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Generalidades

Generalidades

31
Dez19

Escrever no último dia do ano


Vagueando

Ainda que o meu lema seja escrever quando me dá na gana e a inspiração apareça, desta vez e espero que apenas desta vez, falhei.

Nem estou com gana de escrever, muito menos a inspiração me visitou ou sequer me deu um pequeno toque na minha consciência para fazer este penoso exercício, escrever no último dia do ano, para quê?

Ainda assim experimentei, pelo que estou aqui a teclar e a pensar, a tentar divagar mas o tema é que não se chega à frente, nem vejo luz ao fundo do túnel. Podia fazer um balanço do ano que passou, mas não consigo dar o balanço para escrever a primeira frase.

Podia ser sobre os desafios de 2020, mas também não estou para aí virado, nem sei manejar as cartas de Tarot, muito menos ler a sina. Podia ser sobre os festejos da passagem de ano, mas nem assim me entusiasmo.

Pronto, sobrou o marasmo!

Então vou terminar, porque já estou a maçar quando o objectivo seria encantar e também não quero brincar com quem tiver a coragem de neste post clicar.

Pelo menos fica registado que, no último dia do ano esforcei-me, não  consegui nada de jeito, bem certo, mas escrevi, qualquer coisa sem valor (acrescentado), gosto desta coisa do valor acrescentado, fica sempre bem em qualquer frase , empregue sempre que se quer vender gato por lebre que é, afinal, o que acabei de fazer.

Bom Ano de 2020.

23
Dez19

O meu conto de Natal


Vagueando

Nem sei se vos conte! Havia estrelas no céu, estrelado portanto e luar, aluado portanto. A Lua que não tem luz, quis demonstrar às estrelas que, mesmo sem luz, ainda que com a ajuda de Apu Inti, Deus do Sol para os Incas, também brilha, ou seja, faz um brilharete.

Os habitantes inter-galácticos aproveitaram esta combinação luminosa, para em nome da poupança e das alterações meteorológicas do espaço sideral, não usar as artificiais iluminações de Natal.

As estrelas, por unanimidade, uniram-se em figuras natalícias, misturaram os seus gases originando brilhos de várias cores e tons de rara e estonteante beleza, só comparável às cores dos anéis de Saturno.

Não houve concurso púbico inter-estelar para gerar esta empatia e consenso, apenas e só uma participação colectiva, regida pelas melhores práticas que uma sociedade em paz e harmonia pode adoptar. Parece que os parlamentos terrestres de todo o mundo já pediram cópia destas melhores práticas, as quais envergonham a sociedade terrestre, que se obriga a criar códigos de ética e/ou de conduta.

Os corpos celestes esmeraram-se e arrasaram, até os terrestres estavam ao mesmo tempo maravilhados e assustados com aquelas formações estelares, porque inclusive a sua via láctea estava mais brilhante do que nunca e tão geometricamente organizada e colorida que havia quem dissesse que era o fim do Mundo.

Alguns defendiam mesmo que a previsão apocalíptica do fim do mundo, anunciado para 2000, estava completamente errada, porque a combinação certa seria a junção de dois, dois, ou seja, 2020!

O Pai Natal, acossado na Terra com os direitos dos animais, aproveitou o facto de neste planeta andarem todos desorientados com esta grandiosa e inesperada iluminação natalícia, (os serviços secretos mundiais andavam numa roda viva a desconfiar uns dos outros) para se apropriar de um satélite de espionagem (mais rápido e furtivo, as alfandegas não conseguem cobrar impostos sobre as prendas) e usá-lo por controlo remoto, disponibilizado pela app “Natal para Apressados” para fazer a distribuição dos presentes, encomendados (quiçá merecidos) online, of course.

Entretanto as renas estavam tristes porque não se podiam reformar, nem podiam requerer o subsídio de desemprego. É que o Pai Natal não as tinha despedido, apenas as tinha posto em lockout.

No meio disto tudo, o Menino Jesus estava para nascer e como a mãe, Maria, tinha ido a Belém, cidade com muita afluência turística nesta época, deparou-se com o caos nos hospitais e com as estalagens completas. Desesperada informou um dos estalajadeiros que estava grávida e prestes a ter a criança. Foi-lhe oferecido um cantinho no estábulo da estalagem, onde foi colocada, numa manjedoura, palha biológica muito fina e fofinha, para deitar o menino. A esposa do estalajadeiro ofereceu os seus préstimos a Maria e em troca esta comprometeu-se a não informar a ASAE, que andava muito activa na sua missão fiscalizadora, que tinha sido alojada no estábulo, ainda por cima sem direito a Pequeno Almoço.

