Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Generalidades

Generalidades

30
Mar25

Cinquenta anos de quê?


Vagueando

Recentemente apareceram por aí uns cartazes de um partido politico, com fotos de duas figuras políticas, a assinalar “50 anos de corrupção”.

Cinquenta anos depois da revolução, ao que parece (não sou eu que digo, mas diz-se) produzimos maus políticos, ao que parece os de antigamente é que eram bons e antes da revolução também não haveria corrupção. Por outro lado, paralelamente aos cinquenta anos de corrupção, ao que parece, produzimos muitos jovens altamente qualificados e, como temos uma população muito envelhecida, digamos que muitos viveram no antigamente, serão, obviamente , gente de bem.

O ano passado, o Continente, detido pela Sonae, que já tem mais de 50 anos, resolveu acabar com aquelas moedas de plástico para se usar no carrinho do supermercado, em vez da moeda de um ou dois euros que nunca tínhamos.

Este acção visou combater o uso desnecessário de plástico, permitindo assim poupar três toneladas por ano, parece-me uma medida acertada e que vai de encontro aos anseios de uma população cada vez mais esclarecida e exigente com o cumprimento das metas ambientais.

Sempre me fez muita confusão o porquê do uso das moedas, presumo que era para ficassem arrumados após o seu uso, poupando assim mão de obra e consequentemente  custos e, porque não dize-lo, evitava sujeitar alguém a fazer um trabalho degradante.

Contudo, a Sonae, mais precisamente o Continente, optou por não trancar os seus carrinhos pelo que agora não é necessário moedas para os levar às compraras.

Assim sendo, não entendo a razão pela qual os clientes dos supermercados não arrumam os seus carrinhos nos lugares próprios, evitando assim que fiquem espalhados pelos parques de estacionamento.

Com raramente vejo políticos nas compras, presumo que os carrinhos são abandonados pela grande maioria que vai às compras, ou seja, gente do povo ou das elites e os exigentes com a proteção do ambiente.

20250322_084754.jpg

 

Cinquenta anos de corrupção não justificam esta situação, de que a foto abaixo é apenas um parco exemplo. Justificar-se-á por cinquenta anos de educação, solidariedade, respeito, empatia?

Ou afinal não somos assim tão diferentes dos que andamos a criticar e regemo-nos por aquela velha máxima – Faz o que eu digo e não o que eu faço?  

27
Mar25

Um almoço em imagens


Vagueando

Participação XXII, Ano II, no Desafio 1 foto 1 texto de IMSilva

 

Esta semana estava a almoçar sozinho num restaurante no centro de Sintra onde costumo ir. Sentei-me num conjunto de duas mesas que totalizavam 4 lugares. Estamos uma zona turística ainda que nesta época não se assista a grandes enchentes, a metereologia também não tem ajudado, mas eis que entra um jovem casal asiático, com 4 crianças de idades muito próximas, quase diria que tinham nascido, tipo ninhada, todos no mesmo dia.

Um funcionário afastou uma das minhas mesas que se foi juntar a outro grupo de 2 mesas permitindo assim sentar as seis pessoas, dado que já não havia espaço paras os sentar todos juntos.

Não entendi peva do que diziam mas pareceram-me sempre muito divertidos. A partir daqui vou tentar explicar o que se passou, por ter achado curioso e que mostra bem como todos somos tão diferentes uns dos outros. Ainda que tenham feito os pedidos em inglês não me interessei por nada do que encomendaram, mas achei engraçado porque as mesas, postas com tudo alinhadinho, copos, pratos talheres, rapidamente entraram em desordem total e o desalinhamento não foi só "culpa" das crianças.

À medida que os pedidos vinham chegando, pensei que iam tomar tipo, uma bebida e uma sandocha, nada mais errado.

Veio uma sopa, um sumo de laranja, um cappuccino, uma coca cola, um café com leite, um copo de espumante, uma água, dois bolos que não percebi o que eram sendo que um tinha chocolate. A sopa foi divida entre o casal, mas não a comeram toda. As crianças, depenicavam os bolos enquanto bebericavam o sumo, o cappuccino, a coca-cola e o café com leite, mas sobrou um bom bocado do tal bolo com chocolate.

De seguida veio um bacalhau à brás, dois hamburgers com batata frita, um bitoque.

As crianças iam-se deleitando com os hambúrgueres e o bitoque, acompanhando com o cappuccino, o café com leite, o sumo e a coca cola. O Bacalhau à brás foi repartido pelo casal, ele acompanhando-o com o copo de espumante a esposa com a água, com o resto da sopa e espantosamente com o resto do bolo de chocolate.

Moral da história, esta é uma estória de outros hábitos alimentares, de outras pessoas, de outras culturas, mistura que foi genuinamente estranha para mim, em especial quando a senhora acompanhou o bacalhau à brás com o bolo que também tinha chocolate.

Mas havia muita vida, muita partilha, muita alegria naquela mesa e isto sim é o que deve ser a vida.

