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Generalidades

Generalidades

09
Jan24

A propósito de Rotundas e dos Anónimos


Vagueando

No passado dia 5 publiquei aqui na Sapo, Rotundas entre o amor e o ódio que até mereceu destaque na Sapo pelo que a minha ideia era  - Pronto não se fala mais nisto.

Contudo, uma notícia publicada ontem no Observador  sobre o mesmo tema -Turbo rotunda" para evitar acidentes em rotundas -  trouxe-me de volta ao assunto por três razões.

  1. A avaliar pelo texto e pelo filme agarrado à notícia, parece-me uma excelente solução a implementar em futuras rotundas, ainda que o pisca continue a ser uma grande ajuda para se circular rápido e seguro na entrada, dentro e nas saídas das rotundas.
  2. Nada tenho contra os comentários de anónimos, desde que não sejam ofensivos e que não sejam repetitivos. Ou seja, que não comentem sempre da mesma forma, independentemente do tema, como parece ser o caso deste Anónimo que sobre o post das rotundas esreveu o seguinte; Temos vários problemas e alguns querem que o foco esteja na estrada, nos animais, nas coisas, nas fotos, nas viagens, na diversão. Temos de ficar preocupados com este país da diversão onde os principais problemas em geral não são falados e alguns acham-se os donos do que deve ser falado.
  3. Assim se as rotundas não fossem um problema, Sr Anónimo, certamente este artigo, o estudo, a  implementação e a  monitorização do resultado sobre o tráfego nas rotundas, não mereceria o interesse de vários países 

Enquanto não chegam as tubo rotundas, teremos que melhorar a condução dentro das mesmas para que o problema deixe efetivamente de existir.

 

05
Jan24

Rotundas entre o amor e o ódio


Vagueando

Quando se fala em rotundas em Portugal estou em crer que a maioria diz que são uma praga. Não obstante, eu sou um grande defensor das rotundas e, só para dar um exemplo da falta que elas nos fazem e dos benefícios que elas nos trazem refiro a que deveria existir na N125 no Algarve no cruzamento que dá acesso à Praia Verde. Aquele cruzamento, é um espetáculo deplorável de como se trata as estradas nacionais e bastante movimentadas. Basta olhar para foto abaixo da Google Earth para perceber que isto não é digno de um país que está virado ao turismo e, mesmo que não estivesse, não seria digno para os residentes e cidadãos nacionais.

CRuz PVerde.jpg

Mau piso, má sinalização, péssima apresentação, isto está assim há vários anos e os acidentes repetem-se com regularidade. Não existe iluminaçao neste cruzamente pelo durnate a noite as coisas pioram. Até Vila Real de Santo António esxistem muitas rotundas a maior parte delas, pequenas e mal construídas.

Até a GNR que conhece o local sofreu aqui um acidente o ano passado.

Sendo acérrimo defensor da implantação de rotundas, não deixo de as considerar uma praga, mas não por serem muitas. A praga é outra, a saber;

Desenho incorreto, nomeadamente quando permitem que as mesmas possam ser percorridas sem necessidade de as contornar, ou seja, possam ser feitas em linha reta e, consequentemente, sem reduzir a velocidade o que potencia a ocorrência de acidentes.

Má sinalização ou ausência dela, o que gera confusão relativamente à prioridade.

Desenhadas de forma a que não sejam redondas, assumindo por vezes formas estranhas.

Decoração por vezes de mau gosto e, pior tirando-lhe visibilidade que compromete a segurança da circulação.

E agora a outra praga, aquela que critica, que barafusta, mas que contribui de forma significativa para que as rotundas percam grande parte da seu objectivo e eficácia, os condutores.

Sendo Portugal o segundo país com mais rotundas por milhão de habitantes, 473 rotundas, e estando no Top 5 do número de rotundas por quilómetro quadrado, 53 rotundas, deve ser também o que tem maior número de condutores que não sabem como nelas se deve circular.

O facto de existirem filas nas rotundas não é alheio ao péssimo comportamento dos condutores portugueses, nomeadamente no que se refere na falta de uso do pisca para assinalar, como obriga o Código da Estrada, para onde querem ir. Aliás o mau comportamento relativamente ao pisca estende-se ao péssimo hábito, novamente contrário ao preconizado pelo Código da Estrada, que consiste em ligar os 4 piscas quando se estaciona o carro a estorvar todos os outros e não para assinalar uma situação de perigo.

