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Generalidades

Generalidades

23
Ago21

Cresci deitada


Vagueando

P7280475.JPG

 Acredito que seja por causa desta árvore no Gerês, que dá nome aoTrilho da Preguiça, onde  pode ser vista. Contudo, se tem preguiça de andar, garanto-lhe que nunca a vai ver.

 

Da terra vem o meu sustento

Das pedras vem o meu encosto

Da paisagem vem meu brilho

Da copa vem a minha beleza

Inclino-me e reclino-me nestas pedras

Sacio o olhar de quem passa

Fico estranha para as árvores que olham para mim

Fui esperta, deitei-me nas pedras, na hora certa

Certa de que teria mais encosto e mais descanso

O vento não me abana, apenas me embala

Aproveitei o que tinha para crescer sem esforço

Descobri com o tempo, na velhice, ficarei amparada

Não preciso preocupar-me com mais nada

 

20
Ago21

Já fui árvore e árvore ainda sou


Vagueando

P7280473.JPG

Não nasci assim, torta. Entortaram-me.

Não nasci assim seca, secaram-me.

Não era deste tamanho, cresci.

Não fui como estou, mas agora sou.

Não era daqui, viajei para cá.

Não era árvore, era semente.

Já não sou senciente, nem doente, nem sequer estou dormente, morri, não sendo gente. Morri, pasme-se de pé, assim, como me ainda vê, depois de muito retorcida pelo vento.

Estou morta, na paisagem tratam-me por resistente.

Estou sem vida como se vê, dou vivas à vida que me vê.

Sou um peso morto, apoio o peso da vida de outras espécies que se agarram a mim, como se eu, morta, fosse a sua tábua de salvação.

Sou abraçada por caminhantes, que não se podem agora abraçar, fotografada por curiosidade, quiçá por me acharem bela, observada por muitos, idolatrada por paisagistas, pintada por artistas, que me chamam natureza morta.

Já não sinto o vento a retorcer-me nem abanar-me, já não sinto o frio a gelar-me, nem a chuva a molhar-me, apenas percebo que sou torta, depois de morta, quem se importa!

15
Ago21

A mudança do espectáculo deplorável e anárquico


Vagueando

 

Nasci no mesmo ano que a RTP. Neste sentido, cresci a ver crescer antenas agarradas às chaminés das casas e no cimo dos prédios.

Primeiro VHF para ver o único canal, a preto e branco e mais tarde de UHF, para ver o segundo canal, ainda e também a preto e branco.

Com a chegada da TV por cabo as antenas deixaram de ser necessárias. Contudo, a TV por Cabo não chegava a todo o lado. Assim foram-se montando, ao lado das antigas antenas, umas parabólicas que começaram a dar um ar de que andávamos todos à procura de um sinal de vida extra terrestre.

Sempre na vanguarda da inovação e da modernidade, o País começou-se a preocupar-se com a retirada das velhas antenas de TV e com  a montagem das novas parabólicas, para evitar a poluição visual.

Estávamos em 1989 quando se publicou o Dec. Lei 122/89 sobre a “Disciplina a instalação de antenas colectivas de recepção de radiodifusão sonora e televisiva” Como se depreende do um excerto abaixo deste Decreto Lei, já havia sido publicado um anterior que, curiosamente, mas não surpreendentemente, não produziu os efeitos desejado pela letra de lei.

Na verdade, os objectivos visados pelo Decreto n.º 41486 não foram atingidos, uma vez que não se evitou a proliferação de antenas de recepção, das quais a maior parte instaladas sem obediência mínima aos princípios estabelecidos, dando origem ao espectáculo deplorável e anárquico que hoje se pode observar em quase todos os telhados dos prédios dos grandes centros habitacionais.

Bom, mas a coisa lá foi e hoje o espectáculo deplorável e anárquico dos telhados dos prédios cheios de antenas é coisa do passado.

Missão cumprida!

O caos das antenas até era compreensível, porque se tratava de pessoas singulares que queriam ter acesso à televisão e, muitas vezes, eram as próprias que instalavam as suas  antenas.

Com advento da TV por Cabo o assunto ficou a cargo de empresas, altamente tecnológicas, inovadoras, focadas no cliente, apostadas na prestação de um serviço de excelência, de acordo com as melhoras práticas de mercado e de segurança e no estrito cumprimento da lei.

