Os almoços do PC e a Global Media Group
Vagueando
Antes de mais um esclarecimento – PC do título – não se refere ao partido Comunista, mas sim a Presidente da Câmara, neste caso de Sintra.
A revista Sábado já tinha se tinha posto à mesa com o Presidente da Câmara de Oeiras, Isaltino Morais e como a resposta deste culminou numa lista de restaurantes (bons, digo eu) em Oeiras e até teve direito a entrar no programa Isto é Gozar com Quem Trabalha do RAP o que até pelos piores motivos é sempre boa publicidade, voltou à carga com mais um número autarco-gastronómico.
Desta vez o escolhido foi o Presidente da Câmara Municipal de Sintra. Neste caso, em vez dele, até eu podia fazer uma de várias listas dos melhores restaurantes do Concelho.
A técnica usada foi a mesma, demonstrar ou melhor, levar o pessoal a pensar que anda tudo a banquetear-se com o nosso dinheiro, usando como prova as contas de vários restaurantes e que não foram cumpridas as regras do bom uso do dinheiro público, de todos nós não é verdade?
Confesso que os valores apresentados nas faturas desfiadas pela Sábado não me impressionaram por aí além e também não devem ter impressionado muito a revista, uma vez que por vezes faz infusões de ostras e de copos de vinho neozelandês ou “xampánhe”, para aromatizar as contas com indignação q.b. para provocar azia no leitor.
Eu percebo, regras são regras e à mesa para além do pecado da gula cometem-se outros, mais ou menos graves e o dinheiro público tem que ser muito bem gasto e ainda melhor controlado.
É que, se não é parece, a corrupção só ocorre com políticos e tudo o que não o é, seriam potenciais corruptores, mas não. São puros sangues, desculpem queria dizer puros santos, que não corrompem ninguém e com reserva garantida de lugar o céu.
O que é que isto tem a ver com o Global Media Group? Tudo.
É aos jornalistas que compete, com isenção e pluralismo, investigar e noticiar o que de errado se passa na sociedade mas, ao que parece não conseguiram ver o que se estava a passar de errado na sua própria casa, ou seja na casa do DN, do JN, da TSF, ou muito pior, conseguiram ver e nada disseram.
Não é o povo quem mais ordena, mesmo quando vota, são os mercados, os offshores e a opacidade financeira quem manda e, neste caso, manda quem pode, obedece quem não é parvo.
Foi assim que se chegou à TINA – There is no Alternative.
Já ninguém se lembra da crise do subprime nem o que a provocou, mas de tempos a tempos, a culpa da bancarrota em Portugal – foi do PS – como se os nossos bancos privados tivessem sido uns santos.
Ao que parece não foram, mas também (ainda) ninguém foi julgado por isso.