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Generalidades

Generalidades

30
Mar25

Cinquenta anos de quê?


Vagueando

Recentemente apareceram por aí uns cartazes de um partido politico, com fotos de duas figuras políticas, a assinalar “50 anos de corrupção”.

Cinquenta anos depois da revolução, ao que parece (não sou eu que digo, mas diz-se) produzimos maus políticos, ao que parece os de antigamente é que eram bons e antes da revolução também não haveria corrupção. Por outro lado, paralelamente aos cinquenta anos de corrupção, ao que parece, produzimos muitos jovens altamente qualificados e, como temos uma população muito envelhecida, digamos que muitos viveram no antigamente, serão, obviamente , gente de bem.

O ano passado, o Continente, detido pela Sonae, que já tem mais de 50 anos, resolveu acabar com aquelas moedas de plástico para se usar no carrinho do supermercado, em vez da moeda de um ou dois euros que nunca tínhamos.

Este acção visou combater o uso desnecessário de plástico, permitindo assim poupar três toneladas por ano, parece-me uma medida acertada e que vai de encontro aos anseios de uma população cada vez mais esclarecida e exigente com o cumprimento das metas ambientais.

Sempre me fez muita confusão o porquê do uso das moedas, presumo que era para ficassem arrumados após o seu uso, poupando assim mão de obra e consequentemente  custos e, porque não dize-lo, evitava sujeitar alguém a fazer um trabalho degradante.

Contudo, a Sonae, mais precisamente o Continente, optou por não trancar os seus carrinhos pelo que agora não é necessário moedas para os levar às compraras.

Assim sendo, não entendo a razão pela qual os clientes dos supermercados não arrumam os seus carrinhos nos lugares próprios, evitando assim que fiquem espalhados pelos parques de estacionamento.

Com raramente vejo políticos nas compras, presumo que os carrinhos são abandonados pela grande maioria que vai às compras, ou seja, gente do povo ou das elites e os exigentes com a proteção do ambiente.

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Cinquenta anos de corrupção não justificam esta situação, de que a foto abaixo é apenas um parco exemplo. Justificar-se-á por cinquenta anos de educação, solidariedade, respeito, empatia?

Ou afinal não somos assim tão diferentes dos que andamos a criticar e regemo-nos por aquela velha máxima – Faz o que eu digo e não o que eu faço?  

21
Mar25

Tótó


Vagueando

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Há uns bons anos discutia (amigavelmente entenda-se) com um amigo o uso do cinto de segurança do automóvel. Estávamos nos primórdios da obrigatoriedade do seu uso e existia muita resistência dos condutores em coloca-lo. Esse meu amigo defendia que o uso deste dispositivo era mais perigoso do que não o usar, dando como exemplo, a maior dificuldade em sair do carro em caso de incêndio após acidente e acrescentava, só o uso para não ser multado.

Eu defendia que o usava porque acreditava que me oferecia uma proteção extra. Nessa altura já tinha lido uns artigos sobre o tema e como fui comissário no Autódromo do Estoril, convivi com pessoas ligadas ao desporto automóvel, pelo que estava convencido dos seus benefícios, o que o tempo feio comprovar de forma inequívoca.

Também é justo dizer, que a construção dos automóveis modernos, ajudaram bastante na mitigação dos ferimentos em caso de acidente.

Atualmente assistir-se-à discussão da obrigatoriedade do uso de capacete em ambiente citadino, quando se conduz uma bicicleta ou trotineta. Sou claramente a favor do seu uso e tenho dificuldade em engolir os argumentos para não o usar, mas coloco-me de fora desta “guerra”.

Vem isto tudo a propósito de um componente de uso obrigatório nos automóveis movidos a Diesel, o Catalisador.

Quando este componente avaria, a maioria dos condutores opta por retira-lo porque se trata de um componente bastante caro. Esta decisão fez-me recordar a discussão do uso do cinto de segurança, acima referida. Os que optam por retirar o catalisador fazem-no porque (ao contrário do uso do cinto) não têm medo de ser multados, a fiscalização não existe e até se diz por aí que os Centros de Inspeção não possuem a tecnologia que permite detetar a falta deste componente.

