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Generalidades

Generalidades

05
Dez24

Olhares


Vagueando

Participação XVII no Desafio 1 foto 1 texto de IM Silva

 

Blank 2 Grids Collage.png

Num dia de Sol, perdi a minha própria sombra, cheguei a duvidar que existisse. De repente, enquanto caminhava, a minha sombra deixou de me seguir. Voltava-me, rodopiava em busca dela mas não a encontrei.

Não era alucinação porque a sombra de todos os outros conseguia vê-la. Sentia-me fantasma, mas sentia-me, só não tinha prova da minha presença.

Tirei várias fotos, não sei onde, mas quando cheguei a casa fui revê-las, não existiam. 

Finalmente, cansado, muito cansado, adormeci.

Ao acordar peguei no telemóvel e estavam lá estas duas imagens, alguém me observou e fez desaparecer a minha sombra.

 

30
Nov24

Um desafio nunca vem só


Vagueando

Participação XVI no Desafio 1 foto 1 texto de IM Silva

Um desafio nunca vem só e no seguimento da Participação XV, na semana passada O Prazer de um café com boa vista que esteve em destaque na Sapo, recebi um comentário de "sos". que consisitiu no seguinte;

pois, tá bem, mas reconhecerá que seria mais interessante (ainda ) se elogiasse a chavena de vidro atraves da qual via num sei que .
Um "desafio" e agora até é o momento (inverno ): junte a par as duas chavenas e veja qual fumega mais ?

Daía que a foto de hoje para além de responder ao desafio de IMSilva - 1 foto 1 texto, cumpre o desafio de "sos" e a minha promessa de juntar as duas chávenas, para ver qual delas fumegava mais. Acho que nem Pinheiro de Azevedo acreditaria nisto, porque no seu tempo, era só fumaça!

20241128_133815.jpg

 

22
Nov24

Já não se usa, já não se vê


Vagueando

Participação  XVI , Ano II do Desafio 1 foto 1 texto

 

20241020_115652.jpg

 

Habituei-me a ouvir os comboios nas noites de Verão, quando estava na casa do meus avós, no Algarve. Aquele calor, mesmo com o Sol já posto, transportava até aquela casa o barulho da locomotiva, primeiro a carvão, depois a gasóleo. Este último era o Rápido, assim se chamava, embora a velocidade sobre os carris fosse tudo menos rápida. O Sotavento, uma automotora de cores garridas, branco e vermelho dava-lhe um ar "racing" mas a sua velocidade máxima, raramente chegava aos cento e picos quilómetros hora.

O problema nem sequer era a velocidade máxima, mas sim os carris que não aguentavam grandes velocidades e, por outro lado, obras ou má conservação da via, obrigavam a frequentes abrandamentes que, em termos ferroviários dá pelo nome de afrouxamentos.

Tudo conjugado era uma seca, uma eternidade viajar entre o Barreiro e a minha estação onde todos os comboios paravam - S. Bartolomeu de Messines.

E era o percurso entre esta estação e a estação de Tunes, implantado num mini planalto que eu ouvia e via, o comboio a avançar, o som do comboio, conhecido por pouca terra, pouca terra, era uma falácia. Havia muita terra para tão minúscula serpente que por ali passava.

E não era só ver e ouvir, eu parava para admirar o comboio - nostalgia e sentia o cheiro das travessas de madeira, pingadas de óleo que, perante o Sol inclemente do Algarve, também libertavam um odor que não consigo descrever mas que ainda hoje está gravado na minha memória.

A foto de hoje é de um antigo sinal ferroviário, muito usado junto das passagens de nível, com e sem guarda que assinalavam o perigo que um comboio representava. Assim para evitar acidentes esta placa avisava -Pare, Escute e Olhe, antes de atravessar a linha.

Hoje, o sinal deixou de fazer sentido, os carris foram desnivelados do nosso caminho que ficou livre. Em nome dessa liberdade, deixámos de Parar, de Escutar e de Ouvir - perdemos a linha e o respeito por todos os que se atravessam ou partilham connosco o caminho que é de todos.

Pouca terra, pouca terra, deixou de fazer sentido, a terra por onde o comboio passava, ficou muita e sem gente para ouvir o comboio.