E portanto esta praga, ao não assinalar para onde pretende seguir empanca o trânsito dentro das rotundas, cujas regras de prioridade destinam-se a facilitar as saídas assegurando deste modo a fluidez de tráfego.

Quando estiver a sair de uma rotunda e não usar o pisca para sinalizar essa manobra, lembre-se que quem está parado para entrar, não o faz porque não sabe se lhe vai passar à frente e essa coisinha tão simples, repetida centenas de vezes ao longo do dia é o suficiente para fazer filas antes das rotundas.

Deixo aqui uma nota escrita da Segurança Rodoviária e um vídeo da GNR (para aqueles menos dados à leitura) de como se deve circular nas rotundas.

https://www.segurancarodoviaria.pt/noticias/como-fazer-bem-uma-rotunda/

https://www.facebook.com/GuardaNacionalRepublicana/videos/sabe-circular-numa-rotunda1-nas-rotundas-o-condutor-deve-adotar-o-seguinte-compo/303125404595997/?locale=pt_PT

27
Dez23

Caramba é isto o Natal!


Vagueando

Se há coisa que me aflige e muito é ver a forma como se conduz em Portugal. Não é necessário circular durante muitos quilómetros, para assistir a mudanças de direção sem que se ligue o pisca, traços contínuos (continuamente) ignorados, faróis desligados com chuva ou nevoeiro, desrespeito pelo sinal vermelho, parar na estrada para tomar e largar passageiros (TVDE’s).

Em 10 dias, 4.852 acidentes, 17 mortos, 1.400 feridos, 80 dos quais graves, 49 mil infrações, 682 detidos por excesso de álcool no sangue ou por estarem a conduzir sem carta de condução, vários condutores a conduzir veículos sem seguro e/ou sem inspeção obrigatória.

Mas também me aflige e muito a falta de indignação, com esta tragédia. Não há primeiras páginas inflamadas à procura de culpados, porque não há figuras públicas envolvidas, nem políticos.

17 mortos, caramba é Natal, e isto não devia fazer parte do Natal.

Em que circunstâncias ocorreram estes acidentes, porque ocorreram, atropelos ao Código da Estrada, má manutenção dos veículos, negligência grosseira dos condutores?

Nem se consegue arranjar uma desculpa esfarrapada, por exemplo, a culpa é do mau estado das estradas e do parque automóvel envelhecido por causa dos impostos que se pagam na compra de um carro novo?

Convivemos bem com a desgraça, exceto se o envolvido num acidente, com ou sem culpa, seja uma figura pública ou um político.

27
Abr23

A Descentralização


Vagueando

O título acima pouco me importa do ponto de vista político, não me interesso nada sobre pormenores da discussão em torno se a devíamos ou não adota-la. Contudo, questiono-me se por mero acaso já a tivéssemos adotado, a situação que vou descrever estaria resolvida.

Trata-se do cruzamento na EN125, que permite a ligação entre a Praia Verde e Castro Marim.

O que não falta na EN 125 são rotundas. Existem para todos os gostos, algumas que nem redondas são, algumas estão ajardinadas, decoradas, cheias de painéis publicitários, e outras que nem sequer deviam de existir porque que não cumprem as regras mínimas estabelecidas para a sua construção.

Quem sai da A22 em Cacela Velha entra na N125 numa rotunda junto ao Restaurante o Infante. Se decidir seguir por esta estrada até à entrada de Vila Real de Stº António é obrigado a passar pelo referido cruzamento da Praia Verde e depois encontra mais sete rotundas.

Num percurso de 6,5 km encontra uma rotunda (umas são mini rotundas ou melhor dito, rotundas mal amanhadas) por cada 900 metros de estrada. Nestes 6,5 km o único cruzamento que não foi transformado em rotunda, mas tem espaço em abundância para a fazer é o da Praia Verde/Castro Marim.

É difícil entender porque não se construiu ainda neste local uma rotunda, o fluxo de trânsito, em especial no Verão assim o justifica. E ainda é mais difícil entender como este cruzamento está, há vários anos de forma provisoria, tão mal sinalizado com vários plásticos brancos e vermelhos e com um piso tão degradado que não permite o uso das faixas de aceleração e de desaceleração, as quais ajudariam o trânsito a escoar de forma muito mais rápida e muito menos perigosa, reduzindo assim o risco de acidente.