Por outro lado, também se diz por aí, que a multa pela falta deste componente é ridiculamente barata, pelo que mesmo que se seja multado várias vezes, ainda fica muito mais barato do que montar a tal peça. Obviamente quando refiro a “que se diz por aí”, estou a dizer que desconheço a veracidade de tais afirmações.

E lá entro outra vez na discussão porque o meu catalisador pifou e resolvi montar um novo, o que me custou uma nota preta, como se costuma dizer.

Fi-lo, desta vez não por acreditar que é uma complemento à minha proteção, mas sim porque é um complemento à protecção de todos e do ambiente, afinal tenho família e da família faz parte uma neta com menos de um ano.

E como é vista esta minha acção pela sociedade e pelo meu antigo amigo? Sou um tótó.

Ainda que da minha parte esteja convicto que tomei a decisão correta e que isso me coloca de consciência tranquila mas, só o facto desta afirmação ser usada pelos políticos quando ficam sob suspeita da prática de alguma infração, dá logo uma conotação negativa à coisa.

É a vida!

25
Out24

Vareta do Óleo


Vagueando

Participação XII do Ano II no Desafio 1 foto 1 texto de IMSilva

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Exemplo de uma vareta de nível de óleo

A sofisticação tem vindo a tomar conta do automóvel comum, de tal forma que alguns deles já se autoconduzem, pelo menos parcialmente. A inovação, o conforto e essencialmente aquelas coisas não essenciais para a função do veículo, têm vindo a aumentar de forma exponencial. Com o choque petrolífero nos anos setenta, a redução de peso dos automóveis, a par de uma melhoria da eficácia dos motores, consegui-se reduzir drasticamente o consumo dos veículos.

Contudo, nos últimos anos, esse peso tem vindo a aumentar, por força da incorporação de muito equipamento, desnecessário, destinado a melhorar o conforto catapultar as vendas.

Acontece que há coisas tão simples e terrivelmente eficazes em que não se devia mexer ou alterar, refiro-me, por exemplo à vareta do nível de óleo. O nível do óleo correto é essencial para a longevidade do motor que, caso este se torne insuficiente, provoca avaria muito grave no motor.

É uma peça barata, leve, dura uma eternidade, é das poucas peças do carro que nunca tem que ser substituída e não falha. O meu carro com 6 anos, não traz essa vareta, sendo que se verifica o nível do óleo no painel de instrumentos.

É confortável e prático? Sim, sem dúvida.

Mas isso implica uma série de itens desnecessários, um sensor, o fio que o alimente e o leitor que é montando no painel de instrumentos, para além de ter ainda de permeio uma ligação a uma centralina para processar a informação.

E quando esta coisa avaria?

Pois não há forma de verificar o nível do óleo, a não ser que se vá à oficina, se pague para o efeito e se espere que a mesma tenha disponibilidade para o fazer. A outra hipótese é mandar reparar que, no meu caso, já é a segunda vez, com um custo total de cerca de 1.200 euros.

Se o meu motor tivesse vareta de nível de óleo, teria poupado este dinheiro porque certamente não teria procedido a estas estupidas reparações.

A inovação é tão linda, para o lucro da marca, mau para o cliente e já agora que andam tão preocupados com a sustentabilidade, também é mau para o ambiente

 

 

09
Ago24

Incómodos


Vagueando

Ano II - Episódio II

Aqui estou para participar no desafio semanal 1foto 1texto de IMSilva.

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Um dia normal, onde a anormalidade se pratica todos os dias, durante todo o dia.

Não obstante, o sinal de proibido estacionar, a existência de uma paragm de transportes públicos e de estar marcado no pavimento "BUS",  devidamente assinalado a vermelho na foto, os três veículos à direita estavam lá estacionados.Se não fossem estes três seriam outros.