O estalajadeiro mandou ainda o seu filho levar todos os animais para o estábulo do tio, porque a AdAdBeG-Associação dos Amigos dos Bichos em Geral -, não queriam que estes ficassem traumatizados ao assistirem ao parto de Maria e também porque o burro tinhas as marcas de uma canga, usada para o atrelar à nora e andar à roda até ficar à nora ou tirar água durante a noite (que também era proibido, o burro não podia ser usado para trabalhar) para o serviço da estalagem.

Lá está, a AdAdBeG, é uma associação de defesa dos animais, cujos pareceres e deliberações não são vinculativos, vive da carolice dos seus associados, tem muito mais poder que a ASAE e daí a preocupação.

Por sua vez os Reis Magos tiveram também alguns problemas logísticos para chegar até ao Menino Jesus.

Primeiro, porque alguém os avisou que as suas vestes eram compostas por cores que sugeriam estarem conotadas com pessoas do sexo masculino, dai que à última hora resolveram fazer algumas alterações adoptando cores misóginas, para não ferir susceptibilidades e não transmitir ao Menino Jesus nenhum laivo que o pudesse vir a tornar, no futuro, um machista. Segundo, porque os camelos não possuíam o boletim de vacinação em dia, bem como foi preciso esperar pelo resultado de uma providência cautelar interposta pela AdC - Amigos dos Camelos - que não queriam que estes fossem utilizados para o transporte de prendas e ainda porque se suspeitava que os dromedários não tinham armazenado água suficiente para a jornada e sabia-se que não existia nenhum oásis de serviço pelo caminho (férias natalícias oblige). Tudo se resolveu a contento, com excepção das exigências da AdC, e os Reis Magos lá se fizeram ao caminho. Por último, ainda que os Reis Magos, fossem isso mesmo, magos, palavra que na altura não tinha nenhuma conotação com o significado que lhe atribuímos hoje, mas sim porque a designação significava que se tratava de pessoas reconhecidas pelos seus conhecimentos científicos, em especial na área de astronomia, de nada lhes valeu.

É que a estrela que lhe servia de guia, tinha-se juntado à formação de estrelas que polvilhava o céu na iluminação de Natal inter-galáctica e lá foi a orientação para o galheiro e, por azar, nenhum deles tinha GPS que já existiam na época, mas ainda não eram um sucesso porque os satélites que lhes emitem o sinal ainda não tinham sido enviados para o espaço.

Ao que se sabe, os governadores do espaço andavam numa guerra de tarifas comerciais com os terrestres e as naves carregadas com os satélites aguardavam que o Natal lhe trouxesse a necessária autorização para entrar em órbita.

 

Este foi o meu primeiro post como resposta ao desafio proposto pela Isabel, o meu conto de Natal. Não sei se é um conto, se conta par alguma coisa ou se fazemos a conta depois do Natal. Contudo, a todos o Um Bom Natal.

07
Dez19

O Mula Expresso


Vagueando

20191205_134105 (2).jpg

Tem sido amplamente noticiado, com direito a indignação histérica colectiva, o caso das renas que se encontravam no recinto da Capital do Natal em Algés.

Após muitos posts, twiters, instagrams, facebooks as renas lá foram à sua vida, porque os animais, ainda que não saibam, não tendo deveres, estão cheios de direitos.

Não fui, nem tenciono ir à Capital do Natal, não faço a mínima ideia se as renas estavam lá apenas para serem expostas, se podiam ser molestadas pelas crianças ou pior, pelos adultos, se estavam disponíveis para fotos, incluindo selfies, se estavam lá para rebocar algum trenó com o Pai Natal ou, se no fim,  eram transformadas em hamburguers. Para que conste, já comi hambúrguer de rena, num país dito civilizado, a Finlândia e, confesso, detestei.

Sendo eu um defensor de que não se deve infligir maus tratos aos animais, também sou um defensor de que os mesmos podem servir o homem, sem os tais maltratos, bem entendido. A evolução entretanto trouxe os maus tratos. Maus tratos, tanto pode ser bater num animal, não o alimentar ou, pura e simplesmente, esquecer que um animal é isso mesmo, pelo que aboneca-lo, mete-lo dentro de casa e empanturrá-lo de comida, vestir-lhe uma camisolinha, também pode significar maus tratos. Os animais foram sendo domesticados e alguns são bem felizes perto do homem.

