As viagens ao Alentejo são para mim, idas ao paraíso. Quando repito uma viagem, uma caminhada e encontro as mesmas paisagens, os mesmos locais, vejo tudo diferente, parece que nunca tinha estado ali.
É uma paixão o Alentejo, desde o profundo ao litoral.
Por mais que fotografe e, em casa, com tempo, reveja as fotos, constato que a lente fotográfica mente, porque na minha mente, ficou muito mais beleza do que a fotografia captou e não acredito que seja eu a enganar-me a mim mesmo.
O Alentejo, é cor, é tranquilidade, é gente, boa gente, com quem dá gosto conversar sem pressa, é espaço em que o limite não é já ali, é no horizonte, no céu.
Aquele espaço alentejano, com pouca gente e gente sem pressa, acalma, regenera, melhora a respiração, mesmo quando a “calma” aperta e abanamos qualquer coisa para refrescar ou procuramos uma sombra para nos proteger.
Quando estou no Alentejo, estou tão leve que mesmo que houvesse por ali um espelho eu não me refletiria nele e se tirasse uma selfie, também não me veria. A lente fotográfica mente, o espelho também, a imagem é virtual e enantiomorfa. Portanto, ando pelo Alentejo, não me vejo nem ninguém me vê.
Não sei se as imagens que guardo no meu cartão de memória cerebral caberiam, se fosse possível transpô-las para algum disco externo ou agora, mais moderno, para uma qualquer nuvem.
Talvez a Natureza seja a forma de Arte mais versátil. Em constante mutação, tão lenta e tão rápida, que nos surpreende e nos deixa incrédulos, quando assistimos a um vídeo time-lapse.
São milhões de momentos fugazes que não se repetem e que jamais conseguiremos registar todos para a posterioridade e mesmo que fosse possível gravá-los, jamais conseguiríamos vê-lo na totalidade.
Resta-nos os pequenos registos de grandes momentos, como este que partilho convosco, no link abaixo, um por do Sol fresquinho em Marvão.
https://photos.app.goo.gl/9saFencQnPF3TjDP9