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Generalidades

Generalidades

29
Dez22

Os mais vulneráveis nas vias públicas


Vagueando

Já não é a primeira vez que me debruço sobre este tema,que me preocupa pelas consequências que decorrem dos acidentes rodoviários. Já não é a primeira vez que defendo que os acidentes rodoviários deveriam merecer dos jornais e televisões uma análise aprofundada, sobra os suas causas que, acredito não decorrerem apenas do excesso de velocidade ( infração que considero bastante grave, em especial em meio urbano).

Contudo, volto a esta questão porque recentemente a MUBI (Associação pela Mobilidade Urbana em Bicicleta) veio defender novas alterações ao Código da Estrada para proteger os utilizadores de bicicletas, ler aqui MUBI defende alterações ao CE

Concordo plenamente com três propostas da MUBI, a saber;

  1. alteração do limite de velocidade “dentro das localidades”, onde o tráfego motorizado interage com peões e utilizadores/as de bicicleta, dos actuais 50 km/h para 30 km/h.
  2. revisão do regime de contraordenações, que “deve incidir, nomeadamente, no agravamento das consequências do excesso de velocidade em meio urbano, no desrespeito pelas distâncias de segurança para com os utilizadores vulneráveis, no desrespeito das passagens de atravessamento (passagens para peões e passagens para velocípedes), no desrespeito das regras de prioridade perante utilizadores vulneráveis e no estacionamento abusivo nos passeios, áreas urbanas pedonais e percursos para velocípedes”.
  3. um novo sinal de rua sem saída que indique que, para alguém a pé ou de bicicleta, existe efectivamente uma saída.

Não obstante, não posso concordar com outras  propostas, nomeadamente, com  ;

  1. A criação de um novo sinal de cedência de passagem um  sinal de cedência de passagem que permita uma pessoa de bicicleta virar à esquerda ou à direita, mesmo quando o semáforo está vermelho e caso verifique que é seguro fazê-lo; Esta possibilidade, com a mentalidade que existe no país sobre segurança rodoviária e com a gritante falta de fiscalização sobre o trânsito diário nas cidades,  rapidamente faria com que o ciclista esquecesse a parte final da proposta "que é seguro fazê-lo em segurança", originando mais acidentes.
  2. A alteração da descrição do sinal de ciclovia (D7a) de “pista obrigatória para velocípedes” para “pista reservada a velocípedes” Discordo em absoluto com a interpretação que a MUBI faz da sinalização atual. Primeiro porque a existência do sinal D7, que é um sinal de obrigação, não tem segundas interpretações. Quando ele existe os ciclistas são obrigados a usar as ciclovias, quando ele não existe podem optar por circular onde lhes for mais conveniente. Segundo porque a MUBI não pode defender, como defende, que a ciclovia pode estar mal construída ( se estiver só tem que ser retificada) e o que por aí não faltam são estradas mal construídas, daí que o próprio Código da Estrada já preveja  no Artigo 24º que o condutor deve regular a sua velocidade face às condições da via. Por último a MUBI não pode defender que a ciclovia pode não satisfazer as necessidades de mobilidade de um determinado ciclista. Não se pode ter ciclovias que satisfaçam as necessidades de mobilidade individuais, mas sim a mobilidade coletiva, razão pela qual o ciclista tem que adequar as suas necessidades de mobilidade às condições existentes. É para isso que existe o CE,  ao assegurar as condições de segurança e fluidez de tráfego de todos.
  3. Um condutor de um veículo que ultrapasse uma pessoa bicicleta tem de fazê-lo ocupando totalmente a via adjacente. Plenamente de acordo até da circulação aos pares, mas em total desacordo com as razões invocadas pela MUBI quando defende que a circulação de dois ciclistas lado a lado, faz com a ultrapassagem seja mais rápido porque o espaço a percorrer na faixa de rodagem contrária é menor. Isto é verdade quando não circulam em grupos maiores. Por outro lado com esta possibilidade, não se pode obrigar que um ou vários  veículos, circulem numa estrada onde não é permitido ultrapassar durante vários Km atrás de um ou de um grupo ciclistas.  A aceitar esta proposta tem que se aceitar que se impeça  ciclistas de circular em muitas estradas, a bem da segurança e da mobilidade de todos.

Estranho que a MUBI, nas alterações que defende, justamente por considerar que as pessoas em velocípedes são mais vulneráveis do que as que circulam de automóvel, não proponha nenhuma obrigação para estas pessoas, nomeadamente a obrigatoriedade de circularem de capacete, de possuirem refletores e luzes à frente a trás,  de possuirem seguros ( o preço anual é uma ninharia quando comparado com muitas bicicletas que circulam nas estradas nacionais)  nem tão pouco lhe deixe algumas recomendações como, por exemplo, não circular em sentido contrário nas vias de sentido único, não circular em cima dos passeios.

É que biciletas eléctricas são, nem mais nem menos, veículos motorizados e frequentemente estão a circular em sentido contrário ao trânsito.

Só espero que a breve trecho a MUBI não venha defender a criação de um novo sinal que represente Pessoas em Velocípedes a circular em contramão.

Em suma a MUBI, apenas pretende alterar as partes do CE que implicam aumentar a responsabiliade de terceiros em protegrem os mais vulneráveis.

16
Dez22

Sintra mais uma vez


Vagueando

20221215_170504.jpg

A minha paixão por Sintra concede-me o privilégio de poder andar a pé a diferentes horas do dia por esta vila magnífica. Este fim de tarde de inverno, com frio e chuva, permitiu que, por breves instantes, as nuvens deixassem que o Sol, na sua despedida, espreitasse a Serra.

