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Generalidades

Generalidades

22
Fev23

Salpicos de Sintra


Vagueando

Se conhece Sintra, se não conhece Sintra ou se pensa que conhece Sintra, observe a ponte abaixo.

Esta foto não é em Sintra é o engodo para vir até Sintra.

Atravesse-a e vem na boa direção a Sintra.

PB161894.jpg

As fotos que junto no link abaixo, essas sim, são todas em Sintra e resultam de uma compilação que fui fazendo ao longo do tempo em que comecei a ter tempo para observar Sintra.

São fotos obtidas durante as minhas caminhadas por esta bela Vila, muitas vezes com a minha "cãopanhia".

Caminhar permite ter tempo para ver e observar, só assim conseguimos captar na nossa mente imagens que de outra forma nos escapariam. Muitas destas fotos só foram possíveis naquele momento, naquele minuto, naquele segundo, naquela exata fração de tempo e essa oportunidade escapa a quem não tem tempo e, sem tempo, não se consegue estar atento.

No auge da pandemia foi possível caminhar nos sítios mais turísticos de Sintra - onde normalmente se aglomeram muito mais pessoas que o espaço disponível – sem ver ninguém, nem sequer um veículo motorizado.

O silêncio, ainda que preenchido por sons que já não estava habituado a ouvir naqueles locais, como o sacudir das folhas impulsionadas pela brisa ou o chilrear dos pássaros e sentir o cheiro da terra e das plantas sem o odor fedorento da queima de combustível, chegou a ser assustador.

A sensação de estar sozinho em Sintra e no Mundo, com muito tempo, foi uma experiência estranha, aterradora até.

Contudo, hoje ao rever estas fotos percebo a felicidade que tive em dispor deste tempo, de tanta beleza, de silêncio, de tranquilidade e de calma só para mim.

A história, certamente melhor do que eu, arranjará uma forma de explicar que no meio da desgraça que foram as muitas mortes causadas pela doença e dos enormes desafios que colocou aos sistemas político e de saúde, a oportunidade que nos foi dada de observar o nosso espaço de outra forma.

Muitas vezes cheguei a duvidar que estivesse vivo e que não estava louco tendo recuado tanto no tempo, até ao tempo de ainda não existirmos.

Boa viagem pelas fotos que já inclui algumas do regresso à normalidade.

https://photos.app.goo.gl/C3PRQ5rWeP4DNJyQA

 

21
Fev23

UMM,sabe o que é?


Vagueando

P5255501 (3).jpg

UMM , junto ao Cabo da Roca - Nascido onde a Terra acaba e o mar começa

A maioria dos portugueses não sabe, mas a indústria automóvel nacional já produziu treze marcas de automóveis, algumas delas bastante inovadoras e com qualidade. Contudo, por razões de diversa ordem, não se impuseram no mercado e, pior que isso, facilmente caíram no esquecimento.

Circulam ainda por aí alguns exemplares destas marcas, como é o caso do jipe UMM, resta saber até quando.

Somos muito bons a elogiar o passado, talvez devido à saudade tipicamente portuguesa, mas somos péssimos a preservar o que temos.

Ouvimos falar que a indústria nacional de componentes para automóveis é reconhecida pela sua grande qualidade, que emprega muita gente, que são detidas maioritariamente por portugueses, que exportam que se farta, contribuindo assim muito para o PIB. A perspetiva é puramente económica.

Sado.jpg

Sado 550 (Foto obtida na Internet - Jornal dos Clássicos)

Lembram-se do micro carro Sado 550 que apareceu por volta de 1982, com 28 cv de potência, 480kg de peso e 110 km/h de velocidade máxima, tendo sido produzidos à volta de 300 veículos?

Dezasseis anos mais tarde, o conceito repete-se e aparece o SMART associado à Mercedes. Ao contrário do SMART, o Sado foi subestimado pelos portugueses, tipo coisa foleira, aquilo era para quem não tinha carta.

Como se a pressão ambiental não bastasse, pouca gente se interessa pelo exemplo vivo da nossa indústria automóvel, o UMM, conhecido também por Um Monte de Merda que, por acaso, não é.