O motorista do autocarro para cumprir a sua missão, tão insistentemente defendida como a mais protectora do ambiente em termos de mobilidade, ali ficou parado, bloqueando por completo o trânsito que estava atrás, o que do ponto de vista ambiental é péssimo nas cidades.

A pergunta que deixo é a seguinte;

Somos cidadãos com direitos, mas com que direito nos comportamos desta forma?

27
Jul24

Especialistas


Vagueando

Há uns tempos a esta parte dão nas vistas gurus, coaches, influencers, especialistas em qualquer coisa, mesmo que não seja boa coisa, nem digam coisa com coisa.

Mas está na moda, prontes. Ah, e são notícia ou, vá lá, também produzem conteúdos que são notícias. Porquê? Sei lá eu!

O interessante é que estes conteúdos, às vezes aparecem por aqui, na Sapo, ou noutro portal e, da forma como são apresentados, trazem uma auréola de evidência científica. A evidência sozinha fica desenxabida, deixou de valer por si só, adicionou-se-lhe a cientificidade, para a reforçar a evidência.

Por exemplo, se pegarmos num cubinho de Knorr e lhe juntarmos água obtemos um caldo de galinha, é uma evidência facilmente comprovada. Mas se ao mesmo cubinho de Knorr, composto por glumato de monossódico, inosinato de disódico, gordura de palma totalmente hidrogenada e, convém, 3,1% de gordura de galinha e 0,7% de carne de galinha, maltodextrina, entre outras mixórdias, provenientes de agricultura sustentável, juntarmos H2O, continuamos a ter um caldo de galinha mas o resultado é agora uma evidência científica.

Até aqui fui eu a divagar, mas vamos dar início aos conteúdos que tenho vindo a guardar. Começo por uma notícia que passou despercebida.

A era dos ‘supercentenários’: “A primeira pessoa que chegará aos 150 anos já nasceu”, revela especialista. Lá está é um especialista que faz esta importante revelação e, podes ser tu que me estás a ler o bafejado pela sorte, ou pelo azar se o planeta, revoltado com o nosso comportamento, lá está não estamos a fazer tudo o que deveríamos em termos ambientais, entretanto rebentar e acabar com todos nós.

Portanto, fica desde já outra notícia, com especial interesse para quem vai chegar aos 150 anos. Cuide-se e tome desde já nota da dissertação de outro(s) especialista(s) - Preocupa-se em limitar a sua pegada de carbono? Se o faz em vida, saiba que a sua morte gera o equivalente a uma viagem de carro de 4000 km.

Bem mas enquanto cá andamos é importante satisfazermos os nossos sonhos, lutando, de forma socialmente respeitável para o efeito. Dá trabalho, nem sempre resulta, temos que remover montanhas e remover muitas pedras do caminho.

É assim não é? Ou sou eu que já velho que venho para aqui com ideias retrógradas?

Sou eu que estou mesmo a ficar velho, afinal, lá está especialista nos mostra um atalho - Especialista revela qual é o melhor dia para comprar um bilhete da lotaria e ganhar. Leia, leia, não se intimide, não é bruxaria, é astrologia.

Entretanto como é do conhecimento geral, comer um bife não é a coisa mais sustentável ambientalmente que podemos fazer, já abordei este tema num post que apelidei “E no entanto as vacas continuam a peidar-se”.

Ora quando me deparei com esta notícia, Conheça a ‘Viatina-19’: a vaca mais valiosa do mundo é vigiada por câmaras e tem um guarda-costas armado pensei logo que se tinha resolvido a sustentabilidade do bife no prato e fui ler. Desilusão completa, mas o negócio parece lucrativo na mesma. Uma participação de 33% na Viatina 19, custou qualquer coisa, como 3,76 milhões de euros, é lá! E há mais esta vaca já foi  “Miss América do Sul” uma versão bovina do ‘Miss Universo’, onde vacas e touros de diferentes países se enfrentam.

