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Generalidades

Generalidades

21
Ago20

As sombras são


Vagueando

20200821_171121.jpg

 

As sombras são luz que não passa

São fantasmas que aparecem de dia

São imagens que espingarda não caça

São o que são, não o que eu gostaria

 

De um lado a realidade, do outro a sombra

A cópia fiel do original, desenhada com  luz

Será porta de  prisão que assusta, assombra

O prisioneiro procura  ter a salvação da cruz

 

Na imagem, a cor, as folhas, o preto

O preto da sombra, o preto do portão

É gradeamento, é ferro, não é esqueleto

Vou-me embora, levo o vírus deste Verão

 

(Sintra, Volta do Duche - 21/08/2020)

 

15
Ago20

Não sei


Vagueando

Ontem andei com uma estranha sensação, sentia vontade de escrever mas faltava inspiração.

Desisti, que se lixe, isto não é uma missão, nem sequer uma obrigação, muito menos uma ambição é apenas e só prazer, quanto se junta uma coisa com a outra, a gana de escrever e a inspiração.

Regressei à leitura do livro, já liberto do tormento que foi distrair-me dela.

Lia, o pensamento ora seguia o texto de forma mais pausada como a água que corre numa ria ou de forma mais rápida como a água de um rio contida nas margens ou até de forma mais agressiva como acontece quando a água explode para lá do seu curso habitual ou quando se despenha numa grande catarata, onde o som  da sua queda dá tranquilidade a toda aquela violência.

Estava de novo a sonhar e via, no texto que lia, por onde seguia.

O imaginário que a leitura de um livro nos permite, é o nosso melhor guia, de noite e dia. Sentado, sentia que naquela página que o meu dedo prendia, logo após a vírgula, a interrogação ou exclamação, era por ali que se seguia, sem mapa, sem norte, sem estrela polar, sem guia, sentia os sons das imagens que a leitura me transmitia.

Entretanto perdi-me no texto e na viagem que não terminou, fiquei preso nesta frase. “Nos tempos que correm, já não há Deus nem Diabo. Há só pobres e ricos. E salve-se quem puder.”

Esta frase, de Sophia de Mello Breyner Andresen, faz parte do conto “O Jantar do Bispo” do livro Contos Exemplares., publicado pela primeira vez em 1962.

Centrei-me no prefácio deste livro, da autoria de Federico Bertolazzi. Refere o Professor de Literatura Portuguesa na Universidade de Roma, na 39 Edição destes contos, de Fevereiro de 2014 , que a primeira edição nasceu de uma urgência ditada pela imposição de condições sociais iníquas praticada pelo governo de Salazar que se mantinha no poder em virtude de uma estrutura piramidal da sociedade cujo efeito era o esmagamento das camadas mais baixas.

E o inaceitável, aos olhos da escritora, era o facto de Salazar afirmar que a sua política se baseava na doutrina católica.

A sociedade mundial está actualmente, perante um desafio épico.

Não sei se estamos perante um problema de saúde pública ou se perante uma campanha massiva de divulgação do medo que permita esmagar a liberdade, fazendo com que sejam as pessoas a exigir mudanças que levem à perda de direitos e pior, de liberdade, sim de liberdade.

Recordo-me da parábola escrita por Oscar Wilde sobre umas limalhas de ferro que viviam perto de um íman.

As limalhas mais jovens começaram a planear uma visita ao íman, o que era contrariado pelas limalhas mais velhas. À medida que a rebeldia das limalhas mais jovens crescia iam-se aproximando do íman que assistia, impávido e sereno aos planos destas. Dia após dia iam discutindo ao mesmo tempo que se aproximavam do íman. Até que um dia, já perto dele, foram atraídas pelo seu poder electromagnético.

Eufóricas por terem, finalmente, visitado o íman, nem se aperceberam que a decisão não tinha sido voluntária, mas sim uma inevitabilidade.

Neste sentido, não sei se todos nós, hoje, perante a pandemia, não estamos a fazer o papel de limalhas, ainda que se desconheça onde está e quem é o íman.

Salve-se quem puder ou salva-se quem tem poder?

05
Ago20

Três a conta que Deus fez


Vagueando

O número 3 aparece associado a várias situações curiosas.

Por exemplo na literatura infantil ou de aventuras; Os três Porquinhos e Os três Mosqueteiros, são obras sobejamente conhecidas.

O número 3 também aparece em provérbios bem conhecidos; Um é pouco, dois é bom, 3 é demais e não há duas sem três.

Na medicina também é costume o médico mandar-nos dizer 33.

O 3 também tem significado espiritual; Santíssima Trindade (Pai, Filho e Espírito Santo), o ciclo da vida (nascimento, vida e morte), os 3 Reis Magos, a Ressureição de Jesus ao terceiro dia.