É muito fácil abraçar a causa dos animais desde que não se tenha que tratar deles. É muito giro indignar-se que as renas, por exemplo, estão sujas, mas a maioria dos indignados nunca entrou num curral, quanto mais limpá-lo.

Neste sentido, não vejo onde estará o problema de ter, durante meia dúzia de dias, num recinto visitado por crianças, o seu público alvo, umas renas.

Mas mudemos de assunto sem perder o fio à meada.

Imaginemos que a Ubereats resolvia introduzir pelo mundo fora, o transporte de comida em animais, por exemplo renas na Finlândia, cavalos em Inglaterra, burros na Europa mediterrânea, mulas em Lisboa e por aí fora.

Ui, nem pensar, coitadinhos dos bichinhos à chuva, ao sol e ao frio, a carregar com comida. Tenho a certeza que a Ubereats era proscrita em menos de um dia.

Então porque se aceita que ciclistas sirvam de verdadeiras mulas –expresso, com uma mochila às costas, andem a pedalar pelas cidades para entregar comida a gente que diz não ter tempo, mas sucede que a verdade não está para dar um passo até à rua para almoçar e para arejar, mas que ao fim do dia vai mostrar o físico ao ginásio.

Constato que grande parte das pessoas que usa os elevadores nas estações de metro e de comboio são jovens e são os jovens que se deslocam de trotineta pela cidade em vez de andar a pé.

Talvez agora, ao chamar mulas-expresso a estes ciclistas, as pessoas se indignem, levantem o cu da cadeira para almoçar e espairecer, em vez de esperar sentado, pelo almoço transportado, pelo ciclista, de mochila às costas, sujeito ao sol, ao frio, à chuva e à poluição.

É que se a inovação conseguiu tornar as telecomunicações tão eficazes que extinguiram a profissão de boletineiro da Marconi, não percebo porque a inovação e empreendedorismo moderno, trouxe de volta às ruas ciclistas para trabalhar, ainda por cima executar um trabalho que, quanto a mim, não faz sentido.

02
Dez19

Vagueando


Vagueando

O meu nome é Vagueando e foi vagueando por aí que compilei uma série de fotos às quais não dei título, não acrescentei legenda, nem partilhei o sentimento que foi estar nesses lugares. Apenas as partilho no link abaixo;

https://photos.app.goo.gl/TJAN92CzMUixzy1U7

Diz-se ou dizia-se, pelos menos antes do aparecimento das fake news, que uma imagem vale por mil palavras. Pois não sei, para mim as imagens deixam-me sem palavras, só consigo ver nelas recordações, boas quase sempre, porque me empenho muito na sua busca. Ela está ali, ao virar da esquina, mas nem sempre gosto do vejo, passo de novo, a outra hora com outro tempo, como menos gente de preferência, até gostar do que vejo.

Quem sabe se alguém mais inspirado do que eu, já passou por estes locais, viu ou não viu estas imagens e consiga atribuir-lhe as palavras certas.

Estou certo que sim.

 

Obrigado

01
Dez19

Sensações de Voar


Vagueando

P5210013.JPG

P4010731.JPG

 

 

Não sou pássaro, nem tão pouco tenho penas ou asas

Não sou santo, não rezo novenas, estou tão longe do céu

Não quero os pés assentes na terra, não quero coisas rasas

Quero ar que me sustente a voar, para um deserto ilhéu

 

Quero ver, quero ver o sol nascer e entardecer, até morrer

Quero olhar lá de cima cá para baixo, como se fosse alado

Quem me dera poder estar sempre no ar, sem desfalecer

Quero respirar o ar, no ar, a voar, a observar, deliciado

 

Voar sem motor, usufruir a beleza, o momento, sem poluir

Penso que sou ave de rapina, não, afinal vou é de planador

A beleza do voo, o movimento sobe e desce, tão belo fruir

Olho à volta, através da canopy transparente, sem pavor

 

Sinto-me seguro no ar, porque o ar me segura, com ternura

Dou voltas, sinto os estremeções das correntes ascendentes

Tomo toda a atenção aos detalhes, não aos actos de loucura

Aplico todos os procedimentos e bom senso, não há acidentes

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