Se um UMM restaurado for estacionado ao lado de um Mini ou de um MG antigo, os portugueses vão espreitar os carros ingleses e marimbam-se no UMM. O ACP, o Automóvel Club de Portugal (sim é mesmo de Portugal) até organiza um Raly/Passeio de Clássicos, a que chamam “O Passeio dos Ingleses” no qual só se podem inscrever automóveis produzidos no Reino Unido.

Sem entrar em grandes detalhes, o Reino Unido tem cerca 18 marcas de automóveis, desapareceram a Austin a Morris, a Triumph, mas fizeram renascer o Mini e o Jaguar. Conseguiram catapultar para fora o culto dos seus carros, nomeadamente através do ACP com a organização do Passeio dos Ingleses e nós próprios não somo capazes da fazer cá dentro o que ingleses conseguiram fazer dentro e fora do seu país.

Imaginem o que seria se um carro concebido em Portugal, por portugueses e até fabricado em Portugal, lhe fosse colocada uma bandeira portuguesa no tablier, lhe fosse pintada a bandeira portuguesa no tejadilho e  fosse equipado com farolins traseiros que representassem a bandeira portuguesa. Seria de mau gosto certamente, mas foi isso que o Reino Unido fez com o seu novo Mini e em Portugal não falta quem o compre.

Homenagear, proteger, divulgar, acarinhar uma marca de automóveis portuguesa é que já é mais complicado. Não entendo se isto se deve a falta de apoio político, falta de interesse dos empresários nacionais, se falta de orgulho nacional ou se é, apenas e só, desprezo por nós próprios. Contudo, tenho a certeza de que não existe falta de capacidade técnica e humana, porque os carros já produzidos provaram o contrário.

Falta olhar para o nosso património automobilístico, para lá do plano meramente económico, olhar com espírito de missão, com empenho e motivação.

Será que não existe em Portugal, para além dos clubes e amigos do UMM, motivação e empenho que permita preservar a marca, não deixar que perca a sua identidade, não deixar que morra, por exemplo, por falta de peças de reposição? Vamos permitir que UMM desapareça, como aconteceu com todos os outros carros fabricados por portugueses em Portugal?

Imaginem por um momento que o Cristiano Ronaldo comprava e restaurava um UMM, isso impulsionaria a preservação da Marca?

Em Inglaterra existem, diversos clubes destinados a preservar os seus automóveis, que fornecem peças e apoio a quem os possui. Não é possível fazer o mesmo em Portugal?

Podem sempre dizer-me que somos poucos, que não temos mercado, que não temos dimensão. Será só isso?

Então não éramos muito menos quando partimos em busca de UMM (Um Mundo Melhor) e nos aventurámos na epopeia dos Descobrimentos?

E éramos assim tantos e tão ricos, quando em 17 de Junho de 1922, já passaram 100 Anos, Gago Coutinho e Sacadura Cabral realizaram a Primeira Travessia Aérea do Atlântico Sul?

Esta pequenez não nos impediu de realizar feitos bem maiores, comparativamente ao esforço para empreendermos uma tarefa menor, tão simples, como não deixar morrer o que foi construído e bem, o UMM.

Faz-nos falta UMM (Unir as Melhores Memórias) e empreender a missão de, desta vez, não deixar morrer, tal como fizemos a todos os anteriores, mais um veículo nacional. Não queremos UMM (Uma Marca Morta) mas sim UMM (Uma Marca Memorável).

15
Fev23

Deixa-os pousar


Vagueando

A RTP1 exibiu uma série de excelentes programas, tendo como base o livro Viagem a Portugal de José Saramago. O programa foi conduzido pelo humorista brasileiro, Fábio Pochart, conseguiu empolgar os espectadores e mostrar que a cultura não tem que ser pesada nem maçadora.