Ora aí está uma boa ideia, juntar os concursos de Miss e Mister Universo numa única cerimónia, torná-la-ia muito mais inclusiva.

A propósito de bifes, quanto custa comer no melhor restaurante do mundo? Não se acanhe dê uma espreitadela, pegue na calculadora, junte-lhe as despesas de deslocação, eventualmente mais uma dormida e a harmonização de vinhos, uma bagatela que seguramente só deve ser sustentável (financeiramente falando obviamente) para algumas carteiras e, eventualmente, para algum carteirista mais bem sucedido.

Deixemos a gastronomia e viremo-nos para outros prazeres, uma ida à praia por exemplo. Está a pensar que não precisa de um especialista para ir à praia? Lamento, está enganado. Leia se faz favor esta especialidade - É esta a melhor hora para o bronze (sem esquecer os cuidados a ter na exposição ao sol)

Já que estamos em maré de praia convém que saiba que há praias fluviais e já agora que a melhor até é nossa. Dê uma vista de olhos – A melhor praia fluvial da Europa é portuguesa. Conhece?  Convém recordar que para proceder a classificações desta natureza tem que se recorrer a especialistas quer da avaliação, quer dos critérios usados e ainda especialistas no acompanhamento processo de avaliação em nome da transparência.

A esta altura quem sabe se eu não me estou a tornar num especialista em divulgar conteúdos de especialistas.  

De prazer em prazer até ao prazer supremo - O dia do sexo – Celebre os prazeres da intimidade, mais um rol de conselhos de especialistas da coisa.

Para terminar, volto ao primeiro tema deste post. Se por acaso ainda não nasceu, é porque provavelmente não está talhado para chegar aos 150 anos. Mas se já nasceu, pode ser que só morra depois de completar a bonita idade de 150 anos, portanto a minha escolha para a última notícia, que não é de um especialista mas sim de um profeta da tecnologia, é para si ou para todos nós - No futuro, os mortos vão voltar à vida? Profeta da tecnologia faz previsões alarmantes para os próximos anos

Se eu fosse mais novo, e tirasse um curso qualquer, desprovido de bom senso mas muito impregnado de empreendedorismo, especializava-me em terraplanagens, e abraçaria um gigantesco projeto que consistia em terraplanar a terra toda e depois queria ver se alguém tinha uma evidência científica de que a mesma é redonda.

 

Bom fim de semana.

 

23
Abr24

Quereis ser ambientalmente responsáveis?


Vagueando

Pois é meus amigos de escrita e de leitura. A pouco mais de um dia de celebramos 50 anos de 25 de Abril, eis que vos trago uma boa nova para recuperar os vossos fatos de trabalho. 

Venham até Sintra, muito antes dela se tornar Património Mundial, mais precisamente em 1923 e para renovar os vossos fatos em vez de os deitarem fora.

Fica aqui o anúncio e a morada.

Fatos Voltados.jpg

29
Mar24

Descomportamentos sociais


Vagueando

Quando assisto a pessoas a opinar nas televisões sobre o ambiente e a maldizer dos políticos, esperava encontra na rua comportamentos imaculados e de respeito pelo ambiente pelos outros.

Quando estas críticas merecem um remate tipo Chicuelina, ou seja - É o país que temos - quem as faz está a autoexcluir-se das responsabilidades do estado a que chegamos.

A foto de hoje, para responder ao desafio 1foto1texto de IMSilva, passa-se num supermercado Continente que aboliu as moedas de plástico em nome do ambiente e, para evitar que os seus clientes ficassem prejudicados ao não possuir uma moeda para usar o carrinho, removeu o dispositivo que obrigava a que fossem devidamente arrumados nos locais próprios para recuperar a moeda.

Blank 2 Grids Collage.png

O espetáculo visível na foto, foi imediato e está em crescendo. Não acredito que quem os abandona assim, estão por todo o lado no parque de estacionamento, não seja portador da mensagem – É o país que temos – para se referir à falta de medidas ambientais ou à falta de honestidade e ética dos políticos.  Mas acredito que devem ser pessoas do tipo, faz o que eu digo e não o que eu faço.