Entre provérbios, histórias de aventuras, contos infantis, medicinas e mezinhas, espiritualidade, a realidade financeira dos últimos tempos também se agarrou ao número 3.

O Novo Banco, também conhecido por Banco bom, para se distinguir do seu pai, o Banco mau, mesmo depois de várias resoluções e inoculação de várias vacinas (injeções de capital) logo ao nascimento para que fosse saudável, parece estar a ficar doente.

O problema é que, tal como o COVID 19 é altamente infeccioso para o cidadão comum, o Novo Banco também parece ser. Com a agravante de que mesmo que nos confinemos, que usemos máscara e fato de protecção e desinfectemos permanente as mãos e façamos questão de manter um grande distanciamento do Banco, somos seguramente, infectados com mais impostos.

O Banco já não é bom nem mau, muito menos assim assim ou assim como assim, já é um Banco Pesadelo.

Não sei se é possível demonstrar matematicamente, através de alguma equação ou fórmula que a limpeza de um Banco Mau resulta num Banco Bom. Mas gostaria que inovação e inteligência artificial construísse um algoritmo que consiguisse tomar as rédeas da gestão e evitar todos estes constrangimentos.

O que é que isto tem a ver com o número 3?

Constatou-se que o Novo Banco vendeu cerca de 5 mil imóveis numa altura em que o mercado imobiliário estava ao rubro. Para o efeito, emprestou o dinheiro necessário a desconhecidos que gerem um Fundo nas Ilhas Caimão.

Isto passou-se nas barbas do Banco de Portugal, supostamente o Banco Polícia, que interveio activamente na separação do Banco Mau e da consequente criação do Banco Bom.

Estes 3 intervenientes, Novo Banco, Fundo Ilhas Caimão e Banco de Portugal, fizeram, ao que parece, tudo dentro de um efectivo quadro legal e regulatório e ainda, muito importante, de acordo com as melhores e boas práticas do sector financeiro. Ou seja e em suma, os três atrás referidos cumpriram com 3 requisitos fundamentais;

Quadro legal

Quadro regulatório

Boas práticas

Ainda o número 3. A partir de Agosto de 2017,a Lei 92/2017, proíbe o pagamento de bens e serviços em numerário, desde que o valor a liquidar seja superior a 3 mil euros. Portanto por uma questão de transparência, combate à fraude, à corrupção e à fuga ao fisco, proíbe-se pagamentos em dinheiro acima de 3 mil euros, assim fica tudo identificado.

Dentro da mesma estrita legalidade pode emprestar-se 300 milhões a desconhecidos.

É legal, é prática corrente, é habitual fazer-se este tipo de transações, usando offshores, está dentro das regras do mercado. Que seja.

O que não pode ser normal é ser o cidadão comum a pagar estas legalidades, estas (boas) práticas e ainda por cima, os gestores receberem prémios de alegada boa gestão por isso.

Se um dia se fizer um filme sobre esta saga, terá que ser uma tragédia, a não ser que algum realizador famoso consiga transformar tudo numa comédia, tal como a realizada por Perdigão Costa que estreou no cinema S. Jorge em Agosto de 1952, com o título Os Três da Vida Airada.

Depois do BPN, do Banif e do BES fica claro que não houve duas sem três, nem à terceira foi de vez, porque o Novo Banco é, para já, nem mais nem menos, mais do mesmo, para os mesmos pagarem, da mesma forma de sempre, afinal não podemos viver acima das nossas possibilidades.

04
Ago20

Sintra, mais uma vez.


Vagueando

A maioria do visitantes que chegam a Sintra, chegam tarde (ainda que de manhã) e partem cedo. Chegam, almoçam, dão uma volta, por um ou dois monumentos, comem umas queijadas ou travesseiros e seguem.

O que proponho hoje, na senda da minha viagem, postada aqui em 24 de Junho sob o título "Menos de 1km", pode ler aqui, (https://classeaparte.blogs.sapo.pt/menos-de-1km-12316?tc=46576499233) para voltar a fazer o mesmo percurso, mais ou menos à mesma hora.

Isto para dizer o seguinte aos viajantes que visitam Sintra;

  • Os que chegam tarde, ganham a manhã na caminha mas perdem o sossego, o nevoeiro e assim não podem comprovar como a paisagem é tão diferente.

 

  • Os que abalam cedo, também não podem comparar o que viram com o veriam se tivessem ficado mais um pouco e se deslocassem a pé pelas ruas e caminhos mais estreitos, alguns onde os carros são proibidos ou só circulam num sentido, mas que pouca gente utiliza, excepto os moradores.

Dedico hoje estas fotos aos que abalam cedo e, qualquer dia, volto aqui a publicar umas fotos para aqueles que chegam tarde.

Aqui fica o link para as fotos

https://photos.app.goo.gl/whGdJEepZyeDnaNe6

 

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