Quando viajo pelo nosso belo país, muitas vezes me pergunto por que razão se chama assim esta ou aquela vila ou aldeia, pelo que comecei a andar com o livro Viagem a Portugal de José Saramago dentro do carro. Entretanto foi editado um outro livro, da autoria da jornalista Vanessa Fidalgo, cujo título é justamente "Porque se Chama Assim".

Vai daí comprei mais este, que também passou a andar dentro do carro, transformando-se numa biblioteca itinerante de bisbilhotice.

Por causa da foto abaixo, a que dei o título de "Pousa-Pássaros”, lembrei-me de uma frase muito usada pelos portugueses “Deixa-os pousar”. 

20230214_152118.jpg

Desde a tomada da imagem, à busca da legenda, até ao programa do Fábio Pochart, foi um saltinho, porque me lembrei de ele ter falado em Pousafoles do Bispo, que Saramago descreve no livro, como um lugar onde tencionava ir para "saber o que poderá restar de uma terra de ferreiros e ver a janela manuelina que ainda dizem lá existir".

Depois lembrei-me do livro de Vanessa Fidalgo, porque refere a Freguesia do Concelho de Ansião que dá pelo nome de Pousaflores e que anteriormente era conhecida por Pousa Foles.

E daqui até à Freguesia de Pousa, no Distrito de Braga foi outro salto.

De pouso em pouso fui saltando por estes locais até que pousei neste novo post.

Agora devem estar a perguntar; Bem, então depois desta lenga lenga toda vamos ficar a saber a razão destes nomes?

Pois, poderia dar-me a esse trabalho mas o meu objectivo é “vender” a imagem e o post (dizem por aí que uma imagem vale por mil palavras e há por aí muita gente a viver da venda da sua imagem).

Assim recorri a esta técnica de venda, usando como isco, os nomes das aldeias e Freguesias, esperando que a freguesia leitora pouse!

Se vieram pousar aqui ou ficam satisfeitos com a imagem ou, caso contrário,  têm que ir pousar nos livros, eventualmente na Internet para satisfazer a vossa curiosidade sobre as origens dos nomes das terrinhas e da frase deixa-os pousar.

11
Fev23

Altar-Palco


Vagueando

20230207_140952.jpg

Na semana passada, aproveitando uma deslocação a Lisboa na zona do Parque das Nações,  atraído pela polémica, desculpem, pela curiosidade decidi ir dar uma vista de olhos à zona onde está (ou vai) ser construído o Altar-Palco.

Lá chegado, constatei que o local mesmo em obras é bem mais bonito do que o que lá estava antes e que aquela ponte pedestre para passar o rio Trancão, naquele local, vem mesmo a calhar. Não só embeleza  a paisagem como vai permitir que possamos desfrutá-la de outra forma.

Curioso foi o momento em que um trator "gradeava" a terra e as aves aproveitavam a boleia para se alimentarem. Era um espectáculo de se ver, mesmo sem a existência de um palco, as aves tiveram uma actuação magnífica, voando em bando de um local para ou outro, sempre com o mesmo objectivo, pousar atrás do tractor que puxava aquela enorme charrua de discos.

Tirei por ali umas fotos, porque achei que todas elas são um bom palco, não necessáriamente, altar, quando olhamos para elas.

Podem vê-las no link abaixo.

https://photos.app.goo.gl/A1TYcVgjLj8J1oUJ6

 

 

10
Fev23

Paloma


Vagueando

 

 

Porque sou um colecionar de coisas, em especial aquelas que se podem guardar e catalogar facilmente, hoje vou contar uma história inspirada num pequeno livro de instruções que guardo desde 1978

Em 1978 eram famosos os esquentadores Junkers e o meu pai aparece em casa com um esquentador Paloma, modelo PH-8C.

A primeira pergunta foi; porque carga de água se compra um esquentador Paloma quando o Junkers é que é bom? O meu pai atalhou de imediato, era uma marca japonesa e, segundo o vendedor, era do melhor que se fabicava em esquentadores a gás.

A minha mãe disse logo - Pois o que o vendedor queria era desfazer-se disso!

Que interese tem esta história para a sociedade?