A pegada de carbono pode ter diminuído com a abolição das moedas de plástico do Continente, e as pegadas para arrumar o carrinho também, já a falta de respeito aumentou como se vê e se lamenta.

Lembram-se desta frase de Júlio César – Há nos confins da Ibéria um povo que não se governa nem se deixa governar?

É o país que temos,  teimamos em manter a tradição.

29
Fev24

A tradição ainda é o que era


Vagueando

Este post cai no âmbito do desafio1foto1texto de IMSilva

Roupa Estendida.jpg

Foto - Jornal de Sintra nº 864 de 13/08/1950 - Artigo escrito por José Alfredo da Costa Azevedo, que viria a ser presidente da Câmara Municipal de Sintra logo a seguir ao 25 de Abril de 1974 e que nos deixou muitos e ricos apontamentos sobre Sintra, complaldos em vários livros.

Esta coisa do ambiente está a ficar um bocado irrespirável. É preciso agir e rápido.

Quando se fala em agir, quer dizer que estamos disponíveis para passarmos à ação, incluindo mandando recados com tinta verde. Contudo, a ação tem que ser longe da nossa porta, (por exemplo se se tratar de um aterro sanitário ou de uma exploração de lítio, mesmo que isso seja o preço a pagar por melhor ambiente) ou a ação tem que ser levada a cabo por outros.

Sim porque nós, os que defendemos a ação, já usamos carros eléctricos, temos placas solares em casa para produção de electricidade e aquecer a água, a roupa que usamos e temos (se calhar) em excesso é fabricada por processos sustentáveis, a nossa comida é biológica, os nossos electrodomésticos e iluminação lá de casa é toda classe A++++++ e os nossos computadores e telemóveis são fabricados com o mínimo de pegada ecológica.

Já há uns tempos que vagueei por aqui sobre estendais de roupa e recentemente, confesso que não sabia, os condomínios, inclusive ou se calhar em especial, aqueles mais luxuosos, fazem constar nos seus regulamentos, que é expressamente proibido estender roupa no exterior dos edifícios.

Também (segundo os mesmos regulamentos)  é expressamente proibido colocar nas varandas roupa a secar, mesmo que não esteja pendurada mas sim estendida naqueles mini estendais pousados no chão da varanda.

Tudo isto em nome da estética que, ao que parece, é um bem superior ao ambiente. Ou seja no fundo, é preferível morrer com ar poluído no meio de uma paisagem urbana com estética bem cuidada, do que respirar ar puro e ver o horror da roupa a secar na rua ao ar livre, sem qualquer consumo de energia.

Nos tempos que já lá vão, em que se lavava roupa à mão, quando se estendida ficava a pingar, as desavenças entre vizinhas eram frequentes. Hoje isso não acontece, a roupa sai das máquinas de lavar sem deixar cair um pingo, portanto esta proibição expressa parece absurda nos tempos que correm. 

Participo com frequência em caminhadas organizadas, por campos e aldeias de Portugal, onde participam pessoas que residem em condomínios, alguns mais elitistas. Há uns tempos uma senhora referia que tinha sido admoestada pelo administrador do condomínio, porque tinha colocado um desses estendais na varanda para a secar meia dúzia de pequenas peças de roupa.

Vou deixar duas notas para percebermos como a hipocrisia e a incoerência sobre o ambiente.

1 – Nestas caminhadas é frequente encontrar-se galinheiros de todas as formas e feitios o que é apreciado pelos caminheiros, não tanto na vertente de que as galinhas que ali estão servirem de alimento, mas mais na vertente estética da coisa, é giro ter umas galinhas ali à solta no campo.(vê-se mesmo que nunca entraram num galinheiro para o limpar).

