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Generalidades

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23
Out24

Alentejo Walking Festival


Vagueando

Este fim de semana decidi voltar a caminhar no Alentejo, região com condições ótimas para o efeito, aproveitando o programa Alentejo Walking Festival.

Este evento assume especial importância para um Turismo que valoriza a região porque tem um impacto ecológico muito reduzido mas pode ter um bom impacto económico e social, na medida em que leva gente a zonas que estão quase esquecidas e empobrecidas e que deveria ter maior divulgação a nível nacional e internacional.

Tudo no Alentejo respira calma e tranquilidade e as caminhadas são uma actividade que permite usufruir destas sensações. A caminhada onde estive presente, com cerca de 18km,fazia parte do Alentejo Walking Festival, tinha partida da antiga estação de caminhos-de-ferro de Fronteira e terminava em Sousel.

Todo o processo de inscrição através da Câmara foi muito fácil e bastante eficaz, realço a disponibilidade com que a Técnica de Turismo Joana Félix, quer por telefone, quer por mail tratou da inscrição e se combinou todos os detalhes inerentes a este evento. Só não entendo a razão pela qual no site do Alentejo Wlaking Festival a caminhada se encontrava fechada, quando o limite de inscrições, segundo mesmo site era de 40 pessoas e nesta atividade estiveram presentes 16 pessoa, sendo que duas faziam parte da organização.

À hora marcada, honra seja feita, às 10h em ponto, partimos em direção a Sousel, sendo que a primeira parte do percurso é feito pela Ecopista dos Atoleiros, no local onde se encontrava a antiga via férrea do ramal de Portalegre, entretanto desactivada, até chegarmos ao local da Batalha dos Atoleiros, onde Joana Félix nos fez uma breve descrição deste evento histórico.

Para quem pensa que no Alentejo tudo corre devagar e que os alentejanos são rurais e lentos, acho que o nosso presidente já usou estas expressões noutro contexto, se calhar mais divertido, ora tomem pelas ventas; Seguem de ventania (mesmo sem ela) em poupa, muito à frente do guia, que nunca impôs ou controlou qualquer ritmo.

Bem certo que exisitia um carro vassoura, seguia atrás de todos, para apanhar o “lixo”. Importa referir que a consciência ecológica dos participantes esteve sempre presente, ou seja, nem ninguém se deixou recolher, quem quer ser lixo? Nem ninguém deixou qualquer tipo de lixo, para trás.

Portanto, o carro vassoura nunca foi necessário e teria sido bom que os caminhantes mais apressados tivessem usado a sua genica para o empurrar, evitando-se assim o consumo desnecessário de combustível e a respectiva poluição. Ao que parece seguiam com pressa para o almoço que os esperava ou não, no regresso a Fronteira.

Havia sido previamente informado que teríamos de fazer algum percurso alternativo para evitar zonas alagadas pelas última chuvas, mas não sabia que terminaríamos sem chegar a Sousel. Não me apercebi de terem passado essa informação, mas acredito que me possa ter escapado.

Assim sem mais, num entroncamento com a N245, a cerca de 5km de Sousel, sem me aperceber tínhamos terminámos a caminhada, ali mesmo no meio do nada. A confirmação, para meu espanto, ocorreu com a chegada da carrinha da Câmara de Fronteira que nos transportou ao ponto de partida.

Andou-se bem, observou-se mal, caminhámos rápido, fruímos pouco, fizemos uma média de 5km/h, mas não atingimos os mínimos de contemplação.

Já percorri próximo de mil quilómetros a pé por todo o Alentejo, guardo boas imagens, algumas em fotografia, para as obter foi necessário parar para contemplar, nesta caminhada não se contemplou.

Talvez o Alentejo Walking Festival se tenha tornado mais em provas de resistência ou de velocidade mas certamente não de prazer em relaxar nestas belas paisagens. Esta, seguramente, não foi uma caminhada de lazer, ainda que não tivesse dificuldade em acompanhar o ritmo, até porque fiz várias paragens breves para fazer as fotos da praxe.

Ficam aqui umas fotos daquilo que, passando por lá, naquele ritmo, se perde da vista e da memória, quando a paisagem a perder de vista, merece mesmo ficar gravada.

12
Jan24

O pontapé


Vagueando

Mais uma participação no desafio 1foto1texto de IMSilva

No final do ano passado, porque devia uma visita a uma residente, fui almoçar à Ericeira.

Depois do repasto, fiz a visita, conversámos um pouco, ofereci-lhe um livro de fotografias e aproveitei para visitar a vila que, nessa altura do ano está mais dada à tranquilidade.

Gosto da tranquilidade dos lugares “desapinhados” de gente, o espaço é sempre um bom lugar onde quer que estejamos.

Há mais tempo para observar, contemplar, fruir e, obviamente tirar umas fotos para que, no ambiente ainda mais tranquilo da nossa casa, podermos ver o que vimos.

20231211_140639.jpg

Ao observar esta foto que parou este movimento da rebentação das ondas contra as rochas, consigo imaginar uma bota a pontapear o mar salpicando água para a frente e deixando atrás de si o rasto de ter passado dentro de água.

