge quando, ao longo do dia, vamos sendo utilizadores diferentes do espaço público. Umas vezes somos peões, outras automobilistas, outras usamos os meios da, tão na moda, mobilidade suave. Enquanto assumimos cada uma destas facetas conseguimos ver os erros dos outros utilizadores, mas nunca os mesmos erros, quando praticados por nós quando estamos do outro lado. Um exemplo - na qualidade de automobilista, estacionamos o carro em cima do passeio, achamos que não faz assim tanto mal. Depois, ao dobrar a esquina, já como peão, refilamos com os caros que estão estacionados no referido passeio.

Informo desde já que sou a favor do estacionamento em cima do passeio ou que este seja reduzido para aumentar o estacionamento, desde que o(s) veículo(s) estacionado(s), permita(m) que os peões tenham espaço suficiente para circular pelo lado direito do veículo, mas jamais nos casos em que obrigue os peões a circular pela faixa de rodagem.

Contudo, não posso aceitar que um peão, com o passeio livre, às vezes até vedado com corrimão, circule fora dele, na faixa de rodagem sem qualquer necessidade. Já abordei isso aqui em “O flagelo dos atropelamentos”

Esta introdução serve para falar de um tema que foi ao Polígrafo, pode ler aqui Polígrafo, sobre os ciclistas não estarem obrigados a circular nas ciclovias, quando se deparam com este sinal de obrigação, o D7a.

D7a – Pista obrigatória para velocípedes

A avaliação do Polígrafo, nasce de uma publicação efetuada no Facebook, em que alguém abre um debate porque se comenta que, mesmo na presença deste sinal não, os ciclistas não são obrigados a circular na ciclovia.

E a questão vem logo inquinada à partida, porque o ciclista que a coloca, parece defender a não obrigatoriedade da circulação numa determinada ciclovia porque a bicicleta pode não se adequar ao tipo utilização que se pretende fazer dela.

A primeira questão é que um sinal de obrigação é isso mesmo, uma obrigação, não tem outra interpretação.

A segunda questão, tem a ver com a circulação na via púbica, seja bicicleta – ou outro qualquer veículo – tem de estar adaptada às regras de circulação e respeitar as características da via pública, pelo que a sua utilização não pode depender do uso que cada utilizador lhe quer dar porque esse uso tem que estar enquadrado com o exigido no Código da Estrada.

Fica claro que na presença deste sinal, os velocípedes terão obrigatoriamente que circular na ciclovia e adaptar-se às condições da mesma.

Não é opcional.

Se assim não fosse, perante o mesmo tipo de sinal que obriga, por exemplo a virar à direita, o ciclista também poderia optar por não o fazer e entrar em sentido contrário numa via de sentido único. Lamentavelmente, muitos fazem-no.

Não vou colocar tudo no mesmo saco, mas muitos os utilizadores da mobilidade suave, querem ser tratados como especialmente vulneráveis (e aplaudo que o Código da Estrada lhes concedesse esse estatuto) mas não podem delegar em terceiros a proteção da sua vulnerabilidade, quando eles próprios ( o exemplo acima é apenas um entre muitos) colocam a sua integridade física em risco por desrespeito ao Código da Estrada.

Ainda sobre a mobilidade suave, alguns utilizadores deste tipo de transporte nem sequer possui carta de condução, as bicicletas privadas poucas terão seguro e agora até aquelas scotters de mobilidade, usadas maioritariamente por idosos, que também não necessitam de seguro, nem tão pouco que os seus utilizadores tenham carta de condução, andam por aí na via pública conduzidas por pessoas a quem, eventualmente, a carta de condução não foi renovada.

Por fim uma palavra para as autoridades que, obviamente, não podem controlar todas as infrações, mas também fechar os olhos diariamente a várias infrações praticadas à sua frente também não me parece a melhor opção. Esta postura desenvolve um sentimento de impunidade juntos destes utilizadores de mobilidade suave, mas que são responsáveis por causar acidentes e ferimentos, que nada têm de suave.

27
Set22

O flagelo dos atropelamentos


Vagueando

 

20220925_132322 (2).jpg

20220910_090600 (2).jpg

Mais do que tentar perceber a razão pela qual existem atropelamentos em Portugal, custa-me perceber porque razão os peões colocam desnecessáriamente, a sua vida em risco.

Não tenho dúvidas que o automobilista, ao ter a condução de um veículo, cujas características, podem infligir ferimentos graves num peão, tem a responsabilidade de assumir uma condução prudente em locais onde circulam peões.

Quanto aos peões, que são os elos mais frágeis nesta equação, resta-lhes quase sempre o consolo de não serem culpados, quando são atropelados, mas são eles que suportam o sofrimento, as incapcidades e até a morte.

Porque se expõem então ao risco desnecessário circulando onde não podem, de costas para o trânsito?

Estas imagens, que se observam diariamente por todo o país, são ilustrativas daquilo a que Herman José muito bem classificava; Não havia necessidade!  Pode ver aqui - Não havia necessidade

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