Muito mais do que julgam e muito mais do que as notícias diárias sobre o preço de um vestido ou de uma mala usada pela Georgina Rodiguez, que é aqui referida apenas porque fica bem nas tags, pode ser que alguém venha (ao engano) ler isto.

Passemos então ao interesse para a sociedade.

Este esquentador funcionou diariamente sem nenhum problema durante mais de 10 anos, até que um dia começou a aquecer pouco a água. Chamado um técnico, diagnosticou-lhe uma avaria fácil de resolver, mas azar, não havia peças para o mesmo, portanto estava condenado.

Contudo, como era Verão (não fazia falta a água muito quente) e tinha o tal livro de instruções, o qual, para além das ditas instruções de funcionamente, tinha a morada do fabricante, Paloma Industries, Ltd em Nagoya e apresentava ainda um digrama das peças que compunham o aparelho. 

Esta empresa ainda hoje funciona, podem consultar a história da mesma Paloma History.

Vai daí, ainda que sem nenhuma esperança, indiquei as peças que precisava numa carta que remeti à Paloma Industries, no Japão.

Uns dias mais tarde recebo a resposta, com a indicação detalhada numa factura do valor a cobrar, incluindo os portes para enviar a Portugal as peças que precisava, qualquer coisa como 7.130,00 ienes, ou seja, à volta de 50 euros (cerca de 10 mil escudos).

Fui ao Banco, a emissão de um cheque em yenes, pagável no Japão era coisa barata, hoje é coisa para custar mais de 40 euros, e enviei-o à empresa com cópia da factura.

Recebi a mercadoria, mas ainda tive que convencer a Alfândega de que eram peças para o meu esquentador, montei as peças e funcionou lindamente mais 12 anos, altura em que deixei de usar gás para aquecer a água. Ainda o ofereci a um familiar que o usou durante algum tempo.

Moral da história;

  1. Este é um bom exemplo de como uma empresa pode fazer a diferença no relacionamento com os seus clientes, num tempo em que as facilidades de comunicação eram bem mais difíceis e muito mais morosas do que são hoje.
  2. Este é um bom exemplo para as empresas de hoje, que massacram os seus clientes e não clientes, aproveitando as tais facilidades de comunicação, para que comprem os seus produtos, mas são incapazes de responder a um email (quando o disponibilizam) quando se pretende algo da mesma, como pedir assistência.
  3. Este é um bom exemplo para as empresas que falam, de sustentabilidade ambiental, mas que incorporam mecanismos de obsloscência programada nos seus produtos, para que avariem e os deitemos fora, com prejuízos ambientais  e financeiros para os seus clientes e engrossar os seus lucros.
  4. Este é um bom exemplo para as empresas acabarem com peças de substituição que permitiriam reparar muitos dos aparelhos que deitamos fora.
  5. Este é um bom exemplo para quem conseguir fazer pequenos trabalhos, resolver sem problema, algumas coisas em casa.

 

01
Fev23

Ah pois é!


Vagueando

Pois parece que o Benfica afinal, ao contrário do que dizia a RTP 1 ontem por volta das 22h (por aqui podemos avaliar o rigor das notícias que fazem diáriamente) vendeu o jogador Enzo Fernandez ao Chelsea.

Não ligo peva ao futebol mas fico estupefacto com este milhões que circulam neste negócio, sim o futebol é um negócio e não um desporto, nomeadamente às mais valias que são geradas pelo mesmo.

Então o que me interessa são as mais valias, as quais, para o comum dos cidadãos custa os olhos da cara em impostos. Se eu vender uma casa com mais valias o imposto sobre mais valias ronda os 30%.

Daí que a noticia da venda do Enzo gerou mais valias interessou-me pelas mais valia geradas, qualquer coisa como 62 milhões de euros em seis meses.

É mesmo muita fruta.

Vai daí, agarrei-me à calculadora e cheguei à conclusão que o Benfica vai pagar ao Estado Português uma mais valia de cerca de 18 milhões de euros.

Olha, já dá para pagar quase cinco altares palco pelo que os média podem acabar com a polémica relativa ao seu custo.

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