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Generalidades

Generalidades

30
Nov23

Depois das vistas curtas as vistas baixas


Vagueando

 

Daqui a pouco, sensívelmente duas horas, é hora de cumprir o desafio 1foto 1 texto, lançado por IMSilva.

Jogando na antecipação, coloco desde já a minha participação.

20231119_080527.jpg

A partir do dia em que nos erguemos para começarmos a andar e, simultaneamente, a crescer e a ganhar altura, começamos a ver o que nos rodeia sempre do nosso ponto de vista e apenas o que está à nossa frente.

Assim, ao longo da nossa vida, os nosso olhos observam o mundo à altura da nossa altura e, por isso quem sabe, frequentemente referimos que temos que estar à altura dos acontecimentos.

Quando caímos, a nossa primeira reação é levantar-nos, de preferência rapidamente, para que ninguém se aperceba da nossa queda.

O nosso corpo é como um tripé de uma máquina fotográfica, ainda que funcione ao contrário deste, já que são as nossas pernas que giram quando queremos ter uma visão de 360º .

Como sempre gostei muito de fotografar, as primeiras fotos que fiz tinham que incluir sempre pessoas, desde que estas estivessem generosamente banhadas pela luz milagrosa do Sol. Não passava pela cabeça de ninguém (que eu conhecesse) tirar fotos onde não estivesse alguém, primeiro porque as pessoas eram o centro das atenções e depois porque fotografar era caro, muito caro e não valia a pena gastar dinheiro com fotos onde não estivessem pessoas.

Contudo, eu tinha outros olhares, mas não os podia mostrar, não me era permitido fotografar o que via, desde que lá não estivessem pessoas.

Mais tarde, com o primeiro emprego e com a minha primeira máquina, comecei a destruir dinheiro em revelações e impressões de fotos sem pessoas mas, desilusão, não correspondiam ao que tinha visto ou então não gostava de ver na foto aquilo que tinha gostado de ver sem a máquina fotográfica à frente dos olhos.

Descobri que a minha visão e a visão da máquina fotográfica registavam coisas diferentes, embora a perspetiva do olhar fosse o mesmo, ou seja, a lente e a minha visão estavam ao mesmo nível, ainda que a amplitude do meu olhar fosse superior à amplitude da lente.

Entretanto, descobri que gosto de ver o mundo como se os meus olhos estivessem muito mais baixos, digamos nos pés e comecei a fazer fotos ao nível do chão.

Curiosamente, a este nível tão baixo, as fotos que obtenho satisfazem-me, mesmo com o sacrifício de me deitar no chão para as obter e confesso, que ao contrário do que sentia antes, agora gosto mais do resultado obtido com as fotos do  aquilo que vi quando as realizei.

Como nota final, tenho que acrescentar que não me deitei no chão para realizar esta foto, que fique bem claro, ainda que a luz não permitisse, aquela hora do dia, total clareza.

Tenho que dizer isto, porque normalmente quando alguma atividade oferece algum risco, nomeadamente físico, costuma-se escrever “não tente fazer isto em casa”, mas no caso desta foto eu acrescento “não tente fazer isto na rua”.

23
Nov23

O conciliador amigo


Vagueando

Este é mais um post dedicado ao Desafio 1 foto 1 texto

20231118_152919.jpg

As cores não mentem, era um dia frio. Contudo, o ambiente era de tensão e quente. Um casal desavindo tinha a relação por um fio. Competia-me a mim, como amigo, reacender a paixão ardente.

Convidei-os, cheguei cedo, achei este local adequado. Sentei-me, observei as cadeiras onde os iria sentar, gostei do que vi. Chegaram, cumprimentaram-me sem sorrir, o ar estava pesado. Senti-me mal ao vê-los com aquele aspeto, quase morri.

Recordei-lhes os tempos passados, que foram tão felizes. Para eles, para os seus amigos e em especial para mim. Concordaram, olharam-se de novo, pareceram ter ganho novas raízes. Propus um brinde, festejámos com 3 copos de vinho tinto, voltou o amor e o rancor tinha chegado ao fim.

Foto – Adega Mãe – Torres Vedras

16
Nov23

Carro Cancela


Vagueando

Desafio IMSilva 1 foto 1 texto

 

Recentemente começaram a circular nas estradas portuguesas veículos cuja iluminação traseira é uma tira vermelha que ocupa toda a traseira do veículo, ou seja, em vez de dois farolins vermelhos, existe uma linha vermelha que liga uma ponta do carro à outra.

Deixou-se assim de ter a noção direita e esquerda e fácilmente se confunde a traseira de um destes carros com uma cancela, por exemplo com as usadas nos parques de estacionamento. 

Numa estrada sem qualquer tipo de iluminação, ao vermos um carro destes à distância a primeira reação é de que temos uma barreira à nossa frente.

Discordo completamente desta nova forma de iluminação que pode ser muito bonita e atrativa, mas que não me parece benéfica em termos de segurança, pelo que não concordo que tenha sido homologada.

Propositadamente colei numa mesma foto uma cancela e a traseira de um destes veículos, basta imaginarem o que veriam à distência, numa estrada onda não exista ilumiação pública. 

Carro cancela.png

 

09
Nov23

Esqueço-me das horas transviadas


Vagueando

Dia há em que os deafios não trazem inspiração, nem vontade, nem ânimo. Mas, pelo menos, decidi que iria participar, inspirado nas inspiração de outros e não podia ter escolhido melhor do que Fernando Pessoa.

Assim para o desafio 1 foto 1 texto, de hoje, resolvi recorrer a um poema de Fernando Pessoa para ilustrar a minha foto montada (são duas), tiradas ontem durante um passeio pedestre em Sintra. 

Blank Collage Template.png

 

Esqueço-me das horas transviadas

o Outono mora mágoas nos outeiros

E põe um roxo vago nos ribeiros…

Hóstia de assombro a alma, e toda estradas…

 

Aconteceu-me esta paisagem, fadas

De sepulcros a orgíaco… Trigueiros

Os céus da tua face, e os derradeiros

Tons do poente segredam nas arcadas…

 

No claustro seqüestrando a lucidez

Um espasmo apagado em ódio à ânsia

Põe dias de ilhas vistas do convés

 

No meu cansaço perdido entre os gelos

E a cor do outono é um funeral de apelos

Pela estrada da minha dissonância…

 

Fernando Pessoa, in “Cancioneiro”

02
Nov23

Voar ao luar


Vagueando

Este é mais um post relativo ao desafio 1foto 1 texto IMSilva.

Esta semana houve um eclise parcial da lua, pelo que deicidi ir para a janela à procura do dito.

Fui observando o voos que passavam ali mesmo ao pé da lua, mas vinham adiantados para o espectáculo que, quando começou os voos deixaram de passar. 

20231028_205157.jpg

 

Nota final; Há uns atrás num voo noturno dentro do espaço Europeu, tive a oprtunidade de observar um eclipse lunar durante este voo e é algo que nunca mais esqueci. Estas foto recordou-me o momento.

 

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