Alentejo Walking Festival
Vagueando
Este fim de semana decidi voltar a caminhar no Alentejo, região com condições ótimas para o efeito, aproveitando o programa Alentejo Walking Festival.
Este evento assume especial importância para um Turismo que valoriza a região porque tem um impacto ecológico muito reduzido mas pode ter um bom impacto económico e social, na medida em que leva gente a zonas que estão quase esquecidas e empobrecidas e que deveria ter maior divulgação a nível nacional e internacional.
Tudo no Alentejo respira calma e tranquilidade e as caminhadas são uma actividade que permite usufruir destas sensações. A caminhada onde estive presente, com cerca de 18km,fazia parte do Alentejo Walking Festival, tinha partida da antiga estação de caminhos-de-ferro de Fronteira e terminava em Sousel.
Todo o processo de inscrição através da Câmara foi muito fácil e bastante eficaz, realço a disponibilidade com que a Técnica de Turismo Joana Félix, quer por telefone, quer por mail tratou da inscrição e se combinou todos os detalhes inerentes a este evento. Só não entendo a razão pela qual no site do Alentejo Wlaking Festival a caminhada se encontrava fechada, quando o limite de inscrições, segundo mesmo site era de 40 pessoas e nesta atividade estiveram presentes 16 pessoa, sendo que duas faziam parte da organização.
À hora marcada, honra seja feita, às 10h em ponto, partimos em direção a Sousel, sendo que a primeira parte do percurso é feito pela Ecopista dos Atoleiros, no local onde se encontrava a antiga via férrea do ramal de Portalegre, entretanto desactivada, até chegarmos ao local da Batalha dos Atoleiros, onde Joana Félix nos fez uma breve descrição deste evento histórico.
Para quem pensa que no Alentejo tudo corre devagar e que os alentejanos são rurais e lentos, acho que o nosso presidente já usou estas expressões noutro contexto, se calhar mais divertido, ora tomem pelas ventas; Seguem de ventania (mesmo sem ela) em poupa, muito à frente do guia, que nunca impôs ou controlou qualquer ritmo.
Bem certo que exisitia um carro vassoura, seguia atrás de todos, para apanhar o “lixo”. Importa referir que a consciência ecológica dos participantes esteve sempre presente, ou seja, nem ninguém se deixou recolher, quem quer ser lixo? Nem ninguém deixou qualquer tipo de lixo, para trás.
Portanto, o carro vassoura nunca foi necessário e teria sido bom que os caminhantes mais apressados tivessem usado a sua genica para o empurrar, evitando-se assim o consumo desnecessário de combustível e a respectiva poluição. Ao que parece seguiam com pressa para o almoço que os esperava ou não, no regresso a Fronteira.
Havia sido previamente informado que teríamos de fazer algum percurso alternativo para evitar zonas alagadas pelas última chuvas, mas não sabia que terminaríamos sem chegar a Sousel. Não me apercebi de terem passado essa informação, mas acredito que me possa ter escapado.
Assim sem mais, num entroncamento com a N245, a cerca de 5km de Sousel, sem me aperceber tínhamos terminámos a caminhada, ali mesmo no meio do nada. A confirmação, para meu espanto, ocorreu com a chegada da carrinha da Câmara de Fronteira que nos transportou ao ponto de partida.
Andou-se bem, observou-se mal, caminhámos rápido, fruímos pouco, fizemos uma média de 5km/h, mas não atingimos os mínimos de contemplação.
Já percorri próximo de mil quilómetros a pé por todo o Alentejo, guardo boas imagens, algumas em fotografia, para as obter foi necessário parar para contemplar, nesta caminhada não se contemplou.
Talvez o Alentejo Walking Festival se tenha tornado mais em provas de resistência ou de velocidade mas certamente não de prazer em relaxar nestas belas paisagens. Esta, seguramente, não foi uma caminhada de lazer, ainda que não tivesse dificuldade em acompanhar o ritmo, até porque fiz várias paragens breves para fazer as fotos da praxe.
Ficam aqui umas fotos daquilo que, passando por lá, naquele ritmo, se perde da vista e da memória, quando a paisagem a perder de vista, merece mesmo ficar gravada.