Recordo-me, em Setembro de 2018, o presidente da Altice, em nome da segurança de pessoas e bens, referia que a Vodafone estava a aceder de forma ilegítima aos seus postes e nada garantia que esses acessos, que não sabiam se era feitos ou não por um técnicos credenciados, podiam sobrecarregar esse poste com mais cabos e que as tensões provocadas por esse aumento, poderia levar à queda do poste. E acrescentava que, obviamente, a Altice estava a tomar medidas junto das autoridades competentes para, não só fazer valer aquilo que era de lei e que lhe era devido, mas também para garantir a segurança e a integridade das pessoas que circulam na via pública, junto dos postes espalhados por todo o país.

Sucede que o espectáculo deplorável e anárquico, pese embora a conversa do presidente da Altice, mudou-se das telhados para os postes.

Cada vez que olho para um poste de cabos de telecomunicações pergunto-me o porquê de tanta desarrumação e tanta anarquia e pergunto-me também se isto é que é inovação, sustentabilidade, segurança no trabalho e se as imagens dos postos que podem ver acima fazem parte do ADN destas empresas.

Não sei se existe, nem me dei ao trabalho de procurar, alguma lei que regule a montagem de cabos nos postes, mas se existe, o que está a acontecer é o seguinte; •

  • Ninguém está a respeitar a lei. 
  • Estarão à espera de uma nova lei para, aí sim, cumpri-la.
  • Ninguém fiscaliza. 
  • As alegadas medidas que a Altice tomou em 2018, não serviram para coisa nenhuma

A acescer a esta anarquia, juntou-se outra que tem a ver com a vegetação (que não sei porquê) ninguém corta nem apara, o que aumenta a carga sobre os postes, com a tensão criadas pelas ramagens da vegetação. 

Todos os postes fotografados estão em Sintra e, nenhum deles, está a mais de um 1km do centro histórico desta vila, Património Mundial.

Se isto é assim por aqui, o que não se passará de pior pelo país.

Mas que bandalheira. 

11
Ago21

Uma questão de respeito


Vagueando

 

Afinal quem não respeita quem?

Relembro aos ciclistas da foto o número 2 do artigo 90º do Código da Estrada;

Os velocípedes podem circular paralelamente numa via, exceto em vias de reduzida visibilidade ou quando o trânsito é intenso e desde que não causem perigo ou embaraço ao trânsito. Se pedalarem em grupo, devem fazê-lo em fila indiana ou aos pares, não sendo possível a circulação em paralelo de mais de dois velocípedes.

As associações de defesa dos ciclistas e bem, defendem-nos e até mandaram fazer, logo que saíram as alterações ao Código da Estrada, uns sinais todos catitas a pedir respeito pelos ciclistas, como é o exemplo deste da FPCUB Federação Portuguesa de Ciclistas e Utilizadores de Bicicleta. Ao fazê-lo estão a pedir a terceiros (que obviamente têm essa obrigação)  que também zelem pela segurança dos ciclistas.

Não deveria a FPCUB, fazer uns sinais a pedir aos ciclistas respeito pelos automobilistas e explicar exaustivamente aos seus associados, que esse respeito só aumenta a sua própria segurança?

Não são eles, ciclistas, os utilizadores vulneráveis que ao comportarem-se desta forma, só se tornam ainda mais vulneráveis? E não são eles, ciclistas, também peões e automobilistas?

20210822_083943.jpg

A rua na imagem acima é de sentido único, como se vê pela posição dos carros estacionados e possui dois sinais bem visíveis de proibição de entrar na mesma.

O que leva estas 4 criaturas (lá no cimo da foto antes da curva), classificadas pelo Código da Estrada, como utilizadores vulneráveis, a subir a rua em sentido contrário, ocupando toda a faixa de rodagem, uma vez que nem em fila indiana circulam?

Será que estas 4 criaturas, acham que a  segurança da sua vulnerabilidade, está exclusivamente a cargo de terceiros, automobilistas e -curioso- ciclistas, também utilizadores vulneráveis, que legitimamente, circulam no sentido descendente?

Uma pergunta final às autoridades; Quantas vezes foram abordados/sensibilizados ou mesmo multados estes grupos de ciclistas que frequentemente usam, desta forma as estradas portuguesas?

Um conselho final aos ciclistas; Se tiverem dúvidas como devem conduzir as suas bicicletas nas estradas, deixo abaixo o link para o Manual da ANSR para ciclistas.

 http://www.ansr.pt/Campanhas/Documents/Guia%20do%20Veloc%C3%ADpede%202014/Guia%20do%20Condutor%20de%20Velocipede.pdf)

A segurança nas estradas, não depende só de alguns mas sim do comportamento responsável de todos.

 

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