Verdade!
Vagueando
Participação XXXIII, Ano II, no Desafio 1 foto 1 texto de IMSilva 1 foto 1 texto de IMSilva
Esta rua, à data da foto, tinha dois sentidos e isso não impediu que um tuk tuk, com turista circulasse fora de mão e em plena curva e sem qualquer visibilidade sobre o trânsito descendente - Desta vez a Nossa Senhora de Fátima fez o milagre e o acidente não aconteceu. Este é apenas um exemplo do que se passa nas estradas nacionais ao nível de infrações muito graves.
A sinistralidade rodoviária é um tema que me preocupa e que me assusta. As estradas, já não aguentam mais ver tanta asneira (consciente e inconsciente), já bem basta o sofrimento de algumas, em que os buracos têm tão pouca estrada, que esta se encontra em vias de extinção.
Curiosamente, ou não, as mortes ocorridas nas estradas parecem não incomodar nem indignar muita gente, excepto aquela que envolveu o carro do ex-ministro da Administração Interna, Dr Eduardo Cabrita.
As televisões, os jornais, promovem debates, convocam especialistas, sobre tudo e mais alguma coisa, e sobre sinistralidade, nada. Aparecem uns quantos a falar na Operação Páscoa e Natal, mas de resto o silêncio impera, e a impunidade ou, vá lá, a sensação, (chamem-lhe perceção enquadra-se mais no debate da moda sobre segurança, que não a rodoviária) cresce.
As autoridades e as entidades que acompanham este tema saberão, melhor do que ninguém, as causas para esta situação lastimável. Afinal Portugal está entre os piores países na redução da mortalidade rodoviária, mas estas notícias não interessam a ninguém como estas mortes fossem diferentes das que ocorrem por violência doméstica ou por crimes violentos.
Mas ficamos todos calados e quietos como se isto fosse normal?
Temos 60 mortos por milhão habitantes nas estradas nacionais quando a média da UE é de 45 mortos por milhão de habitantes. Ao longo da última década, o número de mortes nas estradas portuguesas praticamente estagnou, contrastando com os progressos registados pela maioria dos estados membros. (In Jornal o SOL online de 24/06/2025)
Aceitamo-las assim, sem pestanejar, sem vergonha, sem exigência de alterações à lei, sem exigir responsabilidades, nem medidas para acabar com este flagelo.
O facto é que no meu país, quando conduzo e quando ando a pé pelas cidades não vejo fiscalização nenhuma, sendo que nas cidades, os atropelos ao código, nas barbas das autoridades, são às dezenas diariamente, mas nada acontece.
Curiosamente, circulo esporadicamente (uma no máximo duas vezes por ano) em Espanha e deparo-me sempre com fiscalização da Guadia Civil nas estradas do país vizinho.