Esta inação paga-se com acidentes, mortes e feridos. Hoje, dia 27 foi mais um, com a agravante de se ter dado com um veículo da GNR que supostamente conhece bem o local, ver link abaixo.

https://www.algarveprimeiro.com/d/mais-um-acidente-grave-no-cruzamento-da-praia-verde-militares-da-gnr-envolvidos/50440-83

Não seria possível, uma vez que parecem existir desentendimentos, entre as entidades que já deveriam ter feito a rotunda, no mínimo sinalizar devidamente este cruzamento, dotando-o de pinturas decentes e bem visíveis no pavimento, melhorando o piso nas faixas de aceleração e desaceleração?

Existe Poder Local, existe a Infraestruturas de Portugal, existe a subconcessão da Rodovias Algarve Litoral (RAL), será necessário Descentralizar para resolver de vez este assunto?

13
Abr23

15 mortes nenhuma indignação


Vagueando

Lamentavelmente a operação Páscoa, levada a cabo pela GNR nas estradas portuguesas neste período festivo, registou 15 mortes.

As explicações das causas ficaram-se, como habitualmente, pelo excesso de velocidade e o excesso de álcool no sangue.

Parto do princípio que as autoridades e as entidades ligadas a esta temática, há muito que identificaram estas causas como as principais causadoras dos acidentes.

O risco e os acidentes fazem parte da vida que, neste caso, fazem parte da morte.

Vamos partir da hipótese que alguém não para num sinal de Stop, é abalroado por um camião e morre. O camião circulava a 80 km/h, numa Estrada Nacional, dentro do limite de velocidade e o condutor do mesmo não tinha qualquer vestígio de álcool no sangue ou de outras substâncias proibidas.

A hipótese acima sai fora do padrão referido e acredito que este exemplo entre outros, fora dos mesmos padrões, provocam acidentes graves dos quais resultam feridos e mortes.

Nem todos os acidentes se deverão às causas repisadas nos meios de comunicação social. Contudo,  fica a ideia de que todas as outras infrações, são menores o que transmite uma sensação de impunidade que não é reprimida.

O que me espanta e me deixa mesmo incrédulo, perante este número de mortes, é o grau de indignação social  ser zero. Esperava, no mínimo, que a indignação fosse igual ao espetáculo mediático montado em torno do atropelamento mortal, numa auto estrada, onde é suposto não existirem peões, pelo veículo do ex-ministro da Administração Interna EduardoCabrita.

Não se trata de desculpar o ministro ou o seu motorista, mas a exigência para que tudo se apure, inclusive a ACA-M (Associação de Cidadãos Auto Mobilizados) constituiu-se assistente no processo judicial em curso contra o ministro e não exista nenhum interesse em escalpelizar as causas, com efeitos pedagógicos, destes acidentes, nomeadamente dos mais graves.

Afinal e volto a repetir, em quatro dias morreram 15 pessoas.

Serão estas vítimas menos importantes que o infeliz trabalhador da A6 que faleceu na sequência do atropelamento do carro onde seguia o ministro?

Serão os condutores envolvidos nestes acidentes, menos responsáveis pelos acidentes em que se viram envolvidos, que o motorista o ministro?

Serão estes mortos descartáveis pelos meios de comunicação social, por não estar nenhuma figura pública envolvida?

Será que as televisões, os jornais, as seguradoras, estas últimas chamadas a pagar prejuízos significativos, as entidades como a ANSR, a ACA-M, não deveriam mostrar aos cidadãos o que está em causa?

Não existe nenhum interesse das televisões, das seguradoras, da ANSR da ACA-M em dedicar um programa exclusivamente dedicado à segurança rodoviária, quando existem programas dedicados aos automóveis?

Será estas mortes não têm um custo superior à indemnização dada à ex gestora da TAP Alexandra Reis, ou sobre estes custos ninguém, quer saber?

Recordo um artigo recente sobre os custos da mobilidade sustentável que também não indignou ninguém.

Para terminar deixo a foto abaixo e pergunto:

20230411_083354.jpg

Quem fez estas pinturas no pavimento, numa curva e contracurva não iria em excesso de velocidade, ou melhor, com tanta pressa nem reparou que o que fez estava errado?

