O número 3 aparece associado a várias situações curiosas.
Por exemplo na literatura infantil ou de aventuras; Os três Porquinhos e Os três Mosqueteiros, são obras sobejamente conhecidas.
O número 3 também aparece em provérbios bem conhecidos; Um é pouco, dois é bom, 3 é demais e não há duas sem três.
Na medicina também é costume o médico mandar-nos dizer 33.
O 3 também tem significado espiritual; Santíssima Trindade (Pai, Filho e Espírito Santo), o ciclo da vida (nascimento, vida e morte), os 3 Reis Magos, a Ressureição de Jesus ao terceiro dia.
Entre provérbios, histórias de aventuras, contos infantis, medicinas e mezinhas, espiritualidade, a realidade financeira dos últimos tempos também se agarrou ao número 3.
O Novo Banco, também conhecido por Banco bom, para se distinguir do seu pai, o Banco mau, mesmo depois de várias resoluções e inoculação de várias vacinas (injeções de capital) logo ao nascimento para que fosse saudável, parece estar a ficar doente.
O problema é que, tal como o COVID 19 é altamente infeccioso para o cidadão comum, o Novo Banco também parece ser. Com a agravante de que mesmo que nos confinemos, que usemos máscara e fato de protecção e desinfectemos permanente as mãos e façamos questão de manter um grande distanciamento do Banco, somos seguramente, infectados com mais impostos.
O Banco já não é bom nem mau, muito menos assim assim ou assim como assim, já é um Banco Pesadelo.
Não sei se é possível demonstrar matematicamente, através de alguma equação ou fórmula que a limpeza de um Banco Mau resulta num Banco Bom. Mas gostaria que inovação e inteligência artificial construísse um algoritmo que consiguisse tomar as rédeas da gestão e evitar todos estes constrangimentos.
O que é que isto tem a ver com o número 3?
Constatou-se que o Novo Banco vendeu cerca de 5 mil imóveis numa altura em que o mercado imobiliário estava ao rubro. Para o efeito, emprestou o dinheiro necessário a desconhecidos que gerem um Fundo nas Ilhas Caimão.
Isto passou-se nas barbas do Banco de Portugal, supostamente o Banco Polícia, que interveio activamente na separação do Banco Mau e da consequente criação do Banco Bom.
Estes 3 intervenientes, Novo Banco, Fundo Ilhas Caimão e Banco de Portugal, fizeram, ao que parece, tudo dentro de um efectivo quadro legal e regulatório e ainda, muito importante, de acordo com as melhores e boas práticas do sector financeiro. Ou seja e em suma, os três atrás referidos cumpriram com 3 requisitos fundamentais;
Quadro legal
Quadro regulatório
Boas práticas
Ainda o número 3. A partir de Agosto de 2017,a Lei 92/2017, proíbe o pagamento de bens e serviços em numerário, desde que o valor a liquidar seja superior a 3 mil euros. Portanto por uma questão de transparência, combate à fraude, à corrupção e à fuga ao fisco, proíbe-se pagamentos em dinheiro acima de 3 mil euros, assim fica tudo identificado.
Dentro da mesma estrita legalidade pode emprestar-se 300 milhões a desconhecidos.
É legal, é prática corrente, é habitual fazer-se este tipo de transações, usando offshores, está dentro das regras do mercado. Que seja.
O que não pode ser normal é ser o cidadão comum a pagar estas legalidades, estas (boas) práticas e ainda por cima, os gestores receberem prémios de alegada boa gestão por isso.
Se um dia se fizer um filme sobre esta saga, terá que ser uma tragédia, a não ser que algum realizador famoso consiga transformar tudo numa comédia, tal como a realizada por Perdigão Costa que estreou no cinema S. Jorge em Agosto de 1952, com o título Os Três da Vida Airada.
Depois do BPN, do Banif e do BES fica claro que não houve duas sem três, nem à terceira foi de vez, porque o Novo Banco é, para já, nem mais nem menos, mais do mesmo, para os mesmos pagarem, da mesma forma de sempre, afinal não podemos viver acima das nossas possibilidades.