Sem críticas, sem qualquer tentativa de vir aqui expor de forma negativa esta refeição, até porque o casal e as crianças me pareceram sempre muito divertidos, tudo era estranho. Então quando a senhora começou a misturar o bacalhau à brás (prato que eu também estava comer) com o tal bolo que continha chocolate, até as entranhas se me revoltaram. Contudo, por decoro e respeito, coloquei-as na ordem e não estraguei nem o ambiente, nem o meu almoço, nem o almoço da família feliz.

E fica então a imagem do almoço.

20250327_184727.jpg

Não viram nada, ainda bem.

O objetivo era mesmo relatar o que vi, mas não mostrar nada. A imaginação,  a criação dos cenários, os retratos robots ficam a vosso cargo, mais que não seja para não me dar a conhecer, nem para faltar ao respeito  e à privacidade de cada membro daquela família.

Qualquer semelhança da foto, com o filme Branca de Neve de João César Monteiro é pura coincidência  

21
Mar25

Momentos


Vagueando

Participação XXII, Ano II, no Desafio 1 foto 1 texto de IMSilva

Sexta - Feira é dia deste desafio. A depressão Martinho, tenho um amigo com este nome que se fartou de ser insultado nos últimos dias, trouxe instabilidade climática a todo o país, com a ocorrência de prejuízos materias de monta mas, felizmente, sem vítimas mortais, ainda que na minha zona em Sintra uma mulher tenha ficado gravemente ferida, a quem desejo a sua rápida recuperação, devido à queda de uma árvore.

Este ano está a ser particularmente chuvoso e os muros de Sintra estão pejados de musgo. A abundância de chuva, ainda que nos condicione, garante-nos um bem essencial à vida, e para a fotografia é óptimo porque limpa o ar de todas as impurezas, tornando-as mais nítidas pelo que a luz brilha ainda mais.

A foto que trago hoje é de um desses muros que durante uns segundos, no intervalo das muitas nuvens resolveu ilumina-lo de forma generosa e tive a sorte de poder captar esse fugaz brilho.

 

Gostei bastante do resultado pelo que a minha legenda para esta foto é "Momento Monumento"

20250318_171138.jpg

 

21
Mar25

Tótó


Vagueando

1657741837_0216_a472d6dc2944d015567a698e4c2119b2.j

 

Há uns bons anos discutia (amigavelmente entenda-se) com um amigo o uso do cinto de segurança do automóvel. Estávamos nos primórdios da obrigatoriedade do seu uso e existia muita resistência dos condutores em coloca-lo. Esse meu amigo defendia que o uso deste dispositivo era mais perigoso do que não o usar, dando como exemplo, a maior dificuldade em sair do carro em caso de incêndio após acidente e acrescentava, só o uso para não ser multado.

Eu defendia que o usava porque acreditava que me oferecia uma proteção extra. Nessa altura já tinha lido uns artigos sobre o tema e como fui comissário no Autódromo do Estoril, convivi com pessoas ligadas ao desporto automóvel, pelo que estava convencido dos seus benefícios, o que o tempo feio comprovar de forma inequívoca.

Também é justo dizer, que a construção dos automóveis modernos, ajudaram bastante na mitigação dos ferimentos em caso de acidente.

Atualmente assistir-se-à discussão da obrigatoriedade do uso de capacete em ambiente citadino, quando se conduz uma bicicleta ou trotineta. Sou claramente a favor do seu uso e tenho dificuldade em engolir os argumentos para não o usar, mas coloco-me de fora desta “guerra”.

Vem isto tudo a propósito de um componente de uso obrigatório nos automóveis movidos a Diesel, o Catalisador.

Quando este componente avaria, a maioria dos condutores opta por retira-lo porque se trata de um componente bastante caro. Esta decisão fez-me recordar a discussão do uso do cinto de segurança, acima referida. Os que optam por retirar o catalisador fazem-no porque (ao contrário do uso do cinto) não têm medo de ser multados, a fiscalização não existe e até se diz por aí que os Centros de Inspeção não possuem a tecnologia que permite detetar a falta deste componente.

Por outro lado, também se diz por aí, que a multa pela falta deste componente é ridiculamente barata, pelo que mesmo que se seja multado várias vezes, ainda fica muito mais barato do que montar a tal peça. Obviamente quando refiro a “que se diz por aí”, estou a dizer que desconheço a veracidade de tais afirmações.

E lá entro outra vez na discussão porque o meu catalisador pifou e resolvi montar um novo, o que me custou uma nota preta, como se costuma dizer.

Fi-lo, desta vez não por acreditar que é uma complemento à minha proteção, mas sim porque é um complemento à protecção de todos e do ambiente, afinal tenho família e da família faz parte uma neta com menos de um ano.

E como é vista esta minha acção pela sociedade e pelo meu antigo amigo? Sou um tótó.