 

15
Nov24

O prazer de um café com uma boa vista


Vagueando

Participação XV no desafio 1 foto 1 texto

 Tenho prazer em beber café, muito prazer. O sabor, o cheiro, a espuma, a cor, tudo é beleza naquela pequena chávena branca, formam um conjunto fotogénico muito belo.

O café constitui para mim um momento de relaxamento mas raramente o bebo sentado, exceto quando almoço num restaurante.

Faz parte do meu pequeno-almoço sempre e hoje, para participar neste desafio resolvi trazer o café à baila.

Ainda que normalmente não beba café sentado à tarde ou ao pequeno-almoço, abro sempre uma excepção quando encontro uma mesa que acrescenta valor à minha paz e descontração quando bebo um café.

Há poucos dias deixei aqui um post relacionado com a recente abertura em pleno centro de Sintra - Casa da Torre - onde a mesa 6 tem uma vista fabulosa para o Palácio e hoje trago aqui uma foto de outra mesa que tem uma vista também lindíssima para o mesmo Palácio só que do lado oposto.

20241031_163626.jpg

Há uns dias, com a sala totalmente vazia, tomei um café nesta mesa, quando o Sol de Inverno já se despedia de Sintra seguindo em direção ao mar.

Esta mesa pode ser encontrada na casa mais antiga de queijadas de Sintra, ou seja desde 1756, na Volta do Duche em Sintra, cuja história já aqui postei.

Podem consultar alguns dos benefícios do café, segundo a CUF e as várias formas como se pede café em Portugal, algumas delas, confesso, desconhecia por completo.

Para mim a única coisa que faço questão para beber um café é que a chávena não seja de vidro, mas sim de porcelana branca.

Esquisitices.

08
Nov24

O Céu é o limite


Vagueando

Participação XIV, ano II do Desafio 1 foto 1 texto

Está na moda dizer-se que o céu é o limite, para incentivar todos aqueles que - eventualmente - desistem dos seus sonhos.

Ora eu que não sonho com nada especial, venho aqui, simpaticamente, explicar que não devem desistir de nada, absolutamente nada.

Ainda que eu não saiba qual a distância que cada um tem que percorrer para chegar vivo ao céu, porque morto toda a gente já sabe como se lá vai parar, estou aqui para vos indicar o caminho para lá chegar.

E assim, indico não só o caminho para o céu, como cumpro mais uma participação no desafio acima. Peço desculpa mas, ainda que o caminho para o céu esteja descoberto, como podem ver pela foto abaixo, ele é sempre a subir e para cima.

PC190496.JPG

Quem sabe se esta descoberta não vai ser equiparada ao feito do nosso grande navegador e explorador, Vasco da Gama que, afinal apenas descobriu o Caminho Marítimo para a Índia e,  em vez de ir para ao céu depois de morrer, ainda me colocam no Mosteiro dos Jerónimos.

Mas atenção para além do esforço que terão que desenvolver para chegar ao céu, terão que ser honestos e não fazer qualquer atalho, afinal quem se mete em atalhos mete-se em trabalhos. Se o fizerem, o céu que vos espera, em vez deste esplendoroso azul, salpicado por nuvens branquinhas e fofinhas, será o que se encontra na foto abaixo.

20241030_164151.jpg

01
Nov24

O que é isto?


Vagueando

Participação XIII, ano II do Desafio 1 foto 1 texto de IMSilva

 

Ao nos deslocarmos no espaço público deparamo-nos com objetos aos quais não lhe reconhecemos utilidade a não ser a de esbarrarmos com eles e, por vezes acharmos que não fazem sentido, é dinheiro mal gasto, é um capricho do arquitecto, do artista eventualmente mas, há quem lhe chame arte.

20241028_133942.jpg

A foto de hoje, foi obtida há poucos dias na Estação da CP de Sete Rios, estação que usei durante muitos anos quando trabalhava. Curiosamente, depois de tantos anos a passar por ali, nunca tinha visto esta estrutura desta forma, curiosamente brilhante. Isso acontece porque o Sol, naquela hora e nesta época do ano, estando mais baixo incide nas chapas onduladas a fazer-me lembrar o museu Guggenheim em Bilbao.

