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Este post foi criado em Novembro 2020. Republico-o neste desafio, Desafio da Abelha tema 29. adivinhem então qual o meu animal preferido.
Serpenteio pela calçada assim como uma cobra
A pedra é fria para o meu corpo já tão cansado
Busco o Sol que aquela esquina tem de sobra
Estou ainda longe, ofegante, mas determinado
Sei que sou capaz, estico-me mais para lá chegar
A beleza não pode fugir assim, sem que se veja
Não, não paro, parar é morrer, vou ter de saltar
Aquele Sol conforta a minha alma que, feliz festeja
Rastejo, farejo como um cão o odor do Outono
Uma nuvem chega, faz sombra, tolda-me a retina
Pensei que o Sol tinha ido procurar outro trono
Mas não, ainda há por ali, uma réstia de luz tão fina
Sol, não te vás já, este é mesmo o teu lugar
A pedra polida voltou a brilhar com a tua luz
As folhas caídas, andam por aqui a saltitar
Tenho muita inveja delas, tudo isto me seduz
Levo comigo o meu cão reaprendi com ele a ouvir
Vê-me como salvador mas é o que ele é para mim
Cheguei, outra sombra também, Sol tinhas de sumir
Enraiveci-me contigo, voltarei de novo, não é o fim
Não pode ser fim, porque a vida resiste mesmo que não pareça.
Fica latente, como a semente que sente a terra, a chuva e o sol, noite e dia, até que desponta, desabrocha, cresce e descobre, que nasceu no meio de tanta gente descrente, por causa de uma pandemia.