Quem colocou a sinalização vertical a assinalar, em complemento à pintura das linhas no pavimento, não estaria com excesso de álcool no sangue?

12
Dez22

Radares de Lisboa


Vagueando

Ontem foi parangona na primeira página de um jornal, a notícia de que em apenas seis meses, 230 mil condutores foram apanhados em excesso de velocidade pelos radares instalados na cidade de Lisboa e que as multas renderam mais de 30 milhões de euros.

Sinceramente não sei qual era o objetivo da notícia, se demonstrar que somos aceleras e desrespeitadores, se demonstrar que o principal papel dos radares, consiste em arrecadar dinheiro.

Quando foi aprovada a sua instalação, presumo que o objetivo era reduzir a velocidade e, consequentemente, a sinistralidade. O processo terá sido alvo de estudos e de inúmeros pareceres e opiniões de pessoas credenciadas sobre a eficácia da sua utilização.

Contudo, as notícias difundidas sobre radares em Lisboa são de dois tipos. Ou como a que deu o mote ao início deste post ou sobre os locais onde estão instalados os radares.

Ora parece-me que o cerne da questão, não será nem uma coisa nem outra.

Devíamos centrar a nossa atenção em explicar a eficácia dos radares no que se refere à suposta diminuição do número de acidentes e sobre a alegada redução da gravidade dos mesmos. Infelizmente, nem os meios de comunicação social, nem as autoridades, nem as entidades que estudam os problemas da sinistralidade, estão interessados fazê-lo, o que, sinceramente, me custa muito a perceber.

Daí que fica a ideia, se calhar com razão, de que os radares, mais do que um instrumento destinado a garantir a segurança rodoviária, são um (bom) investimento para a coleta de multas.

28
Nov22

A Obrigação é mesmo obrigatória?


Vagueando

Se existe um tema que gera conflitos entre os diversos utilizadores do espaço público, são as ciclovias. Cada um de nós quer ver os seus direitos (não necessariamente a segurança) garantidos.

Nada mais natural e justo.

O problema surge quando, ao longo do dia, vamos sendo utilizadores diferentes do espaço público. Umas vezes somos peões, outras automobilistas, outras usamos os meios da, tão na moda, mobilidade suave. Enquanto assumimos cada uma destas facetas conseguimos ver os erros dos outros utilizadores, mas nunca os mesmos erros, quando praticados por nós quando estamos do outro lado. Um exemplo - na qualidade de automobilista, estacionamos o carro em cima do passeio, achamos que não faz assim tanto mal. Depois, ao dobrar a esquina, já como peão, refilamos com os caros que estão estacionados no referido passeio.

Informo desde já que sou a favor do estacionamento em cima do passeio ou que este seja reduzido para aumentar o estacionamento, desde que o(s) veículo(s) estacionado(s), permita(m) que os peões tenham espaço suficiente para circular pelo lado direito do veículo, mas jamais nos casos em que obrigue os peões a circular pela faixa de rodagem.

Contudo, não posso aceitar que um peão, com o passeio livre, às vezes até vedado com corrimão, circule fora dele, na faixa de rodagem sem qualquer necessidade. Já abordei isso aqui em “O flagelo dos atropelamentos”

Esta introdução serve para falar de um tema que foi ao Polígrafo, pode ler aqui Polígrafo, sobre os ciclistas não estarem obrigados a circular nas ciclovias, quando se deparam com este sinal de obrigação, o D7a.

D7a – Pista obrigatória para velocípedes

A avaliação do Polígrafo, nasce de uma publicação efetuada no Facebook, em que alguém abre um debate porque se comenta que, mesmo na presença deste sinal não, os ciclistas não são obrigados a circular na ciclovia.

E a questão vem logo inquinada à partida, porque o ciclista que a coloca, parece defender a não obrigatoriedade da circulação numa determinada ciclovia porque a bicicleta pode não se adequar ao tipo utilização que se pretende fazer dela.

A primeira questão é que um sinal de obrigação é isso mesmo, uma obrigação, não tem outra interpretação.

A segunda questão, tem a ver com a circulação na via púbica, seja bicicleta – ou outro qualquer veículo – tem de estar adaptada às regras de circulação e respeitar as características da via pública, pelo que a sua utilização não pode depender do uso que cada utilizador lhe quer dar porque esse uso tem que estar enquadrado com o exigido no Código da Estrada.