2 – Também é giro passar por aldeias, tipo aldeias da roupa branca onde em estendais de chão ou nas fachadas das casas se seca roupa ao Sol e ao vento. É giro porque é típico é quase como se fosse algo do outro mundo. Também aqui o giro e o típico é visto mais como sinal exterior de pobreza, quiçá de espírito e de alguma parolice, do que um processo ambientalmente correto.

3 – Por último, depois de acabadas as caminhadas, regressamos a casa, cada um no seu veículo de motor de combustão (ainda não me deparei com nenhum eléctrico) mas atenção todos eles cumprem a norma EURO qualquer coisa pelo que são muito menos poluentes que as máquinas agrícola que andam pelos campos.

No dia a dia, os condóminos, que não estendem roupa na rua, aliviam a sua consciência ecológica fazendo-se transportar em carros eléctricos, alguns curiosamente com mais potência do que os equivalentes com motor a combustão.

Não há fumo de escape mas há consumo a mais de energia, seja a secar a roupa, seja porque não precisamos de tanta potência para nos deslocarmos.

Má aposta dos condóminos ao regulamentar a proibição de se usar o Sol e o vento gratuitos (mas exige-se que os Estados financiem a instalação de placas solares e eólicas para produzir electricidade) e má aposta dos construtores de automóveis eléctricos, ao se promoverem como ambientalmente responsáveis e fabricarem veículos com excesso de potência, supostamente movida a energia “limpa”.

 

 

28
Dez23

Fui abraçar árvores


Vagueando

ABA.jpg

Cá estou de novo para mais uma participação 1 foto 1 texto de IM Silva

Há uns dias desloquei-me ao Alentejo, ondei passei uns dias de descanso. Gosto do Alentejo, das cores, do silêncio, das aldeias, dos campos, dos passeios pedestres, das pessoas, dá gosto conversar com desconhecidos no Alentejo.

Durante um passeio pedestre, lembrei-me de desafio da CMCascais em 2017 cujo mote era “Abrace uma árvore!” Sente-se à altura?

Parece que os benefícios de abraçar uma árvore são muitos, segundo este desafio, podem resumir-se a;

  • São os maiores e mais antigos seres do mundo.
  • Produzem o oxigénio, ajudam a regular a temperatura e os níveis de águas nos solos, protegem e conservam os ecossistemas
  • São uma fonte de matérias-primas como combustíveis, madeira, alimentos e até componentes naturais usados nos medicamentos
  • Ajudam a reduzir os níveis de stress e de ansiedade. Vários estudos mostram que a presença de árvores à nossa volta provoca esse efeito.
  • Promovem o aumento dos níveis de concentração e produtividade quer em crianças, quer em adultos.
  • Estão presentes nas nossas recordações de infância

Ora ali estava eu e a minha mulher no meio daquela vastidão, onde várias árvores davam nas vistas pela sua imponência e beleza, não havia nenhum sinal de proibido abraçar árvores, tentei-me e abracei uma, obviamente com a autorização da minha mulher.

Vai daí, achei que o desafio da C.M. Cascais podia ser o mote para este desafio da IMSilva e pronto, cá estou.

Ah, a experiência de abraçar a árvore foi estranha, senti-me um bocado deslocado, até talvez ridículo, não posso dizer que tenha sentido alguns dos benefícios acima indicados, mas é uma experiência que vou repetir, até porque os islandeses, durante a pandemia também aconselhavam as pessoas a abraçar árvores, uma vez que não podiam abraçar-se uns aos outros.

Por último achei que uma foto de uma árvore, no meio de tantas que vi neste passeio era pouco, pelo que criei um álbum das que vi e que quem me ler também pode ver aqui.

https://photos.app.goo.gl/DKbzUtc1mJmo6it77

 

 

 

 

13
Out23

Pequenos gestos, grandes conquistas a favor do ambiente.


Vagueando

Hoje trago dois temas ligados ao ambiente.

O primeiro

KUNFT.jpg

 

Este termoventilador custa qualquer coisa como 15 euros. Funciona com uma ventoinha que obriga o ar a passar por uma resistência que emite calor.

