Constrangimentos
Vagueando
Não existe no Mundo nada comparável nem melhor que os portugueses para dizerem mal de si próprios. Bem dizer mal se si próprios não é bem assim, dizer mal dos outros é que está correto.
Na estrada, por exemplo, todos temos medo dos outros que conduzem mal, que não respeitam ninguém e, por isso, lá está é que há acidentes.
Sobre a filas de espera no aeroporto, a culpa é do governo, porque não acompanha, não controla, não privatiza, não faz o novo aeroporto. Se alguém decide que o aeroporto é aqui ou acolá, é logo metido na linha. O correto é deixar a ideia do aeroporto andar no ar, (já anda desde 1969) ainda que os aeroportos não voem, ao contrário das vacas e dos aviões.
Estou aqui a falar para quê?
Para dizer que os voos cancelados no aeroporto de Lisboa, se devem a vários constrangimentos nos aeroportos internacionais.
Se os constrangimentos fossem exclusivos do Aeroporto de Lisboa (nesse caso seria mau planeamento), lá estariam as televisões em direto a entrevistar os passageiros para mostrar como somos mesmo uma trampa e aos políticos aplicar-se-ia uma palavra ainda pior.
Nem Michael O’Leary, CEO da Ryanair, que é o Marcelo da aviação, nomeadamente a comentar assuntos da TAP e do Aeroporto de Lisboa, se chegou à frente com nenhuma das suas afirmações bombásticas, a malhar nos tugas e na TAP.
Afinal, os constrangimentos, são greves de funcionários de aeroportos europeus e de companhias aéreas, anúncios de greves na Ryanair (pensava eu que nesta empresa era tudo muito organizado, muito cool) e falta de pessoal, sendo que nos EUA estão ser intensificadas campanhas de recrutamento, devido à escassez de pessoal. O mercado que funciona tão bem a aumentar os preços ao consumidor devido a escassez de bens, pelos vistos não funciona face à escassez de mão de obra.
Fica então a ideia, as greves, mau planeamento, falta de pessoal, caos nos aeroportos, fora de Portugal, não são culpa de ninguém, são, apenas e só, constrangimentos.