Da caça à multa à falta de caça
Vagueando
Hoje, em grandes parangonas, anuncia-se por aí, com revolta e indignação, que os militares da GNR vão passar a receber uma percentagem nas multas que emitirem, sugerindo-se nessas notícias, pelas imagens e pelos títulos que estas percentagens incidem sobre infrações rodoviárias.
Até o Polígrafo, na sua avaliação, publica a foto de uma brigada de trânsito da GNR.
A verdade é que as mesmas vão incidir sobre infrações fiscais e aduaneiras, mas mesmo que fosse sobre as rodoviárias, a questão nuclear é que a caça à multa só resulta, se existir caça para ser caçada.
Eu gosto de ver o problema ao contrário, ou seja a GNR indignada e revoltada que não tem nada para caçar, tal como, todos os anos se queixam os caçadores munidos de cães pisteiros e espingardas, quando voltam de mãos a abanar no final de um dia de caça.
Também gosto de pensar que se alguém decide premiar (não querem a meritocracia em todo o lado?) a caça é porque existe caça para ser caçada, podemos dar como exemplo a praga de javalis que, segundo muita gente, ninguém lhes dá caça, o que causa muitos prejuízos económicos, o que acontece também com as fraudes fiscais e aduaneiras.
No limite o que eu gostava mesmo de ver noticiado, em grandes parangonas, era a GNR e a PSP a queixarem-se que não tinham nada para fazer. Acho que seria dinheiro bem empregue nos ordenados que se lhe pagavam e, de certeza, o país estaria bem melhor.