Não conseguem ver a bota, é só clicar aqui que eu mostro.

21
Dez23

Dois cafés e uma taça de esparregado


Vagueando

Desafio 1 foto 1 texto de IM Silva

Blank 3 Grids Collage.png

Acredito que ninguém goste que o telefone toque enquanto estamos a fazer a nossa refeição, mas às vezes há boas surpresas.

Almoçava com a minha mulher, num restaurante algures no Alentejo, toca o telefone. Atendo, é o meu filho que, a meio da conversa, me pergunta onde estou. Respondo-lhe a almoçar num restaurante.

Volta à carga, mas onde? Em …(não quero que pensem que venho para aqui fazer publicidade).

É pá uma das minhas colegas, que é daí da terra já me falou nesse restaurante e disse-me que serve o melhor esparregado do Mundo.

Como já tinha almoçado, por acaso estava mesmo para pedir os cafés quando o telefone tocou e o esparregado não tinha feito parte da refeição, quando chegou a hora de pedir as duas bicas acrescentei, olhe e queria uma tacinha de esparregado.

A senhora olhou para mim de lado e antes que pensasse que era maluco, contei-lhe a história do telefonema e acrescentei que adoro esparregado, pelo que gostava de o provar o vosso.

Lá vieram os dois cafés e a taça de esparregado.

Se é o melhor do Mundo não sei, mas que foi o melhor que comi, ainda por cima em sobremesa, lá isso foi.

Jurei que voltaria para o ano, logo no início, para comer um prato que inclua o famoso esparregado.

07
Dez19

O Mula Expresso


Vagueando

20191205_134105 (2).jpg

Tem sido amplamente noticiado, com direito a indignação histérica colectiva, o caso das renas que se encontravam no recinto da Capital do Natal em Algés.

Após muitos posts, twiters, instagrams, facebooks as renas lá foram à sua vida, porque os animais, ainda que não saibam, não tendo deveres, estão cheios de direitos.

Não fui, nem tenciono ir à Capital do Natal, não faço a mínima ideia se as renas estavam lá apenas para serem expostas, se podiam ser molestadas pelas crianças ou pior, pelos adultos, se estavam disponíveis para fotos, incluindo selfies, se estavam lá para rebocar algum trenó com o Pai Natal ou, se no fim,  eram transformadas em hamburguers. Para que conste, já comi hambúrguer de rena, num país dito civilizado, a Finlândia e, confesso, detestei.

Sendo eu um defensor de que não se deve infligir maus tratos aos animais, também sou um defensor de que os mesmos podem servir o homem, sem os tais maltratos, bem entendido. A evolução entretanto trouxe os maus tratos. Maus tratos, tanto pode ser bater num animal, não o alimentar ou, pura e simplesmente, esquecer que um animal é isso mesmo, pelo que aboneca-lo, mete-lo dentro de casa e empanturrá-lo de comida, vestir-lhe uma camisolinha, também pode significar maus tratos. Os animais foram sendo domesticados e alguns são bem felizes perto do homem.

É muito fácil abraçar a causa dos animais desde que não se tenha que tratar deles. É muito giro indignar-se que as renas, por exemplo, estão sujas, mas a maioria dos indignados nunca entrou num curral, quanto mais limpá-lo.

Neste sentido, não vejo onde estará o problema de ter, durante meia dúzia de dias, num recinto visitado por crianças, o seu público alvo, umas renas.

Mas mudemos de assunto sem perder o fio à meada.

Imaginemos que a Ubereats resolvia introduzir pelo mundo fora, o transporte de comida em animais, por exemplo renas na Finlândia, cavalos em Inglaterra, burros na Europa mediterrânea, mulas em Lisboa e por aí fora.

Ui, nem pensar, coitadinhos dos bichinhos à chuva, ao sol e ao frio, a carregar com comida. Tenho a certeza que a Ubereats era proscrita em menos de um dia.

Então porque se aceita que ciclistas sirvam de verdadeiras mulas –expresso, com uma mochila às costas, andem a pedalar pelas cidades para entregar comida a gente que diz não ter tempo, mas sucede que a verdade não está para dar um passo até à rua para almoçar e para arejar, mas que ao fim do dia vai mostrar o físico ao ginásio.

Constato que grande parte das pessoas que usa os elevadores nas estações de metro e de comboio são jovens e são os jovens que se deslocam de trotineta pela cidade em vez de andar a pé.

Talvez agora, ao chamar mulas-expresso a estes ciclistas, as pessoas se indignem, levantem o cu da cadeira para almoçar e espairecer, em vez de esperar sentado, pelo almoço transportado, pelo ciclista, de mochila às costas, sujeito ao sol, ao frio, à chuva e à poluição.

É que se a inovação conseguiu tornar as telecomunicações tão eficazes que extinguiram a profissão de boletineiro da Marconi, não percebo porque a inovação e empreendedorismo moderno, trouxe de volta às ruas ciclistas para trabalhar, ainda por cima executar um trabalho que, quanto a mim, não faz sentido.

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