Fica claro que na presença deste sinal, os velocípedes terão obrigatoriamente que circular na ciclovia e adaptar-se às condições da mesma.

Não é opcional.

Se assim não fosse, perante o mesmo tipo de sinal que obriga, por exemplo a virar à direita, o ciclista também poderia optar por não o fazer e entrar em sentido contrário numa via de sentido único. Lamentavelmente, muitos fazem-no.

Não vou colocar tudo no mesmo saco, mas muitos os utilizadores da mobilidade suave, querem ser tratados como especialmente vulneráveis (e aplaudo que o Código da Estrada lhes concedesse esse estatuto) mas não podem delegar em terceiros a proteção da sua vulnerabilidade, quando eles próprios ( o exemplo acima é apenas um entre muitos) colocam a sua integridade física em risco por desrespeito ao Código da Estrada.

Ainda sobre a mobilidade suave, alguns utilizadores deste tipo de transporte nem sequer possui carta de condução, as bicicletas privadas poucas terão seguro e agora até aquelas scotters de mobilidade, usadas maioritariamente por idosos, que também não necessitam de seguro, nem tão pouco que os seus utilizadores tenham carta de condução, andam por aí na via pública conduzidas por pessoas a quem, eventualmente, a carta de condução não foi renovada.

Por fim uma palavra para as autoridades que, obviamente, não podem controlar todas as infrações, mas também fechar os olhos diariamente a várias infrações praticadas à sua frente também não me parece a melhor opção. Esta postura desenvolve um sentimento de impunidade juntos destes utilizadores de mobilidade suave, mas que são responsáveis por causar acidentes e ferimentos, que nada têm de suave.

20
Nov22

Marcelo defende "absoluta necessidade" de reforçar prevenção rodoviária


Vagueando

Ora aqui está um tema em que concordo em absoluto com o Presidente da República. Marcelo Segurança rodoviária. Concordo, porque a prevenção, seja sobre o tema rodoviário ou sobre outro tema qualquer, a coisa é sempre vista como mariquice.

Já aqui abordei várias vezes os riscos que envolvem o ato de conduzir e como se encaram os acidentes  , Sinistralidade autorizada e Dois dias - 537 acidentes. 

Já tentei junto de diversas entidades, para que de forma individual ou em conjunto (por exemplo, televisão, GNR, PRP com o patrocinio de uma marca de automóveis e também de uma marca de bedidas alcoólicas), abordasse o tema da segurança e prevenção na estrada, mas nada. Em dois anos de tentativas, nem resposta mereço, é como se o problema não exisitisse ou existindo não há o minímo interesse em acabar com ele.

Será que um programa destes não ajudaria a criar, como refere Marcelo Rebelo de Sousa e reforçar a consciência cívica nacional e contribuir para um ambiente rodoviário mais seguro?

A RTP teve até 1965 um programa conduzido por Filipe Nogueira sobre prevenção e segurança na estrada, porque razão não existe nada agora?

Para terminar deixo dois pontos que me parecem muito importantes na sinistralidade;

1 - Em Junho de 2018, na Marateca, ocorreu um acidente gravíssimo onde perderam a vida 6 pessoas Acidente seis mortos na Marateca  e outro no IC8 em 24 de Setembro do mesmo ano, onde perderam a vida mais 6 pessoas Acidente no IC8 faz 6 mortos. 

No IC8 um dos veículos tinha sido parado numa operação Stop da GNR. O que provocou estes acidentes? Porque não se analisam e não se tornam públicas as causas de acidentes gravissímos como estes dois para prevenir ocorrência futuras? Encaixam estes acidentes na teoria repassada do excesso de velocidade ou excesso de velocidade, mesmo que não sendo a causa de alguns acidente, agrava as suas consequências? Alguém agora se interessa pelo acidente que envolveu o ex ministro da Administração Interna? Alguém ainda quer saber de quem foi a culpa de modo a que se possa prevenir situações futuras?