 

Talvez isto seja arte porque a arte;

Não se comenta
Não se vende
Não se explica
Não se justifica
Não se julga
Não se paga
Não se processa 
Não se impõe
Não se pune
Não se restringe
Não se crítica
Não se destesta
Não se destroi
 
Um dia ela ali está esplendorosa, e contemplamo-la, observamo-la e mesmo que não gostemos, captou a nossa atenção, por isso será arte.
 
Nota final: Recebi um comentário que afirma julgar tratar-se de uma antena. Não é, e entretanto um amigo meu enviou-me este link que explica esta obra é uma escultura que simboliza sete rios. 
 
03
Out24

Reflexos


Vagueando

Participação IX do Ano II no Desafio 1 foto 1 texto de IMSilva

A semana passada andei a fazer umas caminhadas mais longe de Sintra, mas sempre em ambiente campestre, montanha, serra, natureza, em suma, fora de estrada. E mesmo estas estradas, quando era necessário usá-las um pouco para chegar a outro trilho, o trânsito era muito reduzido para não dizer nulo. A Aldeia onde estive hospedado, num turismo rural, não tinha, seguramente, mais de dez habitantes e, não fosse o turismo (nesta altura muito reduzido), certamente que há muito que estaria abandonada. 

Assim, ainda tem dois hotéis rurais que disponibilizam cerca de 12 a 14 quartos. 

Mais tarde, deixarei aqui algumas fotos para poderem apreciar a beleza natural que sobrou depois de moldada pelo homem, entre os anos 16 e 19 A.C.

A foto de hoje resulta de uma dessas caminhadas, onde era suposto descer até ao lago e fazer uma foto que refletisse a tranquilidade de tudo o que o ladeava. Gosto de reflexos, já andei por aqui a falar deles em Falta de Inspiração, servindo-me de um escritor de que gosto.

Contudo, o cansaço já era considerável, pelo que resolvi fazer um truque, ou seja batota, para obter um reflexo de jeito. Acho que me saí bem, usando o tejadilho preto de um carro que se encontrava estacionado, que me poupou a fazer um dedo de luva que acrescentaria mais uns significativos metros ao total da minha caminhada.

20240930_160055.jpg

Se a imagem não se revelou apelativa, perdoem-me, afinal só vos queria deixar um pouco de beleza e o que conta é a intenção.

28
Set24

CAM - Centro de Arte Moderna na Gulbenkian


Vagueando

Participação VIII, Ano II no Desafio 1 foto 1 texto de IMSilva

Passei por ali esta semana, sem muito tempo mas a arquitectura impressionou-me. Fez-me lembrar um pouco a Pala do pavilhão de Portugal, da autoria de Siza Vieira, mas com outro enquadramente e outras cores. Gostei do facto de ser baixa, quase se pode tocar e, se calhar é isso que impressiona quem se dirige ao CAM e se depara com aquela pala branca por cima a madeira castanha por baixo.

Gostos não se discutem mas gostei bastante do exterior deste Centro, pelo que a minha foto de hoje é um panorâmica desta pala branca.

20240924_095524.jpg

 

Contudo, não poderia deixar de juntar mais algumas - podem vê-las aqui - deste Centro tão bem enquadrado no jardim da Fundação Gulbenkian.

12
Set24

Falta de inspiração


Vagueando

Participação VI, Ano II do desafio de 1 foto 1 texto de IMsilva.

Quando a imagem está presente mas inspiração para a decorar está ausente, nada melhor do que citar um profissional da escrita.

Justamente por se tratar de um excelente autor - José Luis Peixoto -  e por se tratar de um desafio em que gosto de participar, hoje não sai uma, mas sim duas fotos.

Se o texto não ligar com as fotos a culpa não é, seguramente do escritor, mas sim minha.

 

O reflexo do céu nas águas do lago é capaz de confundir o céu com o lago

Nenhum mal nasce dessa mistura

Se o lago se achar céu ou se o céu acreditar que apenas existe refletido nas águas do lago, todas as regras da natureza serão mantidas e toda a vida que depende do lago e do céu prosseguirá inalterada.

Excerto do livro "Em teu ventre" de José Luis Peixoto - Outubro 2015.

 

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