Daí que, por razões de segurança, não aquece sem que a ventoinha esteja em funcionamento, nem pode ser tapado sob pena de se incendiar. Pelas mesmas razões, possui um sistema que desliga imediatamente o aparelho caso ele tombe.

O sistema é muito simples e o “gingarelho” que interrompe a corrente mais não é do que um pequeno interruptor que funciona como o botão da campainha, quando se carrega no botão (neste caso o peso do aparelho substitui o dedo) a campainha toca e quando se tira o dedo (neste caso o peso do aparelho deixa de fazer a pressão do chão e interrompe a passagem da corrente desligando-o) ela desliga.

Há poucos dias, junto aos contentores do lixo estava um aparelho igual ao da foto e levei-o para casa. Levei porque sei que todos os seus componentes raramente avariam, pelo que deveria estar a funcionar até porque tinha ar de ser recente, talvez do último inverno. Assim que o abri percebi que a avaria era do tal “gingarelho” que estava avariado impedindo a corrente se passar. O tal “gingarelho”, foto abaixo custa 1,30€ compra-se em lojas de eletrónica e é muito fácil de substituir.

Micro.jpg

 

Assim recuperei um aparelho que ia para o lixo, ofereci-o a quem sei que precisa e gastei apenas 1,30 euros.

Daqui faço um apelo, não depositem eletrodomésticos no lixo, recorram à  rede electrão

Se tiverem que se desfazer de um eletrodoméstico deixo um conselho, para além de o depositarem no local correto, cortem-lhe o cabo de alimentação e guardem-no, pode servir para outro qualquer eletrodoméstico que tenham em casa.

O pensamento nestes casos, passa por - é tão barato que não compensa reparar, deito fora e compro outro.

O segundo

Portugal beneficia de uma luminosidade elevada, derivada às muitas horas de Sol com que somos brindados. Muitas vezes me questiono porque temos edifícios em que as fachadas são totalmente envidraçadas. Do ponto de vista do conforto térmico, deixam muito a desejar, trabalhei anos a fio dentro de um e sofri bastante com o calor que os vidros irradiavam, ainda que as cortinas estivessem fechadas e que o ar condicionado não atenuava.

Hoje entrei numa pastelaria conhecida, na qual nunca tinha entrado. O primeiro impacto é que a luz natural invade o espaço o que se torna bastante agradável, e pouco incomodativo uma vez que as fachadas envidraçadas não estão viradas a Sul, o que evita o calor mas permite gozar de uma luminosidade muito agradável.

Enquanto tomava o pequeno-almoço, de pé ao balcão, dei conta que a luminosidade natural era ofuscada por uma série de lâmpadas que estavam montadas no tecto falso, todas elas ligadas. Fiz uma conta mental rápida e cheguei à conclusão que o espaço conta com cerca de 100 lâmpadas, percebi quão incomodativo era estar a ser bombardeado com tanta luz, a natural que neste mês de Outubro está fortíssima e a artificial, mais de 80% deveria estar desligada.

A pastelaria funciona com cartões que nos são dados para pagar à saída.

Ao pagar questionei a Senhora da Caixa por que razão não se desligavam aquelas luzes todas desnecessárias e incomodativas, cujo incómodo ela confirmou, tinha dificuldade em ver o ecrã tátil da sua registadora com excesso de luz.

A resposta foi lapidar, são lâmpadas económicas.

E assim se expurga a consciência sobre o nosso comportamento para melhorar o ambiente climático e até financeiro, já que importamos muita da energia que consumimos.

A EDP agradece.

Conclusão

Aproveito e deixo um desafio aos meninos Climáximos.

Que tal sensibilizarem (sem partir, sem pintar, sem parar o trânsito, sem causar transtorno a ninguém) as pessoas para este tipo de situações que a nível nacional não são de somenos importância?

E que tal agarrar-se nos eletrodomésticos abandonados junto aos contentores do lixo, reparando os que ainda justifiquem, doando-os a instituições de solidariedade social e levando os outros para o ponto electrão?

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