2 - Sendo normal fotografar-se veículos em excesso de velocidade, porque não se fotografa os veículos que não param no sinal vermelho, nomeadamente naqueles semáforos que passam a vermelho porque o veículo segue acima do limite estabelecido? Em 47 anos de condução por este país nunca vi uma operação stop em dias de nevoeiro? Não ocorrem mais acidentes e mais graves em dias de nevoeiro? Não é obrigatório acender os médios nestas circunstâncias? Quantos veículos circulam a praticar esta infração nestes dias?

 

 

09
Mai22

Dia Europeu da Segurança Rodoviária


Vagueando

Assinala-se hoje, segunda –feira dia 9 de maio, o Dia Europeu da Segurança Rodoviária.

Como eu gostaria que se celebrasse este dia em vez de o assinalar.

No caso que nos toca, deveria ser assinalado como dia de luto nacional, porque só este ano, até ao final de abril, morreram nas estradas portuguesas 107 pessoas e durante o ano passado, 401 pessoas perderam a vida.

Lamentavelmente, as forças de segurança, continuam a centrar a sua fiscalização no controlo de velocidade (pelo menos é assim que divulgam as suas estatísticas e é disso que falam nas suas campanhas especiais de fiscalização) e as autoridades de supervisão, não especificam se os acidentes se dão em vias bem sinalizadas (o que não faltam, infelizmente, por este Portugal fora são estradas pessimamente sinalizadas), ou fora destas. E também nunca se refere o estado dos veículos, nomeadamente se circulavam com pneus em bom estado e à pressão correta, se com chuva ou nevoeiro circulavam com os médios ligados, etc.

Nunca percebi porque razão se fotografam veículos em excesso de velocidade e não se fotografam veículos que não param no sinal vermelho, perante um sinal de stop ou que ultrapassam em zonas proibidas, como se estas manobras não fossem causadores de acidentes graves.

Não percebo porque as autarquias investem em agentes (os necessários para levar a cabo a sua missão) para fiscalizar veículos que estão bem estacionados, apenas não pagaram o estacionamento (que gravidade é que isso tem para a segurança rodoviária?) mas não investem em agentes suficientes para que, como a mesma intensidade de fiscalização possam multar veículos parados em segunda fila com os quatro piscas ligados (o que configura desde logo duas infrações),em cima do passeio e passadeiras, obrigando os peões a circularem nas faixas de rodagem, como se os atropelamentos não fossem um triste e dura realidade.

Numa altura em que proliferam novos veículos a circular, até onde não podem (bicicletas e trotinetas em cima dos passeios), carrinhos eléctricos usados por idosos em estradas, trotinetas com duas pessoas, bicicletas em vias de sentido único a circular em contramão, tuk tuks por todo o lado em velocidade excessiva face às suas características e condições de segurança, não há quem fiscalize nada disto.

As famosas zonas 30km/h, onde coexistem peões, turistas, ciclistas, trotinetas e veículos automóveis, não há radares, o cocktail perfeito para o desastre, também não há fiscalização.

Neste dia apenas tenho uma certeza, não são as mortes nas estradas que nos chocam e que nos indignam, basta ver a atenção que se presta na comunicação social a este flagelo. Não existe em nenhum jornal da espacialidade ou televisão, um programam dedicado exclusivamente à segurança rodoviária.

O nosso choque e indignação só ocorreu, quando, em 2021,  o carro de um ministro atropelou um trabalhador na autoestrada, as outras 400 mortos, envolveram pessoas que não tinham família, nem amigos, nem os acidentes que as motivaram, resultaram da prática de qualquer ilícito rodoviário, muito menos de alguma ação negligente.

Explica-se tudo com; É a vida!

05
Mar22

Sinistralidade autorizada


Vagueando

Recentemente o ACP lançou um vídeo, (ver aqui Video ACP) onde se aborda a situação das zonas 30.

A grande conclusão a tirar do filme é que em matéria de segurança rodoviária, se legisla bem e se fiscaliza mal, ou melhor, pelo menos dentro das cidades, não se fiscaliza.

Neste filme é possível constatar que nestas vias e ao que parece são poucas, só no ano passado, em que a circulação de pessoas foi fortemente condicionada pela pandemia,  registaram-se 16 mil acidentes e 119 mortos.

No video, a Dr Luísa Salgueiro, Presidente da Associação Nacional de Municípios, refere que nunca haverá fiscalização suficiente (o que é diferente de não existir nenhuma) e que haveria vantagens em clarificar a forma de como, para além da sinalização exigível pelo Código da Estrada, se uniformizasse outros elementos identificadores, como por exemplo o tipo de piso ou a cor do mesmo, para que não existam diferentes interpretações nem diferentes utilizações nestas vias.