Ainda que da minha parte esteja convicto que tomei a decisão correta e que isso me coloca de consciência tranquila mas, só o facto desta afirmação ser usada pelos políticos quando ficam sob suspeita da prática de alguma infração, dá logo uma conotação negativa à coisa.

É a vida!

14
Mar25

Espaço


Vagueando

Participação XXI, Ano II, no Desafio 1 foto 1 texto de IMSilva

Impossibilitado (por falta de saúde financeira) de poder viajar até ao espaço, procuro na nossa casa comum, mas longe da minha casa (afinal somos mesmo um país pequeno) o espaço.

Grandioso, imponente, esmagador, selvagem, brutal, fabuloso, incrível, inóspito.

A natureza faz-me bem, liberta-me. Gosto de espaço para respirar, gosto mesmo de muito, muito espaço.

Também gosto de gente, em pequenas doses, para conversar, para conviver, para passear, mas sem nunca me sentir rodeado por muita gente.

Neste sentido, para voltar a este desafio semanal, de publicar uma foto e um texto, depois de na semana passada ter ido para longe , esta semana regressei de muito longe, do espaço.

Porque o espaço era tão grande, não publico apenas uma foto, mas várias do mesmo espaço, para acompanhar o pequeno texto, complementado com um excerto de Fernado Pessoa in Livro do Desassossego.

Viajar? Para viajar basta existir. Vou de dia para dia, como de estação para estação, no comboio do meu corpo, ou do meu destino, debruçado sobre as ruas e as praças, sobre os gestos e os rostos, sempre iguais e sempre diferentes, afinal, as paisagens são.

(...) É em nós que as paisagens têm paisagem. Por isso, se as imagino, as crio; se as crio, são; se são; vejo-as como às outras (...)

Espero que gostem e que vos inspire para o fim-de-semana.

20250302_130113.jpg

20250302_142554.jpg

20250302_161513.jpg

20250303_092830.jpg

 

 

20250303_112653.jpg

06
Mar25

Eu vou para longe


Vagueando

Participação XX, Ano II, no Desafio 1 foto 1 texto de IMSilva

A música, a leitura levam-nos muito longe. A música de José Mário Branco – Eu Vim de Longe, eu vou p’ra longe – ajudou-me, há muito, a ir longe e a transportar-me para muitos locais. Contudo, a muitos dos destinos imaginados, nunca lá fui mas, nem assim, os perdi da minha memória.

De tempos a tempos, com menos frequência do que gostaria, lá vou pra longe à procura do que espero encontrar, acabando sempre por encontrar mais do que esperava. Não se trata de esperar para ver é ver o que a espera cimentou.

Fui para longe, estou muito longe e, não obstante a distância, deparei-me com esta frase, muito interessante, escrita em português “Viajar é descobrir o que sabemos de errado sobre outros países”. Esta frase está inscrita na sala de refeições de um hotel estrangeiro, bem longe do nosso país, mas muito perto de um local onde um português trouxe ao mundo uma descoberta digna de registo na História.

20250305_094311.jpg

 

Pareceu-me que esta frase constitui uma excelente forma de participar em mais uma etapa deste desafio.

Se a primeira foto é o comprovativo do que afirmei sobre a frase, a segunda é um convite a seguirem a linha amarela e a irem longe, muito longe, encontrando outras raízes, sem nunca perderem, nem escamotearem as que sempre nos acompanharam.

Blog.jpg

Se a tecnologia nos escraviza, estou a lembrar-me de um excelente post, bem recente, de Sónia Quental – A Era das Distrações – também nos permite esta possibilidade de sermos "escravizadores" de alguns que nos seguem por aqui.

Boa viagem.

Mais sobre mim

foto do autor

Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

Mensagens

Arquivo

  1. 2025
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  14. 2024
  15. J
  16. F
  17. M
  18. A
  19. M
  20. J
  21. J
  22. A
  23. S
  24. O
  25. N
  26. D
  27. 2023
  28. J
  29. F
  30. M
  31. A
  32. M
  33. J
  34. J
  35. A
  36. S
  37. O
  38. N
  39. D
  40. 2022
  41. J
  42. F
  43. M
  44. A
  45. M
  46. J
  47. J
  48. A
  49. S
  50. O
  51. N
  52. D
  53. 2021
  54. J
  55. F
  56. M
  57. A
  58. M
  59. J
  60. J
  61. A
  62. S
  63. O
  64. N
  65. D
  66. 2020
  67. J
  68. F
  69. M
  70. A
  71. M
  72. J
  73. J
  74. A
  75. S
  76. O
  77. N
  78. D
  79. 2019
  80. J
  81. F
  82. M
  83. A
  84. M
  85. J
  86. J
  87. A
  88. S
  89. O
  90. N
  91. D
  92. 2018
  93. J
  94. F
  95. M
  96. A
  97. M
  98. J
  99. J
  100. A
  101. S
  102. O
  103. N
  104. D
Em destaque no SAPO Blogs
pub