Hoje, ao contrário do que é habitual, para participar neste desafio 1foto1texto de IMSilva, não peguei numa foto, contemplei-a para ela e acrescentei umas frases.
Hoje, enquanto aguardava por uma consulta, resolvi divagar pela mente e apelar-lhe que me inspirasse sobre qualquer coisa, obrigando-me depois a encontrar uma foto no meu arquivo que servisse para ilustrar o texto.
O brainstorming demorou o seu tempo, cheguei a ver a coisa a ficar preta, ou seja, nem a inspiração chegava, nem a consulta se chegava a frente. Talvez a demora da consulta tivesse a ver com o facto de ter chegado uma hora antes da hora marcada, coisas de distraído para não lhe chamar outra coisa. Afinal se há coisas pelas quais ainda tenho respeito é de não chamar burro a ninguém e achei que não seria agora a altura de alterar a regra apenas para me penalizar, pelo que distraído soou-me bem.
Já começava a não dizer coisa com coisa, até que descobri que o tema que a minha mente queria ver tratado e para o qual me estava a dar inspiração e que ainda não tinha percebido – distraído novamente – era sobre a coisa.
Ora como todos sabemos, as coisas não são como são, mas sim como a gente as vê.
Estão mesmo a ver a coisa, onde vou arranjar uma foto que ilustre a coisa? Ou melhor, quem a observar sinta que está a ver a coisa?
Não estava a ver, pelo que resolvi adiar este tema para a semana mas lembrei-me; Coisa adiada não está acabada e segui com a coisa. Afinal há gostos para cada coisa pelo que alguma coisa (a foto) hei-de arranjar.
Continuei a divagar e à espera que me chamassem para a consulta.
Ele há com cada coisa, então não é que numa pesquisa no telemóvel para obter mais informações sobre a coisa – ainda não tinha descoberto que tinha chegado uma hora mais cedo à consulta – dou de fronhas com um livro que li e não gostei. Mas a capa ali escarrapachada amoleceu-me e condescendente, constatei - não há livro ruim que não tenha uma coisa boa.
Quem sabe se as reminiscências da leitura deste livro, acabei por trazer a coisa à baila.
Aqui chegado, decidi que não ia publicar este post, a coisa não parece fazer sentido, mas também que sentido tem, em abstrato, a coisa?
Sendo a coisa vedada sempre mais desejada, mais uma vez, decidi seguir em frente com a coisa, ou seja, voltei atrás com a coisa, leia-se a vontade de não publicar o post.
Assim nasceu este texto que, sem qualquer pretensão de chegar aos calcanhares da “Causa das Coisas” de Miguel Esteves Cardoso, aqui fica e finalmente, com a foto da coisa.
Mais coisa nem menos coisa, a foto e o texto não fazem sentido nenhum, nem bate a bota com a perdigota, pelo que temo que o desafio não seja, desta vez, não tenha sido superado.
A coisa não está fácil.
“Prontos” mas o objetivo era participar, não era ser objetivo nem sobre a coisa, nem sobre coisa nenhuma.
De uma coisa estou certo, muita coisa ficou por dizer mas não quero que fiquem a pensar que, et por cause, vou prolongar a divagação sobre a coisa até ao infinito, porque há limites para tudo.
Ele há coisas (quiçá do outro mundo)!