30.pngDesculpa à parte, fica claro que a placa G4a (á esquerda)  - que cria este tipo de zona: indica a entrada numa zona 30km/h em que são aplicados dispositivos de acalmia de tráfego (para os mais distraídos) de modo a limitar a velocidade máxima de circulação a 30 km/h, cujo sinal de proibição, há muito que é conhecido dos automobilistas.

Independentemente do que vier a ser feito no futuro, a partir do momento em que se sinaliza o limite de velocidade é 30km/h é porque se reconhece que o mesmo é necessário, pelo que também é necessário fazê-lo cumprir para que não ocorram, só num ano, 16 mil acidentes num ano, muito menos 119 mortos.

Não vejo como a Presidente da ANM se “desculpa” com a falta de Polícia Municipal nalguns municípios ou com outras incapacidades para fiscalizar estas zonas, quando estes investiram em pessoal, formação e certificação dos seus fiscais, para que possam fiscalizar e multar veículos bem estacionados, na medida em que não prejudicam a fluidez nem a segurança do trânsito, mas que o Código da Estrada considerou oportuno incluir nos seus artigos, para assegurar a rotatividade dos lugares em zonas mais movimentadas.

Contudo, infelizmente, as autarquias viram nesta regulamentação do Código da Estrada um negócio, ao ponto de chegarem a explorar lugares pagos em contravenção com o mesmo Código da Estrada. Tenho vários exemplos que assinalei a autarquias e empresas de estacionamento municipal, que reconheceram o incumprimento e removeram os lugares e também tenho exemplos de autarquias e empresas de estacionamento municipal, perante este facto, optaram por ignorar o incumprimento e manter os lugares.

E foi este negócio que moveu as autarquias a servir-se do código da estrada, nomeadamente da alínea h) do Artigo 25º, que proíbe o parqueamento nas zonas de estacionamento de duração limitada, quando não for cumprido o respetivo regulamento e a alínea c) do artigo 163º , que considera abusivo ou indevido um veículo, em zona de estacionamento condicionado sem proceder ao pagamento de taxa ou se tiverem decorrido duas horas para além do período de tempo pago.

A Dr Luisa Salgueiro saberá que em Lisboa, onde existe Polícia Municipal e onde existem cinco zonas 30, bicicletas eléctricas a circular nos passeios, então agora com a febre da Glovo e Uber eats a entregar comida ao domicílio é perfeitamente normal trotinetas a circular em cima dos passeios,  é normal levarem duas pessoas e também é normal tudos isto se passar por vezes passar em frente a agentes da Polícia Municipal sem que nada aconteça.

Em Sintra, onde existe Polícia Municipal, foram criadas zonas proibidas a veículos de animação turística mas fiscalização não se vê e nem os operadores sentem qualquer tipo de repressão, caso contrário não circulariam, diariamente, e com tanta frequência nestes locais.

Lamentavelmente, as autarquias, na pessoa dos seus representantes, fazem vista grossa ao Código da Estrada para defender a segurança de pessoas e bens como ficou claro neste vídeo do ACP.

Assim sendo não se estranha a ocorrência de tantos acidentes.

Estranha-se sim o alheamento da comunicação social e de outros organismos, por exemplo a ACA-M Associação de Cidadãos Automobilizados que tanto eco têm dado ao acidente que infelizmente vitimou um trabalhador na A6 e até se constituiu assistente no processo, por considerar que ocorreu um homicídio por negligencia e se negligencia a ocorrência de 119 mortos em zona habitacionais.

Não haverá nestes acidentes, negligência de ninguém?

Ou ficamos apenas e só, como é costume dizer-se; É a vida, neste caso a morte para 119 pessoas.

Deixo alguns exemplos nas fotos abaixo do sentimento de impunidade decorrente da falta de fiscalização. O desespero leva residentes a colocar nas suas portas, de acesso às suas habitações, sinais de estacionamento proibido e mesmo assim não se respeita, estacionamento em cima de passadeiras de peões, entrada em ruas de sentido único em contramão para estacionar, sendo que algumas destas situações ocorrem a menos de 50 metros de um posto da GNR.

 

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