Se o amor é fogo que arde sem se ver, este espetáculo de fogo, sem arder, é o amor que Sintra merece ter.

 

15
Dez22

Depois de "Aquele Abraço de Gilberto Gil", Aquele encontro


Vagueando

Depois de Aquele abraço de Gilberto Gil, aquele encontro dos bloggers Sapo.

Aquele encontro não foi de Natal, mas teve espírito natalício.

Aquele encontro não reunia famílias, na medida em que ninguém era parente de ninguém, mas reuniu uma família de desconhecidos para se conhecerem.

Aquele encontro não era para celebrar o Natal, mas tinha tudo a ver com o Natal.

Aquele encontro não foi na véspera, nem no dia de Natal, mas foi no mês do Natal.

Aquele encontro não foi na Lapónia, na casa do Pai Natal, mas foi na vila da Ericeira, cuja história remonta a 1.000 A.C.

Aquele encontro não teve árvore de Natal, nem presépio, mas tinha muitas árvores de Natal e presépios escondidos.

Aquele encontro não foi uma ceia de Natal mas, ainda assim, houve repasto.

Aquele encontro foi o juntar de várias Greenideas, ( Natal também é musgo e o musgo é verde) juntou pessoas, Entre Pessoas e Coisas da Vida, em que se olhou para Os Lados AB do Natal, com a beleza de gozar a Liberdade aos 42 e com tanta boa disposição constatou-se que, Com um Sorriso Chegas ao Infinito.

Naquele encontro, falou-se sobre Generalidades, sobre Contos por Contar , e sobre Folhas ao Luar que saltavam com o movimento dos Pássaros sem Poiso , foi uma bela antecipação da celebração de Natal e de contos de Natal, escritos a várias mãos, espelhando várias sensibilidades, cheios de imaginação dos bloggers Sapo e, imaginem, compilados em livro, sim num livro, daqueles de papel, com uma capa a cores, desenhada pela mão quem embala a  Cor da Escrita  .

Foi um (encontro) um Natal, onde recebi uma prenda que, depois de lida, foi guardada na minha estante, devidamente aconchegada ao lado do livro de contos de Natal do ano passado, mas este com sabor a tesouro, pelo valor especial que lhe foi adicionado, os autógrafos de todos os autores/participantes neste evento.

Nunca me passou pela cabeça, nem sequer em sonhos de Natal, que um dia estaria presente, ainda por cima como autor, no lançamento de um livro de contos de Natal e muito menos contar com a presença da consagrada escritora Alice Vieira, que também participou no livro e abrilhantou o encontro.

Ainda não tenho netos, para ler contos de Natal, mas quando os tiver, será este conto do encontro de Natal, o primeiro que contarei ao meu neto ou à minha neta, dizendo-lhe que, tal como era uso no meu tempo, o Natal é quando nós quisermos, desde que o espírito natalício esteja presente, como foi o caso.

Este é o meu conto de Natal para este ano, porque representa a prenda que nunca recebi, o sonho que nunca sonhei, mas que doravante sonharei.

Este encontro mágico foi na Ericeira, a Vila azul do mar, do céu, da cor que ornamenta muros e casas, da cor da tranquilidade, da harmonia, da serenidade.

Para dar  cor, corpo, voz e um cheirinho a Natal, a este conto, sei que ele agora vai agora juntar-se a todos os outros, que estão a ser escritos pelo bloggers Sapo, na Casa do Pai Natal.

Lá chegado, os duendes cheios de alegria e energia, vão proceder à sua organização, tratar do prefácio, juntar-lhe uma capa e fazer com que cheguem à gráfica.

Depois os duendes tratarão de todo a logística para organizar um novo encontro.

Os Reis Magos transportarão os livros até  ao próximo encontro, onde serão recebidos (os Reis e os livros) com carinho e alegria.

Como a família Sapo que esteve reuinda na Biblioteca da Ericeira já foi aqui devidamente exibida, partilho (no link abaixo) as imagens do meu sonho, que nunca sonhei, mas que captei com  a ajuda de uma lente.

https://photos.app.goo.gl/qLtJ4arvQVjfbr98A

Depois deste encontro, aquele (meu) abraço para todos vós .

Vagueando

12
Dez22

Radares de Lisboa


Vagueando

Ontem foi parangona na primeira página de um jornal, a notícia de que em apenas seis meses, 230 mil condutores foram apanhados em excesso de velocidade pelos radares instalados na cidade de Lisboa e que as multas renderam mais de 30 milhões de euros.

Sinceramente não sei qual era o objetivo da notícia, se demonstrar que somos aceleras e desrespeitadores, se demonstrar que o principal papel dos radares, consiste em arrecadar dinheiro.

Quando foi aprovada a sua instalação, presumo que o objetivo era reduzir a velocidade e, consequentemente, a sinistralidade. O processo terá sido alvo de estudos e de inúmeros pareceres e opiniões de pessoas credenciadas sobre a eficácia da sua utilização.

Contudo, as notícias difundidas sobre radares em Lisboa são de dois tipos. Ou como a que deu o mote ao início deste post ou sobre os locais onde estão instalados os radares.

Ora parece-me que o cerne da questão, não será nem uma coisa nem outra.

Devíamos centrar a nossa atenção em explicar a eficácia dos radares no que se refere à suposta diminuição do número de acidentes e sobre a alegada redução da gravidade dos mesmos. Infelizmente, nem os meios de comunicação social, nem as autoridades, nem as entidades que estudam os problemas da sinistralidade, estão interessados fazê-lo, o que, sinceramente, me custa muito a perceber.

Daí que fica a ideia, se calhar com razão, de que os radares, mais do que um instrumento destinado a garantir a segurança rodoviária, são um (bom) investimento para a coleta de multas.

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